quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

"O Sétimo Guardião" parece que ainda não começou

O primeiro capítulo de "O Sétimo Guardião" não deixou o telespectador piscar. Repleto de acontecimentos, proporcionou cenas aterrorizantes e a estreia foi bem movimentada. O mocinho estava prestes a se casar, mas abandonou a noiva no dia do casamento por influência do misterioso gato Léon e foi em direção a Serro Azul. A mãe não aceitou a situação e mandou seu capanga atrás do filho. O homem perseguiu o herdeiro da patroa, mas o rapaz sofreu um grave acidente. Achando que a vítima já estava morta, o braço direito da vilã a enterrou. Mas ele estava vivo e a mocinha mediúnica acabou guiada pelo gato até o seu futuro amor. Ela o desenterrou e o salvou. Ótimo início. Porém, a partir do segundo capítulo tudo mudou.


Parecia outra novela. O ritmo se tornou vagaroso, a aproximação dos protagonistas ficou artificial e poucos conflitos despertaram real interesse. O mistério em torno dos sete guardiões da fonte milagrosa da cidade interiorana não desperta maior atenção pelo fato de todos já terem sido apresentados na estreia ----- fica difícil comprar uma escolha sem o menor critério. Aliás, todos protegem o lugar muito mal, já que Valentina (Lília Cabral) a encontrou assim que chegou à cidade e já levou Olavo (Tony Ramos) até lá. Para culminar, os dramas pessoais dos perfis ainda não provocou desdobramentos promissores.

Até o momento foram raras cenas interessantes. A novela parece não andar. Ou causa a impressão de não ter uma história sólida para um bom desenvolvimento. O romance meloso de Luz e Gabriel não desperta torcida e a química entre Marina Ruy Barbosa e Bruno Gagliasso é nula. A relação foi mal construída.
Ele abandonou a noiva, não se preocupou em encontrar uma explicação plausível, perdeu a memória e depois recuperou, se apaixonou imediatamente pela enigmática garota e já a pediu em casamento. Os dois estão noivos e mal se conhecem. Além disso, o ar "blasé" de Luz provoca antipatia e se a ideia é colocá-la como uma mulher bem-resolvida e corajosa, não funcionou. É uma pessoa que parece não se importar com nada.

Até Valentina Marsalla precisa de mais situações atrativas. A personagem foi prometida como a grande vilã da carreira de Lília, mas se parece bastante com a complexa Maria Marta, de "Império" (2014), do mesmo autor. Claro que ainda é cedo, mas, a lentidão do enredo também afeta esse perfil. Nem mesmo alguns guardiães aparentemente promissores conseguiram bons momentos até então, como Ondina (Ana Beatriz Nogueira), Feliciano (Leopoldo Pacheco), Eurico (Dan Stulbach) e Milu (Zezé Polessa). Quem mais tem se destacado dos protetores da fonte é o delegado Joubert (Milhem Cortaz) em virtude do seu fetiche em calcinhas. Porém, esse tipo de trama já cansou faz tempo e não dá para entender se a proposta é fazer graça ou impor um certo problema do aparente machão. O fato é que não atinge qualquer objetivo e tomara que Flávia Alessandra (Rita de Cássia) tenha conflitos que vão além de protagonizar transas com o marido e querer ser filmada nua na cachoeira.

O enredo central da novela consiste, obviamente, na escolha do sétimo guardião da fonte. Mas o que há além disso? Não é possível identificar do que se trata o conjunto da trama e nem o que se pretende contar. É um problema? Depende. Se o autor estivesse proporcionando vários conflitos convidativos enquanto essa questão não é explorada, tudo bem. Entretanto, não é o caso. A morte trágica de Egídio (Antônio Calloni) resultou em uma excelente sequência, que implicou até em uma briga de Valentina com o gato preto. Parecia que o folhetim finalmente tinha começado de fato e tudo começaria a se desenrolar. Infelizmente, foi apenas uma impressão. Não demorou para o ritmo arrastado voltar a se impor. É preciso ressaltar, ainda, que o núcleo protagonizado por Carolina Dieckmann e Marcelo Serrado, como a submissa Afrodite e o machista Nicolau, parece solto no roteiro e tem se mostrado o mais cansativo.

Os pontos positivos até o momento são os embates entre Mirtes (Elizabeth Savalla) e Stella (Vanessa Giácomo e as trapalhadas de Marilda (Letícia Spiller). Se Aguinaldo investir na trama da nora alcoólatra com a sogra maquiavélica, as atrizes vão dominar a história facilmente. Elas, por sinal, representam bem mais o lado mocinha X vilã do que o enredo dito principal. Já Letícia está hilária na pele da perua que nunca envelhece graças aos poderes da água milagrosa e o sotaque caipira que resolveu adotar coube perfeitamente para um tipo que é uma caricatura.

"O Sétimo Guardião" ainda tem tempo de sobra para deslanchar e se mostrar uma ótima novela. Basta Aguinaldo Silva lembrar do ótimo primeiro capítulo que apresentou e da grande sequência da briga de Valentina e Léon. A tão falada volta do realismo fantástico ao horário nobre também ainda não aconteceu. Tirando o gato que raramente vira homem e a fonte, não tem sido visto mais nada na história ----- a aparição de Firmina (Guida Vianna) em um tornado se mostrou aleatória. Tomara que o autor coloque sua história nos trilhos e conquiste o público com boas situações, pois parece que o enredo ainda não começou. Mas nada está perdido. Ainda.

23 comentários:

Unknown disse...

As novelas precisam ser encurtadas com urgência são muitos capítulos de barriga , na epoca da informação rápida cortando as novelas pela metade daria agilidade as tramas

Anônimo disse...

Essa novela seria um sucesso ou um fracasso. Ficou com o fracasso.

Anônimo disse...

Ai, essa novela é super cansativa, eu assisto mas tipo, fazendo outras coisas ao mesmo tempo, não empolga, essa vilã da Lília (que é uma atriz super talentosa) é insuportável e não no bom sentido, não acharam o tom da personagem ainda e quando vi dizerem que seria a grande vilã da carreira dela, tava esperando algo do nível Marta em páginas da vida... e outra, deveriam ter dado uma repaginada na Lília, um visual diferente, pra mudar a imagem dela.

Você soube descrever a personagem da Marina muito bem, aguinaldo provavelmente queria uma moçinha afrontosa mas não é isso que se vê, talvez o problema seja a marina e a forma como ela interpreta a personagem, ou o texto mesmo... e sério, não deveriam ter colocado ela de moçinha de novo, sem contar que a Luz não tem função alguma a não ser ficar atrás do gabriel (igual a ex noiva dele q não faz outra coisa)...

Acho esse Joubert um porre, e a trama dele mais ainda, delegado chato que abusa da autoridade que tem pra se autoafirmar, coitada da Flávia no meia dessa bomba, merecia coisa melhor, queria ela na nova do Walcyr, ele sempre dá bons papéis pra ela.

Trama da Carol com o Marcelo, meu, pra que? Desde a força do querer sempre tem o núcleo de um personagem machista, ignorante, retrógrado... segundo sol tinha agenor e agora parece uma continução.

Marilda é um ótimo alívio cômico nessa novela chata.
Mirtes de longe é a verdadeira vilã dessa trama, deveriam investir nela e na Stella pq é onde está os conflitos, onde está rendendo boas cenas, bons embates.

Nich.

Malu disse...

Concordo com tudo! São muitos os problemas mesmo, a começar pelo núcleo principal, o menos interessante. Bruno Gagliasso é um ator talentoso e já provou isso, mas parece cansado e sem vontade, e o papel não ajuda. Gabriel e um banana e teria mais química com um arbusto que com Luz. A mocinha aliás é outro problema como você citou. Parece que apostaram somente no fato de ser interpretada por MRB e esqueceram de lhe dar uma personalidade. O resultado é que ela é basicamente uma Amália dos dias atuais, tão sonsa e arrogante quanto. Os núcleos de Nicolau e do Delegado são constrangedores e ver uma crítica que detonou ooldp e segundo sol passar pano pra isso é de doer. Pelo menos a audiência que esta dando faz jus ao que vem sendo apresentado.

PS: quando começam seus posts de retrospectiva, Sérgio? Estou ansiosa

Anônimo disse...

QUE NOVELA SONOLENTA. TEM MAIS DE DEZ ALUNOS QUE BRIGARAM PRA ASSINAR ESSA SINOPSE?????

Heitor disse...

Pra uma novela que gerou tanta briga por sua autoria é um mico.

Anônimo disse...

E ainda há quem especule que o término de "O Sétimo Guardião" ocorra em 31 de maio de 2019, fazendo com que "Dias Felizes", de Walcyr Carrasco, estreie em 3 de junho do mesmo ano. Mas se a narrativa continuar apática, não saberei o que pensar a respeito da duração (em termos mensais) do folhetim no ar na faixa horária em questão.

DiogoC disse...

Imagine a seguinte história:

Stela é uma prostituta que, apaixonada pelo Dr. Aranha, resolve largar a vida e casar com ele. Tal fato revolta a mãe dele, Mirtes, mulher beata que tenta impor seus moralismos religiosos para toda a cidade, que preferia casá-lo com Elisa,, filha de Jurandir, importante fazendeiro. A relação sogra x nora é tensa e Stela acaba encontrando consolo na bebida, haja vista seu marido está sempre ausente por conta da profissão, além da própria Mirtes por em xeque a fidelidade da jovem. Para isso, a beata faz que Júnior, filho do prefeito e ex-cliente de Stela, volte a se aproximar dela. Stela se descobre grávida mas Mirtes espalha que o bebê não é de Aranha e suborna uma enfermeira para falsificar o DNA. Acusada por todos e sem nenhum tipo de apoio, Stela foge de Serro Azul jurando um dia retornar pra limpar sua honra e revelar o verdadeiro caráter de Mirtes.


Criei esse enredinho pra dizer que se Vanessa Giácomo e Elizabeth Savala tiverem um maior destaque, vão roubar a novela para elas. São as melhores personagens de uma novela que é puro ego de seu autor, e que se não tiver uma intervenção rápida e eficiente, pode ter um resultado ainda mais desastroso que a história de Beto Falcão e Cia.

Anônimo disse...

Essa novela é um absurdo de ruim. Chata, irritante, monótona. Quero saber: porq o Agaynaldo não se aposenta de uma vez? O cara não fez mais nada de bom depois de senhora do destino.
Essa bicha velha decadente do Aguinaldo é um recalcado, acusou o WC de plágio e agora os alunos dele acusam ele de plagiar. O mundo realmente não gira, ele capota. Bem feito! Tomou do próprio veneno. Agora pra ficar completo só falta a audiência cair mais e os atores começaram a reclamar da novela e dos seus personagens.

Unknown disse...

Olá Sérgio!!
Não tenho conseguido acompanhar O Sétimo Guardião por causa do trabalho, vendo só cenas soltas. Mas do que tenho assistido, concordo com o texto. Luz e Gabriel são um casal muito sem graça, não consigo ver química neles, e o Bruno Gagliasso passa a impressão de que tá de saco cheio de estar ali, totalmente no piloto automático. A minha esperança é que essa questão dos verdadeiros pais da Luz traga algum destaque para a personagem, mas é só uma esperança mesmo...
Já faz tempo que não compro essa história de "fulana será a maior vilã desde X" e isso tem me ajudado bastante a acompanhar as novelas, Valentina, por exemplo, está totalmente dentro das minhas expectativas e tenho achado Lília Cabral maravilhosa, assim como Elisabeth Savalla, cuja Mirtes dá um jeito de infernizar praricamente todos os núcleos rs.
E essa questão de uma fonte que é protegida por sete pessoas mas que todo mundo tem acesso é bem complicada mesmo.
No mais, é isso. Abraços!!

Anônimo disse...

Sérgio essa novela é extremamente chaaaaaaaaaata, não vejo a hora do Walcyr voltar logo pra salvar o horário das 9 e enterrar de vez o ego inflado do Aguinaldo haha

Sérgio Santos disse...

O pior é que elas ja foram, Unknown.

Sérgio Santos disse...

Ainda é cedo, anonimo, mas por enquanto sim.

Sérgio Santos disse...

Assino embaixo de tudo, Nich.

Sérgio Santos disse...

Exatamente isso, Malu. E as retrospectivas começam no dia 26. Aí todo dia uma até 31. Fico feliz.

Sérgio Santos disse...

Verdade, anonimo...

Sérgio Santos disse...

É, heitor...

Sérgio Santos disse...

Aguardemos, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Diogo, seu enredo ficou bem melhor que a trama.

Sérgio Santos disse...

É, anonimo...

Sérgio Santos disse...

Ótimas observações, Germana.

Sérgio Santos disse...

Aguardemos, anonimo... kkkk

Anônimo disse...

Eu penso que Aguinaldo Silva escolheu contar a história em um ritmo mais lento devido a ambientação da trama, a novela está interessante e os mistérios estão sendo colocados e desvendados aos poucos. Sinceramente sou contra essa mania de achar que as histórias precisam avançar rapidamente, para mim o que conta é o desenvolvimento. Em relação a personagem Valentina, é uma vilã que me agrada, em muitos aspectos a mesma lembra Maria Marta (Império 2014-2015), ambas possuem interesses e fazem de tudo para alcançá-los, porém, demonstram fraquezas que as humanizam. Aguinaldo Silva poderia ter driblado isso escalando outra atriz, Vera Holtz ou Cássia Kiss seriam ideais, a primeira interpretou a inteligente Magnólia em A Lei do Amor, e a segunda a injustamente esquecida Adma Guerreiro.



Bruno Sena.