segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Amor à Vida" e a maldição do politicamente correto

Há muito tempo que a censura foi extirpada do Brasil. Com o fim da Ditadura Militar, a liberdade de expressão reinou absoluta. Obviamente que todo o país foi beneficiado com isso, inclusive a televisão. As novelas, por exemplo, não precisavam mais passar por duros cortes do governo e nem corriam o risco de serem canceladas por causa de algum tema mais 'polêmico'. Entretanto, o politicamente correto (ou censura disfarçada) foi se intensificando nos últimos anos e muitas vezes acaba ultrapassando todos os limites do tolerável. Quase sempre há, independente do tema em questão, uma tentativa de impedir que algo seja exibido na teledramaturgia e o alvo da vez é "Amor à Vida", a trama das nove da Globo.


A obra de Walcyr Carrasco vem sofrendo críticas de inúmeras categorias de profissionais, ou as chamadas 'classes representativas', desde o início de sua exibição. Nas primeiras semanas, houve uma revolta de algumas ex-chacretes depois que Márcia (Elizabeth Savalla, que pegou várias dicas com Rita Cadillac para compor o papel) declarou ter tido a necessidade de se prostituir quando saiu do programa do Chacrinha. As ex-dançarinas se revoltaram e se sentiram extremamente ofendidas.

Não demorou muito para que a classe das enfermeiras se indignasse com o autor, chegando ao ponto de reclamar no Conselho Regional de Medicina. O motivo foi o fato de Perséfone (Fabiana Karla) ficar assediando todos os médicos e enfermeiros do hospital. Segundo elas, as cenas denigrem a imagem da profissão e
todas ficam esteriotipadas. Só que Perséfone não foi vítima só dessa reclamação. A classe das 'gordinhas' também está se sentindo desrespeitada. A razão é a virgindade da personagem. De acordo com as moças, Walcyr não tem o direito de associar obesidade com sexualidade.

Por mais absurdo que tudo isso possa parecer, recentemente mais uma turma de revoltados fez questão de se manifestar: os advogados. A Associação Criminalista dos Advogados de São Paulo não gostou de ver Silvia (advogada interpretada pela Carol Castro) orientar Bruno (Malvino Salvador) a mentir em juízo. Alegaram ser uma conduta imoral e antiética, e exigiram que a mulher recebesse algum tipo de punição. Parece até piada, mas não é.

O que também gerou insatisfação foi o diálogo entre Márcia e Atílio (Luis Mello) ---- "Você me trocou por uma traveca?", disse a ex-chacrete para seu namorado. Walcyr declarou na última semana, em seu perfil no Twitter ,que recebeu reclamações a respeito do termo 'traveca' utilizado na novela. Segundo os revoltosos, foi um termo ofensivo contra os travestis. O autor não se intimidou e fez questão de enfatizar que apenas repetiu o que muitas pessoas falam na sociedade.

Outro fato que tem sido bem criticado é o ambiente do Hospital San Magno. Vários médicos, inclusive os considerados 'bonzinhos', já demonstraram desvios de ética. Transa em local de trabalho, operar um paciente mesmo sofrendo de tremor nas mãos, assédio moral, troca de DNA, enfim, são muitos os casos. Até assassinato já teve. E todo esse conjunto de situações tem gerado várias contestações. Entretanto, parece que algumas pessoas não se dão conta de que o núcleo composto por mais personagens e que faz parte da trama central é justamente o do hospital. Se tudo ocorrer perfeitamente, os conflitos e os dramas só ficarão designados aos núcleos secundários?

O Brasil é um país democrático, portanto, nada mais justo que todos tenham o direito de se manifestar, reclamar ou protestar a hora que bem quiser. Porém, o que algumas classes trabalhistas (ou representativas) têm feito ultrapassa todos os limites do bom senso. Novela é ficção, por mais realista que tente ser em alguns casos. Um produto que procura entreter não tem a mínima obrigação de retratar a rotina das profissões ou colocar personagens seguindo todas as normas que cada trabalho exige. Até porque na vida real não é isso que acontece, caso contrário o mundo não estaria do jeito deplorável que está.

Novela é novela, jornalismo é jornalismo e documentário é documentário. A teledramaturgia é baseada em um universo ficcional, onde o autor tem o poder de criar e contar sua história da forma que bem entender. De acordo com o pensamento de algumas categorias, o vilão não pode ter profissão, caso contrário estará 'denegrindo' a classe. Entretanto, é preciso observar que os personagens, assim como as pessoas da vida real, são individualizados. Não é porque um faz que todos fazem.

Pode e deve ser considerado censura o ato de tentar modificar alguma história ficcional por causa de uma insatisfação, normalmente de pouco relevância. É verdade que esse tipo de 'indignação' tem estado presente há um bom tempo e outras novelas já foram vítimas. Porém, "Amor à Vida" tem sofrido bem mais justamente por ser uma obra ousada. Walcyr Carrasco não economizou temas polêmicos em sua primeira trama das nove e, apesar de estar sofrendo algumas represálias, merece elogios pela coragem e por não ter recuado até agora.

O Brasil é lindo, mas repleto de problemas. Está na hora de algumas classes trabalhistas e de parte dos telespectadores começarem a se preocupar com temas mais relevantes: ao invés de se indignar com o que é mostrado em uma obra fictícia, se revoltar com os absurdos que ocorrem diariamente no país, por exemplo, já é um bom começo. O primeira passo já foi dado com os protestos que se intensificaram nos últimos meses. Porém, está mais do que na hora de pararem de tentar interferir no que pode ou não ser exibido em uma novela. A teledramaturgia, a arte e a liberdade de criação agradecem.

47 comentários:

Anônimo disse...

O autor desse blog é curioso, quando ele gosta de uma coisa defende com unhas e dentes, e quando não gosta... Sobre essa novela vi uma cena absolutamente ridícula um dia desses, parece que estava havendo uma acareação com os médicos e funcionários pra saber o que aconteceu no dia do desaparecimento da menina lá. O Fagundes, dono do hospital, estava entrevistando a gordinha lá e ela começou a falar de sexo, que era virgem mas que era louca pra "estrear", e fazia caras e bocas de tesão e coisa e tal, parecia cena do zorra total. Nem que essa novela fosse considerada cômica ou fosse das 7 essa cena faria sentido algum, totalmente descabida. E aquele casal que fica transando dentro do hospital? E aquela médica que falsificou um prontuário? E o velho que treme a mão? Gente, um hospital onde todos os médicos são tarados, inescrupulosos, mentirosos, incapacitados... aquilo é pior que hospital publico. Não se trata de politicamente correto mas de falta de lógica mesmo.

Michele Nunes disse...

Sérgio, lendo seu texto me veio a tona aquela ideia que sempre se teve, que a audiencia e alcance que as novelas tem podem fazer com que as pessoas repitam os maus exemplos que sao mostrados, e agora está sendo levada a sério. Eh uma idiotice, afinal novelas sao obras de ficção, e muito se lutou para que as novelas mostrassem de forma clara personagens humanos, que não sejam nem 100% bonzinhos, nem exagaradamente maus, agora querem acabar com isso condenando algumas atitudes e determinados termos. É complicado fazer um trabalho tendo de pensar nos personagens com todo um cuidado de aparencia, jeitos, personalidade e ainda pensando em não prejudicar essa ou outra classe! Complica muito!

Fernando Oliveira disse...

Sérgio, espero que essa sua crítica seja lida por muitas pessoas para que a mente dos politicamente corretos se abra para o mundo. Realmente o Brasil é lindo, mas uma terra sem Lei! A pessoas reclamam da corrupção que assola o país, mas suas próprias atitudes o torna deplorável. Essas mesmas pessoas amam fazer o proibido e acham estar acima da Lei. Creio que Amor à Vida mostra um universo ficcional jamais visto no horário nobre, pelo menos não lembro de uma novela com tantos temas e tão polêmicos. A começar pelo número de homossexuais. Salvo engano, a novela tem 3 gays, isso já contando com o Félix enrustido! Além disso, César, do brilhante Antônio Fagundes, é um cara boa praça que trai a mulher e nem por isso é o mais odiado da novela. Traveca incomodou? Walcyr poderia ter usado então o termo boneca, acho que seria mais carinhoso! Interessante é saber que quando programas do tipo "A Liga" e "Conexão Repórter" mostram a realidade dos travestis nas esquinas oferecendo seus bundões, todo mundo acha a coisa mais normal do mundo e não reclama. Advogado não mente descaradamente, mas defende pontos de vistas, mesmo que o argumento seja uma mentira. Para que tanto pudor e reclamação por parte dos profissionais da saúde? Se a saúde no Brasil, tanto a pública quanto a privada, fosse um modelo ilibado de reputação eu até que poderia dar razão à eles, mas temos de convir, com tanta coisa mais importante pra esse povo se preocupar... Bom mesmo é perceber que a novela pode não ser um estouro de audiência, mas anda muito bem de crítica e repercussão. Se está dando polêmica, é sinal que está sendo assistida e está na boca do povo.

Rafaela Vieira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafaela Vieira disse...

Eu concordo e saliento para a parte que em o comprometimento do autor se deve apenas ao fluxo ficticio, ora, não há compromisso com a realidade e se as pessoas ao invés de se indignarem com uma novela se indignassem com o que ocorre por exemplo na educação, saúde do país talvez até seriamos um país mais justo que se compromete com a realidade da população e quanto mais perdemos o foco do que é realmente plausível de indignação, mais nos tornamos o país que somos hoje: Indignados com novelas e conformados com a realidade.

Moda Ponto

Felisberto T. Nagata disse...

Olá!Bom dia
Sérgio
...o politicamente correto faz com que seja difícil ser criativo.Concordo até que é muito sutil a linha que separa o que é agressivo da audácia criativa, mas precisamos rever nossos conceitos quanto ao alvo à ser atingido. Como bem disse, teledramaturgia ainda é entretenimento. Polêmicas à parte, que possam causar desconforto em alguns telespectadores,"controle remoto" à mão,não?
Bela análise!
Obrigado pelo carinho de sempre
Bela semana
Abração

Unknown disse...

Sérgio, concordo em parte. Em toda classe, existem os bons e os maus profissionais. Mas, no núcleo do hospital, eles estão presentes em número excessivo: César, Glauce, Amarilys, Michel e Patrícia, Jacques, Perséfone, o dr.Laerte, o dr. Lutero. Só se salva Joana, a chefe da Enfermagem, aparentemente honesta.
Outra coisa: Por muito menos alguma secretária, como a Simone Maia,sairia do emprego após ser chamada de "cadela" pelo Félix.

Filha do Rei disse...

Assisto à série Grey's Anatomys e muitas situações percebo que já aconteceram também na série,o Walcir só modifica algumas coisas; mas o fato do politicamente correto ou não existe em toda profissão, na verdade a gente sempre tem aquela imagem de que num hospital muitas coisas jamais aconteceriam.
Bjs

Vera Lúcia disse...


Oi Sérgio,

Sua análise está perfeita sob o meu ponto de vista. Achei absurdo o posicionamento da Associação Criminalista dos Advogados de São Paulo. Afinal, depreende-se que são pessoas ilustradas e com discernimento suficiente para distinguir uma ficção da realidade.
Além do mais, está mais do que comprovado que a ética profissional não é respeitada por muitos defensores na vida real. Eu mesma já ouvi absurdos de um advogado sobre suas peripécias num julgamento.
Quanto às demais categorias, a indignação nada mais representa do que preconceito delas próprias.
Não se pode pretender que uma novela fique atrelada à realidade, pois, assim, perderia o seu brilho, pois a realidade já anda bem amarga nos últimos tempos. Já nos divertimos diversas vezes com os absurdos que são trazidos nas novelas. Entendo despropositados os procedimentos de indignação que têm ocorrido contra as criações do autor na novela em questão.

Abraço.

paulo disse...

Jura que existe essa polemica toda em torno dessa novelinha? Mudando de assunto, só por curiosidade você sabe de quanto foi a surra da fazenda ontem em revenge? E uma curiosidade, você diz que a record adora cutucar a globo mas ontem no domingo espetacular na entrevista com o assassino do caso bianca, em dado momento ele citou a novela "viver a vida" onde há uma falsificação de exame de DNA, devido ao repórter perguntar porque ele se recusou a fazer. O curioso é que na verdade o nome da novela não foi mencionado e nem da globo(na verdade o assassino falou sim mas o repórter narrou por cima dizendo que ele "cita uma obra de ficção atual", mas pra bom entendedor)... A conclusão é que a record foi ética pois seria um prato cheio pra ela relacionar a novela global ao depoimento de um acusado de um crime brutal. E agora, sergio?

Letícia disse...

Boa Tarde meu caro Sérgio,

estou orgulhosa de seu texto, foi um dos seus melhores que já li até aqui.A questão de politicamente correto é um problema quando levado ao extremo como acontece em alguns situações, como é o caso dessa novela.

As pessoas esquecem que a novela é antes de tudo uma obra ficcional e como tal, assim como a literatura, usa da licença poética para desenvolver uma história. Alguém pode dizer: mas a literatura, assim como a novela, parte da realidade. A observação é correta, porém, com o uso da licença poética se pode fantasiar sobre essa realidade para deixar a trama mais interessante para quem assiste, ou ler. Se não houvesse este recurso não seria necessário ler um livro ou assistir uma novela, pois seria a realidade nua e crua como a vemos todos os dias nas nossas vidas.

Quando alguém se dispõe assistir a uma novela, ela não buscar ver a cópia da sua própria vida e sim algo que distraia por alguns momentos. Penso que as pessoas querem se divertir, apenas isso.
É como querer comparar um ator ao personagem que interpreta, não há nenhum sentido nisso.

Novela é novela e realidade é realidade, não tem porque confundir as duas. Assista sua novelinha sem se preocupar.

Um ótima semana...


A Viajante disse...

O grande lance é o seguinte: críticos e ingênuos assistem as novelas. É inevitável o desgaste e os processos. Bom mesmo é ver que as coisas mudam, a partir das manifestações... beijo, querido!

Uma Interessante Vida disse...

É frequente isso acontecer com novelas polêmicas, Sérgio... um bom exemplo, fio "Salve Jorge", nossa nunca vi uma novela tão criticada quanto aquela. Mas críticas a parte, estou adorando a novela. beijos e linda semana.

! Marcelo Cândido ! disse...

Se o povo for levar a sério tudo que acontece na novela, ninguém terá mais nada pra se preocupar!

Thallys Bruno Almeida disse...

Artigo perfeito, Sérgio.

Essa dos advogados, olha, me fez é rir. Entidade reclama que a advogada da Carol Castro não pode mandar mentir, mas o que tem de advogado de político/bandido/corruptos em geral ligado por aí dominando a "arte" não tá no gibi. E por falar na Carol, quando ela fez a propaganda do Enem em 2010 (ou foi 11) um grupinho reclamou da presença dela só porque havia posado nua em 2008. Oras...

E ainda tem o caso de um grupinho de corretores que reclamou do Bruno como "um corretor fora da realidade" só porque ele transou com a Paloma no mesmo dia em que eles foram conhecer o apartamento, antes de formalizar a venda. Olha... sei nem o que pensar.

O caso das chacretes nem precisa de muito comentário, ainda mais com a Record botando lenha na fogueira e fazendo disso "a grande reportagem" em plena época de manifestações (mas dali não se pode esperar nada, porque o apresentador daquele DE é o maior defensor dos mensaleiros)... E ainda reclamar porque falou "traveca"? Todo mundo fala "traveco" com a maior tranquilidade...

O Daniel (demlocesar) escreveu um texto parecido há um mês atrás e citou um ótimo exemplo: já pensou se os presidentes americanos reclamassem da forma como seriam retratados em séries? Esse povo não conhece o significado do termo ficção. Daqui a pouco, ninguém vai mais poder criar vilões. Novela é pra entreter, não tem obrigação de ser realista 100%, até porque já existe telejornal pra isso.

Ainda bem que o Walcyr não tá se dobrando a isso e apostando nessa ousadia em AAV. Ousadia essa que remonta das tramas das oito dos anos 90 e começo dos 2000. O horário precisava disso. Abçs!

Anônimo disse...

Eu acho isso tudo bem ridículo. É direito do autor usar a sua liberdade de expressão. Eu não gosto da novela, mas reclamar dizendo que aquela advogada foi antiética? Duvido muitos não agirem desse jeito. E médicos também não são santos. Existe muita coisa errada nos meios de trabalho de muita gente. Além disso, tentar por fogo da trama ou demonstrar o brasileiro do jeito que ele é, do modo mais popular,falando "traveca" ou não, não é um pecado. Isso tudo é liberdade de expressão. Contanto que não fira REALMENTE, é válida. Fomos à luta para ter liberdade e, de repente, começam a reclamar do uso dela? É a consequência e agora, para voltar atrás, será difícil!

Anônimo disse...

Oi Sergio

Você tem razão quanto a estas manjados protestos e processos de representantes de classes em cima dos folhetins.

Mas, vamos combinar que o Walcyr (meu autor preferido) nesta novela não está se preocupando nem um pouquinho em não reforçar preconceitos e não transformar má conduta em atitude louvável, o que a meu ver não tem nada a ver com politicamente incorreto, é só incoerência mesmo.

O Bruno para mim é pior que o Felix que pelo menos fala que é do mal e gosta de ser assim, mas, foi construído pelo autor como bom moço e bom pai, acho isto incoerente demais, é tráfico de criança, seria praticamente igual redimirmos aquela sequestradora daqueles bebês, inclusive o que ficou mais famoso deles o caso Pedrinho, só por que ela os criou com amor. bruno não foi a um hospital roubar a filha como a sequestradora fez, mas mandou que fossem ao hospital registrá-la para que ninguém a reclamasse, qual a diferença deste tipo de sequestro para o outro?. O autor induz o público à dúvida e faz com que eles torçam por ele e a Paloma, como se ele não soubesse que estava roubando um bebê. Sabia tanto que a roubava de alguém que teve necessidade até de falsificar documentos para não entrega-la. Fico boba do público comprar esta história por causa do par romântico que o autor precisa.

Perséfone e Patrícia com Michel são personagens repetitivos demais, já cansaram por falta de originalidade, para ficarem mais atraentes estão precisando de um personagem tipo aquele motorista na vida da Valdirene que a tirou das cenas repetitivas e idênticas com os famosos.

Voltei a assistir novela depois de anos sem me interessar por elas, é bom que tenho assunto com você (e que assunto, né? Olha o tamanho desse rsrs), mas tô meio cansada dessa repetição de Viver a vida e desse enredo estapafúrdio do rapto dessa menina, daria para fazer algo mais lógico, tenho certeza!

Beijo

Unknown disse...

Algo a acrescentar...

Sérgio, um fato curioso aconteceu durante a exibição da novela "A Favorita" de João E. Carneiro. A personagem Irene (Glória Menezes) vê que a personagem Flora (Patrícia Pillar) esta para ser flagrada por Donatela (Cláudia Raia) pela televisão, então ela corre para tentar avisar a Flora e chega em rapidamente ao destino.
Na época, criticaram o autor, argumentando que como era possível a Irene fazer em tão pouco tempo, o percurso da Av. Paulista ignorando trânsito intenso da hora do pico. Aí, o autor respondeu, na época que na sua história, a Av. Paulista não tinha problemas de trânsito intenso na hora do rush, ponto final.

É isso mesmo, em ficção o autor pode mudar até o presidente da república, pode mudar o presente, o passado e o futuro do país, pode criar um mundo surreal.

MARILENE disse...

A novela deve seguir o roteiro que seu criador traçou. Ele é independente para isso. Não se trata de uma biografia, de um documentário, mas de ficção. Concordo, plenamente, com seu bem posicionado texto. A única coisa que não aceito, em termos de novelas, são informações erradas, porque confundem a mente de quem não conhece o assunto. Se as condutas da vida real fossem perfeitas, como esses que reclamam o fazem supor, o mundo seria o paraíso. Bjs.

Milene Lima disse...

As novelas do Walcyr Carrasco tem essa característica, de ridicularizar certas classes. Me refiro especificamente no caso da Perséfone. Claro que uma personagem virgem, com prazo de validade quase vencido, tinha que ser uma gordinha, né? Me lembro da Bianca, naquela novela do macaco Chico, que chamava todo mundo de vira-lata e nessa mesma novela a personagem da Elizabete Savala chamava o Ary Fontoura de "velho caindo aos pedaços". Eu não acho engraçado esse reforço de preconceito, como diz a Van.
Devo ser um pouco politicamente correta e chata.
A novela não é politicamente correta, mas é chata feito eu. Cansativo o aspecto esquizofrênico da Paloma, desde o primeiro capítulo.

Beijo, Sergio.

Clau disse...

Oi Sérgio,tudo bem?!
Seu post tá perfeito.
As classes representativas,deveriam se conscientizar que há ótimos e péssimos profissionais em toda e qualquer profissão.
Então não há necessidade de fazer tempestade em copo d'água,não é mesmo?
Bjs!

BLOGZOOM disse...

Sérgio,

Eu vejo a novela, gosto dela, sentirei falta quando terminar. Eu me divirto algumas vezes.

Quanto ao Hospital, ele segue muito o estilo do seriado E.R., já reparou?!

Gosto do papel da E. Savalla.
Eu penso que ela representa uma profissional que seguiu outros caminhos porque não encontrou os melhores meios para sobreviver. Não teve oportunidades.
Na verdade, existem muitos atores/atrizes que caem no esquecimento, lembrem-se da Narjara que, se não me engano, vendia agua de coco para sobreviver.

A vida tem altos e baixos para milhares de pessoas no mundo. E cada um tenta sobreviver de um meio ou outro. Seja bom ou não.

Beijos

Sérgio Santos disse...

Anônimo, pelo seu comentário está claro que vc nem leu o que escrevi. E quanto a defender o que eu acho bom, vc me avise se conhecer alguém que critique o que considera interessante ou que elogie o que acha uma porcaria. Eu não conheço ninguém.

Sérgio Santos disse...

Pois é, Michelle, já imaginou se tudo precisasse ser feito de um forma totalmente bonitinha e perfeita? As novelas virariam documentários... Há coisa mais importante pra se preocupar... Bjs

Sérgio Santos disse...

Fernando, obrigado pelo comentário. A novela abusa das polêmicas mesmo e tem recebido essa encheção do politicamente correto como resposta. Uma pena. Mas, ainda bem que o Walcyr não recuou e espero que não recue. Eu concordo plenamente com o que você disse. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Rafaella, posso assinar embaixo? Então está assinado. bj

Sérgio Santos disse...

Felis, exato. Fora que são coisas tão irrelevantes que dão até preguiça... Abraços.

Sérgio Santos disse...

Oi Elvira, sim é verdade. Mas não chegam a ser vilões (menos o Jaques e Glauce), são pessoas que apresentaram alguns desvios. O Lutero eu compreendo. Ama a profissão e não tem mais capacidade para exercê-la. Hoje o diálogo dele com o César foi bonito.

A secretária é fato que deveria mesmo processar, mas no caso dela o Félix é um canalha mesmo então a atitude dele tem o 'respaldo' da maldade. Beijos.

Sérgio Santos disse...

Cléu, e a série House? Já imaginou se houvesse indignação? É muito exagero pra pouca polêmica. bjs

Sérgio Santos disse...

Vera, seu comentário é excelente. Até porque vc é advogada, assim como sua irmã. É uma bobagem esse tipo de "revolta", ainda mais no caso dos advogados se odiaram porque a advogada mandou o cliente mentir? Os advogados do goleiro Bruno, por exemplo, não o mandaram mentir? Enfim... Beijos e obrigado pelo comentário.

Sérgio Santos disse...

Paulo, vc tá meio mal informado. Revenge liderou, o Silvio Santos ficou em segundo e a Fazenda empatou com o Pânico em terceiro.

Bem, raramente vejo essa cópia do Fantástico, mas se fizeram isso, parabéns, é o mínimo que se espera de um bom jornalismo. Não fizeram mais que a obrigação. Até porque, uma pessoa inteligente como vc não deve ser dessas que acham que uma novela pode ser responsabilizada por crimes e imbecilidades de terceiros. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Olá cara Letícia, muito obrigado! Fico honrado com seu elogio.

O mínimo que uma novela tem que fazer é ser coerente e usar a licença poética apenas quando necessário. Agora, em relação às profissões, diálogos e condutas, ela tem total liberdade para criar, afinal, cada um é cada um. Seu comentário é ótimo. bjs e boa semana.

Sérgio Santos disse...

Ju, obrigado pelo comentário. bjs

Sérgio Santos disse...

Mas, Barbie, o caso de Salve Jorge foi diferente. Ali não era o politicamente correto a pauta e sim os absurdos e os excessivos personagens da novela. bjs

Sérgio Santos disse...

Exato, Marcelo!

Sérgio Santos disse...

Obrigado, Thallys. Foi ridículo mesmo. Aliás, ótima lembrança do caso dos corretores, tinha me esquecido completamente. Ainda teve essa bobajada toda...

E claro que a Record ia aproveitar a oportunidade para criticar a Globo dando voz para as ex-chacretes revoltadas...Nada surpreendente.

Eu li o texto do Daniel e concordo. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Anônimo, concordo plenamente com você. E isso não tem nada a ver com gostar ou não da novela e sim observar essa constante tentativa de censura. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Van, nem preciso dizer que achei ótimo que vc tenha voltado a ver novela, né? E que bom que rendeu! rsrs

Olha, acho que Bruno cometeu um crime mas a situação dele é até mais compreensível. Ele achou a criança no lixo e havia acabado de perder a esposa e o filho. Ele não segurou seu emocional. Acho Glauce e a Ordália mais culpadas que ele porque deveriam tê-lo feito "acordar" para o que estava querendo fazer e não compactuar com àquilo.

A trama da Valdirene já era boa mas foi um acerto mesmo colocar o Maciel para melhorar o núcleo e diferenciá-lo.

No núcleo da Patrícia, parece que o Marcio Garcia vai voltar. E a entrada da Carol Castro deu uma movimentada na trama. Beijão!

Sérgio Santos disse...

F Silva, sabe que eu lembro disso? Só não me lembrava dessa justificativa do JEC. rs Abraços!

Sérgio Santos disse...

Oi Marilene,. Exato. Informações errôneas não podem mesmo ser lançadas, mas a conduta dos profissionais fictícios? Aí é com o autor. Obrigado pelo carinho. bjs

Sérgio Santos disse...

Milene, vc confundiu de novela. Caras & Bocas, a d Bianca e do macaco não havia isso de vira-lata. Ela falava "É a treva!". Em Morde & Assopra, sim, a Alice (Marina Ruy Barbosa) chamava todos os pobres de vira-latas.

Não acho que o Walcyr ridicularize as profissões, mas também não te acho nem um pouco chata. Beijos.

Sérgio Santos disse...

Oi Clau, muito obrigado. Beijão! =)

Sérgio Santos disse...

Oi Sissym. Muitos dizem mesmo que são situações parecidas, mas eu não vejo séries americanas, então, pra mim tanto faz.

Seu comentário sobre a Márcia é perfeito. É isso aí. E eu também gosto da novela. Beijos.

Rafael Barbosa dos Santos disse...

Uma grande idiotice essas "revoltas", acho que isso está matando as novelas e é de uma ignorância lamentável. Esse patrulhamento em torno do que pode ou não ser apresentado em uma novela, se isso aconteceria na real ou não e blá blá blá, tudo isso é muito chato. Antes de mais nada, novela é ficção,com personagens e situações também fictícias, o compromisso do autor com a realidade vai até certo ponto, e o objetivo não é retratar isso ou aquilo como se é na realidade, e sim entreter, emocionar e divertir. Quer se ver retratado, quer ver a realidade, assiste jornal ou um documentário. Nesse ponto concordo com a Glória Perez, que usou o termo numa situação despropositada, mas vale muito para esse assunto, as pessoas tem "voado" cada vez menos com as historias das novelas. Desde que haja coerência e verossimilhança, tudo é possível em ficção. Essa classificação indicativa do MP, para mim também é uma forma de censura, hoje em dia os autores são podados o tempo todo, sua criatividade é limitada, não podem ousar mais por que se não podem reclassificar a novela para outro horário, e causar um prejuízo grande para emissora, enfim tudo isso é muito ruim para teledramaturgia. Acho que os autores deveriam ter liberdade total na hora de criar. nesse ponto, Walcyr merece aplausos, por não ter medo de ousar com temas, situações e personagens em suas novelas. Esses grupos que se danem.

Abraços.

Patricia P. Galis disse...

Não gosto dessa novela no começo até tente ver mas depois cansei...muito coisa ruim, exageros demais o que é bom não é valorizado e o que é péssimo sim,

Sérgio Santos disse...

Exato, Rafael. Isso está a cada dia pior. O caso do voo usado pela Glória não deu pra engolir porque era pra justificar aquele festival de absurdos, mas o caso por exemplo de implicarem porque todos falam português na Índias é ridículo. E também considero essa classificação indicativa uma censura disfarçada. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Eu sou fã, Patrícia. bj