Paloma Duarte emociona na reta final de "Malhação - Toda Forma de Amar"

A última semana de "Malhação - Toda Forma de Amar" não iria ao ar agora. Estava prevista para o final de maio. Mas, por conda da pandemia do coronavírus, a Globo resolveu encerrar as gravações dos Estúdios Globo semana passada. Assim, o desfecho da atual temporada foi antecipado. Emanuel Jacobina deixou tudo para o final e sua história será muito prejudicada. Que sirva de lição para seu próximo trabalho: não enrolar o público atrasando quase todos os acontecimentos relevantes. Ao menos os capítulos da reta final têm valorizado o talento de Paloma Duarte.

O último trabalho da atriz na Globo havia sido na fraca "Começar de Novo", novela de Antônio Calmon, exibida em 2004. Migrou para a Record em 2006 e lá fez cinco novelas: "Cidadão Brasileiro" (2006), "Luz do Sol" (2007), "Poder Paralelo" (2009), "Máscaras" (2012) e "Pecado Mortal" (2013). Brilhou em todas. Voltou para a emissora que a lançou --- em "Armação Limitada" (1988) --- justamente na atual "Malhação". E tinha tudo para ser um de seus melhores trabalhos.

Infelizmente, não foi o que aconteceu. Lígia era uma das principais personagens do enredo e Paloma logo se destacou no início da trama. Todo o contexto da adoção da filha biológica de Rita (Alanis Guillen) resultou em bons embates nos tribunais que ajudaram a atriz a crescer em cena junto da colega, ainda iniciante, Alanis.
Mas o autor foi se perdendo ao longo da trama e recheando seu enredo com situações forçadas ou que nada acrescentaram, como a súbita mudança de caráter de Joaquim (Joaquim Lopes), marido de Lígia. E ainda inseriu vários novos personagens que só serviram para a retirada da importância dos que já existiam desde o começo.

A reta final, no entanto, voltou a valorizar a questão envolvendo a disputa por Nina. E com isso a atuação brilhante de Paloma Duarte. Dilacerante a sequência em que Lígia perdeu a guarda da filha para Rui (Rômulo Arantes) em virtude de mais uma armação do vilão que entrou a partir da metade da temporada. Embora sem lógica ----- a personagem nunca perdeu nos tribunais para Rita, que tinha uma reputação bem mais limpa que a de seu ex ----, a situação rendeu um grande momento para a intérprete. Aquele choro foi desolador.

A atriz também tem se destacado nos momentos de parceria entre mãe e filho. Isso porque, após muitos meses de rivalidade, Lígia e Rita tinham se acertado e o desaparecimento da garota provocou um baque na médica. Filipe ganhou um fiel apoio de sua mãe e as cenas de Paloma e Pedro Novaes têm sempre a boa sintonia como marca. A personagem ainda foi a responsável pelo complicado parto de Meg (Giulia Bertolli) ---- que passou a temporada inteira grávida em mais uma enrolação do escritor ---- e o drama da amiga de Filipe também se transformou em outra oportunidade para Paloma convencer em cena. Vale ressaltar outro bom ponto envolvendo a personagem nas semanas mais derradeiras: seu relacionamento com Madureira. A química com Henri Castelli é ótima.

"Malhação - Toda Forma de Amar" teve muito mais defeitos que qualidades, mas um dos poucos pontos positivos da reta final é a valorização do talento de Paloma Duarte. A sua Lígia vem sendo bem defendida.