Filha de uma estilista e de um comerciante de tecidos, Eva era húngara e iniciou a carreira artística ainda menina, chegando a dançar na Ópera Real de Budapeste. Estreou como atriz na peça "Quanto Vale Uma Mulher", em 1934, e deslanchou de vez através do teatro de revista. Em 1940, já tinha sua própria Companhia de Teatro chamada "Eva e Seus Artistas" e ganhou até Getúlio Vargas como admirador, facilitando o processo para conseguir a identidade nacional. Em 1950, ganhou um programa na TV Tupi, cujo título era "As Aventuras de Eva". Sua veia cômica ganhou mais força na atração e viria a ser uma de suas maiores características ao longo da trajetória televisiva.
A primeira novela que contou com a intérprete foi "E Nós Aonde Vamos?", da Tupi, em 1970. Depois, em 1975, chegou a participar da versão censurada de "Roque Santeiro", vivendo Ambrosina Abelha, mas a personagem não voltou na trama clássica que teve Regina Duarte como Porcina. Sua grande estreia na teledramaturgia foi em "Locomotivas", história de Cassiano Gabus Mendes, onde viveu a inesquecível Kiki Blanche, fazendo um imenso sucesso em 1977.
Ela honrou a importância da divertida ex-vedete e o perfil foi um dos mais marcantes de sua carreira. A comicidade da personagem também destacou seu talento para divertir o público, virando quase uma constante em seus futuros papéis.
Foram 18 novelas e muitas participações em minisséries e séries ao longo dos anos. Esteve em "Te Contei?" (1978), "Memórias de Amor" (1979), "Coração Alado" (1980), "Sétimo Sentido" (1982), "Sabor de Mel" (1983), "Partido Alto" (1984) e chegou a 'interpretar' a si mesma em "A Gata Comeu" (1985). Também marcou presença em "O Outro" (1987), "Top Model" (1989) e em "De Corpo e Alma" (1992) iniciou sua parceria com Glória Perez, autora que passou a escalá-la sempre que podia. Ela e a escritora estiveram juntas em "Hilda Furacão" (1998), "América" (2005), "Amazônia - de Galvez a Chico Mendes" (2007), "Caminho das Índias" (2009) e a já citada "Salve Jorge", seu último trabalho.
Porém, um de seus papéis mais lembrados pelos mais jovens foi escrito por Walcyr Carrasco. A Josefa, de "O Cravo e a Rosa" (2001), foi um de seus melhores personagens da carreira e virou um dos trunfos da primeira novela do autor na Globo. O quarteto formado por ela, Ney Latorrraca (Cornélio), Maria Padilha (Dinorá) e Rodrigo Faro (Heitor) era impagável. A sogra maldita que infernizava a vida do passivo Cornélio, defendendo a filha e fazendo todas as vontades do filho, foi defendida com maestria pela atriz, que abusou da comicidade e fez dessa quase vilã uma maldita adorável.
A atriz ainda reviveu sua marcante Kiki Blanche no remake de "Ti Ti Ti", em 2011, e fez participações em produções como "Brava Gente" (2002), "Malhação" (2002), "Sítio do Pica-Pau Amarelo" (2002), "A Diarista" (2004), "Casos e Acasos" (2008) e "As Brasileiras" (2012). Curiosamente, ao contrário da rica carreira no teatro e na televisão, fez poucos filmes. E seu último longa foi "Meu Nome Não é Johnny", em 2008.
Eva Todor era uma atriz que amava o mundo das artes e tinha um sorriso contagiante. Se o também saudoso Elias Gleiser era o avô mais querido dos brasileiros, pode-se garantir que Eva representava a avó de todos. Ironicamente, os dois não tiveram filhos e consequentemente netos. Talvez por isso mesmo. Já eram integrantes da família de todos os fãs e telespectadores. Ele se foi em 20115 e agora chegou a hora dela. Que siga em paz e sorrindo!
22 comentários:
Como eu amava essa fofa! A Josefa me divertiu muito em O Cravo e a Rosa.
Linda homenagem! 💜
Ela foi demais e deixou sua marca por onde passou! Fará falta! abraços, chica
Olá Sérgio tudo bem???
Uma grande perda pra televisão brasileira...
Beijinhos;
Débora.
https://derbymotta.blogspot.pt/
Oi Sérgio. A Eva era uma grande atriz mesmo. A vizinha do meu namorado era enfermeira particular dela e ela disse que a Eva era uma pessoa muito generosa e doce.
Eva Todor, uma maravilhosa atriz, já faz falta. Josefa de O Cravo e a Rosa, para mim, foi o seu melhor de todos os bons personagens e que sorriso bom é esse que ela tinha.
Sempre achei ela linda, que descanse em paz!!!
bjokas =)
Oi Sérgio,
Além de talentosíssima, o bom humor dela
me impressionava!
Ativa, dinâmica e sem papas na língua, Eva Todor
era magnífica...Enfim, cumpriu sua missão
e deixará saudade.
Achei linda a postagem contando a trajetória
dessa grande artista!
Beijos!
Olá Sérgio
Um escândalo de linda ela né non?????
E que talento!!!
Tão elegante essa amante da arte, que majestosa ao interpretar, entre sutilezas e nuances caminhava entre os personagens divertidos e os dramáticos.
Que linda suas palavras sobre o fato dela junto com o querido Elias Gleizer serem os avós de tantos e tantos fãs de várias gerações <3
Certamente estão agora emocionando e entretendo os espectadores do outro lado da vida <3
Aplausos, luz e paz.
Bjs Luli
https://Café com Leitura na Rede
A atriz Eva Todor (98 anos), faleceu no domingo do dia 10/12/2017, surpreendeu todos ao deixar a herança que envolve imóveis e grande quantia em dinheiro, que está em uma conta bancária, e será repartida entre uma empregada, um motorista e um secretário de Eva.
Uma fortuna para os seus funcionários, segundo informações da TV, que ficaram ao lado da atriz durante sua doença. Ela não tinha filhos.
Foi bom ter essas pessoas ao lado dela quando faleceu mas pensando nessa atriz tão rica de experiencia na dramaturgia pensei: Ela se sentiu-me sozinha? Cadê os amigos e os colegas de trabalho? Ninguém se interessa por ela? O que ele para isso acontecer?
Olá Sérgio!!
Fiquei muito triste com essa notícia. Ela era muito fofa e comicidade de seus personagens era sempre muito marcante. A minha mãe disse que lembra muito da Kiki Blanche, mas para mim ela sempre ficará marcada pela Josefa mesmo rs.
Que descanse em paz!
Abraços!!
Eu tb, Brunaa!
Obrigado, Johny!
Mtaa falta, Chica. bj
Grande perda, Debora...
Puxa, anonimo. Que bacana saber disso. Ela transmitia isso tudo msm.
Saudades da Josefa, Felipe. abçss
Amem, Bell.
Perfeito comentário, Clau. bjs
Pois é, Luli, ela e Elias eram os avós do Brasil. bjss
Vários amigos a visitavam com frequencia, Izabel. E elaa não podia mais trabalhar, mas a Globo tinha contrato vitalicio com ela.
Pra nós, Germana... bjs
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