A história ----- inspirada no Arquivo pessoal do delegado aposentado Antônio Celso dos Santos ---- é protagonizada por um bandido e um policial. Marco Aurélio Baroni (Paulo Vilhena), é um rapaz de família curitibana de classe média alta, que estudou engenharia, mas não concluiu o curso e enveredou pelo mundo do crime por puro prazer. Sedutor e sagaz, o marginal tem como grande feito o roubo (acompanhado de oito comparsas) de uma carga de 61 quilos de ouro, na pista do aeroporto internacional de Brasília ---- o roubo, inclusive, foi um caso verídico. E é graças ao crime em questão, que um policial federal (Jorge Macedo, vivido pelo ótimo João Miguel), desacreditado da carreira, resolve voltar a trabalhar para prender o bandido que desafia as autoridades.
Além desses dois personagens fascinantes, a série conta com tipos como Celeste (talentosa Andreia Horta), uma ex-prostituta que conhece Marco Aurélio quando vai visitar o pai de sua filha na cadeia e se apaixona pelo bandido, iniciando um romance com ele e sendo sua cúmplice. Além dos três atores citados,
a produção conta com Arieta Correa (Letícia, mulher fina e cabeça da quadrilha do protagonista); Angelo Antônio (policial braço-direito de Jorge Macedo); Denise Weimberg (Áurea, mãe de Jorge); Daniel Warren (Eduardo, meio irmão do policial federal) e Júlio Andrade (Charles, amigo e braço direito de Barone). O sempre bom Carlos Miele ainda fez uma participação interpretando um político corrupto.
O primeiro episódio começou exibindo uma cena do futuro, no melhor estilo "Revenge" (série americana que usa esse artifício). Vale lembrar que a minissérie "Amores Roubados" iniciou da mesma maneira; entretanto, a série policial foi gravada há um bom tempo, ou seja, teoricamente foi a trama protagonizada por João Miguel e Paulo Vilhena que apresentou esse recurso antes. E a sequência foi repleta de ação, com muito tiroteio e até um capotamento de caminhão. Aliás, o acidente mostra ao telespectador que Baroni e Celeste ficarão gravemente feridos após uma dura perseguição.
Os roteiristas optaram por não fazer a tradicional apresentação dos personagens. Na estreia, por exemplo, não é explicado como a ex-prostituta e o bandido se conheceram, assim como não é dito o motivo do policial federal ser tão introspectivo e triste. Pareceu um capítulo qualquer e não o primeiro. E algumas cenas foram rápidas demais, transmitindo uma sensação de correria. Justamente por isso, houve um erro na intenção de apresentar a história, uma vez que algumas situações acabaram confundindo o telespectador. Mas nada de grave quando comparado ao ótimo conjunto.
A trilha sonora voltada para o rock é o grande destaque dessa produção, afinal, não é comum usar esse gênero em produtos televisivos, o que é uma lástima, diga-se. As cenas de perseguição ao som de Nirvana ficaram ainda melhores e mais empolgantes. Aliás, todas as músicas escolhidas são merecedoras de elogios. E o mesmo vale para o elenco, que não deixou a desejar. Andreia Hora e João Miguel são grandes atores e precisam ser valorizados sempre. Já Paulo Vilhena não comprometeu e, ao que tudo indica, saberá aproveitar a chance de viver esse ótimo papel. Para fechar essa grande soma, a história é muito instigante e repleta de ação, o que acaba destacando, ainda, a acertada direção de Rogério Gomes, que sabe usar com precisão imagens 'nervosas' para incrementar o clima da série.
"A Teia" apresentou uma ótima estreia e confirmou a boa impressão causada pelas suas bem produzidas chamadas. A trama policial de Bráulio Mantovani e Carolina Kotscho ---- com locações em Brasília e Chapada dos Guimarães (MT) ---- promete conquistar o público através de uma intrincada história, onde o clássico embate entre polícia e ladrão é o pano de fundo para as contradições e os conflitos dos personagens. Que venham os outros episódios!
25 comentários:
Olá, Bom dia, Sérgio
sim, eu li um pouco sobre ...vê se pode, era filho de um agricultor de cereais, que faliu e colocou a família em dificuldade financeira, e aí resolveu virar bandido, revoltado por não ter mais as mordomias . Começou "pequeno", roubando carros e ‘evoluiu’ para assaltos a bancos e carros fortes. E tornou-se líder de uma quadrilha...
gosto desse estilo de minissérie. Instigante, dinâmico e baseado em fatos reais..Muito bom,mesmo!
Paulo Vilhena está muito bem como protagonista, apesar de não gostar muito dele, de suas atuações.
Ah, sim, conforme dito, a trilha sonora é espeacular.
Obrigado, belo dia de quarta feira, abraços!
Gostei da trilha sonora e da trama mas achei a estreia muito confusa. Cortes abruptos, cenas rápidas e pouca explicação. Não deu pra entender muita coisa. O curioso é que as pessoas reclamam dos excessos de explicação em Amor à Vida mas a estreia dessa séria mostrou que um pouco de detalhismo ajuda no conteúdo. Até o seu blog tem um título que pode ser aplicado para tal.
Sérgio,
Amei o primeiro capítulo, promete.
big beijos
Sérgio, gosto de tramas policiais, admiro o talento de Andreia Horta e João Miguel, achei as chamadas interessantes e, por isso, gostaria de ter assistido à estreia de A Teia, mas o horário tardio não permite. Eu preferia que o seriado fosse ao ar antes do BBB.
Sérgio, o detalhismo dos seus textos é maravilhoso. Suas críticas são as mais completas sinceramente. Não é bajulação mas é uma verdade e eu sou sua fã. Adorei a estreia mas concordo com você sobre essas tomadas muito rápidas e confusas. Tomara que não continue desse jeito nos próximos. Beijos.
Sérgio, querido, confesso que ainda não tenho uma opinião formada. Esperava bem mais da série e esse primeiro capítulo me decepcionou porque confundiram agilidade com bagunça. As cenas foram jogadas de qualquer maneira e não deu para compreender vários pontos. Mas talvez isso acaba nos próximos episódios então esperarei pra dizer o que acho depois.
O seu texto está ótimo e você fez bem em citar a confusão da estreia como ponto negativo. E Nirvana eu amo! Um beijo.
Perdi, Sérgio... uma pena, pois parece ser bom, né? beijinhos
Não assisto minisséries mas gosto de acompanhar sua análise sobre elas. Você mostra os equívocos mas enaltece a competência de autores e atores, com fidelidade. Bjs.
Sérgio, achei a série mediana. Vi as qualidades que você citou mas me faltou algo. Não sei explicar. Talvez essa correria tenha prejudicado. Vou ver mais uns 3 capítulos pra ver se gosto mesmo. Beijos.
Respeito sua opinião e amei sua análise, mas achei a série mais confusa que cego em tiroteio. Odiei. Aliás, o tema central dela não faz meu tipo. Gosto de assistir coisas mais leves. Mas a trilha é sensacional
Mas, vou ver mais um capítulo para ver se me agrada.
Apesar de achar que faltou algo na série eu gostei, parece boa, e eu que odiava as interpretações do Paulinho Vilhena até que consegui gostar dele nessa série
Felis, a história parece boa, mas vamos ver se essa boa impressão inicial se manterá. Eu tb não gosto do Paulo mas ele não fez feio não. abçssss
Fabrício, gostei da série mas concordo com vc sobre essa confusão em alguns momentos. Não deu pra entender alguns pontos. Mas espero que tenha sido só na estreia. E é verdade, tem gente que reclama de didatismo mas não entende um produto mais rebuscado. E pior, tem gente que reclama da qualidade do texto de novela mas nem escrever sabe. abçs
Obrigado pelo comentário, Lulu. bj
Entende, Elvira. Mas vc não pode ver no site? Pq mesmo pra quem não é assinante da Globo.com dá pra ver. Só não é possível na íntegra e sim por partes. bjsss
Karina, muito obrigado. Fico honrado e feliz. Bjssss
Entendo sua concepção, Melina. A série parece boa mas essa correria acabou prejudicando um pouco. Talvez tenha sido ânimo demais com esse começo e acabaram se atropelando. Vamos ver. bj
Parece sim, Barbie. bj
Obrigado, Marilene! =) bj
Entendo, Flávia. bjsssss
Sem problemas, Alexandra. Respeito não ter gostado. Bjsssss
Eu tb gostei da interpretação do Paulo Vilhena, anônimo. Ele tem tudo pra fazer desse papel seu melhor momento na carreira.
Apesar de alguns detalhes terem ficado meio confusos devido à adrenalina da estreia e do uso do flashback avançado (mostrar a cena pra depois voltar no tempo e contar a história), adorei a estreia.
Rever a linda da Andreia Horta foi maravilhoso, é incrível o talento dessa mulher e a entrega que ela proporciona a cada cena. E pude, felizmente, não me irritar com o Vilhena. Quem diria, dessa vez ele não comprometeu e tem a chance de fazer uma boa atuação. A volta do João Miguel foi outro acerto, assim como as escalações da Ana Cecília, Luiz Carlos Miele, Júlio Andrade e Denise Weimberg. A trilha sonora valorizando o puro rock, a sonoridade rasgada de Nirvana e Stones, era algo raro que foi acertado.
Enfim, adorei a estreia de A Teia. Mais um acerto da programação de Janeiro da Globo, juntamente com O Tempo e o Vento, Amores Roubados e Doce de Mãe. Essas obras e mais a atual fase de Joia Rara (que vc sabe que eu amo e tem apresentado uma visível melhora) mostram que um trabalho bem-feito de dramaturgia sempre terá seu espaço, ñ importa o estilo. Abç!
O segundo episódio foi ainda mais confuso que o primeiro, mas ainda espero que isso melhore. A série tem muitas qualidades e isso fica claro. Só precisa consertar esse excesso de cenas picotadas. Sobre Joia Rara, não vejo melhora alguma, pelo contrário, vejo piora. Mas respeito que ame a novela.
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