Paula merece ganhar o "No Limite"

 O "No Limite" está perto de seu fim e o reality, dirigido por Boninho e comandado por André Marques, não atingiu o sucesso esperado. A repercussão também ficou abaixo das expectativas. A falta da exibição de maiores detalhes da rotina dos competidores e a pouca criatividade das provas podem ter sido fatores que interferiram no resultando perante o público. Mas, deixando as questões que envolveram o reality de lado, é possível fazer uma boa análise do desempenho de cada participante ao longo do programa. E não há dúvida: Paula merece vencer. 

Paula participou do "BBB 18" e sempre foi ótima nas provas do reality comandado por Tiago Leifert. Não por acaso, na época, ganhou dos fãs o apelido de "Paula Croft", em alusão ao game e ao filme "Lara Croft - Tomb Raider" (2001). Quando a produção do "No Limite" divulgou que a volta do formato se daria com um elenco formado apenas por ex-BBBs era previsível que Paula fosse chamada, como de fato foi. E impressiona seu desempenho desde a estreia da disputa. 

A participante nunca reclamou das condições do acampamento (todos ficam vulneráveis ao vento, chuva e intenso calor). Sua capacidade de se adaptar a qualquer situação também é um ponto que a favorece muito no jogo. Está sempre tentando conciliar o grupo e evita maiores desentendimentos.

Claro que em um formato onde as brigas resultam em um entretenimento irresistível a característica não é lá muito vantajosa para quem assiste. Mas para o jogo de Paula é perfeito. Até porque, ao contrário do "BBB", o  "No Limite" não tem votação popular para eliminar ninguém. O próprio grupo tem o poder. 

Outra qualidade de Paula é a concentração nas provas, o que já tinha sido observado no "BBB 18". Sempre focada e com uma determinação invejável, a competidora se entrega de forma visceral e tem mais força física que muito homem. Aliás, o machismo foi visto na edição. Não de forma descarada ou grosseira, mas de maneira sutil. Vide Zulu e Guilherme, por exemplo, sempre deixando as meninas de lado na hora de tomar decisões. Em determinado momento do jogo, Paula chegou a se impor, com a ajuda de Elana e Íris, e acabou virando a líder do grupo Carcará. E uma liderança que aconteceu por causa das boas dicas que costumava dar. Além do temperamento mais sereno. 

Paula também virou a cozinheira do grupo e, segundo todos, só preparava pratos deliciosos, mesmo com poucos recursos. Suas habilidades culinárias também puderam ser vistas no "BBB 18". Ou seja, analisando friamente, Paula foi o maior trunfo da tribo Carcará. A sua sensatez e a força nas provas fizeram muita diferença. O grupo venceu muito mais provas que a rival "Calango". Para culminar, quando houve uma união das tribos já perto da reta final, Paula conseguiu trazer novas alianças, como Jéssica, que já era sua amiga do "BBB". A participante também era uma das poucas que falavam sobre votos sem receio. Um dos problemas da atual edição foi a falta de atitude dos competidores na hora das votações. Ninguém parecia se importar muito em se salvar. Ela sim. Ainda mostrou uma boa união das mulheres quando quase salvou Íris no momento que precisaram decidir quem migraria para a tribo rival. Seu laço com Elana é outro elemento que a estabiliza na disputa. Vale citar seu desempenho na prova mais temida do programa: a da comida. Paula comeu baratas, larvas e olhos de cabra com uma agilidade invejável e saiu vitoriosa. 

O "No Limite" é um reality onde vence o melhor jogador. Quem foi o mais merecedor e conseguiu sobreviver bem em meio a tantas adversidades e provas exaustivas. No entanto, na final tem votação popular. O público escolhe o campeão. Se conseguir se livrar da última votação, Paula estará na final com todo mérito e os telespectadores precisam consagrá-la campeã. É o justo.