A décima segunda edição de "A Fazenda" estreou em setembro, na Record. A emissora estava com altas expectativas em virtude do fenômeno do "Big Brother Brasil 20", que parou o Brasil e movimentou as redes sociais, principalmente com o início da pandemia do novo coronavírus. E já é possível constatar que a produção acertou com a temporada de 2020. O sucesso é incontestável e o elenco foi bem escolhido.
Na semana passada, o reality ficou pela primeira vez na liderança isolada durante o confronto com o desgastado "The Voice Brasil" e a reprise do ótimo "Que Conversa É Essa, Porchat?" na Globo. Mas já vem alcançando o primeiro lugar quase diariamente por cerca de 15 minutos ou mais, principalmente durante a formação da Roça (na terça-feira). A verdade é que a pandemia privou a televisão de atrações inéditas e as reprises vêm dominando as programações. "A Fazenda 12" é um dos raros produtos inéditos sendo exibidos. A migração de audiência é natural.
Mas a escolha dos participantes foi certeira, o que também contribui para a atenção dos telespectadores. Desde a estreia, há embates e brigas quase todos os dias. Até o momento não há tédio no reality. O que não falta é "fogo no feno", como diz Marcos Mion.
O apresentador, aliás, segue bem no comando do programa, mas seus discursos sempre elogiosos aos participantes durante o anúncio do eliminado da semana têm sido exagerados e cansativos. Sua parcialidade é outro ponto que merece menção, embora ainda seja menos escancarada que a de Thiago Leifert no "BBB".Já os candidatos ao prêmio têm se destacado, para o bem ou para o mal, e a rivalidade de Jojo Toddynho e Raíssa com o agora quarteto formado por Biel, Juliano, Mirella e Victória vem dominando as edições. Isso porque a eliminação de Luiza Ambiel na quinta-feira passada (22) marcou uma nova mudança no jogo. Seus quatro então aliados se fecharam e se mostraram ainda piores sem a ex-participante da "Banheira do Gugu". Os comentários sobre os demais são sempre depreciativos e dignos de nojo. Claro que isso os coloca como um grupo "de vilões". O que lembra também o time dos "machos escrotos" do "BBB20", que foi escorraçado do programa pelo público. Essa guerra entre "bem e mal" sempre faz sucesso.
A volta de Matheus Carrieri com mais de 70% de preferência popular, logo após a eliminação de Luiza, foi o momento mais arrepiante da edição até o momento. O grito de Jojo, Raíssa, Lipe, Stéfani, Lidi Lisboa, Tays, Mariano e Jake foi emocionante, enquanto o desespero de Biel, Victoria, Juliano, Lucas e Mirella lavou a alma de grande parte do público. É uma nova fase do jogo, após as eliminações de Luiza, Carol, Cartolouco, Rodrigo, JP Gadelha e Fernandinho. Por sinal, a grande virada foi a saída de Carol Narizinho, que implicou no desmascaramento de Luiza e Victória, que se bandearam para o lado do grupo de Biel, traindo Stéfani e Raíssa. Ali tudo mudou. O favoritismo de Raíssa, que sofre da Síndrome de Borderline e com isso tem acessos de fúria emocional incontroláveis (e usados como ponto fraco por seus adversários), só tem crescido, assim como o destaque de Jojo. As duas formaram uma dupla ótima e favoritas ao prêmio. Stéfani e Lidi também conseguiram conquistar uma parcela do público nas redes sociais.
É uma pena, porém, que a Record não honre o sucesso do reality. A edição do programa segue preguiçosa e não dá para entender como até hoje, após onze temporadas, exibem o resultado de uma prova realizada no domingo à tarde ("Prova de Fogo") somente segunda à noite. É um anticlímax. E como a emissora permite o uso de robôs nas votações? Qualquer um pode usar um serviço de voto automático para votar com mais rapidez. A Globo baniu isso há muitos anos no "BBB". Mas parece que o intuito é justamente se aproveitar da irregularidade para vangloriar milhões de votos e quebras de recordes. Mion até já exagerou na empolgação e soltou "Já ultrapassamos 600 bilhões de votos", para depois se corrigir e dizer que eram 600 milhões. Claro que nada é por acaso. O "BBB20" atingiu um recorde histórico com o paredão que eliminou Felipe Prior contra Manu Gavassi: um bilhão e meio de votos. Entrou até no Guinness Book. O intuito da Record é ultrapassar isso. Mas mesmo com robôs será quase impossível.
E outro grande erro da temporada, que já vem das edições anteriores, é o "Playplus", uma espécie de Globoplay da Record. O serviço funciona como um "Pay Per View" do "Big Brother Brasil", mas, ao contrário do reality da Globo, só mostra o que a produção quer. A transmissão é interrompida diversas vezes quando ocorre algum barraco entre os participantes para a exclusividade no canal aberto. Sempre o pós-festa, às sextas-feiras, não é exibido para o assinante. A câmera filma apenas a sala, enquanto a ação ocorre na cozinha e no quarto. Só é possível ouvir os gritos das pessoas. Aliás, recentemente nem isso. Porque o áudio foi cortado. Ou seja, o telespectador paga para não ver. Ainda há mais uma agravante: às quintas-feiras, a transmissão do 24h é interrompida para a exibição de uma entrevista do eliminado com o humorista Victor Sarro. Simplesmente te obrigam a ver.
Para culminar, o amadorismo da equipe de produção do programa chega a assustar. Permitiram que os fãs de Mirella enviassem um carro de som avisando para a MC se afastar de Biel e Juliano e confiar apenas na Stéfani. Todos os participantes ouviram. A sorte é que o ego da mimada e de seus aliados é tão elevado que o trio ignorou o aviso. Mas não importa, ninguém foi punido. Como permitem algo assim? O pior é que já teve carro de som em outras edições do reality e até sobrevoo de helicóptero. Outro tropeço recente foi a demora para a anulação do poder de Biel na votação desta terça (27/10). O público viu o rapaz falando sobre a benefício para Victória (o que é proibido), mas Mion ignorou as reclamações dos telespectadores e ainda disse que Biel não tinha falado nada demais. Hoje, porém, à tarde, a produção mudou de ideia e anulou o poder da chama. Não podiam ter feito isso no instante da infração?
Apesar dos problemas citados, como o péssimo serviço do Playplus e a condução equivocada nas edições diárias da Record, "A Fazenda 12" merece o sucesso que tem feito e virou uma boa companhia para o telespectador no fim de noite em tempos de pandemia. Um entretenimento que ao menos distrai. Tem tudo para ser a melhor temporada.
16 comentários:
O PLayplus é uma vergonha mesmo.
Sérgio, nunca fui de comentar sobre os desdobramentos das temporadas de "A Fazenda", mas a atual vem fervilhando de acontecimentos, barracos e emoções dignos de um bom reality show, que merece todos os tweets que você vem dedicando a ela. É bem verdade que bebe bastante da fonte do sucesso do "BBB 20" (2020), mas entretenimento é o que não falta nesta décima segunda temporada. E acho digno ao fim dela em 10 de dezembro próximo Jojo ser a campeã, Raíssa, a vice e Matheus, o terceiro colocado. Stéfani pode figurar como a quarta, mas só se se afastar definitivamente da MC "18%" Mirella no jogo, e que esta última nas próximas semanas seja eliminada do reality show, seguida de Biel, Juliano e Lucas. Será um prazer ver ser noticiada a iminente eliminação da Derrocta (meu apelido para a Victoria) no jogo, após a da Louquiza Ambolsonariel (meu apelido para a Luiza Ambiel).
Guilherme
Eu nunca vi, é a primeira vez que acompanho.
Espero que Jojo ganhe e espero nunca mais ver esse programa.
Acho INACREDITÁVEL como tem gente que ainda hoje mesmo com a Globo não sendo a poderosa que foi no seculo passado tem gente que acha a maior vantagem só assistir o canal dos Marinho$.
Mas falando de A Fazenda eu acho mil vezes melhor que aquele preguiçoso bbb que aliás vem copiando o reality da Record colocando famosos(ou quase).
A Fazenda é muito mais que um simples reality de confinamento onde os participantes ficam trancados numa casa nos estudios sem nada pra fazer. Na fazenda eles tem cuidar dos bichos, tem que obedecer regras de convivencia, tem hora pra dormir e hora de levantar, e tomam punições severas se violarem o manual.
Ha uns anos atras vi um jornalista comparar o bbb com uma "prisão" brasileira e a fazenda com uma de primeiro mundo, ou seja, no bbb só tem um bando de parazita sem nada pra fazer e na fazenda eles tem obrigações e serviço pra fazer.
De qualquer forma viví pra ver o Zamenza empolgado com A Fazenda, abra sua mente bebê!
Não força né, Luiz. A Fazenda tá fazendo um relativo sucesso, mas ainda tem que comer muito arroz com feijão pra chegar no nível do BBB. Além do que o Sérgio já citou, o maior problema da Fazenda é justamente ela ser exibida na Record.
Sérgio,no péssimo Playplus passa canais da Disney,da ESPN,vc pode ouvir rádios,e assistir a programação da Record através de suas emissoras em São Paulo,Rio de Janeiro,Belo Horizonte,Brasília,Porto Alegre,Salvador,Goiânia,Belém e Manaus.pode assistir qq uma,msm fora das áreas de cobertura(um ponto favorável em relação ao Globoplay),só q na hora dos intervalos comerciais só passam chamadas do Playplus.
SERIA TÃO MAIS DIGNO ACEITAR O SUCESSO DE UM PROGRAMA DA CONCORRENTE DO QUE FICAR DESDENHANDO, QUE FEIO! ATÉ PORQUE A GLOBO JÁ NÃO ANDA LÁ ESSAS COISAS E HÁ UM BOM TEMPO, SE NÃO TIVESSE CONCORRÊNCIA ENTÃO...
Ah pronto, chegaram os fanáticos da Record nos comentários. Não é pq A Fazenda 12 está fazendo sucesso que a Globo vai começar a ruir. Afinal, 17,18 até 20 pontos ela consegue nos piores dias até.
Como já disseram acima, pra chegar no nível do BBB ainda falta muito e essa história do erro na prova e suspenssâ da roça só expôs o amadorismo da emissora nesses casos.
Lógico que qdo acabar A Fazenda a Record vai voltar a perder pra Globo no horário, mas e daí? A Fazenda é um sucesso incontestável e a Record tem mais é que comemorar o momento e os haters dela aceitar. Até porque o brasileiro dá ibope pra Globo até se ela sair do ar, é questão de hábito e não de oferecer uma programação boa porque a Globo era muito boa na época do Boni, do Hans Donner, e de tantos profissionais que faziam as novelas e programas inesquecíveis porque hoje é totalmente descaracterizada.
Fato, anonimo.
O que uma pandemia nao faz, Guilherme...
Tb, anonimo.
Pois é, Rafa.
Ok, Matheus, mas segue sendo ruim.
É impressionante, anonimo...kkkkk
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