A saga de Paulo Ventura (Domingos Montagner - um ator seguro e talentoso) contra a podridão do nosso sistema político empolgou o público. Sua vida pessoal também gerou interesse e serviu para quebrar com a figura do herói, uma vez que o ético personagem traía sua esposa constantemente, tinha problemas com a bebida, e era preconceituoso com o filho transexual.
A história reforçou
o que a maioria sempre soube: a corrupção é o tumor do país e a principal responsável por todas as mazelas que a população enfrenta diariamente. O telespectador pôde acompanhar os bastidores do festival de falcatruas que está acostumado a ver nos telejornais. E isso sem ficar maçante para os que nunca gostaram dessa temática.
A competência do elenco foi admirável. Um time de atores que soube mostrar com perfeição o perfil de cada personagem. Não há nenhum ator que merece críticas. Maria Fernanda Cândido foi uma grata surpresa. Apesar de já ter participado de diversas produções na Globo, sua atuação nunca foi motivo de grandes elogios. Mas agora pode-se afirmar o quanto que a atriz evoluiu. Teve competência de sobra para dar vida a uma primeira-dama que amava o marido e sofria com suas traições, se preocupava com os problemas dos filhos, além de lutar para que o país tivesse uma educação de qualidade.
José Wilker mais uma vez mostrou o grande ator que é ao dar vida ao corrupto Floriano Pedreira, principal adversário político de Paulo Ventura. Maria do Carmo Soares (Julieta Ventura) e Otavio Augusto ('Beijo' Ventura) fizeram uma dupla que sempre rendia momentos engraçados. Murillo Armacollo foi uma revelação. O ator se entregou totalmente ao personagem Julio Ventura, que depois se transformou em Julie Ventura: o filho transexual do Presidente. Ele emocionou em todas as cenas --- sempre fortes --- que protagonizou. Pena que só participou de um capítulo. Juliana Schalch, Luis Carlos Miele, Cacá Amaral, Chris Nicolotti, Mariana Lima, Leopoldo Pacheco, Valter Santos (Coronel Otávio), enfim, todos merecem muitos aplausos. E o telespectador ainda foi presenteado com as luxuosas participações de Sandra Corveloni e Hugo Carvana.
"O Brado Retumbante" terminou com um gostinho de quero mais e sem um final definido. Ficou em aberto se teremos ou não uma segunda temporada. Mas independente dessa possibilidade, a minissérie deixará saudades e ficará marcada na nossa teledramaturgia. Não preciso ver a continuação do debate eleitoral para dizer ao Paulo Ventura que ele pode, sim, contar com o meu voto. Espero que com o seu também.
4 comentários:
AHHHHH.... o que falar de uma minisserie bem escrita e dirigida? Fiquei boquiaberto com tamanha qualidade.Os atores são excelentes, a direção e a direção de fotografia também. Se compararmos esta produção com as dos americanos... é, não tem como comparar... pois dá um show de criatividade, além de não deixar tanto espaço para os clichês tão vistos nas produções Estadunidense.
E o que me deixou mais feliz, foi o tema abordado. Nunca havia visto uma obra brasileira de ficção envonvendo política, e tendo "um herói" como principal.
Parabéns pelo post! Gosto do jeito que escreves. (e o gatinho no banner é muito fofo, rsrss)
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Relamente deixará saudades!
Será que rola uma segunda temporada? Acho dificil, a audiência foi pífia! 15 contra 24 de Dercy!
Abs
Fábio
www.ocabidefala.com
Ficou em aberto, Fabio. Mas também acho difícil. Uma lástima que a audiência tenha decepcionado tanto. Não valorizam o que é bom! Abraço!
Obrigado, Dualys! A minissérie deixará saudades mesmo!Não ficou devendo em nada para nenhuma produção de fora. Foi qualidade pura! Obrigado pelo carinho! Também gosto dele! rs
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