quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Tudo sobre a coletiva online de "Para Sempre Paquitas", novo documentário do Globoplay

 O Globoplay promoveu na sexta-feira passada, dia 6, a coletiva virtual de "Para Sempre Paquitas", novo documentário da plataforma de streaming. Participaram as ex-paquitas Ana Paula Guimarães, também diretora do documentário, e Tatiana Maranhão, além do diretor Ivo Filho e do roteirista Paulo Mario Martins. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo a seguir. 


Ana Paula Guimarães falou da dificuldade na realização do documentário: "Essa logística é um grande desafio. A gente conseguiu reunir todas as gerações das paquitas e costurar todas essas histórias para iluminar todas essas meninas. Ter 27 mulheres falando é o maior desafio. Como contextualizar tantas vozes? Mas a gente conseguiu. Junto com a Xuxa a gente fez história e isso é muita coisa. Esse projeto é muito grandioso e estamos curtindo que ele está nascendo. A gente ficou preocupado em não ir só para um lado. Ficou agridoce. Não ficamos só no glamour e humanizamos tudo. Cada uma tinha suas questões e tudo ficou bem contextualizado. A gente foi conseguindo costurar essa história com o comportamento da sociedade na época. Fizemos o documentário ficar mais rico. Juntar todas as gerações foi incrível e cada uma no seu tempo e na sua idade. Fizemos um reencontro em um ônibus e foi muito bonito".  

Paulo Maria Martins comentou sobre o processo na criação: "Do ponto de vista do roteiro, o desafio foi contar a história de 27 meninas com todas sendo protagonistas. Mas acho que demos conta do recado. A gente começou com uma pesquisa e fui descobrindo muitas coisas além do que eu já sabia como 'baixinho' que fui.

Demos o protagonismo que essas meninas mereciam ter e acho que o norte principal foi conseguir equilibrar a nostalgia e trazer as reflexões que elas hoje, como mulheres maduras, trazem de tudo o que viveram. Elas conseguiram fazer isso brilhantemente e aos poucos fui percebendo que o grupo tinha uma história fantástica e como é possível contar nossa história como sociedade e como televisão usando a biografia delas. Mostramos como a gente evoluiu como sociedade da década de 80 até os anos 2000. Tinha muita fita que nem estava digitalizada e encontramos coisas com bastante qualidade. Quem é fã vai achar o máximo e quem não é do universo vai se divertir. E temos que agradecer muito a parceria da Xuxa porque ela deu depoimentos que nunca deu até hoje", concluiu o diretor. Ivo Filho complementou: "Pegamos cada minuto importante daquelas fitas antigas para colocar no documentário. Tem momentos da Marlene no palco, da mãe da Xuxa no palco, enfim". 

Tatiana Maranhão não escondeu a emoção que viveu durante todo o processo: "A gente tem uma história muito forte que nos une, que é a infância. Esse documentário traz o doce e o amargo, as glórias, o glamour e também a nossa resiliência. Éramos crianças/meninas da década de 80 em uma sociedade machista e politicamente incorreta. Mas foi bom voltar a essa história para ressignificá-la com a nossa maturidade. Entrei com dez anos e estou com 47. Passar por tantas épocas e sociedades diferentes não é fácil. Fomos precursoras e estivemos dentro de um programa de televisão muito inclusivo. A gente visitava muitos orfanatos, muitos hospitais. Isso é um grande ganho, não só profissionalmente, como pessoa também. A Xuxa é uma pessoa que pensa muito a frente do tempo dela. E a gente trabalhava muito", refletiu. 

Ana Paula fez questão de acrescentar sobre que conselho daria para as paquitas hoje em dia: "A gente mudou muito como sociedade. A gente educa colocando limites sobre o que os adultos vão fazer com a gente, os pais estão mais atentos, a forma do trabalho mudou muito. Hoje em dia seria menos árduo. A gente curtiu bastante porque esquecia o mundo e se divertia, mas saía da gravação duas da manhã e ia para a escola seis da manhã, depois tinha maratona no final de semana, enfim... Diria para não desistirem do sonho, mas contarem tudo para seus pais e nunca deixarem que um adulto te oprima". 

Tatiana Maranhão também opinou: "Dar um conselho hoje do que a gente viveu fica descontextualizado. Nossos pais estavam junto com a gente nas gravações, mas nos bastidores só a gente sabe o que assolava. E hoje já existe mais diálogo para tudo, não só nas casas, como na sociedade. Nem sei qual seria meu conselho".

Os cinco episódios do documentário 'Para Sempre Paquitas' serão disponibilizados no dia 16 de setembro no Globoplay. 

2 comentários:

Anônimo disse...

Em questão de dias será possível considerar este documentário o balanço de décadas anteriores feito principalmente por parte das antigas assistentes de palco de Xuxa Meneghel.

Guilherme

Fá menor disse...

Deve ser muitíssimo interessante.