sábado, 27 de dezembro de 2025

Retrospectiva 2025: os piores do ano

 As retrospectivas de fim de ano são uma tradição neste blog e há o costume de apresentá-la em partes. Após a lista de tristes perdas do meio artístico em 2025, chegou a hora das listas de piores, melhores casais, cenas, atores e destaques. Começando, como sempre, pela seleção do que teve de pior no ano que passou. Vamos a eles. 



"Vale Tudo": 

Um dos piores remakes já feitos. Manuela Dias destruiu o fenômeno de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bressères. O público nas redes sociais e a imprensa tinham vários pés atrás com essa adaptação porque tinha tudo para dar errado e deu. A autora destruiu personagens icônicos, como Marco Aurélio e Eugênio, tirou o destaque da Raquel e criou inúmeros conflitos novos e todos com a profundidade de um pires, onde os arcos dramáticos eram resolvidos em no máximo uma semana. Foi tudo tão raso que pareceu uma novela vertical antes mesmo do formato ser lançado pela Globo em suas redes sociais. O irônico é que a escritora reclamou várias vezes da abordagem do alcoolismo de Heleninha e acusou falsamente a obra original de tratar o vício como piada. Mas o que Manuela fez? Uma trama panfletária, com a vilã chamando a filha de alcoolista, e no final Heleninha foi presa acusada de assassinar a mãe, um crime que nem existiu porque Odete Roitman apareceu viva no último bloco em uma sequência ridícula e repleta de absurdos. Ou seja, vai carregar uma culpa inexistente pro resto da vida. Isso citando apenas um dos vários equívocos do roteiro. Não por acaso, vários atores demonstraram insatisfação com a trama. Taís Araújo foi a única que expôs sua opinião com a novela ainda no ar, já outros preferiram esperar o término, como Luis Melo e Maeve Jinkings. A Globo forçou a narrativa do êxito da produção, mas a verdade é que patinou na audiência durante toda a sua exibição e só engrenou na véspera do assassinato de Odete, em plena reta final. O único sucesso foi o comercial porque a repercussão, embora alta, teve um massacre de críticas merecidas. 



"Mania de Você": 

A trama que antecedeu "Vale Tudo" foi um fiasco histórico. Após o sucesso de "Todas as Flores" no Globoplay, João Emanuel Carneiro voltou ao horário nobre da Globo e com a missão de elevar a audiência das nove, após o fracasso do remake de "Renascer". Mesmo diante de uma segunda parte muito mal desenvolvida de sua novela na plataforma de streaming, havia uma boa expectativa para sua nova história. E as chamadas eram convidativas. Porém, a produção se mostrou uma completa catástrofe. A primeira fase apresentou ótimos conflitos e personagens ambíguos, mas a correria dos acontecimentos prejudicou a construção do enredo e a compreensão do público. Para culminar, Amauri Soares ordenou o corte de várias cenas, a ponto de capítulos serem jogados no lixo. O todo poderoso do setor de teledramaturgia achou que aumentaria a audiência a antecipação do assassinato de Molina (Rodrigo Lombardi). Mas foi a partir daí que a trama mergulhou em um poço sem fundo. A segunda fase afastou ainda mais o público por conta de péssimos núcleos secundários e situações absurdas, que colocaram o telespectador como idiota. O que se viu foi um amontoado de reviravoltas sem impacto e qualquer lógica, além de um roteiro exaustivo que sempre voltou para o mesmo lugar. Os atores tiraram leite de pedra, mas não conseguiram milagres. Os personagens eram péssimos e com trajetórias constrangedoras. A cena em que Molina tentou afogar Mércia (Adriana Esteves) no mar entrou para a galeria das mais toscas da teledramaturgia diante dos efeitos especiais patéticos. O mocinho, Rudá (Nicolas Prattes), foi assassinato por causa da rejeição do público e o vilão transformado em bonzinho sem uma construção crível. A direção de Carlos Araújo resultou em algumas cenas dignas de um produto amador. A cada capítulo tudo ficava pior e o fim foi um alívio para público e elenco. O título de pior média de audiência da história do horário nobre é merecido.


"BBB 25": 

A edição comemorativa do maior reality do país não poderia ter sido pior. Tudo o que Rodrigo Dourado tentou fazer para salvar a temporada fracassou e Tadeu ainda enfrentou um show de falta de respeito de um elenco apático e sem carisma. Poucos se salvaram ao longo dos quatro meses de confinamento e foi um erro enfiar os participantes na casa em duplas, uma vez que houve uma dissipação de conflitos diante da segurança emocional que cada um tinha ao ter algum afeto ao seu lado. As provas também não apresentaram qualquer impacto, assim como as votações. Tanto que todos os integrantes desapareceram da mídia assim que a edição saiu do ar, incluindo a vencedora, que protagonizou uma vitória constrangedora diante do resultado divulgado: ela levou no voto da torcida, mas perdeu de lavada no voto único. 



Apagamento de Raquel em "Vale Tudo": 

O que aconteceu com Taís Araújo merece um comentário à parte do show de horrores que foi o remake de Manuela Dias. A força de Raquel foi minada ao longo dos meses e o maior naufrágio da personagem foi a sua volta para a pobreza, algo que não existiu na versão original, e criada pela autora apenas para humilhar a mocinha de forma gratuita e sem qualquer coerência. O mesmo erro já tinha sido cometido por Manuela com a mesma Taís em "Amor de Mãe", a problemática e até então única novela no currículo da escritora. Para culminar, a personagem perdeu ainda mais importância depois que a atriz declarou publicamente sua insatisfação. Taís também denunciou a autora para o compliance da Globo e Manuela, em resposta, também a denunciou alegando falta de ética. Um fechamento de ciclo traumático em um remake que se resumiu a um festival de erros. 



"The Masked Singer Brasil": 

O formato já estava desgastado, mas a Globo tentou salvá-lo com duas novidades: a apresentação de Eliana, que estreou na emissora comandando o programa semanal, e com uma edição especial repleta de personagens icônicos da teledramaturgia, em comemoração aos 60 anos de Globo. Mas não funcionou. A repercussão foi praticamente nula e a audiência bem modesta. Ao que tudo indica, o resultado aquém do esperado marcou o fim da atração. 

"Êta Mundo Melhor!":

O texto de Mauro Wilson vem fazendo jus ao Walcyr Carrasco, a direção de Amora Mautner é competente e o elenco muito bem escalado. Mas então qual a razão da trama estar nesta lista? É simples: a novela é chata. Parece uma análise simplista, mas é a mais honesta possível a respeito de uma história que é a continuação de uma obra que não tinha o que continuar. "Êta Mundo Bom!" foi um fenômeno de Walcyr e fechou seu ciclo sem qualquer brecha para uma segunda parte. Até porque qualquer folhetim nem tinha que ter continuação e todas as que fizeram até agora não funcionaram. A trama das seis não tem enredo e o telespectador pode se dar ao luxo de não assisti-la por mais de três semanas que não vai perder nada de relevante. A solução de Carrasco para essa continuação sem propósito foi regredir vários personagens e reeditar os conflitos da versão original. Um dos poucos acertos é o protagonismo de Dita (Jeniffer Nascimento) e sua relação com Candinho (Sérgio Guizé), além do recente casal formado por Estela (Larissa Manoela) e Túlio (Cadu Libonatti). O resto é um amontoado de enredos soltos e com ausência quase total de conflitos. Não por acaso, a repercussão da novela nas redes sociais é muito baixa, principalmente se comparada com "Garota do Momento". Embora a audiência seja boa, está poucos décimos acima da produção anterior. É uma obra sem alma e que vai passar em brancas nuvens. 



"Casos de Família": 

O programa comandado por Cristina Rocha sempre foi um show de baixarias e muitas vezes com a clara sensação de armação diante de algumas situações que parecem encenadas. A atração saiu do ar em março de 2023, mas voltou ao ar em julho deste ano. E voltou ainda pior, agora com agressões (ou teatro de quinta categoria) em pleno palco. Saudades da época em que o formato era apresentado por Regina Volpato e levantava debates interessantes e de nível. 


"Programa do João":

A atração comandada pelo filho do Faustão estreou na Band em 2023 e nunca mostrou a que veio. Com quadros genéricos e reportagens repetitivas, além de maçantes, o formato nunca fez sucesso ou teve qualquer repercussão. Mas João anunciou sua ida para o SBT neste ano e havia uma esperança de reformulação no formato. Só que a estreia, no dia 9 de agosto, deixou claro que era mais do mesmo. Um esgotamento de um programa que não está nem há 4 anos no ar.



"Caldeirão com Mion": 

Outro formato que se esgotou. A estreia de Marcos Mion na Globo foi deliciosa e a sua felicidade na nova casa ficou visível em todos os momentos, o que ajudou muito em sua difícil missão de substituir Luciano Huck nas tardes de sábado. Mas o que se vê atualmente é um conjunto de quadros repetitivos e constantes mensagens religiosas de autoajuda, onde a emoção, muitas vezes forçada, se faz presente o tempo todo. O "Sobe o Som", por exemplo, já é uma cópia do "Ding Dong", do "Domingão do Faustão", que era claramente 'inspirado' no "Qual é a Música", do SBT. É tanta repetição que às vezes os programas parecem reprises. 



"Aberto ao Público": 

Mais uma decisão péssima da atual gestão da Globo. A aposta no novo programa de humor foi um mico gigantesco. Maurício Meirelles, Bruna Louise, Murilo Couto e Thiago Ventura comandaram uma atração repleta de piadas bestas com o intuito de sacanear as pessoas da plateia, enquanto fazem brincadeiras idiotas com algum famoso no palco. É uma espécie de 'stand up comedy' que se apoia em terceiros 'para fazer rir'. Quem quer pagar por isso pode até gostar, afinal, está lá porque quer, mas ao transmitir esse formato na televisão foi um erro crasso. O resultado foi um fiasco de audiência e repercussão praticamente nula. Nem pra falar mal as pessoas se interessavam. O máximo que conseguiram foi pautar alguns sites de fofocas por conta da fake news que fizeram Gracyanne Barbosa postar em seu Instagram sobre a adoção de um bebê reborn. 


"The Voice Brasil": 

Se o reality musical já não tinha qualquer repercussão na Globo, imagine no SBT... A competição ficou no ar na líder entre 2012 e 2023, totalizando 12 temporadas e 184 episódios. Nunca conseguiu emplacar os vencedores e foram poucos os que conseguiram um espaço na mídia. As últimas edições estavam maçantes e a Globo fez muito bem em desistir do formato. Só que Boninho o levou para a emissora de Silvio Santos em 2025 e a exibiu entre 6 de outubro e 22 de dezembro. Thiago Leifert voltou a apresentar e os novos técnicos foram Péricles, Mumuzinho, Matheus e Kauan e Duda Beat. Muita gente nem sabia que estava no ar novamente, mas para funcionou os padrões do SBT: obteve por volta dos 7 pontos, manteve a vice-liderança e deu um bom retorno comercial diante dos patrocinadores levados pelo diretor. Ainda assim, é um programa que já deu o que tinha que dar. 


Etarismo na teledramaturgia:

É verdade que a situação melhorou em comparação aos anos anterior, mas ainda assim está muito longe do ideal. Os avôs e avós quase não existem mais nas histórias e quando são colocados acabam interpretados por atores mais jovens ou então são descartados rapidamente. Preteridos pela Globo, vários atores vêm sendo aclamados no teatro, como Irene Ravache, Othon Bastos, Nathalia Timberg, entre tantos outros. Em 2025, no entanto, a emissora criou a Calçada da Fama dos Estúdios Globo para homengeá-los. É uma linda ideia, mas falta a escalação nas novelas. O sucesso de Suely Franco, em "Dona de Mim", e Arlete Salles, em "Três Graças", é a prova da importância dos veteranos. Mas um por novela ainda é muito pouco. 


"Globoplay Novelas":

Uma das muitas decisões equivocadas da atual cúpula da Globo. O Canal Viva era uma marca consolidado e amada pelo grande público. Não deu para entender até agora o objetivo prático dessa mudança. Acabar com a programação para transmitir apenas novelas 24h se mostrou um equívoco, até porque para preencher toda a grade é necessário um festival de reprises dentro das reprises. E fica difícil para o telespectador se programar para assistir ao que quer porque é bem difícil cada folhetim começar na hora marcada. O resultado foi uma queda na audiência do canal e na repercussão nas redes sociais. Para culminar, houve uma piora até para realizar uma procura na internet, já que quando se digita 'Globoplay Novelas' aparece na tela as produções que estão no streaming e não no canal a cabo. A HBO Max também cometeu um erro crasso ao deixar apenas 'Max' como marca e depois se arrependeu. Resta esperar se o mesmo vai acontecer agora. 

2 comentários:

Pedrita disse...

gostei do bbb, mas é mais um q após o final não queremos mais ver o vencedor nem pintado de ouro. acho curioso isso. tem alguns bbbs com essa mágica, amamos e lutamos pelo vencedor e depois não queremos nem mais ouvir falar. eu ainda não tenho uma opinião formada pelo nome globoplay novelas. inclusive revi além do tempo e amei. pensando em marketing, acho bom juntar o nome aos produtos da globo. o resto não vi. beijos, pedrita

Anônimo disse...

Milagre o Zamenza ter colocado Eta Mundo Melhor, na lista dos piores do ano, o criador e o mesmo autor de Eta Mundo Bom, ele listou porque e outro autor, quem merecia tá na nessa lista de Piores do ano, e Dona de Mim, o Zamenza não colocou por ser um dos maiores bajiladores da Rosane Swartman, eu adoro ela mais tenho que admitir, Dona de Mim e a pior trama da Rosane e no Horário das Sete.