Nos últimos dias do ano, é hora de fazer um balanço de tudo o que passou ao longo de doze meses. O ano de 2025 foi marcado pelas muitas perdas que aconteceram entre cantores, atores e jornalistas. Vários nomes de peso deixaram o cenário cultural mais vazio e triste. Hoje se inicia a retrospectiva tradicional do blog e começando com saudade.
Léo Batista (1932 - 2025):
João Baptista Bellinaso Neto faleceu no dia 19 de janeiro, aos 92 anos, em função de um tumor no pâncreas, após internação para tratar dores abdominais e desidratação. O âncora e repórter, que esbanjou simpatia ao longo de quase um século de vida, se identificou mais com a imprensa esportiva ao longo da carreira, mas soube marcar espaço em muitas outras coberturas. Além de fazer parte do "Jornal Nacional", passou 40 anos cobrindo o Carnaval no Rio de Janeiro no rádio e na televisão. Dedicou cerca de 77 anos ao jornalismo, tendo sido 54 deles só na TV Globo. Conhecido pela sua voz marcante, Seu Léo virou referência na cobertura esportiva e até hoje muitos lembram de seu quadro no "Fantástico" ao lado de uma zebrinha de papelão que falava o resultado dos jogos dos campeonatos. Foi o primeiro apresentador do "Jornal Hoje", em 1971, do "Esporte Espetacular", em 1973, e do "Globo Esporte", em 1978. Nunca se aposentou e seguia trabalhando até ano passado em um quadro no "Globo Esporte".

Márcia Lage (1960 - 2025):
A carnavalesca faleceu no dia 19 de janeiros, aos 64 anos, vítima de leucemia. Márcia e seu marido, Renato Lage, formaram uma dupla consagrada no Carnaval do Rio de Janeiro. Foram campeões pela Mocidade Independente de Padre Miguel em 1990, 1991 e 1996. O casal voltou à escola em 2024 e para a dição de 2025 produziram o enredo "Voltando para o futuro - Não há limites para sonhar". Em mais de 30 anos de carreira, ela também trabalhou na Portela, Grande Rio e Salgueiro, onde conquistou o título do Grupo Especial em 2009, e em São Paulo com a Vai-Vai.
Marina Colasanti (1937 - 2025):
Autora de mais de 70 obras para adultos e crianças, a escritora e artista-plástica Ítalo-brasileira faleceu no dia 28 de janeiro, aos 87 anos, em decorrência de uma pneumonia --- ela ainda sofria do Mal de Parkinson. Em 2023, se tornou a 10ª mulher a conquistar o cobiçado Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras. Ainda ganhou nove vezes o Prêmio Jabuti. Marina foi autora de poesias, contos, literatura infantil e infanto-juvenil. Também era jornalista e tradutora.
Vital Farias (1943 - 2025):
O cantor e compositor paraibano faleceu no dia 6 de fevereiro, aos 82 anos, em virtude de um problema cardíaco. Em 1978, gravou seu primeiro disco e sua primeira composição gravada foi "Ê Mãe", em parceria com Livardo Alves e gravada por Ari Toledo, ambos já falecidos. Compositor nato, Vital ficou conhecido nacionalmente por músicas como "Canção em Dois Tempos" e pelas famosas cantorias, com ar de humor e nordestinidade. Sucessos como "Ai, que Saudade D`Ocê", na voz de Elba Ramalho, e "Veja", na voz de Geraldo Azevedo, também foram compostas por ele.
Cacá Diegues (1940 - 2025):
O roteirista, produtor, escritor e cineasta faleceu no dia 14 de fevereiro, aos 84 anos, em virtude de complicações cardiorespiratórias antes de uma cirurgia. Membro da Academia Brasileira de Letras, Cacá era um dos maiores cineastas do Brasil e responsável por filmes icônicos, como "Xica da Silva", "Bye Bye, Brasil", "Quilombo" e "Deus é Brasileiro". Seu último filme lançado foi "'O Grande Circo Mítico", em 2018, e o diretor estava trabalhando as filmagens de "Deus ainda é brasileiro". O respeitado profissional ainda tinha uma coluna mensal no jornal O Globo e seu último texto foi sobre o sucesso do filme "Ainda Estou Aqui".
Mauro Santa Cecília (1962 - 2025):
O compositor, poeta, letrista e escritor carioca faleceu no dia 15 de fevereiro, aos 63 anos, após sete anos de luta contra o câncer. Mestre em literatura, o poeta se diplomou na arte de escrever para o cancioneiro pop brasileiro. A carreira de compositor decolou quando a canção "Por Você" --- assinada com Frejat e Maurício Barros --- estourou ao ser lançada no álbum eletrônico do Barão Vermelho, "Puro Êxtase", em 1998, e ao ser regravada no ano seguinte pela própria banda carioca no disco Balada MTV (1999). O sucesso ampliou a parceria com Frejat e Maurício e o trio compôs o sucesso "Amor Pra Recomeçar" em 2001, música-título do primeiro álbum solo do Frejat. Outras parcerias e parceiros vieram na sequência.
Carlos Miranda (1933 - 2025):
O ator e policial faleceu no dia 17 de fevereiro, aos 91 anos, de causas naturais. O astro da série "O Vigilante Rodoviário, exibida pela extinta TV Tupi, entre 1962 e 1963, e pela TV Globo em 1972, deixou sua marca na televisão brasileira. O intérprete do personagem título protagonizava a história ao lado do pastor alemão Lobo e os dois viviam aventuras em torno da Rodovia Anhanguera, em São Paulo. O personagem não tinha truques ou efeitos especiais, usava armas comuns e andava pelas estradas a bordo de um Simca Chambord 1959 ou de uma Harley-Davidson 1952.
Amélia Bittencourt (1938 - 2025):
A atriz faleceu no dia 23 de fevereiro, aos 86 anos, e a causa da morte não foi revelada. Na TV Globo, a veterana atuou em "A Indomada" (1997), "Meu Bem Querer" (1998), "Negócio da China" (2008), "Avenida Brasil" (2012), "Verdades Secretas" (2015) e "Velho Chico" (2016). Seu último trabalho foi na série "Filhos da Pátria", em 2017. Também teve um longo currículo no teatro, onde atuou em peças como "A Moratória", "Vestido de Noiva" e "Bonitinha, mas ordinária". Ainda teve uma respeitada trajetória no cinema e sua última aparição foi no filme "Incompatível", em 2022.
Affonso Romano de Sant`Anna (1937 - 2025):
O escritor faleceu no dia 4 de março, aos 87 anos, e foi diagnosticado com Alzheimer em 2017. Partiu quase dois meses depois de sua esposa, a também escritora Marina Colasanti. Affonso publicou mais de 60 livros, de gêneros como poesia e crônica. Em 2006, o mineiro ganhou o Prêmio Jabuti, promovido pela Câmara Brasileira do Livro, por Vestígios, na categoria Poesia. Também foi professor de literatura no Brasil e no exterior, além de ter sido direto do departamento de Letras e Artes da PUC- Rio entre 1973 e 1976. Ainda presidiu a Fundação Biblioteca Nacional de 1990 a 1996 e colaborou em jornais como O Globo, Jornal do Brasil, Estado de Minas e Correio Braziliense.
O ex-integrante do grupo Dominó faleceu no dia 4 de março, aos 50 anos, por complicações de um câncer de intestino. O paulistano tratava os sintomas da doença desde 2023, quando foi diagnosticado, e desde novembro do ano passado enfrentava uma metástase no tórax. Antes de fazer sucesso no Dominó, Klaus trabalhou como modelo e assistente de palco de programa de televisão, como o "Passa ou Repassa", do SBT, e também posou nu para revistas. Ele entrou no grupo musical em 1999, substituindo Rodrigo Phavanello, e permaneceu até 2005. Em 2020, voltou aos palcos em uma carreira solo e planejava lançar um documentário sobre o Dominó.
Thelma Lúcia (1950 - 2025):
A dubladora faleceu no dia 14 de março, aos 75 anos, e a causa da morte não foi divulgada. Voz de personagens icônicos, a atriz deixou um legado inestimável na história da dublagem. Thelma iniciou sua carreira em 1974 e emprestou a voz a personagens até hoje lembrados pelo público, como Margaux Kramer, na série "Punk, a levada da breca", e Lilian Marie Jillian DeVille, em "Rugrats: Os Anjinhos". A atriz também dublou o Pequeno Príncipe em "As Aventuras do Pequeno Príncipe", o Kuririn em "Dragon Ball", Mikey em "Pokémon", "Doug", entre tantos mais. Ainda atuou como diretora de dublagem em diversos projetos.
Daniel Sabbá (1955 - 2025):
O surfista e apresentador faleceu no dia 21 de março, aos 70 anos. Ele enfrentava complicações em decorrência de um câncer e convivia com sequelas de um acidente de moto. Sabbá participou de vários campeonatos nos anos 1980 e apresentou alguns programas de entretenimento, como o "Sabbá Show", na Band e na CNT. Ainda participou de algumas novelas, como "Paraíso Tropical", "Belíssima", "América" e "Pecado Capital". Foi casado com a cantora e guitarrista Syang e em 2002 ambos se separaram enquanto ela participava no reality "Casa dos Artistas", no SBT.
Heloísa Teixeira (1939 - 2025):
A escritora e imortal da ABL faleceu no dia 28 de março, aos 85 anos, vítima de complicações de uma pneumonia e insuficiência respiratória aguda. A professora feminista construiu uma longa trajetória na vida intelectual do país nos últimos 60 anos. Conhecida como Heloísa Buarque de Hollanda, decidiu aposentar o sobrenome famoso que herdara de seu primeiro companheiro --- o advogado e galerista Luiz Buarque de Hollanda, já falecido --- em 17 de julho de 2023, aos 83 anos. Onze dias depois tomou posse na Academia Brasileira de Letras, sucedendo Nélida Piñon, já com a nova identidade. Foi uma das maiores pensadoras do feminismo brasileiro e construiu uma volumosa produção acadêmica.
Antônio Barros (1930 - 2025):
Um dos maiores nomes da música popular nordestina faleceu no dia 6 de abril, aos 95 anos. O cantor e compositor paraibano sofria do Mal de Parkinson e estava internado desde o início do ano, vítima de complicações causadas por uma broncoaspiração. Antônio é autor de mais de 700 músicas, entre elas "Bate Coração", "Procurando Tu", "Homem com H", "Por Debaixo dos Panos" e "Forró do Xenhenhém". Suas músicas foram imortalizadas nas vozes de Ney Matogrosso, Fagner, Elba Ramalho, Gillberto Gil, Alcione, Luiz Gonzaga, entre outros gigantes da música brasileira. Foi o responsável por dar identidade e voz ao forró moderno, misturando irreverência, crítica social e regionalismo.
Cristina Buarque (1950 - 2025):
A cantora e compositora faleceu no dia 20 de abril, aos 74 anos, vítima de um câncer de mama que vinha tratando há tempos. Filha do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda, era irmã de Chico Buarque, Miúcha e Ana de Hollanda e estreou como cantora em 1967 quando participou do Álbum "Onze Sambas e uma Capoeira". Preferia não ser reconhecida como irmã do Chico, ganhou o apelido de Chefia e foi chamada de pescadora de verdadeiras pérolas da música brasileira. Participou recentemente da roda de samba da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde morava.
Lúcia Alves (1948 - 2025):
A atriz faleceu no dia 24 de abril, aos 76 anos, vítima de um câncer no pâncreas, diagnosticado em 2022. A veterana atuou por mais de 50 anos em TV, teatro e cinema. Foi premiada no Festival de Brasília pelo filme "Bendito Fruto" e um de seus papeis mais marcantes em novelas foi a Índia Potira, de "Irmãos Coragem". Foram muitas participações ao longo de sua carreira em folhetins e séries da Globo, entre elas "Ti Ti Ti", "Barriga de Aluguel", "Carga Pesada", "A Diarista", "O Cravo e a Rosa" e "Toma Lá, Dá Cá". "Joia Rara" foi a última novela da Globo que contou com seu talento, em 2013. Seu último trabalho na televisão foi em "República do Peru", série da TV Brasil.
Karen Silva (2008 - 2025):
A cantora faleceu no dia 25 de setembro, aos 17 anos, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico. A adolescente ficou conhecida em todo o Brasil quando participou do "The Voice Kids", em 2020. À época, ela fez parte do time de Carlinhos Brown, tinha apenas 12 anos e era um talento.
Nana Caymmi (1941 - 2025):
A cantora faleceu no dia 1º de maio, aos 84 anos, e estava internada há nove meses para tratar de um quadro de arritmia cardíaca e sofreu uma overdose de opioides. Uma das vozes mais emblemáticas da música brasileira, a filha do saudoso Dorival Caymmi tinha 726 gravações registradas no ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) e foram inúmeros os seus sucessos, como "Resposta ao Tempo", "Não se Esqueça de Mim", "Suave Veneno", "Hoje Canções", "Só Louco", "Lembra de Mim", "Dois Corações", "De Volta ao Começo", "Meu Bem Querer", entre tantas outras.
Millena Brandão (2014 - 2025):
A atriz mirim faleceu no dia 2 de maio, aos 11 anos, vítima de um tumor cerebral. A menina sentiu fortes dores de cabeça e teve que ser internada com urgência. O quadro grave virou uma emergência neurológica até o seu falecimento. Os pais não sabiam da existência de um tumor. A menina tinha feito participação como figurante na novela infantil "A Infância de Romeu e Julieta", no SBT, e atuou na série "Sintonia", da Netflix.
Maria Lúcia Godoy (1924 - 2025):
A soprano faleceu no dia 16 de maio, aos 100 anos. Voz fundamental da cultura mineira e brasileira, Maria era considerada uma das maiores cantoras líricas do Brasil e foi a maior intérprete de Villa-Lobos no mundo. Sua voz foi descrita por Carlos Drummond de Andrade como "ouro que não se destrói". Ela ainda escreveu livros infantis, colunas de jornal e deixou uma discografia de 20 CDs e LPs, incluindo o último trabalho, "Acalantos" (2012), com cantigas de sua autoria.
Dorinha Durval (1929 - 2025):
A atriz faleceu no dia 21 de maio, aos 96 anos, e a causa não foi divulgada. A notícia foi dada pela atriz Carla Daniel, a sua filha com o diretor Daniel Filho. A também vedete, bailarina e cantora fez várias participações marcantes na televisão. Brilhou em "Verão Vermelho", "Irmãos Coragem"; "Selva de Pedra" e viveu seu auge como Dulcinea, uma das irmãs cajazeiras em "O Bem Amado", em 1973. Em 1977, foi a primeira Cuca de "O Sítio do Pica-Pau Amarelo". Em 1980, sua vida foi marcada por uma tragédia familiar. Durante uma briga, Dorinha deu três tiros e matou o marido, o publicitário Paulo Sérgio Alcântara. Ela alegou legítima defesa e teve seu primeiro julgamento anulado, mas depois acabou condenada a seis anos de prisão e cumpriu nove meses em regime semiaberto. Abandonou a carreira depois que ganhou sua liberdade e passou a trabalhar em artes plásticas. Sua última e única aparição na televisão, após o traumático acontecimento, foi em 2006 na novela "Belíssima", na Globo.
Sebastião Salgado (1944 - 2025):
Um dos maiores nomes da fotografia documental faleceu no dia 23 de maio, aos 81 anos, em Paris, onde vivia com Lélia Wanick, a esposa e parceira de trabalho. A causa da morte foi uma complicação de saúde decorrente de uma malária contraída em 1990 e que debilitou sua condição física desde então. Economista de formação, Sebastião se reinventou em 1970, quando saiu do Brasil para se refugiar da ditadura militar, instaurada em 1964, e mergulhou no mundo da fotografia. Logo virou o ícone da imagem documental mundo afora e viajou por mais de 120 países. Documentou trabalhadores braçais, povos indígenas ameaçados, desmatamentos, tragédias humanitárias, genocídios e muitas realidades invisibilizadas. Fotografava majoritariamente em preto e branco e durante boa parte da carreira usou câmeras analógicas.
Bira Presidente (1937 - 2025):
O fundador do Cacique de Ramos, um dos blocos de Carnaval e centro cultural mais importantes do Rio de Janeiro, e do Fundo de Quintal faleceu no dia 14 de junho, aos 88 anos. Ele estava em tratamento contra um câncer de próstata e tinha Alzheimer. Foi um dos músicos mais importantes do samba no Rio e ajudou a transformar as rodas do subúrbio em um movimento musical que revolucionou o ritmo. Bira era percussionista, cantor e compositor. Uma das grandes personalidades do samba no Brasil.
Hélio Delmiro (1947 - 2025):
O músico faleceu no dia 16 de junho, aos 78 anos. Ele estava com a saúde debilitada por complicações da diabetes e de problemas renais. Considerado uma lenda da música brasileira, um dos maiores violonistas e guitarristas do mundo, Hélio gravou com os grandes da MPB (Elis Regina, Tom Jobim, Elizete Cardoso, João Bosco, Renato Russo, Clara Nunes, entre tantos outros) e com a diva americana do jazz Sarah Vaugahan. Seu último registro musical, "Certas Coisas" (seu primeiro álbum em mais de 20 anos de carreira), gravado com o cantor Augusto Martins, foi lançado em maio deste ano.
Cícero Sandroni (1935 - 2025):
O escritor e jornalista faleceu no dia 17 de junho, aos 90 anos, vítima de um choque séptico causado por infecção urinária. Ele também enfrentava a doença de Alzheimer. O ex-presidente da Academia Brasileira de Letras ajudou a organizar o manifesto doss Mil, documento dos intelectuais que acabou com a censura em 1976. Passou pela "Tribuna da Imprensa", "Correio da Manhã", "Jornal do Brasil", Rádio Jornal do Brasil e "O Globo". Em 1995, deixou o jornalismo para escrever a biografia de Austregésilo de Athayde. Em 2003, se tornou o sexto ocupante da cadeia número 6 da ABL. Tornou-se presidente em 13 de dezembro de 2007, em eleição unânime.
Francisco Cuoco (1933 - 2025 ):
O ator faleceu no dia 19 de junho, aos 91 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado há 20 dias por conta de uma infecção nos rins. Cuoco foi um dos atores mais aclamados do país ao longo dos quase 70 anos de carreira na dramaturgia. O galã protagonizou inúmeras novelas clássicas, como as versões originais de "Selva de Pedra" (1972), "Pecado Capital" (1975) e "O Astro" (1977). Era o ator favorito do casal de autores Dias Gomes e Janete Clair. Passou pela Tupi, Excelsior e Record, até estrear na Globo em 1970, na novela "Assim na Terra, como no Céu", de Dias Gomes. Nunca mais saiu da maior emissora do país e esteve em inúmeros folhetins, vide "O Salvador da Pátria", "O Clone", "América", "Cobras & Lagartos", "Passione", "A Vida da Gente", entre tantos outros. Sua última novela foi uma participação como ele mesmo em "Salve-se Quem Puder", exibida em 2020. Já sua última aparição na tevê foi no humorístico "No Corre", no canal a cabo Multishow, em 2023. O veterano ainda conseguiu assistir ao especial "Tributo", em sua homenagem, exibido 13 dias antes de seu falecimento, na Globo.

Maria Augusta (1942 - 2025):
A carnavalesca faleceu no dia 11 de julho, aos 83 anos, vítima de falência múltipla de órgãos. Ela descobriu um câncer na bexiga no início do ano e estava fazendo quimioterapia. A artista era jurada do Estandarte de Ouro, do Jornal O Globo, e teve seu nome gravado no panteão dos grandes criadores do Carnaval. Era um dos maiores nomes do Carnaval carioca e em 1968 passou a integrar o grupo que preparava os desfiles do Salgueiro, sob a supervisão de Fernando Pamplona. A artista também deixou sua marca nos carnavais inesquecíveis da União da Ilha do Governador, como "Domingo" (1977), onde foi pioneira no uso de todas as cores em um desfile de Escola de Samba, e "O Amanhã", de 1978. Também teve passagens por Tradição, Paraíso do Tuiuti e Beija-Flor. Era professora de Artes aposentada da Escola de Belas Artes da UFRJ. Ainda trabalhou por muitos anos como comentarista dos desfiles das escolas na Globo.
A cantora faleceu no dia 12 de julho, vítima de um mal súbito. Sol ganhou destaque na década de 1980 com músicas como "Meu Gatinho" (lançada em 1981), "Sonho Colorido" e "Professor de Amor". Em 1989, lançou o álbum "Sol - Lambada Amor Tropical" e ganhou projeção televisiva no Brasil, o que a levou a fazer shows no Japão, país em que viveu por mais de vinte anos e recebeu o apelido de Musa do Imperador.
A cantora faleceu no dia 20 de julho, após uma longa batalha contra um câncer de intestino, descoberto em 2023. Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, sobrinha de Caetano Veloso e meia-irmã de Bem Gil, Bela Gil e Nara Gil, Preta foi uma das artistas mais queridas do Brasil e sua morte provocou uma comoção nacional. Se lançou como cantora em 2002 e produziu quatro álbuns ao longo de sua carreira (Prêt-à Porter em 2003, Preta em 2005, Sou Como Sou em 2012 e Todas As Cores em 2017). Trabalhou como atriz nas novelas "Agora é que são elas" (2003), da Globo, e "Caminhos do Coração" (2007), na Record, além de ter feito participações vivendo ela mesma em "Ti Ti Ti" (2010) e "Cheias de Charme" (2012). Criou o Bloco da Preta em 2016 e virou um dos grandes sucessos do Carnaval. Como empresária, foi fundadora e sócio-diretora da Music2Mynd.
Maurício Silveira (1977 - 2025):
O ator faleceu no dia 3 de agosto, aos 48 anos, vítima de complicações após uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino. Ele chegou a passar por três procedimentos cirúrgicos. Na Globo, Maurício participou de novelas como "Cobras & Lagartos" e "Insensato Coração" e na Record em produções como "Balacobaco" e "Reis".
Arlindo Cruz (1958 - 2025):
O cantor faleceu no dia 8 de agosto, aos 66 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele estava afastado da cena musical desde 2017, quando sofreu um AVC. Um dos maiores sambistas de todos os tempos, Arlindo Domingos da Cruz Filho era cria de Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro, e apaixonado pela escola de samba Império Serrano, o músico se tornou um dos maiores compositores de sua geração e era conhecido pela riqueza melódica de suas composições, pelas letras carregadas de sentimentos e pela malandragem de seu partido-alto. Gravou nove álbuns em sua carreira solo e sua obra contempla 795 músicas.
Jaguar (1932 - 2025):
Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe faleceu no dia 24 de agosto, aos 93 anos, vítima de uma pneumonia. O genial cartunista foi um dos fundadores do jornal O Pasquim, em junho de 1969, um dos períodos mais difíceis da ditadura militar. Foi autor de dois livros: "Ipanema - Se Não Me Falha a Memória" (2000) e "Já Confesso que Bebi" (2001). Criou vários personagens marcantes, como o ratinho Sig --- alusão ao Sigmund Freud ---; Chopnics, Gastão, o Vomitador; Bóris, o Homem-Tronco; entre outros. Também foi o responsável pelas animações de várias vinhetas do Plim Plim que a Globo exibia na hora dos comerciais dos filmes que exibia na década de 1990.
Íris Lettieri (1941 - 2025)
A locutora mais famosa do país faleceu no dia 28 de agosto, aos 84 anos, vítima de um infarto fulminante. Ela marcou gerações com sua voz inconfundível no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro. Sua marca também se espalhou por outros aeroportos brasileiros, como o de Guarulhos, em São Paulo. No Galeão, Íris era a voz desde 1970. Também trabalhou como cantor, atriz e modelo.
Luis Fernando Verissimo (1936 - 2025):
Um dos escritores mais lindos e bem-sucedidos no Brasil faleceu no dia 30 de agosto, aos 88 anos, em virtude de complicações decorrentes de uma pneumonia. Ele sofreu um AVC em 2021, o que o afastou afastou da escrita. Nascido em Porto Alegre, foi filho do escrito Érico Veríssimo e construiu uma carreira marcado pelo humor refinado, ironia sofisticada e versatilidade ao transitar entre as crônicas, livros infanto-juvenis, romances e quadrinhos. Sua popularidade se consolidou na década de 1980 com a criação de personagens marcantes, como o "Analista de Bagé". Ao longo da carreira, publicou mais de 70 livros e vendeu cerca de 5,6 milhões de cópias, tornando-se um dos autores mais lidos do país. Deixou um legado inestimável para a literatura e o jornalismo brasileiro.
Silvio Tendler (1950 - 2025):
Um dos maiores documentaristas brasileiros faleceu no dia 5 de setembro, aos 75 anos, vítima de uma infecção generalizada. Ele enfrentava há 10 anos uma neuropatia diabética, doença que prejudica o sistema nervoso. Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, produziu e dirigiu mais de 70 filmes e 12 séries televisivas. Conhecido como 'o cineasta dos sonhos interrompidos' ou 'cineasta dos vencidos', Silvio dedicou sua carreira a contar histórias de personalidades como João Goulart, Juscelino Kubitschek, Carlos Marighella e Glauber Rocha.
Pedro Farah (1930 - 2025):
O ator faleceu no dia 4 de setembro, aos 95 anos, vítima de um infarto. Com uma carreira que atravessou mais de sete décadas, Pedro, que também tinha o apelido de Farnetto, iniciou sua carreira no teatro em 1954, onde atuou na peça "A Revolta dos Brinquedos". Entre 1976 e 1982, passou a ser reconhecido pelo grande público graças ao sucesso de "Planeta dos Homens", onde interpretava o copeiro que era chamado de Múmia Paralítica pelo personagem de Agildo Ribeiro. A dupla caiu na boca do povo e Pedro reviveu o papel no "Zorra Total", em 2013, onde também participava dando a vida a vários outros perfis. Aliás, era uma figurinha carimbada em várias novelas e séries da Globo, sempre fazendo breves participações. A última trama que contou com seu talento foi "A Dona do Pedaço", em 2019.
Angela Ro Ro (1949 - 2025):
A cantora e compositora faleceu no dia 8 de setembro, aos 75 anos, vítima de uma infecção pulmonar grave. Dona de uma voz inconfundível e de um estilo que misturava blues, samba-canção, bolero e rock, Angela Maria Diniz Gonçalves foi um dos nomes mais autênticos da música popular brasileira. Ela marcou gerações com sua voz rouca, canções intensas e personalidade irreverente. "Amor, Meu Grande Amor" foi um de seus maiores sucessos, além de "Balada da Arrasada", "Fogueira", entre outras. Nos últimos anos, enfrentou problemas financeiros e de saúde, o que a afastou dos palcos. Sua última apresentação foi em maio, no Teatro Rival, no Centro do Rio de Janeiro.
Hermeto Pascoal (1936 - 2025):
O compositor e multi-instrumentista faleceu no dia 13 de setembro, aos 89 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. O artista, considerado o músico mais impressionante do mundo, tocava acordeão, flauta, piano e saxofone. Era conhecido por seu talento em orquestração e improvisação, além de ser produtor musical e colaborador de diversos álbuns nacionais e internacionais. Em 75 anos de carreira, venceu o Grammy Latino por três vezes e foi um dos grandes nomes da música instrumental da América Latina. Sua última apresentação foi em junho, no Circo Voador, Rio de Janeiro, pouco antes de completar 89 anos.
JP Mantovani (1979 - 2025):
O modelo faleceu no dia 21 de setembro, aos 46 anos, vítima de um acidente de moto na Marginal Pinheiros, em São Paulo. Ele era casado com Li Martins, cantora e ex-integrante da banda Rouge, e tiveram uma filha. JP ainda participou de dois realities da Record, a oitava temporada de "A Fazenda" e o "Game dos 100", sua última aparição na televisão, no dia 7 de setembro.
Berta Loran (1926 - 2025):
A veterana completaria 100 anos em março do ano que vem. A polonesa, nascida em Varsóvia, faleceu no dia 28 de setembro, aos 99 anos, e foi a primeira mulher a se destacar no humor nacional. Foram várias parcerias de sucesso com Chico Anysio e Jô Soares, além de muitas participações marcantes em humorísticos, como "Balança mas não cai", "Faça humor, não faça guerra", "Satiricom," "Viva o Gordo", "Planeta dos Homens" e "Escolinha do Professor Raimundo". Também marcou presença em muitas novelas, vide "Amor com Amor se Paga", "Cambalacho," "Ti Ti Ti" e "Cordel Encantado". Sua última novela foi uma participação em "A Dona do Pedaço", em 2019.
Paulo Soares (1962 - 2025):
O jornalista e narrador esportivo, conhecido como Amigão, faleceu no dia 29 de setembro, aos 63 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado há cinco meses tratando de complicações decorrentes de problemas na coluna. Paulo fez história na televisão brasileira ao apresentar as notícias esportivas ao lado do melhor amigo, o jornalista Antero Greco, que faleceu em meio do ano passado. Os dois apresentavam o "SportsCenter" desde 2000, durante a cobertura das Olimpíadas de Sydney. A dupla protagonizou vários momentos icônicos, onde o riso frouxo dominava. A sintonia era tão perfeita que um sabia o que o outro estava pensando.
Marceu Vieira (1962 - 2025):
O jornalista, compositor, escritor e redator faleceu no dia 29 de setembro, aos 63 anos. Ele tratava de um câncer de pulmão desde o ano passado. Formado pela UFF em jornalismo, Marceu passou pelas redações de veículos como Jornal do Brasil, Extra, O Globo, O Dia e TV Globo. Ocupava a função de redator do "Conversa com Bial", na Globo. Como compositor, fez músicas como "O que é meu", "Samba do Esquecimento", "E vai que dá", entre outros.
Marquinho PQD (1959 - 2025):
O cantor e compositor faleceu no dia 29 de setembro, aos 66 anos, e a causa da morte não foi informada. Conhecido com o bamba do samba, Marquinho foi parceiro de Arlindo Cruz, Sombrinha, Jorge Aragão, entre tantos outros. Ele deixa uma obra expressiva como compositor, pois era pouco conhecido como cantor. O sobrenome artístico PQD aludia ao ofício de paraquedista exercido pelo artista no exército.
O intérprete da Portela morreu no dia 30 de setembro, aos 55 anos, vítima de complicações de uma cirurgia bariátrica. Ele estava na escola de Madureira desde 2006 e também defendia a Tom Maior, em São Paulo. A sua maior característica era a voz potente que já cativava o público no esquenta para entrar na Sapucaí. O cantor viveu um de seus melhores momentos na Portela no Carnaval deste ano, quando cantou "Maria Maria" em homenagem ao Milton Nascimento, tema da escola.
Sérgio Mattos (1963 - 2025):
O empresário e fundador da agência 40 Graus faleceu no dia 15 de outubro, aos 62 anos, vítima de complicações renais. Nascido na Bahia, iniciou sua trajetória na moda em 1988 e revelou inúmeros nomes como Gisele Bundchen, Cauã Reymond, Ana Beatriz Barros, Rodrigo Hilbert, Isabeli Fontana, Paulo Zulu, Alessandra Ambrósio e tantos outros. Foi o maior descobridor de talentos da moda brasileira e lançou muitos deles na televisão.
O cantor e compositor faleceu no dia 2 de novembro, aos 73 anos, vítima de uma intoxicação por medicamentos. Ícone da MPB e fundados do Clube da Esquina ---- movimento que marcou a história da MPB ao unir rock, jazz, música regional e poesia mineira ---, Salomão Borges Filho teve mais de 20 álbuns lançados ao longo da carreira de mais de 50 anos. O artista mineiro ajudou a transformar a sonoridade da música brasileira junto de Milton Nascimento, Beto Guedes, Tavito, entre outros, nos anos 1970. Compositor de sucessos como O Trem Azul e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, Lô teve suas canções gravadas por nomes como Elis Regina, Gal Costa e Skank.
Jards Macalé (1943 - 2025):
O compositor, músico, cantor e ator faleceu no dia 17 de novembro, aos 82 anos. Ele tratava de um enfisema pulmonar e teve uma parada cardíaca, após passar por uma cirurgia. Jards Anet da Silva iniciou sua trajetória cultural na década de 1960, foi diretor musical das primeiras apresentações de Maria Bethânia e teve composições gravadas por nomes como Elisete Cardoso, Nara Leão, entre outros. É autor de músicas como Vapor Barato, Anjo Exterminado, Mal Secreto, Rua Real Grandeza, Movimento dos Barcos, Alteza, Hotel Estrela e Poema da Rosa.
Ione Borges (1951 - 2025):
A apresentadora faleceu no dia 24 de novembro, aos 73 anos, vítima de insuficiência respiratória. Ione começou a carreira como modelo na década de 1960, fez a novela "Meu Pedacinho de Chão", na Globo, em 1970, mas o grande destaque como apresentadora na TV Gazeta, onde trabalhou por quase 30 anos. Era uma das maiores identidades da emissora paulista. O início foi comandando um quadro de moda no programa "Clarice Amaral em Desfile", até que na década de 1980 assumiu o comando do "Mulheres", um dos principais programas da Fundação Cásper Líbero, e fez dupla com Claudete Troiano por 16 anos. Depois que saiu do "Mulheres", em 1999, ganhou um talk show com seu nome, apresentou programas matinais, até se despedir em 2010. Manteve um contrato vitalício com a emissora e sua última aparição foi em 2020, na edição dos 40 anos do "Mulheres".
Haroldo Costa (1930 -2025):
O ator, diretor e jurado de Carnaval faleceu no dia 13 de dezembro, aos 95 anos, após internações recentes devido a problemas de saúde. Ele integrava o corpo de jurados do Estandarte de Ouro, promovido desde 1972 pelo Jornal O Globo. Haroldo integrou júri dos desfiles organizados pela Liga Independente das Escolas de Samba, mas abriu mão em 1963, quando se tornou torcedor do Salgueiro. Também trabalhou como ator em teleteatros na extinta TV Tupi e começou sua cobertura do Carnaval na TV Excelsior. Migrou para a Globo em 1965 e trabalhou como diretor de musicais. Esteve no elenco de "A Moreninha" e foi jurado dos programas "Buzina do Chacrinha" e "Discoteca do Chacrinha". Ainda é autor de vários livros de Carnaval, como "'Salgueiro - Academia do Samba" e "Ernesto Nazareth - Pianeiro do Brasil".
Ieda Maria Vargas (1944 - 2025):
A primeira brasileira a vencer o Miss Universo faleceu no dia 22 de dezembro, aos 80 anos, e a causa da morte não foi revelada. Ieda tornou-se um ícone da beleza ao conquistar os títulos de Miss Brasil e Miss Universo, aos 18 anos, em 1963. Teve uma vida reservada em Porto Alegre e não seguiu a carreira artística.
Teuda Bara (1941 - 2025):
A atriz faleceu no dia 25 de dezembro, aos 84 anos, vítima de uma septcemia com falência múltipla dos órgãos. Conhecida por ser a fundadora da companhia teatral Grupo Galpão, em 1982, Teuda quis unir rigor, pesquisa, busca de linguagem com montagem de peças que possuem grande poder de comunicação com o público. E conseguiu. A companhia apresentou 27 espetáculos em 19 países, participou cerca de 300 festivais, ganhou mais de 100 prêmios e teve mais de 2 milhões de espectadores. Teuda fez poucos trabalhos na televisão e sua única novela foi o remake de "Meu Pedacinho de Chão", em 2014. Sua última aparição foi na série "Filhos da Pátria", em 2017, na Globo.
Isabelle Marciniack (2007 - 2025):
A ginasta paranaense faleceu no dia 25 de dezembro, aos 18 anos, vítima de um câncer agressivo. Era considerada uma joia da ginástica rítmica brasileira. Em 2021, aos 14 anos, foi campeã brasileira do Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica 'Ilona Peuker', realizado em Florianópolis.
Maurício Vogue (1966 - 2025):
O ator, cantor e diretor faleceu no dia 26 de dezembro, aos 59 anos. Filho de Regina Vogue, o artista foi vocalista da banda Denorex 80 e construiu uma trajetória sólida no teatro, especialmente como diretor. Era um dos nomes mais conhecidos da cultura paranaense e recebeu oito troféus Gralha Azul, principal premiação das artes cênicas do Paraná.
Um comentário:
Que todos eles descansem em paz
Postar um comentário