Com boas provas e ótimos participantes, "MasterChef Júnior" se mostra tão atrativo quanto a versão adulta

Apostando no sucesso da primeira e da segunda temporada do "MasterChef", a Band resolveu lançar a versão infantil do reality culinário, que também já é produzido em vários países, assim como a versão original. O "MasterChef Júnior" estreou no dia 20 de outubro, mantendo os mesmos jurados, a mesma apresentadora e o esquema de sempre: uma prova de imunidade (que pode ser em equipe ou não) e uma de eliminação.

Mas ao contrário do que ocorre na versão com adultos, não houve a etapa de seleção ---- onde vários candidatos apresentam seus pratos para o juri, sendo aprovados ou reprovados para a próxima fase. O programa já começou com vinte participantes selecionados e logo na estreia quatro foram eliminados. Outra diferença na edição com as crianças é a forma da eliminação. Isso porque são sempre duas por vez e não uma. O intuito é evitar que o eliminado (a) se sinta sozinho (a) na despedida.

A edição vem se mostrando tão atrativa quanto a adulta e as crianças impressionam pela capacidade que têm de cozinhar. Elas fazem todas as provas com dedicação e mostram um domínio que muita 'gente grande' não tem.
Aliás, é algo até um pouco 'assustador', uma vez que não é comum ver meninos e meninas tão profissionais e conseguindo lidar tão bem com os utensílios da cozinha, incluindo facas bastante afiadas.

Claro que elas passaram por 'treinos' com os pais e não aprenderam tudo sozinhas. Porém, fica evidente que todas estão ali porque querem, e o amor que sentem por cozinhar se evidencia em vários momentos. As crianças ainda se mostram muito mais solidárias do que os adultos. É gratificante vê-las se ajudando e preocupadas umas com as outras durante as provas. Até serve para reflexão, uma vez que muito disso se perde quando se cresce.

Os 'chefinhos' são muito carismáticos e a escolha da produção foi bastante acertada. Aisha, Daphne, Eduardo, Ivana, Laura, Lívia, Lorenzo, Sofia, Valentina, Mateus, Tomás, Johnny, Vivi, Andrey, Hytalo, Piera, Gleyson, Luiza, Augusto e, principalmente, o cativante Matheus B. ---- um poço de simpatia e espontaneidade (pode até ser considerado a "Jiang" da edição, levando em consideração o carinho do público) ----, compuseram muito bem o time infantil da edição "Júnior".  E os jurados merecem elogios pela postura diante dos pequenos.

Henrique Fogaça, Erick Jacquin e Paolla Carosella estão bem menos duros nas análises e o trio se preocupa em não deixar as crianças tensas ou tristes. E isso não alterou em nada a essência deles, uma vez que os três criticam quando necessário e procuram apontar todos os defeitos dos pratos. A diferença fica mesmo por conta do tom adotado. Embora os jurados façam sucesso pelas ironias e broncas dadas na versão adulta, os mesmos têm conseguido conquistar por meio da 'delicadeza' com que tratam os candidatos mirins.

Ana Paula Padrão, assim como o juri, não está mais tão incisiva na hora de controlar o tempo das provas para não estressar ainda mais os participantes. Ou seja, ela também soube se adaptar bem ao novo formato, que premia o vencedor com uma viagem à Disney, com direito a cinco acompanhantes, um curso de culinária com os chefes do programa, um kit de eletrodomésticos e R$ 1 mil por mês em compras por um ano, além do troféu, obviamente.

O "MasterChef Júnior" se mostrou como outro acerto da Band e a emissora fez bem em explorar mais o reality culinário que virou o seu produto de maior sucesso, ainda mais em um ano complicado, onde quase nada foi lançado ou teve êxito em sua programação. A versão infantil tem tudo para ser tão duradoura quanto a adulta, tendo fôlego de sobra para muitas outras temporadas. Um divertimento para adultos e crianças.