sexta-feira, 25 de julho de 2025

"Raul Seixas: Eu Sou" honra o legado do cantor e com ótimo elenco

 As várias facetas de um ídolo de diferentes gerações se encontram em 'Raul Seixas: Eu Sou', série biográfica Original Globoplay que estreou em 26 de junho, semana em que o astro baiano completaria 80 anos. Estrelada por Ravel Andrade, a produção explora a vida do icônico pai do rock brasileiro e revive sua trajetória artística, os hits e shows emblemáticos, além do lado pessoal desde a infância. Os oito episódios – disponíveis na íntegra na data de lançamento – também desvendam marcantes relações do artista, dos relacionamentos amorosos aos encontros e parcerias musicais. 


 
Criada por Paulo Morelli, que divide a direção com Pedro Morelli, e produzida pela O2 Filmes, a obra é uma imersão nas décadas de 1970 e 1980, transportando o espectador com sua meticulosa recriação que abrange desde a cenografia, o figurino e a caracterização até a trilha sonora. Tudo isso completa a experiência de quem está do outro lado da tela com um resgate à essência do homenageado e à atmosfera da época.

Para entender a atemporalidade do músico, a série mergulha no artista, que sempre foi muito à frente do seu tempo. E mostra todas as suas fases, incluindo a transformação de Raulzito em um fenômeno, que sempre carregou consigo um espírito transgressor e uma genialidade precursora. A obra descortina momentos marcantes do artista permeados pelas influências culturais, políticas e espirituais que o guiaram. Ainda criança, o tímido Raul (interpretado nessa fase por Pedro Burgarelli) já demonstrava a precocidade em saber o que queria: fazer a diferença, ser famoso e mudar o mundo.

 Outras características de sua personalidade também o acompanharam desde então, como o humor, a inteligência rápida, o dom de inventar histórias, a inquietude, o jeito contraditório e a curiosidade insaciável. Fascinado por literatura e astronomia, teve sua percepção pela vida impactada de vez quando escutou Elvis Presley. 

No cerne da narrativa, a obra explora as raízes de Raulzito desde a infância, com Pedro Burgarelli interpretando o artista em seus anos iniciais. Os laços familiares são um pilar da produção, mostrando a relação do menino com a mãe Maria Eugênia, interpretada pela atriz Cyria Coentro, uma mulher extrovertida e comunicativa que, apesar de querer o filho diplomata, se torna seu porto seguro, e o irmão Plínio (vivido por Rodrigo Vidal e Vitor Novello em diferentes fases). Outro grande destaque do núcleo familiar é a poderosa conexão em cena entre Ravel Andrade e Julio Andrade, que dão vida a Raul Seixas e seu pai, Raul Varella. Irmãos na vida real, filho e pai na arte, eles revivem uma relação emocionante.
 
A vida afetiva do homenageado também é detalhada na ficção através de suas companheiras, mulheres fortes e potentes que foram base da sua vida e obra. Logo no primeiro episódio, o público pode relembrar a trajetória de Edith Wisner, esposa do músico vivida por Amanda Grimaldi ---- foi sua companheira de 1966 a 1974. Ela o ensinou inglês e o apoiou incondicionalmente em sua carreira, costurando figurinos e compartilhando suas buscas místicas. Testemunha e colaboradora da transformação de Raulzito em Raul Seixas. Do relacionamento, nasceu a pequena Simone. O segundo casamento, com Gloria Vaquer, também invade a tela. Fascinada pela inteligência de Raul e seu universo musical, Gloria participa ativamente das práticas místicas do artista. A trama mostra os altos e baixos dessa união e o nascimento da filha Scarlet.
 
Julia Stockler assume o papel de Tania Menna Barreto. Parceira de Raul de 1976 a 1979, a personagem é uma mulher à frente de seu tempo. A história desvenda uma figura feminina forte, autônoma e corajosa que, apesar de compartilhar das maiores loucuras e excessos do astro, navega com notável lucidez em seu mundo particular. Já Chandelly Braz dá vida a Kika Seixas (Ângela Costa), companheira do astro de 1979 a 1984. A produção também apresenta a pequena Vivian, fruto dessa união, e destaca uma Kika prática e descolada. Sua experiência no mercado da música a torna uma parceira essencial, não apenas afetivamente, mas também profissionalmente, auxiliando em composições, na prospecção de contratos e em estratégias para o pai do rock retomar sua carreira.
 
A série oferece ainda um olhar aprofundado sobre as importantes colaborações musicais e as amizades que influenciaram Raulzito, como a com Paulo Coelho (João Pedro Zappa). A produção aborda a conexão dessas duas figuras icônicas desde o seu surgimento até uma completa simbiose, passando por momentos emblemáticos da dupla, como a criação de canções que se tornaram clássicos. Jaffar Bambirra também tem a oportunidade de mostrar uma nova faceta artística na obra, ao interpretar o cantor e compositor Sérgio Sampaio: um encontro musical marcante na trajetória de Raul. Já João Vitor Silva, dá vida ao músico Cláudio Roberto. Na trama, a franqueza e o humor desse personagem da vida real, carinhosamente apelidado de "Claudete" pelo homenageado, o tornaram um amigo e colaborador indispensável de composições. A trama traz ainda Sylvio Passos, interpretado por Gabriel Wiedemann, um adolescente que, ao conhecer a música do roqueiro, transforma sua vida e se dedica a criar o famoso Raul Rock Club, o fã-clube oficial do cantor.
 
E por falar no lado musical da série biográfica, o talento por trás das cenas é um show à parte. Para as sequências de show que são revividas ao longo dos episódios, o artista Tony Gambel divide com Ravel a missão de fazer a voz do ícone, garantindo a autenticidade das performances musicais na tela.

Ao longo dos episódios, sucessos do astro, conhecido por sua potência musical, são protagonistas na tela e costuram a trama, proporcionando ao público uma imersão completa. Como a memorável performance no Festival da Canção, com ‘Let Me Sing, Let Me Sing’, e a famosa apresentação no Festival Phono 73. Surgia nos palcos um artista que tinha habilidade em fundir o rock com o baião e elementos místicos. Sem falar em sequências que resgatam como foi o processo de composição de grandes hits ao lado de parceiros como Paulo Coelho e Cláudio Roberto. 
 
A produção revela ainda as lutas internas do eterno “Maluco Beleza” e sua busca constante por autenticidade e liberdade de expressão. As relações pessoais com suas esposas, amigos e parceiros criativos também são trazidas em profundidade, mostrando a complexidade de sua personalidade e as influências mútuas em sua jornada. 
 
Em cena, objetos e cenários ajudam a narrar a história. Para capturar a autenticidade dos ambientes e dos anos retratados, a série foi filmada em diversas locações. A cenografia e a direção de arte, lideradas por Cassio Amarante, tiveram o desafio de recriar com precisão os anos 70 e 80, dos palcos emblemáticos que Raul dominou aos momentos mais íntimos de sua vida. Tudo foi pensado para refletir fielmente o período e transportar o público diretamente para o contexto cultural daquela era.
 
A música e os efeitos visuais também recriam a magia durante a série biográfica, que tem a trilha sonora como um de seus pilares. Para garantir uma sonoridade autêntica, músicos que trabalharam com Raul Seixas, como Rick Ferreira, Paulo César e o saudoso Mamão (Ivan Conti), foram reunidos para regravar fonogramas clássicos com rigor histórico. A iniciativa busca incorporar a presença e a energia contagiante do ícone, rememorando a vivacidade de shows e gravações de estúdio originais. 
 
O figurino, assinado por Andrea Simonetti, e a caracterização, sob a responsabilidade de Rosemary Paiva, são outros protagonistas da trama, garantindo o passeio completo pela trajetória de Raul. Cada peça e aspecto da maquiagem foram escolhidos para se integrarem ao trabalho de cenário e direção de arte, resultando em uma experiência envolvente que reflete a personalidade, a evolução e a atemporalidade do cantor ao longo da história.

O elenco merece todos os elogios, principalmente Ravel e João. Os dois conseguiram replicar a entonação da voz de Raul e Paulo de uma forma impressionante. Você enxerga as figuras reais em cena, o que não costuma ser uma missão fácil em produções que retratam a vida de personalidades que existiram ou ainda existem. Se fechar os olhos e apenas escutar as vozes dos atores interpretando, é de fácil identificação as figuras do cantor e do escritor tão presentes na cultura brasileira. 
 
‘Raul Seixas: Eu Sou’ tem roteiro e redação final de Denis Nielsen, a equipe de roteiristas é formada ainda por Lívia Gaudencio e Marcelo Montenegro. A obra foi selecionada para a competição oficial do festival Series Mania na França, um dos maiores eventos internacionais dedicados a séries, marcando a primeira vez que uma produção brasileira participa da mostra. Cada episódio tem cerca de uma hora de duração, mas não dá para sentir. Vale a pena conferir.

14 comentários:

chica disse...

Linda e merecida homenagem e há muito a se ver da vida de Raul Seixas!
abração, ótima semana, chica

Teresa Isabel SIlva disse...

Não conhecia! Muito obrigada pela partilha!

Bjxxx,
Pinterest | Instagram | Subscreve a nossa newsletter

Jovem Jornalista disse...

Resenha impecável. Fiquei com vontade de assistir.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

Jovem Jornalista
Instagram

Até mais, Emerson Garcia

Lucimar da Silva Moreira disse...

Sérgio ainda não assisti a série sobre o Raul Seixas, obrigado por compartilhar, desejo uma ótima semana abraços.

Lulu on the sky disse...

Olá, Sérgio.
Essa é a próxima série que eu ver na Globoplay.
Beijos,
Lulu on the sky

Marly disse...

Vou ver. Sou fã do Raulzito e curto muito os anos em que ele brilhou.

Beijão

Adriana Helena disse...

Essa série eu noa perco por nada Sérgio e ler o seu texto me deixou ainda mais animada em assistir, pois a trilha sonora deve estar absolutamente fantástica!!
Só de alguém poder celebrar a potência musical de Raul compensa tudo!!
Beijos e uma linda semana!!!

Sérgio Santos disse...

verdade

Sérgio Santos disse...

bj

Sérgio Santos disse...

obrigaddo

Sérgio Santos disse...

bjsss

Sérgio Santos disse...

bj

Sérgio Santos disse...

bj

Sérgio Santos disse...

obaaa