terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Mudanças não elevam a audiência e ainda prejudicam "A Lei do Amor"

A atual novela das nove estreou no dia 3 de outubro, ou seja, está há quatro meses no ar. Com encerramento previsto para abril, a trama de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari tem mais três meses pela frente. A produção teve uma ótima primeira fase voltada para o romance dos protagonistas e uma segunda repleta de atrativos em torno do enredo central, cheio de boas amarras. Porém, a audiência não correspondeu, o famigerado grupo de discussão reclamou de várias situações, a crítica especializada criticou o excesso de personagens e o resultado foi o pior possível: a mutilação da história em busca de um crescimento no Ibope.


Mas as alterações no enredo vem sendo feitas há pouco mais de um mês e os índices não apresentaram qualquer melhora. Para piorar, as mudanças na trama prejudicaram a novela significativamente, evidenciando a perda de rumo dos autores. Ou seja, mexeram para nada. Claro que ainda tem três meses de história no ar, entretanto, ainda assim, não deveriam ter mutilado tanto o folhetim visando somente a audiência. Até porque, bem ou mal, os índices são melhores que o do fiasco "Babilônia" e a primeira metade de "A Regra do Jogo".

Aliás, a última novela que sofreu desse mal foi justamente "Babilônia" e nenhuma alteração no enredo surtiu efeito, prejudicando o que já estava ruim. Só que no caso da obra de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga ficou claro que a história era fraca desde o início, ao contrário de "A Lei do Amor", que teve um promissor início, apresentando atrativos capítulos.
Vale ressaltar ainda a equivocada interferência de Silvio de Abreu, que colocou Ricardo Linhares para auxiliar Maria Adelaide e Vincent. Afinal, a novela decaiu muito desde que essa 'ajuda' começou. E com todo respeito ao autor, como colocar um dos responsáveis pelo maior fracasso do horário nobre para salvar a audiência de outra produção? Afinal, a faixa mais importante da Globo nunca mais conseguiu se recuperar do imenso insucesso de "Babilônia".

Entre as várias mudanças equivocadas e inverossímeis da trama está a súbita mudança de personalidade de Jéssica (Marcella Rica). A menina era uma interesseira, devia dinheiro para um traficante, e fazia questão de humilhar a mãe, Salete (Cláudia Raia), o tempo todo. Mergulhou no mundo da prostituição para fisgar um marido rico, quando acabou virando alvo do maquiavélico Tião (José Mayer). O enredo era muito atrativo. Porém, depois que foi espancada pelo vilão, a personagem virou quase uma freira. Passou a amar a mãe, se apaixonou subitamente por Bruno (Armando Babaioff) ---- casal forçado e com um romance raso ----, deixou de ser garota de programa, não tem mais maiores ambições e até no posto de gasolina da mãe (antes desprezado) passou a trabalhar. Ou seja, o núcleo da Salete perdeu seu maior ponto de conflito e Jéssica virou um tipo apático. A mudança na condução de Bruno também merece menção. O perfil tinha desvios de caráter em virtude da inveja que sempre sentiu de Pedro (Reynaldo Gianecchini) --- pois a mãe Zuza (Ana Rosa) sempre deu mais carinho para o mocinho ----, mas do nada virou um poço de integridade, iniciando um relacionamento superficial com Jéssica. Não deu para entender.

Outra alteração perceptível foi a saída de vários personagens para enxugar o elenco. Realmente, a novela tinha personagens demais e esse era um dos defeitos da trama. Porém, vários perfis retirados eram excelentes e engrandeciam o enredo, enquanto vários realmente sem função prosseguem na história. O senador Venturini, por exemplo, era um dos melhores tipos e estava sendo interpretado genialmente por Otávio Augusto. Era a caricatura do político corrupto e formava uma boa dupla com Luciane (Grazi Massafera). Ele ainda era casado com a Dona Pupa (Sylbeth Soriano), que não falava nada, mas tinha expressões faciais maravilhosas. Agora, na cadeia, o personagem sumiu e não se sabe quando volta (a diretora Denise Saraceni garantiu a sua permanência). A retirada da psicopata Aline (Arianne Botelho) também merece críticas, afinal, era o principal foco de conflito do núcleo de Misael (Tuca Andrada) e Yara (Emanuelle Araújo), além de protagonizar bons momentos na trama central, aterrorizando Vitória (Camila Morgado) e a relação de Tiago (Humberto Carrão) e Letícia (Isabella Santoni).

A morte de Beth (Regiane Alves) é mais um grave equívoco dos autores. A atriz entrou na novela recentemente e movimentou o enredo em torno de Vitória, Augusto (Ricardo Tozzi) e Magnólia (Vera Holtz), formando ainda um casal cheio de química com Thiago Lacerda (Ciro). Mas, infelizmente, sua participação foi encurtada e a vilã que havia se apaixonado pelo amante de Mag acabou assassinada pela vilã. Regiane estava ótima e merecia ter ficado pelo menos até o último mês. Já o desfecho mais inaceitável é a morte de Fausto. Tarcísio Meira, mesmo com pouquíssimas falas, está magistral e se destaca nos momentos em que o empresário finge um estado vegetativo, enquanto confabula com o filho Pedro, Luciane e a neta Analu (Bianca Muller). Suas expressões faciais são reveladoras, evidenciando o baita ator que sempre foi. Tirá-lo de cena justamente quando Fausto se recupera é um completo absurdo, enfraquecendo o núcleo principal de "A Lei do Amor".

O falecimento de Fausto já estava previsto na sinopse. Porém, em meio a tantas mudanças errôneas e sem lógica, qual teria sido o problema a alteração do fim de um dos melhores personagens da novela? Com certeza nenhum. E mais uma má condução envolve a Camila (Bruna Hamú). A patricinha estava desenvolvendo bulimia (em virtude dos transtornos psicológicos causados pelo seu impulso de virar garota de programa) e seu drama estava crescendo, até que do nada acabou e a personagem virou uma figurante. Até mesmo o seu romance de gato e rato com Robinson (Gabriel Chadan) foi diminuído. A atriz engravidou e claro que isso interferiu nesse caso. Entretanto, engravidar Camila seria a alternativa mais natural, engrandecendo seus conflitos. Tanto em cima do transtorno alimentar quanto das consequências da sua tentativa no mundo da prostituição. Mas, infelizmente, a menina saíra do folhetim junto com os outros já citados.

Enquanto todos esses perfis foram alterados ou retirados da trama, Maria Adelaide e Vincent insistem em destacar situações cansativas envolvendo a vidente Mileide (Heloísa Périssé), o romance sem sal e sem açúcar de Salete e Gustavo (Daniel Rocha) e o envolvimento sem química entre Misael e Flávia (Maria Flor). Até mesmo o ótimo casal protagonista formado por Pedro e Helô (Cláudia Abreu) perdeu espaço, assim como os divertidos Luciane e Antônio (Pierre Baitelli). Outra situação que ficou estranha foi o enredo político. Afinal, a novela foi adiada com a justificativa da temática não poder coincidir com o período eleitoral, mas o folhetim aborda bem menos política do que "Velho Chico". Aliás, atualmente mal tem explorado o tema.

Entretanto, mesmo em meio a várias 'mutilações', o núcleo central segue atrativo, apresentando bons momentos envolvendo as vilanias de Mag e Tião, além dos embates empolgantes entre eles e os mocinhos. Isso, aliás, só comprova o quanto a novela tinha (e ainda tem) potencial. O retorno de Isabela (Alice Wegmann) também promete boas viradas. E a retiradas de alguns outros personagens foi benéfica, como Arlindo (Maurício Machado), Pascoal (Rafael Primot), Marcão (Paulo Lessa), entre outros que pouco acrescentavam. Ou seja, no saldo geral, o enredo foi 'gravemente ferido', mas ainda sobrevive.

"A Lei do Amor" perdeu muito com esse festival de mudanças promovidas em busca de audiência e basta ter acompanhado a novela desde o início para constatar. Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari permitiram a interferência de terceiros na obra deles, procurando satisfazer o grupo de discussão e a crítica especializada. Apesar de tudo, a história segue com um enredo central convidativo. Porém, essa perda visível de rumo e qualidade no conjunto apenas expõe um fato óbvio: quanto se tenta agradar a todos, acaba não agradando a ninguém.

41 comentários:

Lois Racca disse...

Excelente ! Exatamente isso!

Unknown disse...

Você descreveu exatamente tudo! Mais é perceptível que apesar de tudo isso ela é a melhor novela do horário desde Amor à Vida.

Fernanda disse...

Você citou todos os problemas criados com essas mudanças com maestria. Eu assino embaixo. Resumiu tudo. Apesar disso, como você bem colocou, o enredo central ainda sobrevive com alguns bons momentos.

Anônimo disse...

PERFEITO O TEXTO!!!!!!!

Sol disse...

Parabéns. Sempre com críticas completas!

Pamela Sensato disse...

Olá querido tudo bem?
Olha eu não acompanho a novela mas ontem na minha mãe fui 'obrigada' a assistir e pelo amor 'ruim' heim não gostei não e aquele menino que vai casar com a mocinha do cabelo curtinho genteeeeeeeeee me estressa vendo ele atuar kkkkkkkkkkkkk tá louco!

Resenha nova no blog vem conferir ♥

Beijinhos,
*Blog Resenhas da Pam*

Anônimo disse...

A trama politica que iria entrar com força após o 2º turno,não aconteceu,e isso muito antes da novela sofrer alterações,o forte da Maria Adelaide é minisséries,ela nunca deveria ter aceitado escrever pro horário nobre...

Sérgio,você viu que querem promover a Manuella Dias pro horário nobre ( a criadora de Ligações perigosas e justiça)? acho muito cedo pra isso,ela ainda é inexperiente,uma coisa é escrever duas minisséries de 20 capítulos,outra é uma novela de 170,vão acabar queimando ela logo,em seu primeiro folhetim.

abraços,gosto muito do seu blog.

Anônimo disse...

Preciso e detalhista como sempre. Apesar de ser os seus autores preferidos não poupou críticas. E ainda tem quem fale que vc é parcial.

Adriana Helena disse...

Sérgio, apenas para variar, sua crítica e análise da atual fase da novela é perfeita!!
Realmente terem tirado a Beth ( Regiane Alves) assim tão subitamente, deixou uma lacuna enorme: ela é uma atriz grandiosa e estava com saudades da atuação dela em novelas, uma pena mesmo!!! Ela havia dado uma ótima movimentação extra na trama!

Sempre impecável amigo!!
Tenha uma semana maravilhosa!
Beijos!!! :)))

Anônimo disse...

As mudanças realmente foram péssimas para novela.
Continuo adorando Jéssica, mas seu romance com Bruno é péssimo. Armando Babaioff está apagado e sem vontade de atuar e deixa chato o já superficial romance.

Sumir com Venturini e Dona Pupa foi ridículo. Matar Beth e Fausto é inadmissível. Fausto é o MELHOR personagem da novela.

Camila pode ir embora, nem fede nem cheira. E junto podia ir embora Mileide, Gledson, Robinson, Misael, Yara.

Thiago é um chato de galocha, poderia morrer. Não gosto de Humberto Carrão.

A Lei do Amor está ruim demais.

Zilani Célia disse...

OI SÉRGIO!
ACOMPANHAR UMA NOVELA SÓ POR FAZÊ-LO, ME FEZ APENAS DEIXAR DE INTERESSAR-ME POR ELA, MAS, LENDO TEU TEXTO ME DOU CONTA DA VISÃO PERFEITA QUE TENS A RESPEITO DO QUE COMENTAS E A RESPOSTA DO PORQUÊ, ME HAVER DESINTERESSADO DA MESMA.
PERFEITA EXPOSIÇÃO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Anônimo disse...

Sempre que leio alguém dizendo que A lei do amor tem excesso de personagens, eu penso que ninguém se deu conta de que Glória Perez vem aí. Pelo histórico, acho que podemos esperar o dobro, no mínimo.

Chaconerrilla disse...

Zamenzito, ótima crítica! As mudanças feitas destruíram e muito o potencial da novela, sério mesmo... Eu não consigo mais assisti-la. Perdeu o encanto para mim. Só vejo de vez em quando o núcleo formado por Pedro, Helô, Fausto, Luciane e Analu. De resto me desencantei.

Eslane Costa disse...

Excelente é o que pode ser dito sobre essa crítica. Em número, gênero e grau, tais palavras resumem bem o não desenvolvimento da trama.

Eslane Costa disse...

Excelente é o que pode ser dito sobre essa crítica. Em número, gênero e grau, tais palavras resumem bem o não desenvolvimento da trama.

ANA disse...

Brilhante! Resumiu praticamente tudo o que penso. Nunca me conformei com as saídas do Venturini, da Aline e agora do Fausto. Falou até do Ricardo Linhares, que escreveu Babilônia e tá ajudando a estragar ALDA. Seus defensores podem até dizer que ele é o supervisor de Rock Story, mas novela das 7 é outra coisa e o êxito da novela se deve ao elenco bem escalado (coisa que não teve em Babilônia) e um texto bacana e bem escrito, com poucas falhas (99% mérito da autora Maria Helena Nascimento e de seus colaboradores). Só acrescentaria em seu texto a mudança forçada da Letícia, que do nada passou a gostar do pai biológico Pedro e a bater de frente com o Tião. A tentativa frustrada de fazer a personagem ficar mais palatável ao público não vingou. Só lamento por Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, eles não mereciam um tombo desses.
OBS.: Tem gente que culpa Villari pelo excesso de jovens atores canastrões em suas novelas, em Sangue Bom foi a mesma coisa. Você concorda com isso? Só acho que se for verdade, o próximo destino dele será escrever uma temporada da Malhação kkkkkkk
OBS 2.: Infelizmente, acho que o problema do elenco inchado se repetirá nas próximas novelas. Glória Perez, Walcyr Carrasco e Aguinaldo Silva já são conhecidos por enfiar meio mundo de atores em suas tramas, sendo que 70% destes são figurantes de luxo. Aliás, A Força do Querer vai ter meia dúzia de protagonistas e Flávio Ricco já alertou em uma de suas colunas sobre a guerra de egos, que deve ser enorme. Não tem muita coisa sobre a novela do Walcyr, mas se você quer saber como ele age quando uma novela sua fracassa, é só assistir A Padroeira na TV Aparecida. E Sétimo Guardião, além de ter um batalhão de atores, ainda vai ter o retorno do realismo fantástico, com bruxos, pessoas com super-poderes, gente que vira bicho e ressurreição dos mortos, como Nazaré Tedesco. Sei não... Espero estar enganada, mas o horário das 9 vai demorar pra se reconciliar com o sucesso!

ANA disse...

Ah, outra coisa que eu acrescentaria no texto: Um dos maiores erros de A Lei do Amor (se não o maior) foi não terem voltado com a Isabella antes! Eu sendo os autores, tinha sumido com a personagem por no máximo uma semana. E a reaproximação do Tiago com a Letícia, com ele querendo casar com ela, também achei meio zzzzzzzzzz

Unknown disse...

Algo a comentar...

É preciso que se saiba que uma novela não pertence aos autores, mais sim a emissora. Se a trama não tiver uma boa receptividade junto ao público, ela tem toda a liberdade de fazer as alterações que julgar necessárias para alavancar os números de audiência, sim, pois é justamente uma boa audiência que traz o retorno comercial, mesmo que para isso a novela perca em qualidade. A Globo tem o poder de até mesmo afastar diretor, autor e elenco. As mudanças não são feitas para agradar grupos de discussão e nem tampouco a crítica especializada, e sim, o grande público.

Sérgio, há alguns meses, tenho acompanhado as novelas apenas pelo que vai ao ar, ignorando as notícias de bastidores, os spoilers e as críticas, e olha, é completamente diferente. A narrativa sem o prévio conhecimento do que vai acontecer fica bem mais interessante e você tem um outro olhar. Bom, e vi que "A Lei do Amor" desde do seu início, foi apenas uma boa novela e sem muitos elementos atrativos, cujo resultado é verificado com a clarividente fuga do telespectador. Em suma, não é uma novela ruim, mas está aquém no esperado.

Como sempre, você faz ótimas observações acerca do andamento da novela como telespectador atento, porém eu discordo que ouve uma perda de rumo na novela, pois não houve em "A Lei do Amor" como na maioria das tramas recentes desse horário, um rumo que fique bastante claro para o grande público.

Estive refletindo sobre o que tem acontecido com as novelas das nove, e vejo que os autores perderam a mão em criar uma novela realmente popular, que agrade e divirta o público, diferente do que tem acontecido com as tramas dos outros horários.

A maioria quer fazer uma novela impactante, e para isso tentam abordar temas polêmicos, personagens dúbios por demais e pouco carismáticos, o tratamento das imagens é escuro e taciturno, excessos de mistérios e segredos que dificultam a compreensão, sem contar que faz muita falta uma boa e agradável trilha sonora que embale e marque a narrativa. O "regue" tá pesado. Eu acho que esse tipo de teledramaturgia cai melhor às 11 horas.

Talvez, Sérgio, o caminho agora seja outro, o de criar tramas pretensiosamente cômicas. É só lembrar dos grandes sucessos que marcaram época. "Roque Santeiro" e "Tiêta", por exemplo, são as duas maiores audiências da história do horário e eram comédias. "Avenida Brasil" e "Fina Estampa" foram os dois últimos "grandes sucessos" populares e ambas estavam recheadas de tipos populares que divertiram o público.

Se formos bastante sinceros, perceberemos que as recentes "A Lei do Amor", "Velho Chico", "A Regra do Jogo", "Babilônia", "Império", "Em Família", "Amor à Vida" e "Salve Jorge" foram todas problemáticas e muito aquém do que vimos em "Celebridade", "Paraíso Tropical", "Laços de Família", "Mulheres Apaixonadas", "Senhora do Destino", "Passione", "Belíssima" entre outras menos recentes.

A partir de Abril teremos Glória Perez, nada animador a julgar pelas suas últimas tramas, depois teremos Walcir Carrasco, esse é fera as seis ou as 11. Depois o Aguinaldo Silva, esse tem história e é experiente, tanto que entende que o público quer se divertir e está voltando, em boa hora, ao realismo fantástico com sua próxima novela. Tomara que dê certo, Sérgio, estou com muitas saudades de acompanhar uma novela que fuja da realidade, cheia de tipos caricatos e nos faça dar risada diante da tv. Saudades de vilãs maniqueístas e ao mesmo tempo sarcásticas tipo "Nazaré Tedesco" "Carminha" "Maria Altiva" "Odete Roitman"

Bom, sei que tem gente que discorda, mas a história tá aí pra não me deixar mentir...

abraços...

izabel disse...

Um novelão despudorado, que lança mãos dos mais diversos artifícios e intrigas para manter o movimento da história. Fica difícil se envolver nos mistérios que permeiam o atentado contra Fausto se nem os personagens da novela parecem muito preocupados com isso e tendo que decorar o nome de trocentos personagens (e seus parentescos e suas histórias paralelas).

Raquel disse...

Fala Sérgio!

Sei que você gosta muito dos autores e torcia fortemente para A Lei do Amor ser uma boa novela e um sucesso de audiência, mas descordo de você no princípio de que a ALDA perdeu o rumo. Na minha opinião, essa novela nunca teve um rumo claro. Nesse ponto concordo inteiramente com a minha colega comentarista Fernanda Silva, em geral muito precisa nos seus comentários. Com seu excesso de mistérios desinteressantes e personagens difíceis de engolir (metade sub-aproveitados e outra metade sem nenhum carisma, entre os quais existem os simplesmente antipáticos e os dúbios enfadonhos) a novela nunca mostrou ao que veio; o telespectador nunca teve nenhuma idéia de onde aquilo tudo ia dar... Qual o propósito da história? A história de amor de Pedro e Helo? Mas eles estão juntos desde quase a segunda semana... A cidade de São Dimas se livrar dos políticos corruptos e da oligarquia sangue-suga? Já nem dá pra perceber o viés político tão anunciado no começo da novela. Impedir as maldades de Tião e Magnólia? Esses vilões cuja maldade de maior impacto foi separar os mocinhos na primeira semana da novela. O triângulo Isabela, Thiago, Letícia? Como fazer um triângulo funcionar com uma personagem insuportável em uma das pontas? Letícia, sim, parece que foi trocada por uma irmã gêmea boazinha e madura.

O grande público precisa conseguir identificar um fio condutor, um arco narrativo do começo ao fim da novela. E isso está em falta em ALDA, ou simplesmente não desperta suficiente interesse. Me parece super-sintomático que ALDA tenha quase a mesma audiência que Sangue Bom. Os autores patinaram no começo daquela novela da mesma forma, vc mesmo escreveu que o primeiro mês parecia um grande prólogo. Só que agora estamos no horário nobre e os anunciantes não têm a mesma paciência com os milhões que pagam em anúncios. Multilaram a novela, mas continuam sem apontar pra onde a história vai.

Sinceramente, não tem salvação, não. Talvez fique mais interessante lá pra reta final, à exemplo de A Regra do Jogo que tb teve dificuldades de mostrar ao que veio.

Enquanto continuar com tramas pretenciosas e confusas, cheias de histórias que não interessam o público, dificilmente a Globo emplaca mais de 30 pontos em outra novela das 21 horas. E é isso que a emissora tem que entender. Ou faz tramas de impacto que vão ser asssistidas pelos mesmo vinte e muitos pontos de IBOBE que as tramas das 23 hs têm, ou faz tramas mais simples pra ganhar telespectadores. Está difícil de fazer os dois... Minha esperança vai pro Aguinaldo Silva e a volta do realismo fantástico. Se vier com outra trama como AAV, nem Walcyr levanta essa audiência às 21 hs.

Gustavo Nogueira disse...

A novela melhorou nos últimos capítulos por causa da trama central, mas está longe de ser incrível, é no máximo uma boa novela.O que salva a novela é a trama central que envolve Magnólia(Vera Holtz em um dos seus melhores desempenhos na TV), Tião e Ciro.Luciane também é um perfil atrativo e Grazi Massafera está ótima.Camila Morgado também está se destacando como a sofrida Vitória.Helô e Pedro perderam o foco e nem parece que são os protagonistas, apesar da boa atuação e da ótima química dos atores.As saídas de Otávio Augusto e Ariane Botelho(por mais que sejam temporárias) foram lamentáveis e não deu para entender.O retorno de Alice Wegman demorou a acontecer, mas o mistério agora em torno de sua Marina/Isabela está interessante.As tramas paralelas são muito fracas e descartáveis, principalmente a vidente Mileide e os casais Misael e Flávia e Salete e Gustavo, ambos os casais não combinam em nada.Jéssica e Bruno também é desinteressante e a história deles foi muito mal construída.Apesar de gostar do Tião, não entendi porque ele vai perder o tempo dele prejudicando a Helô e o Pedro, que nunca fizeram nada a ele, o que ele ganharia com isso?O foco dele deveria ser sua vingança contra a Magnólia.Isso é só para encher linguiça e dar alguma importância a Helô e o Pedro, já que eles se tornaram coadjuvantes.

Unknown disse...

Por alguma razão ainda assisto a lei.do amor, bem escrita ñ é msm, mas,

Sérgio Santos disse...

Valeu, Louis.

Sérgio Santos disse...

Concordo, Johnny. Apesar de todos esses erros tb acho a melhor depois de Amor à Vida.

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, Fernanda.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, Sol!

Sérgio Santos disse...

Oi Pamela. Tudo. Esse é o Humberto Carrão... rsrsrs bjs

Sérgio Santos disse...

Fico feliz que goste do blog, anonimo. Venha sempre e da próxima vez diga seu nome. Um erro a trama política ter sido jogada fora. E eu soube disso da Manuela Dias sim. Tb acho um erro pq primeira ela deveria escrever uma novela das 23h. Amei Justiça e Ligações Perigosas, mas ambas só tiveram poucos capítulos. Uma novela com mais de 150 é outra coisa.

Sérgio Santos disse...

Pois é, anonimo. Tento ser justo sempre.

Sérgio Santos disse...

Obrigado pelo seu carinho de sempre, Adriana. E a morte da Beth foi um erro msm. Bjão!!!!!!

Sérgio Santos disse...

Não acho que esteja ruim demais, anonimo, pq a trama central segue ótima. Mas que as mudanças foram péssimas foram...

Sérgio Santos disse...

Muito obrigado mesmo, Zilani. bjs

Sérgio Santos disse...

Pois é, anonimo. Fora que não há problemas em personagens demais caso todos tenham função e dramas convidativos. Isso não é causa para fracassos ou sucessos de novelas.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, porlapazyporlavida lc! E te entendo perfeitamente.

Sérgio Santos disse...

Que alegria ler isso, Eslane. Bjsss

Sérgio Santos disse...

Obrigado, Ana. E não falei da Letícia pq no caso dela só anteciparam tudo o que ia ocorrer. Era óbvio que ela descobriria tudo do Tião e ficaria bem com o Pedro. Mas só no final da trama. Essa antecipação acabou aniquilando os conflitos de Pedro e Helo. E eu discordo que isso dos atores jovens é coisa do Villari. Tanto que ele sempre trabalhou com a Adelaide. A diferença é que passou a ser titular com ela em Sangue Bom E Sangue Bom tinha jovens pra caramba e foi espetacular. Aliás, o elenco tb era bem cheio. Então isso nada tem a ver. O que não pode é excesso de personagens com atores sendo figurantes de luxo sem função. Tendo função e bons dramas, nada contra. E discordo de vc sobre o Walcyr pq os elencos dele são grandes mesmo, mas ele sempre valoriza todos, ao contrário da Gloria, que ela sim se perde. Aguardemos o que virá por aí no horário nobre.

Sérgio Santos disse...

Na verdade, Ana, a Isabela só voltaria no último mês. Acabaram antecipando isso.

Sérgio Santos disse...

F Silva, vc tinha sumido. Achei seu comentário excelente, embora discorde dos pontos que vc já imagina. E só uma observação: Av. Brasil tinha vários núcleos cômicos, mas é bom lembrar que a trama central dela era pesadíssima: uma mulher cruel jogou uma criança em um lixão e ainda roubou o dinheiro do marido morto. Aliás, toda a trama central cera bem pesada, com gente enterrada viva e morrendo a golpes de enxada. Uma trama pesada não implica em fracasso. Basta ser empolgante e bem desenvolvida. Depois de AvBr só Amor à Vida foi um grande sucesso, sendo que a trama central tb era pesada.O problema de A Lei do Amor está longe de ser essa na minha concepção. Mas entendi o que quis dizer. bjs

Sérgio Santos disse...

Gostei do novelão despudorado, Izabel.

Sérgio Santos disse...

Oi Raquel. Pois é, eu gosto mt dos autores e torcia mt pela novela. Mas ainda assim não pensei duas vezes antes de criticar tudo o que não tenho gostado nesse texto. E eu realmente acho que perdeu o rumo por tudo o que listei. A novela não era perfeita, tinhas problemas, como o triangulo de Thiago/Leticia/Isabela que foi mt mal construído, assim como o naufrágio da vingança de Helô na segunda fase. As cenas mt curtas tb eram um problema visível. Mas o conjunto era mt bom e os dramas atraíam. A novela tb era bem ágil e cheia de viradas. Só que as mutilações fizeram os autores se perderem claramente. Só que ainda assim ainda acho a trama central mt boa. Agora, se o Walcyr viver com outra Amor à vida fará sucesso sim pq foi a maior média na faixa nobre pós-Avenida Brasil, marcando 48 pontos no final. Aguardemos... bjs

Sérgio Santos disse...

Gustavo, perfeito comentário. Concordo com absolutamente tudo. Nem tenho o que acrescentar. abçssss