sábado, 12 de janeiro de 2013

Com capricho e atuações marcantes, O Canto da Sereia surpreende e se despede do público em grande estilo

Nada mais apropriado do que um grandioso capítulo para encerrar uma microssérie de qualidade ímpar com chave de ouro. E foi exatamente isso o que aconteceu. "O Canto da Sereia" --- trama baseada na obra homônima de Nelson Motta e exibida pela Globo em quatro capítulos --- se despediu dos telespectadores nessa sexta-feira (11/01), apresentando cenas extraordinárias e atuações marcantes.


Sempre foi dito que o final não seria o mesmo do livro, afinal, os que já tinham lido saberiam e todo o mistério se perderia. Mas como seria possível alterar o desfecho sem fazer a história perder o sentido? Como manter a identidade do produto ao alterar justamente o enigma principal? Pois os autores tiveram uma sacada genial e cumpriram a promessa com louvor. Conseguiram manter todo o contexto da trama e ainda mudar a identidade do assassino, fato que muitos consideravam quase impossível. E a execução da sequência não poderia ter sido melhor.

Na obra literária, Sereia contrata um atirador para matá-la porque se desespera ao descobrir um tumor. Na microssérie, o contexto foi mantido, ou seja, a protagonista encomenda a sua morte. Mas ao contrário do livro, o assassino tem
uma identidade, uma função na história. O criminoso é justamente Só Love, fã obcecado pela rainha do axé, personagem especialmente criado para a produção televisiva e que foi interpretado magistralmente por João Miguel.

A longa cena onde Sereia pediu para que seu maior fã a matasse, evitando assim seu sofrimento futuro, foi de uma emoção e entrega absurdas. Isis Valverde e João protagonizaram a melhor sequência da microssérie e mereceram ser aplaudidos de pé. O texto, as atuações e as tomadas de câmera transformaram aquele momento em um colírio para os olhos dos telespectadores. Deu gosto de ver a dupla totalmente entregue aos sentimentos de seus respectivos personagens. Sereia implora para que seu admirador a elimine e ele topa, cumprindo o último desejo de sua amada. Matou por amor. Aliás, não matou, a fez viver para sempre, como o mesmo disse nos momentos finais da história.

Nelson Motta havia dado uma declaração, onde fez questão de enfatizar que não pediu para ver nada do que estava sendo produzido. Queria ser surpreendido junto com o público. Após assistir aos quatro capítulos da microssérie, pode-se dizer com tranquilidade que o autor foi sábio ao fazer essa opção. Com certeza ele deve ter se emocionado tanto quanto o telespectador ao ver o belo trabalho que foi realizado.

Tendo a direção de José Luiz Villamarim e núcleo de Ricardo Waddington --- mesma dupla consagrada que esteve por trás do fenômeno "Avenida Brasil" ---, a microssérie apresentou uma fotografia maravilhosa de Walter Carvalho (também responsável por "Lado a Lado"); uma abertura que conseguia transmitir toda a tensão e o mistério da trama; uma história muito bem escrita e um elenco excepcional. Isis Valverde, Camila Morgado e João Miguel foram os principais destaques e deram um banho de interpretação em todas as cenas. Mas é injusto não citar Marcos Caruso, Marcelo Médici, Gabriel Braga Nunes, Marcos Palmeira, Frank Menezes, Fábio Lago, Zezé Motta, Fabíola Nascimento e ainda a participação especialíssima de Marcela Cartaxo no último capítulo. Todos brilharam. Todos se entregaram. Todos emocionaram.

"O Canto da Sereia" já entrou para a lista das melhores produções da televisão brasileira e com muitos méritos. Apesar da curta duração, a história dessa musa do axé puramente sexual e que gostava de curtir a vida sem medir consequências não será apagada da memória do telespectador tão cedo. Atores, direção e equipe estão de parabéns pelo belo produto que foi apresentado ao público. Nada melhor do que começar o ano com uma microssérie de tanto capricho e tão bem produzida. Valeu a pena esperar pela linda e sedutora Sereia.

40 comentários:

Thallys Bruno Almeida disse...

Sérgio, agora fica a pergunta: Como não amar Ísis Valverde??? Não bastasse ser essa mulher linda, carismática e muito sensual, que nos deixa fascinados e babando por ela; agora se consolida cada vez mais e se firma entre as melhores de sua geração, digo isso sem medo de exagerar. Por isso eu curto tanto essa linda!!!

Eu mesmo achava que o auge da sensualidade dela tinha sido a Suellen. Até vir a Sereia. Ela é do tipo que passa o rodo em geral mesmo e não tem amarras quanto a isso. Não bastasse, ela ainda protagonizou sequências de arrancar lágrimas dos olhos, como a de ontem em que a cantora revela tudo a Só Love e pede que ele a mate. Muito, mas muito bom, ver como a Ísis se jogou nesse papel, uma entrega impressionante, até mesmo visceral. Ísis deu um show atrás do outro nessa série.

E o elenco coadjuvante, então? João Miguel é um verdadeiro gênio que o cinema brasileiro conserva. Deu uma vida impressionante ao Só Love, mostrando até que ponto um fã extremo pode chegar. Marcos Caruso e Marcelo Médici viveram com perfeição dois tipos que tão aí bem na nossa cara, numa vibe até bem Antônio Carlos Magalhães.

Aplausos ainda pra Gabriel Braga Nunes, Camila Morgado, Fabiula Nascimento, Marcos Palmeira e Frank Menezes, todos excelentes. George Moura e Patrícia Andrade são mais um exemplo da renovação de autores que a Globo deve segurar, os dois se mostraram gênios. E posso dizer que o texto da série sobreviveu à Glória Perez (supervisora de texto). É um contrasenso que Glória tenha se saído muito bem como supervisora dos novos autores enquanto falha horrores na trama que escreve sozinha. José Luiz Villamarim sabe dirigir cenas de tensão como poucos e Ricardo Waddington, simplesmente o melhor diretor global, dispensa mais comments. Além, é claro, do gênio maior, que foi o mentor de toda essa trama: Nelson Motta.

Os quatro capítulos já deixam saudade e uma torcida pelo lançamento do DVD. Uma obra pra se aplaudir de pé mesmo!!! Abçs!

Lulu on the sky disse...

Sérgio, achei fantástica a minissérie. Não li o livro do Nélson Motta e embora já soubesse o final graças as pessoas que soltaram o spoiler fui surpreendida.
Amei a narrativa, as interpretações de Ìsis Valverde, Marcos Palmeira, Camila Morgado e fui às lágrimas com a cena do João Miguel explicando o porque obedeceu a Sereia.
Big Beijos

Vera Lúcia disse...


Olá Sérgio,

Foi, sem dúvida, uma linda produção. Fiquei encantada e emocionada com a cena entre Sereia e Só-Love, bem como com o sofrimento dele no momento de atirar. Mais ainda com o olhar dela, à espera do tiro que tiraria sua vida.
Excelente a microssérie.

Beijo e ótimo final de semana.

Uma Interessante Vida disse...

Foi uma minissérie digna de merecer aplausos, Sérgio. A Globo acertou em cheio ao apresentá-la. beijos

Rafael Barbosa dos Santos disse...

Final lindo, lindo e lindo. Adorei, já estou sentindo saudades. Poderia ter tido uns 8 capítulos, pelo menos. A cena de Ísis e João Miguel, foi uma das melhores coisas que já vi em teledramaturgia, e a justificativa "Só uma pessoa que amava Sereia mais que a si mesmo, seria capaz de fazer o que fiz", foi a melhor justificativa de um quem matou que já vi. Já esperava que fosse o Só Love, ainda mais depois do penúltimo capítulo, e do que as pessoas comentavam sobre o livro, mas de qualquer amei o final. Já sentindo muitas saudades! Foi um presente esta série.

Abraços

http://brincdeescrever.blogspot.com.br/2013/01/postagem-extraordinaria.html

Elvira Akchourin do Nascimento disse...

Sérgio, também gostei da solução encontrada para o trágico fim da Sereia. Lembro que, em 1995, o presidente de um fã-clube da cantora mexicano-americana Selena também acabou matando a estrela. Voltando à microsséerie:
excelentes atuações de Ísis Valverde e João Miguel, na citada cena do inusitado pedido. Camila Morgado foi outra com desempenho excepcional.
Quanto ao não esclarecimento do assassinato do assessor Tuta, é bem típico dos bastidores da política. Desconfiei da autoria do governador JB. "O Canto da Sereia" foi uma produção que deixou um gostinho de quero mais.

Thallys Bruno Almeida disse...

Ah, um detalhe que eu esqueci: vi uns poucos comentários que achei até engraçados, aquela história de, ah, mas só mostram aquela Bahia distorcida e estereotipada, não mostram como realmente é, aquele sotaque não é assim... a esses, eu respondo: francamente, é um suspense policial, não um documentário socioeconômico politizado!

Acrescento ao caso mencionado pela Elvira o famoso caso de John Lennon, que foi assassinado pelo fã, Mark Chapman, em Dezembro de 1980.

♥ Luciana de Mira ♥ disse...

Gostei muito do trabalho dela :)

BLOGZOOM disse...

Querido Sergio,

Comecei a assistir a mini serie por causa de minha filha. Adorei! Os atores foram impecaveis. Nunca li o livro, nao sabia que haveria uma pequena modificação. Pelo que entendi, não interferiu na obra.



Beijos

Zilani Célia disse...

OI SÉRGIO!
COM MUITA PENA, PRINCIPALMENTE APÓS LER TEUS COMENTÁRIOS, TE DIGO, QUE NÃO ACOMPANHEI A MINI SÉRIE.
FICO CONTENTE AO SABER QUE FOI TUDO ISTO QUE DIZES, E EU ACREDITO, POIS SEI DE TUA CAPACIDADE DE ANALISAR ESTES TRABALHOS TELEVISIVOS.
QUE BOM PARA A JOVEM, ISIS VALVERDE, JOVEM, LINDA E PODENDO COM ESTE TRABALHO, MOSTRAR A QUE VEIO.
ABRÇS
http zilanicelia.blogspot.com.br/ClickAQUI://

MARILENE disse...

Sergio, bem que você previu a beleza dessa produção. Não conheço a obra, mas o enredo, com seu suspense, e o fim inesperado para mim, encantou.
Não há como não aplaudir o elenco.

Obrigada pelos cumprimentos alusivos ao meu aniversário. Você é sempre gentil. Bjs.

Paty Michele disse...

Sérgio, eu assisti aos três primeiros capítulos, mas perdi o último.
:(
Vi as cenas principais no site da globo. vc tem toda razão, a minissérie foi fantástica e imperdível.

Um bjo

Carlos disse...

Thallys, isso que vc disse de "documentário socioeconômico politizado" é querer arranjar desculpa onde não tem. O lugar sempre foi retratado de forma IGUAL na TV. Ponto. Isso não é motivo pra não gostar, verdade. Acho errado, por exemplo, quem reclama das tramas e programas da Globo serem só RJ, como se emissoras como o SBT não mostrasse só SP, sendo que as sedes são nesses lugares. Isso sim é desculpa barata.

Parei no primeiro capítulo, porque não me convenci dessa trama "policial". Ultimamente TODAS as tramas policiais da Globo param nessa pergunta "quem matou?" e me cansei disso, principalmente após o "quem matou Thaís?" em que Gilberto Braga repetiu o "vilão assassino", pior que depois alguns autores fizeram o mesmo (Passione e Avenida).

Essa "criatividade" me mata. Junta isso com o clichê da Bahia, com a Isis Suellen Sereia Marcela Valverde (só gostei dela em Sinha Moça e Beleza Pura, ainda não consegui vê-la como ATRIZ)... Foi tão clichê que já tinha até percebido que ela tinha encomendado a própria morte (pose pra morrer?)

E discordo do Rafael ao dizer que essa foi a melhor justificativa, quem ama não mata a pessoa que "ama", a não ser que ela seja psicopata ou a outra esteja "agonizando", AINDA não era o caso da Sereia, já que ela AINDA estava saltitante no carnaval de Salvador. Aliás, espero que vc não me ame, quero que você me odeio bastante. Eu hein, gostar dessa "justificativa" rsrs. Brincadeira.

Abraço

Sérgio Santos disse...

Thallys, concordo plenamente com você. Os atores foram excelente e a trama muito bem escrita. Isis se destacou ainda mais vivendo sua primeira protagonista.

Sobre a supervisão da Glória, creio que ela deu e disse:"Ok, tá ótimo" e pronto. rsrs

O exemplo da Elvira é pertinente assim como o seu. Também não vi a Bahia esteriotipada, muito pelo contrário. Abraços!

Sérgio Santos disse...

Oi Lulu. A cena do João e da Isis foi de emocionar até os mais insensíveis. Que interpretações e que texto. Sim, infelizmente divulgaram muitos spoilers, mas ainda assim o final conseguiu surpreender. Bjs!

Sérgio Santos disse...

Oi Vera. Foi uma grande cena e uma produção impecável. O que foi aquela respiração ofegante do Só Love enquanto mirava na Sereia? Foi angustiante. Deixou saudades. Beijos.

Sérgio Santos disse...

Barbie, concordo com você. Bjs!!!!!

Sérgio Santos disse...

Oi Rafael. Lindo mesmo. Um final tão impecável quanto toda a série. E a sacada de transformarem o Só Love em assassino foi genial porque não alterou o contexto e acabou sendo surpreendente, pela cena incrível que vimos. Valeu a pena ver essa produção. Abraços

Sérgio Santos disse...

Oi Elvira, seu exemplo é pertinente, assim como o do Thallys. E a cena final foi a melhor da microssérie. Guardaram o melhor pro fim mesmo. Camila Morgado, João Miguel e Isis foram os grandes destaques. Viscerais. Quanto ao assassino do Tuta, com certeza foi o governador. A própria frase final do Augustão revela: "Não se sabe quem matou Tuta Tavares, mas o governador está em primeiro lugar nas pesquisas." Beijos!

Sérgio Santos disse...

Luciana, também gosto. Bjs

Sérgio Santos disse...

Oi Sissym, não interferiu mesmo. E que bom que graças à sua filha você pôde acompanhar essa produção tão caprichada. Beijos!!!!!!!!!

Sérgio Santos disse...

Zilani, que pena que você não viu. Foi uma grandiosa produção. Beijos e obrigado pelo elogio.

Sérgio Santos disse...

Oi Marilene. Encantou mesmo. Logo que vi as chamadas não tive dúvidas que seria um grande produto. E foi mesmo. Beijos e parabéns de novo!

Sérgio Santos disse...

Puxa, Paty, perdeu justamente o melhor? rs Mas que bom que viu as cenas mais importantes no site. Foi excelente. Beijão.

Sérgio Santos disse...

Carlos, digo que você perdeu uma grande produção. E mesmo sem ter ficado convencido, sinceramente acredito que fosse gostar. Mas enfim. abraços.

Unknown disse...

Bom foi marcante mesmo, atores e atrizes perfeitos, tudo muito bonito
e Isis como sempre arrebentando
Parabéns pela beleza das fotos e história..Valeu
Bom dia!!!!
Deixo um abraço com carinho
Bjuss
Rita!!!!
♥¸.•**•.¸ ¸.♥♥¸.•**•.¸ ¸.♥♥o¸.•*

Felisberto T. Nagata disse...

Olá!Bom dia!
Sérgio
eu gosto de assistir quando são episódios /série curtas. Foi fantástica a minissérie. Li o livro do Nélson Motta e gostei desse final.
A cena entre Sereia e Só Love foi comovente. Os olhares de ambos foram marcantes.
Belo domingo!
Abraços
ClicAki Blog(IN)FELIZ

Vane M. disse...

Oi, Sérgio! Achei essa série simplesmente espetacular!!! Surpreendente (um pouco louca) mas muito bem fundamentada. Os artistas interpretaram magistralmente e a Ísis, como sempre, arrasando nas suas atitudes impulsivas e carregadas de emoção. Adorei, um abraço!

Lucas disse...

Quando a Globo quer, sabe fazer um seriado ou minissérie com qualidade. "O canto da sereia" foi uma grata surpresa! Começamos bem 2013!
Lucas - www.cascudeando.zip.net

Sérgio Santos disse...

Oi Rita. Foi uma bela história mesmo e com grandes atuações. Beijos e boa semana!

Sérgio Santos disse...

Oi Felisberto. Que bom que você conseguiu ver toda a microssérie. A troca de olhares entre Só Love e Sereia foi marcante e comovente mesmo. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Oi Bia. Pensei que você não fosse conseguir ficar acordada pra ver. Que bom que acompanhou. Uma trama muito bem escrita e interpretada. Beijos.

Sérgio Santos disse...

Oi Lucas. Estava sumido. Começamos bem 2013 mesmo. Grande produção. Abraços.

Neli disse...

Simplesmente fantástica a série. Só não entendo por que uma produção tão esmerada não se estendeu por pelo menos duas semanas.E a trilha sonora?Que bom gosto!Palmas para todos os envolvidos.E tapete vermelho para o assombro de ator que é João Miguel.Quero o DVD já.Vamos pedir, Sergio?

Sérgio Santos disse...

Neli, foi fantástica mesmo. Também preferia que tivesse 8 capítulos. Seria o ideal. Pena que durou tão pouco. Acho que lançarão o DVD sim. Beijos!

Mary disse...

Também só tenho elogios para a série: texto, produção, trilha sonora e direção e o maravilhoso elenco.Todos brilharam e emocionaram. Isis Valverde e Gabriel Braga Nunes tem muita química em cena. Adorei as cenas do casal!

Sérgio Santos disse...

Mary, fica difícil arrumar algo pra criticar nessa microssérie. Foi tudo impecável mesmo. Bjs e obrigado pelo comentário.

Jornalista Vê TV disse...

Só Love é um personagem que não existe no livro do Nelson? Que interessante. Esta é uma novidade para mim. Ainda quero ler.

Sérgio Santos disse...

Sim, Jornalista. No livro o assassino é um atirador qualquer. A sacada para a série foi genial. Abraços.

Sérgio Santos disse...
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