terça-feira, 22 de agosto de 2017

Julia Dalavia se entrega e protagoniza dilacerantes cenas em "Os Dias Eram Assim"

Arrepiante. Impactante. Emocionante. Dilacerante. Enfim, descrever a sequência em que Nanda descobre que é portadora do vírus da AIDS não é fácil. Foi uma mistura de sensações que permeou todo o capítulo de "Os Dias Eram Assim", destacando a total entrega de Julia Dalavia. Foi de chorar do início ao fim. Tanto no momento em que a personagem soube da doença, quanto na hora em que desabou em lágrimas no banheiro e ainda revelou a verdade para a família. Difícil não ter se envolvido.


Essa virada na trama de Nanda era a mais aguardada da história, até porque o resto segue andando em círculos em torno do cansativo imbróglio envolvendo Alice (Sophie Charlotte), Renato (Renato Góes) e Vitor (Daniel de Oliveira). E a longa espera, ao menos, valeu a pena. A personagem estava apenas servindo para ouvir os desabafos da irmã, destacando a boa sintonia das atrizes. O romance com Caíque (Felipe Simas) acabou não deslanchando como se imaginava e os conflitos com a mãe tiveram menos destaque do que mereciam. Mas, agora, chegou a vez dela mostrar a grande atriz que virou.

Após um período apresentando sintomas de fraqueza, mal estar e alguns desmaios, Nanda finalmente descobriu o que tem: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. E, como é sabido, na década de 80 a AIDS era uma doença aterrorizante e desconhecida, matando todos os portadores. O único objetivo do tratamento era aumentar um pouco a sobrevivência do paciente.
O Brasil perdeu milhares de pessoas vítimas dessa enfermidade tão severa, sendo alguns ídolos nacionais, como Cazuza e Renato Russo. O instante em que a menina soube o seu diagnóstico pelo médico, Domingos (Izak Dahora), arrepiou. Foi praticamente uma pessoa recebendo a sentença de morte. A expressão da atriz foi devastadora.


Mas, era só o começo. Pouco tempo depois, Julia protagonizou outra grande cena, quando Nanda se despiu diante do espelho e chorou copiosamente ---- ao som de "Não Sei Dançar", de Marina Lima. Novamente, um show de Julia, que mergulhou de corpo e alma no drama da sua personagem. Vale destacar, por sinal, o brilhante trabalho da caracterização, que impressiona pelo realismo. Realmente parece que a menina está definhando. E a dedicação da intérprete também fez toda diferença, pois emagreceu mais de oito quilos para essa fase. Ela, que já era magra, está com um aspecto de imensa fragilidade em virtude do pouco peso. A abordagem das autoras Alessandra Poggi e Angela Chaves sobre a AIDS também está ótima. Em suma, é um conjunto que deixou o resultado perfeito. 


E a sequência final se mostrou a mais impactante de todas. A hora em que Nanda revelou para a mãe, a irmã e o mordomo que era portadora da Imunodeficiência Adquirida, podendo melhorar ou ficar muito mal, foi dilacerante. A menina ainda se desculpou, pedindo para ninguém sofrer. Alice entrou em choque e Kiki começou a chorar sem parar, enquanto Sandoval tentava contê-las. Impressionou a entrega de todos. Julia Dalavia novamente deu um banho de atuação, enquanto Sophie Charlotte comprovou mais uma vez a grande atriz que é. Já Natália do Vale mostrou como a televisão perdeu sem o seu imenso talento nesses últimos anos em que ficou afastada (sua última novela foi "Em Família", de 2014). E Ricardo Blat compôs o time com maestria, se destacando também. Impossível não ter chorado junto com todos eles. Que cena! Uma das melhores do ano, sem qualquer dúvida ---- destaque, ainda, para o alerta no final do capítulo, deixando claro que a AIDS ainda não acabou.


Apesar da pouca experiência ---- ela estreou em "Em Família" e fez apenas quatro novelas e uma série ----, atriz vem de uma leva de ótimos trabalhos. Julia teve a oportunidade para mostrar sua capacidade cênica na primeira fase de "Velho Chico", fazendo um lindo par com Renato Góes. Ela era a Teresa e ele o Santo, sendo substituídos por Camila Pitanga e Domingos Montagner posteriormente. Já em "Justiça", a intérprete viveu um grande momento na pele da prostituta Mayara, filha da sofredora Fátima (Adriana Esteves). Foram muitas cenas fortes protagonizadas por ela. Agora, um ano depois, vem evoluindo ainda mais e se firmando como uma das melhores da sua geração ---- aliás, já está escalada para "O Outro Lado do Paraíso", próxima novela das nove (um reconhecimento justo do seu trabalho). 

Julia Dalavia está maravilhosa em "Os Dias Eram Assim" e a virada na trama de Nanda vem proporcionando sequências dificílimas para a atriz, que está dando contado recado. Todos os elogios ainda serão poucos para as cenas exibidas no capítulo desta segunda-feira (21/08). Ela esteve de igual para igual diante de Sophie Charlotte, Natália do Vale e Ricardo Blat. E todos mostraram o verdadeiro significado das artes cênicas. Foi realmente impressionante. Que show!


32 comentários:

Unknown disse...

Foi sem dúvida alguma a melhor cena da carreira da Julia, com ela revelando a doença. Emocionante! Natália do Vale e Shopie idem!

Anônimo disse...

Eu fiquei destruída.

Paula disse...

Foi uma cena extraordiária. Essa menina vai longe e Sophie e Nathalia arrasaram tambem. Amei o texto!

Melina disse...

Sérgio, querido, estou ausente mas voltei. Que cenas arrepiantes. Concordo com tudo o que está escrito. Essa menina vai longe e me impressionou sua entrega. Já Sophie eu amo desde sempre e não me surpreendeu seu show, assim como o da Natalia do Vale. A trama é bem fraca mas essas cenas ficaram fantásticas. Um beijo!

Adriana Helena disse...

Nossa Sérgio, sem palavras...
Que cena atordoante, que talento desta menina..
Eu chorei junto... foi demais para me conter...

Seu texto, como sempre, brilhante !!
Tenha uma linda semana!
beijos!

Debora disse...

Olá Sérgio tudo bem???


consegui ver esse episódio pela internet e realmente foi MARAVILHOSO!!! Todos estavam perfeitos!!!



Beijinhos;
Débora.
http://derbymotta.blogspot.pt/

solitude disse...

Perfeita cena, Sergio. Nao vivi essa epoca, pois nasci em 1991, mas ja havia ouvido falar que a AIDS nos anos 80 era o total horror, sem chance de sobrevivencia. A cena foi muito tocante mesmo. Muito importante eles tocarem nesse tema, pois os medicos vem advertindo que a AIDS aumentou muito entre os jovens nos ultimos anos.

Unknown disse...

Você pergunta como foi?
À medida que a epidemia se desenvolvia, o medo e o estigma ficaram associados a homens que fazem sexo com homens, e não apenas à doença.
Havia uma discriminação horrível.
Os homens e as famílias foram expulsos de suas casas.
Crianças (ou adolescentes que recebiam transfusões) eram recusados na escola. Muitos não conseguiam receber atendimentos médico-hospitalares rotineiros, serem admitidos em hospitais ou ter atendimento odontológico.
Enfermeiros não os atendiam.
Funerárias não os recebiam ou enterravam.
Restaurantes não queriam atendê-los.
Abraços e cumprimentos se tornaram um ato político e muitas vezes passavam por heroísmo.
Como é hoje?

Anônimo disse...

Essa menina me fez chorar copiosamente. Que talento!

Luli Ap. disse...

Olá Sérgio
Lacrou! Quase chorei de novo lendo o post.
Que trabalho cuidadoso, ao mesmo tempo impactante e sensível.
Os detalhes, as nuances os pormenores tudo como num quebra cabeças onde cada pecinha estava no lugar que deveria estar e nenhuma outra se encaixaria tão bem ali.
Uma narrativa 5* ou as cinco pontas de uma estrela: Julia, Izak, Sophie, Natalia e Ricardo.
Como não vivemos aquela época e difícil imaginar essa sentença de morte, mas acredito que ainda nos dias de hoje as pessoas que tem a sindrome vivem reféns de medicamentos, mas é como se a doença não mais matasse, só que mata!
Achei um importante alerta, não há cura!!!
Também acho que a entrega da atriz a personagem foi intensa, porque se havia um pouco de solidariedade para com as pessoas que adquirissem através de transfusão de sangue, nos outros casos, creio que a discriminação devia ser assustadora.
E Nanda é um personagem livre, descompromissada, leve.
Espero que a personagem lute pela vida, um dia de cada vez, do jeitinho maluquinha que ela é, só que agora com a responsabilidade da própria saúde (e vida) nas mãos.
E que isso aproxime ela e a mãe <3
Bjs Luli

Café com Leitura na Rede

Breno disse...

Olá Sergio gostaria que você fizesse um texto sobre a Vera Fischer e despediçada na Geladeira

Malu disse...

Olha, honestamente eu já desisti dessa novela faz tempo pq é chata e nada acontece. No entanto, vi apenas essas cenas na globoplay depois que todo mundo falou e fico muito feliz em ver o trabalho primoroso de Júlia Dalavia, que já tinha ido bem em Velho Chico e Justiça. É bom saber que tem atrizes como ela, a Giulia Buscacio, Amanda de Godoi, Alice Wegmann, Valentina Hersage, entre outras correndo por fora e superando nomes mais famosos como Bruna Marquezine que é péssima e Marina Ruy Barbosa, que é boa mas pra mim é apenas ok. Afinal a Isabelle Drummond não pode reinar sozinha, rs.

Lulu on the sky disse...

Não acompanho a novela.
big beijos

izabel disse...

Não podemos esquecer o ator que faz o médico que dá a notícia à Nanda. Perfeito! Muito linda essa abordagem do tema. Julia Dalavia emocionou. O capítulo foi todo emoção, sofrido e de muita dor e os atores, todos excelentes souberam mostrar toda essa emoção. Daria um Oscar a cada um, parabéns!

Kimmy disse...

DIVINAL, ela só mostrou o quanto talento tem!
Mas confesso que não foi surpresa para mim, eu tinha mesmo muitas esperanças quando li o que aconteceria com a Nanda e sabia que se havia alguém que faria justiça ao papel seria a Dalavia.
Eu estou nas nuvens com a geração de futuras atrizes e ao contrário que muitos acham não se resume a uma ou duas atrizes de grande renome.
Pena que muitos autores achem que para uma novela ter sucesso tem de ser por ter essa ou aquela atriz de grande renome e atrizes como Dalavia, a Giullia Buscacio, as meninas da nova malhação entre outras tão mostrando o talento que existe nessa geração e abrindo um grande leque de novas possibilidades.
E vale a pena ressaltar de ontem o talento de Felipe Simas fez uma cena brilhante com a Julia, me lavou a alma e calou muita gente chata no twitter que vive pondo o Felipe para baixo por não cumprir o "estereotipo" de galã. O que esse menino tem é talento...

Sérgio Santos disse...

Sem duvida, Johny.

Sérgio Santos disse...

Idem, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Concordo, Paula.

Sérgio Santos disse...

Tá sumida mesmo, Melina. Bjssss

Sérgio Santos disse...

Foi de chorar mesmo, Adriana. bjssss

Sérgio Santos disse...

Estavam mesmo, Debora.

Sérgio Santos disse...

Perfeita mesmo, Worm. Eu tb não vivi pq nasci em 86. abçsss

Sérgio Santos disse...

Verdade, Oath.

Sérgio Santos disse...

Talentosa demais, anonimo!

Sérgio Santos disse...

Que comentário excelente, Luli. Adorei. bjssss

Sérgio Santos disse...

Breno, se a Vera não tivesse falado mal do seu papel estaria nessa da Gloria... O papel foi realmente uma porcaria, mas deixasse acrítica apontar isso. Ela falando pegou mal. Mas está contratada e isso hoje em dia já é um b||ônus e tanto. abçsss

Sérgio Santos disse...

A novela é ruim mesmo, Malu, mas acena foi uma das melhores do ano. E vale destacar Sophie e Natalia tb.

Sérgio Santos disse...

Ok, Lulu!

Sérgio Santos disse...

Izak Dahora, Izabel, o eterno saci. ótimo também.

Sérgio Santos disse...

Kimmy, parabéns pelo comentário. Essa gente do Twitter que fala que Felipe é feio são as mesmas que apontam que fulana só tá fazendo sucesso pq é bonita e tal.. Qual a logica deles? Nenhuma. O que vale é o talento dele.

solitude disse...

Sergio, o que voce achou da ultima cena de hoje, do delegado abusando da Alice dopada e do Vitor a estrangulando?
Acho que foi uma das cena mais enojante e brutal que ja vi numa novela!!!

Sérgio Santos disse...

Concordo, Worm. Achei gratuita.Só pra chocar.