Retrospectiva 2017: os artistas que deixaram saudades

O ano de 2017 conseguiu ser ainda pior que o de 2016. Afinal, a crise segue preocupante e, para piorar, uma onda de ódio tomou conta principalmente das redes sociais, havendo uma assustadora leva de intolerância, racismo e todo tipo de preconceito, sobrando até para exposições de museus. Além de tudo isso, infelizmente, o Brasil perdeu muitas figuras queridas e talentosas, que deixaram o cenário artístico mais triste. É hora de lembrar dessas perdas.

Russo (1931 - 2017):
O querido assistente de palco do saudoso Chacrinha e uma das figuras mais lembradas nos bastidores da Globo faleceu em janeiro, vítima de uma embolia pulmonar, aos 85 anos. Amava tanto o seu trabalho que não se conformava com a aposentadoria que a emissora lhe ofereceu, fazendo questão de dizer que estava apto para voltar. Infelizmente, não estava.

Vida Alves (1928 - 2017):
Pioneira na televisão brasileira, a atriz protagonizou o primeiro beijo gay em novelas em 1963 e era uma profissional respeitada por todos. Em 1995 se tornou presidente do Museu da TV, preservando a memória dos pioneiros da televisão através de imagens de arquivos, vídeos e fotos. Faleceu em janeiro, aos 88 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos.

Vic Militello (1943 - 2017):
Após várias participações na Globo ao longo de décadas, a atriz virou a queridinha das crianças em 2005, na Band, em virtude do sucesso da novela "Floribella", onde viveu a governanta Helga. A talentosa intérprete se foi em janeiro, aos 73 anos, vítima de câncer.

Belchior (1946 - 2017):
O conhecido cantor estava sumido da mídia e seu sumiço até virou matéria do "Fantástico" em 2009. O autor de vários sucessos e um dos primeiros cantores de MBP do nordeste foi encontrado morto, após ter a aorta rompida, em abril, aos 70 anos. Até mesmo a sua morte teve um ar misterioso.

Jerry Adriani (1947 - 2017):
O querido cantor nunca deixou de marcar presença nos programas de televisão e ainda fazia muitas participações em novelas e séries da Globo, sempre cantando "Doce Doce Amor", um de seus maiores sucessos. Faleceu aos 70 anos, vitimado por um violento e inesperado câncer, que se espalhou rapidamente.

João Elias (1944 - 2017):
O inesquecível Salim Buchiba foi mais um aluno da clássica "Escolinha do Professor Raimundo" a nos deixar. O ator fazia uma ótima dupla com o também saudoso Marcos Plonka (Samuel Blaustein) e nos deixou em junho, aos 72 anos, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Maria Estela (1942 - 2017):
A atriz esteve em várias novelas e o último folhetim que contou com o seu talento foi "Passione", em 2010. Aposentada desde 2011, a intérprete foi diagnosticada com um Mieloma Múltiplo e faleceu julho, aos 75 anos, após ter ficado um mês internada.

Luiz Melodia (1951 - 2017):
O cantor faleceu em agosto, aos 66 anos, em virtude de um violento câncer, deixando seus colegas da música muito entristecidos. Ganhou o prêmio de Melhor Cantor de MPB em 2015, durante o Prêmio da Música Brasileira, e sempre era muito homenageado pelos amigos e fãs.

Nelson Xavier (1941 - 2017):
O respeitado ator faleceu em maio, aos 75 anos, vítima de um câncer. Com uma carreira extensa no teatro, no cinema e na televisão, o profissional se entregava em todos os trabalhos e ficou marcado por vários tipos, como o clássico Lampião ("Lampião e Maria Bonita" - 1982) e Chico Xavier (filme homônimo de 2010). Sua última novela foi uma participação em "Babilônia" (2015).

Neuza Amaral (1930 - 2017):
Vítima de uma embolia pulmonar, a atriz se foi em abril, aos 86 anos. Participou de diversas novelas e fez participações breves em três produções em 2006: "Pé na Jaca", "Páginas da Vida" e "Cobras & Lagartos". Depois, infelizmente, deu um tempo da televisão, mas chegou a lançar dois livros de memórias ("Deixa Comigo", em 2008, e "Araruama - e Isso Eu Vivi", em 2012).

Marcos Tumura (1968 - 2017):
Ator e cantor responsável por vários musicais de qualidade faleceu em maio, aos 49 anos, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Fazia pequenas participações em novelas e chegou a ter um destaque no remake de "Ti Ti Ti" (2011). O último folhetim que contou com sua presença foi "Sol Nascente", no começo desse ano.

Paulo Silvino (1939 - 2017):
O humorista que praticamente era uma fábrica de bordões marcantes estava no elenco do "Zorra", mas havia saído do elenco no início do ano. Em 2016 descobriu um câncer no estômago e estava em tratamento desde então. Lamentavelmente, não resistiu e faleceu em agosto, aos 78 anos. Impossível esquecer sua alegria e sua expressão de sacana em cada bordão proferido. Ai como era grande...

Ana Maria Nascimento e Silva (1952 - 2017):
A atriz faleceu em dezembro, vítima de um câncer, aos 65 anos. Estava afastada das novelas desde 2003 e tem tramas como "Quem Ama Não Mata" (1982), "O Salvador da Pátria" (1989), "Araponga" (1990), "Quatro por Quatro" (1994) e "Zazá" (1997) em seu currículo.

Kid Vinil (1955 - 2017):
O cantor, famoso no rock brasileiro na década de 80, tinha um visual característico e nunca passou despercebido. Divertido e repleto de sucessos, emplacou várias músicas em novelas, tendo o tema de abertura de "A Gata Comeu" como uma das mais lembradas, além de "Sou Boy" e "Tic Tic Nervoso". Após um mês em coma induzido, acabou falecendo em virtude de uma parada cardíaca. A imagem de seu cachorro desolado ao lado do caixão comoveu o Brasil.

Marcelo Rezende (1951 - 2017):
O apresentador mais popular do "Cidade Alerta", da Record, descobriu um câncer no fígado e no pâncreas em estágio avançado no começo deste ano. O jornalista optou por um tratamento alternativo, deixando a quimioterapia de lado. Obviamente, a doença se alastrou com mais rapidez e em setembro ele faleceu, aos 65 anos, deixando colegas emocionados e um vazio no programa policialesco da emissora, que nunca mais será o mesmo.

Rogéria (1943 - 2017):
A transformista mais querida do Brasil deixou o país de luto com sua inesperada morte, vítima de complicações de uma infecção urinária, aos 74 anos, em setembro. Ousada, querida e uma das pioneiras na luta LGBT, a atriz e cantora brilhava por onde passava e fez inúmeras participações em novelas e programas da Globo, entre elas "Tieta" (1989), que, coincidentemente, estreou no Canal Viva no dia de sua morte. Ela até participaria de "A Força do Querer", mas infelizmente se foi antes.

Márcia Cabrita (1964 - 2017):
A atriz lutava contra um câncer no ovário há mais de dez anos e faleceu em novembro, aos 53 anos. Ela chegou a participar da novela "Novo Mundo", mas ficou apenas por alguns capítulos, precisando se afastar para voltar ao tratamento. A eterna Neide Aparecida, do "Sai de Baixo", deixou o país mais triste com sua precoce partida.

Eva Todor (1919 - 2017):
A atriz estava afastada das novelas desde 2012, quando participou de "Salve Jorge", e enfrentava o Mal de Parkinson e de Alzheimer. Querida por todos os brasileiros e respeitada pelos colegas, a intérprete faleceu em dezembro, aos 98 anos, deixando um legado para a dramaturgia nacional. A eterna Kiki Blanche, de "Locomotivas" (1977) e a debochada Josefa, de "O Cravo e a Rosa" (2001), será sempre lembrada com carinho.

Aracy Cardoso (1937 - 2017):
Morreu nesta terça-feira, aos 80 anos. Participou de várias novelas da Globo e sua última foi "Sol Nascente". A atriz estava internada há um mês tratando vá´rios problemas de saúde, entre eles, o coração e problema nos rins. Ela sofria de hidrocefalia e distúrbios de equilíbrio. A governanta Zazá, de "A Gata Comeu", foi um de seus trabalhos mais marcantes. "Água Viva", "Selva de Pedra", "Pecado Capital" e "Senhora do Destino" foram algumas outras novelas que contaram com seu talento.




Foram muitas perdas ao longo de 2017 e o mundo das artes ficou mais vazio sem todas essas pessoas de imenso talento. Que sigam em paz!