"Lady Night" não foi prejudicado pela pandemia e segue impagável

 O "Lady Night" é um dos maiores acertos do Multishow. A primeira, a segunda e a terceira temporadas (em 2017 e 2018) foram as mais longas. Já a quarta foi mais curta em virtude da gravidez de Tatá Werneck. Todas foram deliciosas e fizeram um baita sucesso. Não por acaso, o programa ganhou reprises na grade da Globo desde o início de 2019. A nova temporada estreou no dia 3 de novembro de 2020, segunda-feira da semana retrasada. 

A escolha para o programa de estreia foi certeira. Há um chamariz melhor do que a presença de Xuxa? A apresentadora está em um claro "namoro" com a Globo. O retorno ao canal que a consagrou é quase certo. O contrato com a Record encerra em dezembro deste ano e Xuxa tem ido a vários programas da líder, vide as ótimas entrevistas recentes ao "Fantástico" e ao "Altas Horas". E sua desenvoltura com Tatá foi maravilhosa. Impressionante como a humorista consegue perguntar tudo de mais constrangedor sem cair na vulgaridade. Foi um bate-papo divertidíssimo.

O risco da realização do "Lady Night" durante a pandemia do novo coronavírus era alto. Afinal, nada de plateia ou contato físico da apresentadora com seus convidados em 2020. Em um formato de entrevistas "normal", não faria tanta diferença.

Porém, Tatá sempre teve muita interação com os entrevistados. Tanto em brincadeiras realizadas em vários quadros, quanto em selinhos dados ou "interpretações" de cenas dramáticas propostas pela apresentadora. Para piorar, as constantes gargalhadas da plateia são um termômetro ótimo para as tiradas sarcásticas e os improvisos de Tatá. 

O formato, todavia, segue com a mesma qualidade de sempre. A apresentadora é tão talentosa que nenhuma ausência foi sentida. A plateia virtual (através de várias video-chamadas simultâneas em um grande painel) conseguiu, ainda que de forma tímida, expor a diversão do público com os improvisos de Tatá e o contato físico não fez falta. Mesmo com o famigerado distanciamento social, Tatá consegue extrair o melhor dos seus convidados através de sacadas bem colocadas e bom jogo de cintura. Em meio a piadas e brincadeiras, a apresentadora ainda consegue fazer perguntas relevantes e muitas vezes recebe inspiradas respostas. Até o impagável quadro "Entrevista com o Especialista" continua na atração. 

As melhores entrevistas da temporada, até então, foram as de casais. Tatá consegue fazer perguntas impensáveis sobre sexo sem soar apelativa e as gargalhadas são inevitáveis. O melhor é que os convidados respondem, para a alegria da apresentadora e do público. Deliciosas as conversas com Agatha Moreira e Rodrigo Simas, Fabíula Nascimento e Emílio Dantas, e Camila Queiroz e Klebber Toledo. 

Rafa Kalimann, Otaviano Costa e Fábio Assunção foram alguns outros bons entrevistados e a quinta temporada do "Lady Night" provou que o frescor do formato está longe de acabar. Se nem uma pandemia tão grave conseguiu prejudicar as gravações, nada conseguirá afetar a longevidade do programa tão cedo.