terça-feira, 24 de novembro de 2015

"Os Dez Mandamentos" foi o maior sucesso da teledramaturgia da Record

Nem o mais otimista executivo da Record chegou a cogitar o sucesso que "Os Dez Mandamentos" faria. A primeira novela bíblica da emissora (que estreou no dia 23 de março) foi o seu maior êxito da teledramaturgia e dificilmente o canal conseguirá repetir os números alcançados com esta produção --- médias muitas vezes acima dos 20 pontos, ficando na liderança, vencendo o "Jornal Nacional" e "A Regra do Jogo". Escrita por Vivian de Oliveira e dirigida por Alexandre Avancini, a trama chegou ao fim, após ter ficado quase um ano no ar (praticamente 9 meses).


A novela contou a história de Moisés, desde o seu nascimento até a sua morte, sendo uma adaptação de quatro dos livros que compõem a Bíblia --- "Êxodo", "Levítico", "Números" e "Deuterônomio". A saga do protagonista, incluindo a sua rivalidade com Ramsés e a chegada das pragas ao Egito, culminando na travessia que levou os hebreus até a Terra Prometida, é uma das histórias bíblicas mais conhecidas e atrativas. Tinha tudo para render um bom folhetim e de fato rendeu. A autora foi muito inteligente ao transformar o rico enredo em um produto de 170 capítulos.

O filme "Êxodo - Deuses e Reis", exibido em 2014, também retratou essa saga, mas já foi iniciada com Moisés adulto e integrante da família de Ramsés. Já a novela começou no ano de 1.300 A.C. e com o faraó Seti I (Zécarlos Machado) mandando matar todos os bebês hebreus do sexo masculino, filhos dos escravizados.
O protagonista, recém-nascido, consegue escapar porque sua mãe Joquebede (Samara Felippo na primeira fase) o coloca em um cesto no Rio Nilo, onde é encontrado por Henutmire (Mel Lisboa), que o adota.

Foram quatro fases, o que implicou em algumas trocas de elenco, até a fixação do time, que permaneceu até o final, onde muitos deles passaram por um processo de envelhecimento à medida que a trama avançava. A equipe de maquiagem, aliás, teve até um trabalho 'extra', pois precisou 'mumificar' o faraó Seti I, assassinado pela vilã Yunet. Além disso, os cenários, figurinos e efeitos especiais também compuseram todo o conjunto da obra. Ou seja, a produção foi a mais trabalhosa da emissora, que gastou muito para mantê-la ---- cerca de R$ 700 mil por capítulo, sendo que o da abertura do Mar Vermelho custou mais de R$ 5 milhões.


A trama teve um bom retorno do público logo nas primeiras semanas e os índices eram em torno dos 13 pontos, uma ótima média, ainda mais levando em consideração a novela anterior --- o fracasso "Vitória", que dificilmente ultrapassava os 7 pontos. Mas os números começaram a aumentar com a chegada das pragas ao Egito, muito em virtude da curiosidade em cima dos efeitos especiais, além, claro, da movimentação que isso provocaria na história. E a primeira praga ---- a transformação da água em sangue ---- provocou uma ótima primeira impressão, onde a qualidade da produção ficou evidente, criando uma boa expectativa em cima das demais calamidades enviadas por Deus.


E foi a partir de então que a novela deslanchou de vez, até praticamente se estabelecer nos 20 pontos de média, incomodando frequentemente a Globo. Claro que o êxito fez a Record promover o espichamento da trama, o que prejudicou o desenrolar da história. O 'embarrigamento' do enredo foi ficando cada vez mais explícito, onde a expectativa para a chegada de uma praga se alongava por vários capítulos, assim como a demora dos castigos de Deus ---- algumas pragas duraram mais de uma semana. O preenchimento dos capítulos com cenas que nada acrescentavam ficou evidente, o que não favoreceu a fluidez da trama. A sensação de enrolação ---- aumentada ainda pelo excesso de flashbacks ---- ficou clara todos os dias, até o final do folhetim.


Só que a curiosidade em cima de todo o encaminhamento das pragas conseguiu manter a novela em alta nos números e muitas delas valeram a pena. A nuvem de piolhos foi muito bem feita e uma das poucas que decepcionaram, se comparada ao restante, foi o ataque das rãs ---- a computação gráfica deixou a desejar ----, além da infestação de moscas, que não fez muito jus ao que foi esperado. Já a revoada dos gafanhotos, atingindo todas as plantações que restavam do Egito, impressionou visualmente. A peste nos animais também foi bem realizada e a caracterização das chagas e úlceras mereceu elogios, assim como a chegada das trevas.


Entretanto, sem dúvida, a praga que proporcionou as melhores cenas da novela foi a sétima: a chuva de granizo e fogo. Os efeitos especiais impressionaram e fez valer a duração de dois capítulos. Aliás, foi em virtude desse outro castigo de Deus que a grande vilã da história morreu. Yunet foi brilhantemente interpretada por Adriana Garambone e a personagem ---- criada pela autora especialmente para o folhetim e que ajudou a movimentar bastante o enredo com suas maldades ---- saiu de cena em grande estilo: atingida em cheio por uma bola de fogo.


Outra praga que merece uma menção especial foi a morte dos primogênitos, a última enviada. O efeito de uma luz branca ---- representando o anjo da morte ----, entrando em todas as casas e matando as crianças, inseriu um clima de tensão nas cenas, proporcionando ótimos momentos, não só visuais, como de emoção também. A situação mais impactante foi a luz adentrando o palacete de Ramsés (Sérgio Marone) e assassinando Amenhotep (José Victor Pires), diante do pai e da mãe (Nefertari - Camila Rodrigues).


Já o momento mais aguardado da novela honrou toda a expectativa gerada ao longo da história. A abertura do Mar Vermelho foi muito caprichada visualmente e o alto investimento da Record valeu a pena. Claro que não foi impecável e algumas falhas ficaram expostas, mas para um produto nacional e em uma emissora sem grande bagagem em teledramaturgia ficou de bom tamanho. Moisés (Guilherme Winter), obedecendo as ordens de Deus e abrindo as águas para o povo hebreu passar, proporcionou cenas arrepiantes e emocionantes. Foi a última situação de grande impacto do folhetim, rendendo, inclusive, o maior recorde de audiência da produção: 28 pontos de média.


Aliás, a abertura do Mar Vermelho ocorreu em uma quarta e ficou claro que a trama deveria ter se encerrado na sexta da mesma semana para sair no ápice. Mas não foi o que ocorreu, pois o espichamento do folhetim implicou no desfecho indo ao ar mais de uma semana depois ---- chegando ao fim nesta segunda-feira, dia 23. A saga dos hebreus em direção à Terra Prometida ficou monótona e cansativa, o que implicou, inclusive, em uma queda nos números. Tanto que a Record não conseguiu mais liderança desde o 'fechamento' do mar e daria tranquilamente para exibir toda essa parte da saga em dois capítulos ou três, evitando a queda do ritmo.


O elenco teve alguns bons nomes, mas foram bem poucos. Denise Del Vechio emocionou como a sofrida Joquebede (mãe de Moisés); Larissa Maciel se destacou como Miriã; Camila Rodrigues conseguiu passar com competência toda a dubiedade de sua Nefertari (uma vilã sofrida e infeliz); Vera Zimmermann brilhou como Henutmire e Guilherme Winter merece elogios pela sua composição de Moisés. Outros bons nomes foram Floriano Peixoto, Igor Cosso, Giuseppe Oristânio e a já citada Adriana Garambone, que deu um show vivendo a cruel Yunet. Zécarlos Machado e Angelina Muniz, embora tenham participado apenas no começo, também precisam ser citados. Esses são os atores que merecem ser mencionados como pontos positivos, uma vez que o elenco, em sua grande maioria, era bem fraco. O time foi irregular e isso ficava visível nas cenas mais complicadas dramaticamente.


Além da questão do elenco escalado, é preciso ainda constatar o problema do figurino. Muitos trajes eram carnavalescos demais e o excesso de 'limpeza' de várias roupas deixava tudo irreal, ainda mais em se tratando dos locais explorados no enredo: desertos com muita areia e poeira. A presença de esmaltes em várias mulheres deixava muitas vezes a situação por si só ridícula e poderia ter sido evitado. Outra questão que não poderia ter sido ignorada foi o fato dos hebreus terem atravessado o mar sem uma gota d`água em seus corpos. A teatralização em várias cenas também merece ser criticada, embora o tom exagerado tenha diminuído ao longo da trama. Todos esses foram problemas que ficaram bem evidentes, deixando clara as fragilidades da produção. Entretanto, as qualidades conseguiram ofuscar um pouco esse conjunto falho, deixando o folhetim atrativo e bem produzido, principalmente se comparado com as tramas bíblicas anteriores --- como a minissérie "Rei Davi", que está sendo reprisada pela terceira vez.


O último capítulo foi monótono e sem grandes acontecimentos. Para culminar, nem final teve, por mais absurdo que possa parecer. Zípora (Gisele Itié) chegou ao acampamento dos hebreus e matou a saudade de Moisés, enquanto Miriã cantava com os demais, louvando e agradecendo a Deus. Já Deus, por sua vez, falou com o povo hebreu sobre os dez mandamentos e orientou Moisés a subir o Monte Sinai, onde ganharia as tábuas para fixar todos esses princípios. Trinta dias se passaram e houve a apreensão do povo, que com a ausência de Moisés acabou louvando um bezerro de ouro, desafiando o poder de Deus. Moisés desce do Monte, mas se indigna com a heresia e quebra as tábuas. Ainda pergunta quem está com Deus e surge na tela "Continua...". Ou seja, nem se dignaram a exibir o restante dessa trama, com Moisés subindo novamente o Monte e ganhando novas tábuas com os mandamentos, mas sendo punido por Deus de entrar na Terra Prometida --- cabendo, assim, ao Josué (Sidney Sampaio) a missão. Ou seja, ficou uma novela sem desfecho. Portanto, esse 'final' já entrou na lista das falhas do folhetim. O telespectador foi feito de bobo. Entretanto, como já mencionado, foi uma boa produção no geral, apesar dos pesares.


"Os Dez Mandamentos" ----- que terá uma espécie de 'segunda fase' de 60 capítulos (exibindo a continuação da travessia de Moisés, incluindo sua morte), a partir de janeiro ---- foi um grande sucesso e o maior êxito da teledramaturgia da Record ---- as outras produções que chegaram perto disso foram a bem produzida "Prova de Amor" (2006) e a tosca "Os Mutantes" (2009) . A novela chegou ao fim dando todos os motivos possíveis para a Record comemorar. E a autora Vivian de Oliveira, o diretor Alexandre Avancini e equipe estão de parabéns, pois conseguiram produzir um folhetim de qualidade, que despertou a atenção do público, incomodando bastante a concorrência e entrando para a história da emissora.


46 comentários:

Anônimo disse...

Me senti uma OTÁRIA! Fiquei vendo uma novela que não teve final. Se eles acham que fazendo essa palhaçada vão conseguir pegar toda a audiência e mandar pra tal segunda temporada (NOVELA COM SEGUNDA TEMPORADA????) disso estão muito enganados. Eu me recuso a ver.

Caio disse...

Foi o maior sucesso mesmo, teve erros e acertos. As pragas tiveram bons efeitos com exceção das citadas no texto e a abertura do mar foi bonita. Mas também não gostei desse final. Ficou a sensação de engana trouxa.

Ana Carolina disse...

A Record está de parabéns e sua crítica final ficou ótima, detalhando os erros e acertos. Mas a emissora é amadora demais. Esse final sem final ficou ridículo e engavetaram Escrava Mãe pra botar reprise de um negócio que já passou duas vezes. Ainda por cima vão inventar mais 60 capítulos de uma tal segunda temporada dessa... Ah, me poupe.

Unknown disse...

Algo a comentar...

Muitas vezes eu leio aqui nos posts que nem sempre audiência é sinal de qualidade. Na Globo, tivemos recentemente "I Love Paraisópolis" a "Fina Estampa" das sete, que foram dois "êxitos" de audiência e de péssima qualidade dramatúrgica.

"Dez Mandamentos" foi uma novela de qualidade bastante questionável. Pra mim, que sou uma noveleira desde o início dos anos 80, o mais importante numa obra de teledramaturgia é o folhetim puro do que efeitos especiais rocambolescos. É uma rica e envolvente história, principalmente ficcional, que traz a graça de acompanhar uma novela por longos 7 a 8 meses no ar.

Digo sem medo de errar, que "Poder Paralelo" do experiente Lauro César Muniz, foi o maior êxito da Record na teledramaturgia. "Prova de Amor"(sem o espichamento), "Vidas Opostas" e "Chamas da Vida" são outros bons êxitos da emissora.

"Dez Mandamentos" foi um sucesso? foi e isso é fato. Mas dizer, Senhor Sérgio Santos, que conseguiram produzir "um folhetim" de qualidade, isso é entrar em contradição para quem elogiou tantas outras obras de ótima qualidade.

Abraços...

Paula disse...

Concordo com vc. Dá pra ver o melhor acabamento dessa novela em comparação com as outras que vieram antes. A história conseguiu prender, mas o espichamento afetou o conjunto e o elenco era péssimo que nem o figurino carnavalesco. E a reta final deu sono, nada acontecia. Concordo também com você que a novela deveria ter terminado com a abertura do mar vermelho. Aí pronto, era o ciclo acabando e depois vinha o outro. Começar o outro e não terminar foi propaganda enganosa. O Stycer até publicou no blog dele que era caso pra Procon.

Anônimo disse...

Bem argumentado seu texto. Parabéns. Achei a novela de qualidade no quesito efeitos especiais e condução da trama, que foi bem adaptada pra uma novela. Mas, corroborando com o que foi mencionado também no texto, o elenco era péssimo, os figurinos exagerados e erraram a mão no espichamento da trama.

Ramon Siqueira disse...

Foi o maior sucesso da Record mesmo, ODM fez história. Mas esse erro de 2° temp. nem irei comentar. Era pra ter concluído ODM e "A Terra Prometida" começava a partir desses acontecimentos. Tenso isso.
Quanto ao elenco destaco:
Denise Del Vechio, que emocionou magistralmente como Joquebede;
Adriana Garambone, que deu um show de maldades como Yunet... dava raiva dela e sua morte foi uma explosão;
Guilherme Winter, que foi evoluindo e terminou honrando merecidamente o posto de protagonista como Moisés;
Camila Rodrigues expôs com grande competência a dubiedade de Nefertari;
Larissa Maciel, que se destacou como Miriã e emocionou;
Igor Cosso se mostrou uma grata revelação, se saiu muito bem como Bezalel e fez um lindo par com a Pérola;
Ah e a dupla Giuseppe Oristânio e Ricardo Livera arrasaram, morria de rir com o Paser e Simut;
Apesar da inexpressividade do Sérgio Marone, os bordões que ele sussurrava eram engraçados... "Eu sou o Hórus Vivo" foi o melhor hahaha.
Eu realmente gostei de ODM pela história contada, teve suas falhas mas terminou bem para a Record. Será lembrada como a obra mais emblemática da emissora.

PS:Amigão, faz 20 anos que Maria do Bairro estreou no México e já é a oitava vez que ela é exibida no SBT. Seria muito legal um post seu sobre a novela. Eu sou fã!!!! Abração meu amigo!!! Tmj.

Roberth Moura disse...

De fato, IBOPE não revela a qualidade das produções. Não estou dizendo que ODM foi uma novela ruim, longe disto. Adorei a história (principalmente do início até a metade, com as situações inventadas pela autora do triângulo amoroso e da infância e juventude de Moisés. Ela pega 1 capítulo da bíblia e transforma em 30 sem criar barrigas grandes), figurinos maravilhosos, trilha sonora emocionante, fotografia deslumbrante e atuações até convincentes.

Porém, eu nunca vi uma novela tão perfeita na Record quanto Pecado Mortal, e que teve uma média tão baixa no Ibope. História ágil e sem nenhuma barriga em momento nenhum, atores maravilhosos (Paloma Duarte, Simone Spoladore, Jussara Freire, Beth Lago, Victor Hugo, etc. - o roteiro era tão bom que parecia que todo mundo era ótimo ator), figurino de época maravilhoso, tema relativamente original (guerra entre bicheiros), direção excepcional, fotografia de cinema, maquiagem espetacular (tanto que "nem parecia novela da Record"), trilha sonora envolvente, e roteiro FANTASTICAMENTE EXCEPCIONAL. Em termos de qualidade técnica, se assemelha muito à Verdades Secretas. Em termos de diálogos e trama supera e muito a mesma. E ninguém falava na novela.

Porquê?

Esta é a pergunta que vale um milhão de dólares.

Matheus Nogueira disse...

Sérgio,não assisti nenhum capítulo da novela,mas a Novela obteve uma qualidade e um sucesso inquestionáveis.foi a melhor novela que a Record já fez.a Record está de parabéns.

John disse...

Sergio, excelente texto! Apesar dos muitos erros, como enrolação além do normal, péssima atuação de alguns atores (você sabe que eu acho que uma bananeira interpreta melhor que a Gisele Itiê, hahah), tirar o nome de Deus da trama e acabar abruptamente, os positivos camuflaram um pouco esse desapontamento. No geral foi uma novela gostosa de acompanhar, rendeu boas risadas com as maldades da Yunet (Adriana estava de parabéns, era um show a parte), deu pra descontrair, esquecer os problemas do dia a dia. A Gabriela Durlo e Camila Rodrigues ao meu ver foram as melhores em cena. Passavam emoção, tristeza, raiva, enfim... duas grandes atrizes que não fizeram feio. Apenas o Moisés, que foi interpretado por um Guilherme muitas vezes apático e sem emoção alguma (como no caso do arbusto ardente. Gente, ele tava falando com o Criador, quer privilégio maior?). Mas relevemos, com o tempo ele melhorou. Vai ser uma novela que vai deixar saudades e que certamente vou preencher com minhas séries favoritas! Abraços Sérgio

John disse...

Ah Sérgio, só uma correção. A praga do granizo foi a sétima, a oitava foi dos grilos! (:

Ulisses disse...

Vc apontou com maestria cada qualidade e cada defeito da novela. Imparcialidade completa. Parabéns!

Clau disse...

Oi Sérgio,
Muito legal sua retrospectiva
e considerações a respeito
dos 'Dez Mandamentos'.
Com exceção do 'embarrigamento' e
desfecho sem nexo,
parece que o folhetim agradou bastante!
Beijos :)

Ramon Siqueira disse...

Ah e ainda ressalvo Gabriela Durlo, que fez de Eliseba uma personagem cativante e emocionou em sua morte e o Victor Pecoraro, pois gostei muito de Ikeni e sua bondade com os hebreus, Victor imprimiu um tom legal para o personagem!

Gabriel disse...

Com certeza um grande momento para a Record.

Mas focando no último capitulo eu simplesmente não entendo tanta decisão amadora em tão pouco tempo. Tanto é vdd o q vc disse sobre eles não terem ideia do sucesso q a novela iria conseguir q inúmeros planejamentos foram feitos e divulgados ao longo desse período final da novela para tentar manter pelo menos um pouco dessa audiência. Foram várias as datas de desfecho e deu no q deu. Todos os capitulo q aconteciam entre as pragas eram muito arrastados e quase nada acontecia. Depois q o mar se fechou e o povo hebreu ficou livre, ai então q a novela murchou de vez, se eles não tivessem essa cede de esticar cada vez mais a novela a última semana renderia mais audiência. Como vc disse a novela deveria acabar na semana da abertura do mar daria mt bem para fazer ótimos capitulo, bem movimentados e fechar a trama com chave de ouro.

E o q dizer dessa decisão ridícula de "ultimo capitulo da temporada".Alguém diz para eles q novela não tem temporada, q isso é coisa de série. O q foi mostrado foi um capitulo normal da novela, ate bom, a cena de Moises voltando do monte com as tábuas, vendo a heresia do povo e indo confrontar o irmão foi ótima mas isso não é jeito de se terminar uma novela. Vim com uma "segunda temporada" para março de 60 capítulos, grita desespero. Eu até entendo q queiram fazer uma conexão da trama de Moises com a de Josue, q vai ser a próxima novela de seguimento bíblico da emissora, até pq uma é seguida da outra. Mas me termina essa história primeiro, pelo menos faz jus ao nome da novela e termina com Moises dando as tábuas definitivas. Aí sim depois se quiser fazer um especial de uma semana antes da estreia da nova novela conectando as novelas e contando o q mais tiver q contar até provavelmente a morte de Moises, ai td bem, mas anunciar segunda temporada de novela é demais para mim.

Tudo isso por conta da falta de planejamento da emissora, q provavelmente não confiou no próprio taco, ou sei la o q esse povo tava pensando mas só foram decidir prepara uma outra novela bíblica para substituir os dez mandamentos quando não dava mais tempo, ai se viu em uma situação bem complicada.Como manter a audiência? Inicialmente "Escrava Mãe" (que parece mt bem feita pela chamada) estava cotada para assumir o lugar de ODM, chegou até a ser anunciada na programação, mas o medo de perder a audiência colocando uma novela "não bíblica" no lugar do maior sucesso foi grande, e não culpo a emissora, acho q a audiência cairia bastante mesmo. Mas escalar a terceira reprise de Rei Davi tbm não é uma boa ideia, de novo entendo a vontade da emissora de manter o horário com produções bíblicas mas serio mesmo, TERCEIRA reprise???!!! Mas sinceramente acho q os números vão se manter maiores do q se "Escrava Mãe" tivesse sido a substituta, carrossel ta ai para mostrar q reprise também pode dar bastante audiência maior até q a inédita.

Mas claro no melhor dos mundos, "A terra prometida" estaria estreando nesta terça. E ODM não teria sido tão esticada, e não teria segunda temporada de novela, e...

Matheus Nogueira disse...

Sérgio,e com o fim de ´´Dez Mandamentos´´começa a terceirização na Record,começa o drama de famílias q não vão ter onde trabalhar,pelos algumas pessoas que trabalhavam no tal Recnov continuarão trabalhando por lá.é como a gente estava comentando em um outro post,a Record não produzira mais suas novelas,minisséries por simplesmente amadorismo de seus diretores,que não souberam o tanto q essa novela faria sucesso,mas essa decisão já tinha sido tomada antes mesmo de a novela estrear.
Uma emissora q mal sabe se organizar,q mal sabe se planejar.como é q a Record quer ser líder desse jeito?é bom seus diretores se refletirem.a Record já passou por uma crise de audiência há pouco tempo atrás e se forem tomadas decisões erradas,que possam prejudicar o futuro da emissora,passará por tudo isso de novo,e quem ganhará com isso é o SBT.

nandoclemente disse...

Análise perfeita da novela Os Dez Mandamentos! A Record errou em escolher a re-reprise de Rei Davi em vez da inédita Escrava Mãe já toda gravada,não se grava uma novela msm que toda terceirizada em 4K pra colocar ela na gaveta.

P.S: vc errou Sérgio Santos,Os Dez Mandamentos não ficou 11 meses no ar e sim 9 meses já que ficou de março a novembro no ar,e 9 meses não é muito visto que a antecessora Vitória ficou 10 meses no ar(junho a março)

Lulu on the sky disse...

´Sem dúvida foi um dos maiores sucessos, fiquei sabendo que vão demitir mais de 500 pessoas da novela
Boa terça.
Big Beijos
Lulu
www.luluonthesky.com

Raquel disse...

Sérgio,

Entendo a frustração de muitos telespectadores com o término pouco apoteótico de ODM e a estranheza do anúncio de uma segunda temporada de uma novela. Mas, sinceramente, na minha opinião não achei grandes problemas em nenhuma das soluções anunciadas pela Record.

Sei que o povo noveleiro está acostumado com últimos capítulos emocionantes, que vem pra fechar todas as histórias desenvolvidas ao longo da novela. Mas porque se desesperar com um final meio incompleto se já se sabe que a hitória continuará em alguns meses? Já me frustrei infinitamente com muitos últimos capítulos de novela e justamente pelo fato de que é isso e acabou. A história morre ali e pronto. Não é o caso de ODM. Aliás, a travessia do deserto é um período em que acontecem muitas coisas interessantes e que mostra como poucas outras partes da Bíblia a relação de amor e ódio do povo escolhido e Deus e a dubiedade do personagens bíblicos que sempre são mostrados com todas as suas falhas. E o povo acha que essa história de personagens dúbios é coisa nova... Talvez por isso também a Bíblia se mostre uma ótima fonte para produções dramatúrgicas. Achei ótima a decisão da emissora de contar essa parte da história que pouca gente conhece.

E também acho que as decisões equivocadas da Record foram o esticamento e o engavetamento indefinido de Escrava Mãe. Não acho que uma segunda temporada começando em alguns meses foi um erro. Acho bem melhor dar um tempo para a produção respirar e se reagrupar e vir com um produto de qualidade. É obvio que entregar a história na mão de outros autores/diretores traria problemas de continuidade e coesão. Nesse sentido, acho que uma transição suave é mais importante do que prover um fechamento de ciclo nesse momento. Até porque o final inesperado deixa o gosto de quero-mais. Então, fico feliz que os atores, roteiristas e produção terão um tempo pra respirar.

No mais, acho que muito das reclamações vem de ODM no final não ter se encaixado no cânone brasileiro de novelas: “Ah, novela não é assim!” Na real, dentre as invocações no gênero que a Globo tentou e que fracassaram retumbantemente, essas eu até acho de menos.

Quero ver agora é se a Regra do Jogo deslancha na história e no IBOPE... Pq agora que ODM acabou, não tem mais desculpa.

Unknown disse...

Sérgio, eu gostei bastante da novela mas fiquei decepcionado com o final. E acho essa segunda temporada completamente desnecessária. Ficaram mais de uma semana enrolando depois que o mar abriu, dava perfeitamente pra contar o resto da história nesse tempo. A Record não sabe mesmo lidar com o sucesso. Foi a mesma coisa com Caminhos do Coração, que era um fenômeno e inventaram uma segunda temporada tosca dos Mutantes e depois ainda criaram uma terceira pior ainda. Só falta fazerem uma trilogia de Os Dez Mandamentos também. Mas no geral eu gostei da novela, o elenco na maioria era péssimo mesmo mas as pragas eram muito boas e essa é uma das melhores tramas bíblicas, de fato. Essa, Verdades Secretas, Além do Tempo e Sete Vidas foram as novelas que eu mais gostei de acompanhar esse ano.
Abraços

MARILENE disse...

Sergio, sua postagem ficou excelente. Não acompanhei a novela, mas li muitos comentários elogiosos sobre a produção, na internet. Bjs.

Unknown disse...

Não se pode negar o sucesso de Os Dez Mandamentos, que balançou o Ibope da Globo, como acontecera anos atrás com Pantanal, da extinga Manchete. Guilherme Winter alcançou. na Record, o sucesso que não atingira na Globo. Mas discordo de uma segunda temporada para a novela. Sempre é bom sair de algo quando se está no auge, porque depois podem vir a decadência e o arrependimento.

Unknown disse...

Foi a melhor produção da record depois de prova de amor, mas não deviam ter esticado, como aconteceu com prova de amor.
Se não é para contar a história até a morte que foi bem depois dele receber as tábuas, então era era melhor terminar com a abertura do mar vermelho e o seu fechamento.
Pra mim isso não á final de novela.
Sua crítica foi excelente e apesar de todos os atores não serem bons, porque eu acho que eles estão começando, os atores mais experientes fizeram o seu papel.

Sérgio Santos disse...

Entendo sua revolta, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Pois é, Caio.

Sérgio Santos disse...

De pleno acordo, Ana!

Sérgio Santos disse...

Discordo, F Silva. Eu apenas disse que a novela foi o maior sucesso da Record, mas em nenhum momento disse que foi a novela de maior qualidade ou a melhor. Mas basta ver a reprise de Rei da Davi para constatar que essa produção teve sim muita qualidade nos efeitos. Mas fiz questão de citar todos os defeitos, mencionando elenco fraco, figurino carnavalesco e trama arrastada. Só que teve pontos positivos também. Mesmo não tendo sido fã dessa novela, eu digo que achei melhor que Paraisópolis, por exemplo. E audiência não implica em qualidade mesmo! bjs

Sérgio Santos disse...

Eu li esse texto do Stycer, Paula, e ele está coberto de razão. É pra Procon mesmo.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Pois é, Ramon, isso de não concluir a trama e inventar segunda temporada afetou o conjunto e deixou o final insípido. Concordo com seus pontos e já fiz o texto da Maria do Bairro. abçs

Sérgio Santos disse...

Roberth, nesse caso acho que foi um erro maior da Record, que enfiava a novela pra depois das 23h, fugindo do imenso sucesso de Amor à Vida na época. Isso prejudicou e muito. E eu já fui o oposto, passei a me interessar pela novela justamente na segunda metade, com a chegada das pragas. A primeira eu achei bem chatinha. abçs

Sérgio Santos disse...

Verdade, Matheus.

Sérgio Santos disse...

John, quando vc mencionou no texto eu corrigi imediatamente. E me confundi mesmo tendo escrito especialmente um texto sobre a sétima praga na época. E novela teve erros e acertos, mas fez sucesso e teve qualidade em alguns pontos. Vc se divertia com as maldades da Yunet? Eu tinha raiva msm. rs Guilherme foi regular e só. Gisele é ruim mesmo, assim como o Marone. Não sou fã de tramas bíblicas, mas essa até que me prendeu e porque é realmente a mais atrativa passagem da Bíblia. abçs

Sérgio Santos disse...

Valeu, Ulisses.

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, Clau. bjs

Sérgio Santos disse...

Concordo sobre a Gabriela, Ramon, mas discordo totalmente do Victor. Acho ele péssimo.

Sérgio Santos disse...

Nossa, Gabriel, vc escreveu absolutamente tudo o que eu penso. Nem acrescentarei mais nada. Assino embaixo!

Sérgio Santos disse...

Isso é triste, Matheus. E o SBT já ganhou, assim como a Globo. A Record só vem perdendo audiência.

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, Fernando. E já corrigi.

Sérgio Santos disse...

Já demitiram, Lulu. Triste essa "recompensa" pelo sucesso.

Sérgio Santos disse...

Aumentou, Raquel. A Regra do Jogo Tem marcado 31 pontos nos últimos dias. Pra quem marcava 24, melhorou muito. E eu achei péssima essa estratégia, não por ter uma ligação com A Terra Prometida, pelo contrário, isso é muito interessante. Mas sim por não concluírem o final dessa novela de sucesso, inventando uma segunda temporada que pode prejudicar ainda mais o conjunto. Fora que eles se esqueceram que os grandes atrativos (as pragas e o mar vermelho) se foram. Só restaram as histórias, que, querendo ou não, sempre estiveram presentes nas outras produções bíblicas. Mas enfim...

Sérgio Santos disse...

Ed, de pleno acordo. Os Mutantes foi um baita sucesso, mas as temporadas que vieram depois não repetiram o êxito e a trama terminou em baixa. Estragaram o conjunto. PS: achei essa novela tosca demais. E o ideal seria encerrar a novela com o fechamento do mar vermelho e o povo livre, com Deus dando os mandamentos a Moisés. Em A Terra Prometida, sim, deveriam abordar essa continuação. Mas não foi o aque fizeram... E tb acho que as melhores novelas de longe foram Sete Vidas, Verdades Secretas e Além do Tempo. abçs

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, Marilene!

Sérgio Santos disse...

Exatamente, Elvira!

Sérgio Santos disse...

Mt bom eu comentário, Vanessa. E eu concordo.

Anônimo disse...

Quero dizer que por um lado, entendo as críticas positivas a essa novela, mas por outro, eu ainda continuo achando que Os Dez Mandamentos é uma das maiores porcarias já produzidas pela Record. A meu ver, claramente serviu apenas para doutrinar pessoas a seguirem a religião deles, ou melhor, arrebatar mais fiéis para se tornarem dizimistas da Universal. Haja visto que a novela virou filme, teve produtos comercializados, virou livro em 2 volumes e até musical.

E também, eu concordo com a Patricia Kogut, por todas as críticas negativas que teceu à novela, pois ela tem experiência no negócio e se fala bem ou mal, é pq sabe o que diz.

E o que dizer da propaganda massiva que a Record fez da novela em sua programação? Só faltava saltar hebreu da tela, toda vez que sintonizada no canal. Se não bastasse as chamadas de capítulo (que são super normais em qualquer emissora), ainda abriam espaço pra falar da novela em telejornais e o caralho a quatro. Era vergonhoso assistir Domingo Espetacular (como se já não fosse sem a novela) e dar de cara com vários minutos dedicados a encher linguiça falando apenas desse assunto. Ou então, a reportagem começava com um assunto interessante, servindo de gancho para Os Dez Mandamentos, como se todo mundo assistisse a essa novela. Eu, coincidentemente, não conheço ninguém que assistiu.

Outro ponto: sinto pena dos profissionais que se dedicam a dar forma a uma novela da Record. Na minha opinião, eles só o fazem por motivos de força maior, no caso, motivos financeiros. Quem é louco de querer fazer novela numa emissora que não sabe nem administrar um sucesso e faz tudo nas coxas?

A Record não tem a mínima tradição em telenovelas, como tem a Globo. Começou a degringolar a partir de quando foi comprada pelo Edir Macedo. A impressão que fica é de que eles têm ideias mirabolantes esporadicamente e querem tudo pra ontem ou anteontem, sem nenhum planejamento, visando apenas bater a concorrência (a única concorrência deles é a Globo, que inclusive, é descaradamente copiada por eles).

Antes de ter sido comprada pelo Edir Macedo, a Record exibia os famosos festivais de MPB na década de 60, só para citar um exemplo dos tempos de ouro da emissora. Mas agora, eles não são nem a sombra dos tempos de outrora. Programas dedicados a explorar violência, fazer sensacionalismo, assistencialismo e tudo mais que há de pior. Além, obviamente, dos programas religiosos. Não sei como ainda não faliu, pois sabe-se que a Record deve direitos trabalhistas a alguns atores.

Enfim, eu poderia gastar horas aqui listando tudo o que a Record tem de ruim. Mas o texto vai ficar muito extenso e eu tenho coisas mais importantes a fazer. Boa noite.