sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Paulo Silvino marcou o humor nacional e nunca será esquecido

Na quinta-feira passada (17/08), o Brasil perdeu um de seus mais conhecidos e queridos humoristas: Paulo Silvino. O ator, que lutava contra um câncer de estômago, morreu em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no início da manhã. Segundo a família, ele chegou a ser submetido a uma cirurgia no ano passado, mas o câncer se espalhou e a opção dos familiares foi que ele fizesse o tratamento em casa.


O humorista era uma verdadeira fábrica de bordões e virou uma referência na comédia brasileira. Não tinha quem não o conhecesse e isso era fruto de uma galeria de tipos marcantes, graças ao festival de caras e bocas que fazia na hora de proferir suas pérolas em diversas atrações humorísticas. Paulo iniciou sua carreira em 1957, no filme "Sherlcok de Araque", onde surgiu como um cantor de rock, cujo pseudônimo era Dixon Savannah. Estreou na Globo em 1966, um ano após a inauguração da emissora, apresentando o "Canal Zero" (atração que satirizava a programação das emissoras) , e não demorou para ser reconhecido como o melhor comediante do ano.

Entre idas e vindas nas Globo, o ator fez parte de vários programas consagrados e até hoje lembrados com carinho pelo público, como "Balança Mas Não Cai" (1968), "Faça Humor, Não Faça Guerra" (1970), "Uau, a Companhia" (1972), "Satiricom" (1973), "Planeta dos Homens" (1976), e "Viva o Gordo" (1981). Também participou da "Escolinha do Professor Raimundo" (1993 - 1995), interpretando um gari malicioso que vivia reciclando o lixo dos políticos.
Mas, ele ainda tinha talento como apresentador, substituindo com maestria o gênio Chacrinha, no "Cassino do Chacrinha", nas vezes que o Velho Guerreiro tinha algum problema de saúde.

O multifacetado profissional teve passagens pelo SBT e Record. Entre 1989 e 1992, esteve na "Escolinha do Golias" e na icônica "A Praça é Nossa", abrilhantando a emissora de Silvio Santos com seu talento. Já em 1999 esteve na "Escolinha do Barulho", na Record, durante uma época em que quase todos os humoristas da "Escolinha do Professor Raimundo" se encontravam sem emprego na televisão em virtude da extinção do humorístico de Chico Anysio. Entretanto, no mesmo ano, voltou para a Globo, entrando para o elenco do recém-lançado "Zorra Total", permanecendo até o fim de sua vida.

No humorístico, viveu vários tipos emblemáticos, com destaque para o Severino, porteiro que quebrava um galho do diretor de filmagem, 'representando' objetos com o único objetivo de agarrar mulheres bonitas. O personagem tinha dois bordões marcantes: "Cara-crachá" e "Isso é um bichoooona". O curioso é que, atualmente, o segundo bordão não seria mais tolerado, pois se classificaria em um ato de homofobia, sendo péssimo exemplo. Porém, a forma como o humorista falava era tão leve que não ofendia. Ele ainda brilhou ao lado de Orlando Drummond no quadro em que dois índios faziam críticas ácidas em torno da política nacional, sempre utilizando o bordão "Pezinho pra frente, pezinho pra trás".

Fazendo jus ao título de 'Rei dos Bordões", Paulo ainda emplacou outro no programa: "Não espera eu molhar o bico" era falado sempre após o seu personagem tomar um gole de whisky, depois de insinuar algo malicioso, interrompendo o comentário no meio. Outra fase clássica do humorista, e que tinha uma dose elevada de duplo sentido, era o "Ai, como era grande". Já essa expressão fez muito sucesso na década de 80/90, bem antes do "Zorra Total". É até difícil fazer uma seleção de frases porque foram muitas mesmo.

Paulo Silvino foi uma figura que marcou o humor nacional e sua morte deixou todos mais tristes, contrastando com tudo o que ele representou e representará sempre. Seus bordões, suas caras e bocas, seu amor pela família (conhecido pelo público quando Flávio Silvino sofreu um trágico acidente, ficando com sequelas) e sua alegria de viver nunca serão esquecidos. Ai, como era grande... grande humorista, grande pessoa, grande Paulo.

22 comentários:

Flávia disse...

Eu fiquei surpresa porque não sabia que estava doente.

chica disse...

Foi mais uma triste perda! Fará muita falta! abração,chica

Unknown disse...

O Paulo Silvino era espetacular, ele jamais será esquecido por todos nós, que Deus te ilumine onde você estiver.

Na época em que neuróticos do politicamente correto não existiam, ele podia dizer "isso é uma bichona!

Infelizmente as pessoas de boa indole estão partindo e enquanto isto os "zumbis" de péssima indole permanecem e quando morrem deixam suas proles para continuar o que é péssimo... mas um dia tudo vai acabar...

Um dos maiores bordões de todos que é inesquecível...
- E aí, Fonseca? Ele guenta ou não guenta?
- Gueeeenta, doutor! Ele gueeeeeenta!
Eram cenas numa delegacia.

Teve até uma situação em que uma professora na sala de aula reclamando de dificuldades no trabalho em cima de outras, ela foi dizer no fim que não aguentava. A turma toda respondeu ao melhor estilo de Fonseca, o Paulo Silvino: Gueeeeeenta!

Pamela Sensato disse...

Ele era um excelente humorista...
marcou com seus bordões!

Beijinhosss ;*
💻 Blog Resenhas da Pâm

Bell disse...

Uma grande perda!!

Adorava o bordão: cara crachá.

bjokas =)

Debora disse...

Olá Sérgio tudo bem???


Nossa essa foi uma grande perda...



Beijinhos;
Débora.
https://derbymotta.blogspot.pt/

FABIOTV disse...

Olá, tudo bem? Paulo Silvino será sempre lembrado como um GRANDE PAI. Sobre A Fórmula: adorei!!! Comentarei hoje no meu blog. Abs, Fabio www.tvfabio.zip.net

Diná Fernandes de Oliveira Souza Souza2 disse...

Um perda significativa no meio artístico, era um excelente humorista, era o rei dos bordões!
Boa noite Sérgio.
Desejo que seja leve seu findi!
Bjs no core!

Clau disse...

Boa noite Sérgio,
Paulo Silvino, grande humorista e pai, deixará saudade...
Gostava de vê-lo no Zorra!
Foi muito bom relembrar alguns bordões,
bonita homenagem a este artista tão querido.
Bjs! Bom final de semana ;)

Elisabete disse...

Não conhecias.
Bom fim de semana.

Sérgio Santos disse...

Eu já sabia, Flavia. Triste.

Sérgio Santos disse...

Fará sim, Chica. bjs

Sérgio Santos disse...

É verdade, Oath.

Sérgio Santos disse...

Tb, Bell. bjs

Sérgio Santos disse...

Era sim, Bell. bjs

Sérgio Santos disse...

Foi, Débora... bj

Sérgio Santos disse...

Abração, Fabio.

Sérgio Santos disse...

Bjs, amiga.

Sérgio Santos disse...

Que bom que gostou, Clau. bjsss

Sérgio Santos disse...

Bjs, Elisabete.

Luli Ap. disse...

Olá Sérgio
Pois é menino eu não sabia que ele estava doente e foi muito triste a notícia.
Sem dúvida uma grande perda para a arte de interpretar de uma maneira geral e especialmente o humorístico nacional.
O rei dos bordões, carismático, com a doçura com que se referia à família e pela carreira que em algum momento a todos nós divertiu muito, vai fazer falta.
Que tenha paz e luz!
Bjs Luli
Café com Leitura na Rede

Unknown disse...

Olá Sérgio!!
Eu não sabia que ele estava doente, mas imaginava, já que ele estava afastado do Zorra Total.
Não vi a maioria dos humorísticos citados, lembro bem só da Praça e dos personagens do Zorra (que eu gostava muito); mas meus pais assistiram e sempre falam que eram muito bons.
O trabalho dele foi tão marcante que aqui em casa a gente sempre encaixa um bordão dele nas conversas. Que Deus o abençõe e dê muita força pra família; fará mesmo muita falta.
No mais, é isso. Abraços!!