quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Luisa Arraes e Drica Moraes fizeram um trabalho de composição primoroso em "A Fórmula"

"A Fórmula" se mostrou uma produção despretensiosa, cujo maior objetivo era exibir uma comédia romântica deliciosa de se ver. A história escrita por Marcelo Saback e Mauro Wilson, dirigida por Flávia Lacerda e Patrícia Pedrosa, cumpriu a missão com méritos. Foram apenas dois meses no ar, sempre deixando um gostinho de quero mais a cada final de episódio. E um dos grandes feitos dessa série foi o trabalho primoroso de composição de Luisa Arraes e Drica Moraes.


A empreitada das duas era dificílima: interpretar a mesma personagem com idades distintas, mas sem a facilitação da passagem de tempo para imprimir as devidas características. Isso porque o enredo da série era uma criativa fantasia em torno de uma fórmula milagrosa do rejuvenescimento instantâneo, que durava apenas algumas horas depois de aplicada. Ou seja, a protagonista rejuvenescia e envelhecia a todo momento. Imprimir um tom verossímil em cima de uma proposta tão surreal não era nada simples, mas elas conseguiram graças ao talento.

O resultado ficou impressionante. Primeiramente, em virtude da equipe de caracterização, deixando as atrizes com cortes de cabelo idênticos, assim como maquiagem e figurinos. Já o restante ficou a cargo da dedicação delas, que se prepararam bastante para a composição das características de Angélica.
A cientista tinha um quê de excêntrica e ambas optaram por trejeitos mais exagerados, embora tenham evitado um mergulho na caricatura. O trabalho corporal ficou idêntico e até mesmo as expressões faciais diante de determinadas situações ficaram iguais.

Realmente, parecia que a protagonista rejuvenescia cada vez que fazia uso do seu experimento. Vale observar que havia um risco do contexto soar ridículo. Entretanto, não soou justamente por causa do grande processo cênico das intérpretes. Luisa Arraes e Drica Moraes compuseram uma Angélica irônica, divertida, perdidamente apaixonada, humanitária e muitas vezes inconsequente, procurando reviver momentos não tão bem vividos no passado. Tudo em torno de um feito científico que acabou virando apenas elemento para reconquistar o grande amor do passado, provocando um verdadeiro turbilhão de emoções nela (que virou sua própria cobaia) e nele (Ricardo - Fábio Assunção).

As duas estiveram tão bem que até a química com Fábio foi igual, assim como a gostosa sintonia com Emílio de Mello, intérprete do querido Divino, melhor amigo de Angélica. Mas, o melhor momento da atrizes na série foi no antepenúltimo episódio, que contou com a luxuosa participação de Ana Rosa, vivendo a mãe da protagonista. Os autores foram muito inteligentes fazendo a cientista aplicar a fórmula na mãe (que começava a apresentar sintomas do Alzheimer), e depois nela mesma, com o intuito de fazer a doce Neide lembrar da filha, proporcionando ainda que Luisa e Drica contracenassem pela primeira vez. Foi a parte mais emocionante do enredo, destacando ainda a grande Ana.

Coincidentemente, Luisa Arraes e Drica Moraes participaram da excelente "Justiça" ano passado, mas eram de tramas que não tinham ligação. A primeira era uma das protagonistas do enredo das quintas-feiras e a outra a coadjuvante da história das sextas. Ambas brilharam e deram um show de dramaticidade na série de Manoela Dias, cujo contexto era pesado demais. Agora, felizmente, o destino as juntou em um produto mais leve, expondo a versatilidade conhecida das duas. Uma está apenas começando sua bem-sucedida trajetória e a segunda já é uma profissional consolidada, considerada uma das melhores atrizes do país. "A Fórmula" foi uma produção gostosa de se ver e valeu muito a pena companhar o grande trabalho dessas duas intérpretes, que incorporaram a mesma personagem com total dedicação.

27 comentários:

Fernanda disse...

Estava curiosa se você faria um texto final sobre essa série tão bonitinha. E a solução que deu foi perfeita: elogiar as atrizes que realmente deram um show. Pareciam a mesma pessoa!

Babilloon disse...

A palavra é exatamente essa:despretensiosa.deliciosa.elenco afiadissimo de protagonistas.producao caprichada.saudades desde já.unica ressalva é o péssimo horário e pouco caso na minha opinião .de resto amei.
Torço para uma segunda temporada,porém acho pouco provável.

Babilloon disse...

A palavra é exatamente essa:despretensiosa.deliciosa.elenco afiadissimo de protagonistas.producao caprichada.saudades desde já.unica ressalva é o péssimo horário e pouco caso na minha opinião .de resto amei.
Torço para uma segunda temporada,porém acho pouco provável.

Anônimo disse...

Também adorei o trabalho das duas!

Felisberto T. Nagata disse...

Olá, Sérgio, apesar de não ter assistido , fui futricar sobre;estava vendo a foto da Drica quando jovem, e realmente,não parece muito com a Luisa; parabéns mesmo ao talento da equipe de caracterização; aos autores, por imprimirem verossimilidade em uma proposta tão surreal e ao grande talento das atrizes; da Drica nem precisava falar, mas Luisa, seguindo os passos da mãe (do pai também,apesar de ser outra área) muito bem também;
(respondendo de 'lá': pra mim não existe texto longo,existe texto chato e os seus estão longe de serem chatos;pelo contrário; bem escrito,com clareza e conhecimento pleno do assunto abordado.) Belos dias,abraços!

JAN disse...

Oi Sérgio, não vi a série toda, mas pelo pouco que assisti, vi que o desempenho de ambas foi muito bom!
Devo dizer que EU QUERO AQUELA FÓRMULA. RSRSRS

ABÇ
JAN

Sabrina disse...

Que lindas essas duas. Eu amei a série. Não fez sucesso mas merecia porque foi muito gostosa como está dito no texto.

Karine Veiga disse...

Concordo com você, a sintonia delas na série está absurda. Tinha horas que olhava direito pra identificar se era a Drica ou a Luisa. O papel da Angelica era da Gloria Pires, mas a parceria Drica-Luisa ficou tão boa que a Gloria não poder fazer não diminuiu em nada a série. Drica a substituiu muito bem! Adorei acompanhar.

Luli Ap. disse...

Olá Sérgio
Como vc muito bem disse: deliciosamente despretensiosa essa série e foi exatamente aí que acertou em cheio.
Uma trama que poderia ser caricata teve (com a devida licença poética) a "fórmula" ideal para entreter descompromissadamente.
Mais um quarteto que arrasou nas interpretações,Angélica, Afrodite, Ricardo e Divino mandaram super bem.
E encerrou com chave de ouro :)
Amei o abraço "esmagador" das duas e o Ricardo experimentando a fórmula hihihi
Bjs Luli

Café com Leitura na Rede

Unknown disse...

Essa série com Drica Moraes e Luisa Arraes, vai virar telefilme. Não disseram a data definida para a exibição.
Um problema que foi igual ao que acontece com Vade Retro: Não há um fio condutor bem desenvolvido.
além do fato da Globo atrasa exibição da série “A Fórmula” causado perda de tempo para ver essa trama curiosa. E mais, a série não alcançou a repercussão esperada.

izabel disse...

A emissora adorou exibir “Amorteamo” em formato de filme. E pelo visto, vai fazer isso com todas as série.
Tentando fazer o nome “supersérie” acontecer, Globo invertendo o horário do seriado e da “supersérie” na 5a-feira.
Ou TV Globo transformando todas as suas minisséries em telefilme.

Anônimo disse...

Agora é assim… mal sai do forno e já vira telefilme. Não sei o que é pior. Globo podia se poupar não é? :(

Sérgio Santos disse...

Que bom que gostou, Fernanda!

Sérgio Santos disse...

Não terá, Babillon. Nem tem estrutura pra isso. Fechou o ciclo.

Sérgio Santos disse...

Idem, anonimo;

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado pelo carinho, Felis. =) Abração!

Sérgio Santos disse...

Todo mundo queria, Jan. rsrsrs bjssss

Sérgio Santos disse...

Concordo, Sabrina.

Sérgio Santos disse...

Perfeito comentário, Karine!!!

Sérgio Santos disse...

Eu tb adorei, Luli. rs bjão!!!!

Sérgio Santos disse...

Discordo, Oath.

Sérgio Santos disse...

Mas isso é na Globo Play, Izabel. Não vejo problema.

Sérgio Santos disse...

Anonimo, acho válido pra quem não viu a´serie e queira ver um resumão na Globo Play.

Anônimo disse...

Além da perspectiva da série ser antiga e totalmente masculina, para não dizer machista, “A Fórmula” também abusou de um outro clichê gasto – Divino, o amigo homossexual, bem caricato, de Angélica, presente em todos os momentos.

Anônimo disse...

Para piorar ainda mais, a série entrou na grade no fim da noite, e não depois das novela das 21h, como seria o ideal. No esforço de melhorar a audiência de “Os Dias Eram Assim”, a Globo inverteu os horários e jogou a série de humor para depois das 23h, afugentando assim parte de seu público-alvo.

Anônimo disse...

Drica Moraes e Luisa Arraes claramente se divertiram em cena. No mais, chega a ser difícil entender o que a Globo quis com uma série tão descartável.

Anônimo disse...

a Ricardo devia ser um homem maduro, mas mostraram o personagem um tanto idiota, que passou a série inteira dividido entre Afrodite e Angélica