Segunda temporada de "Os Dez Mandamentos":
Provando que não sabe lidar com o sucesso, a Record resolveu esticar tanto o fenômeno de audiência "Os Dez Mandamentos" que criou uma nova fase de 66 capítulos. Isso após já ter estendido a novela original, passando de 150 capítulos para 176. O resultado foi catastrófico. Além de ter prejudicado o final da trama (que ficou incompleto), a emissora exibiu uma segunda fase com bem menos recursos financeiros que a primeira. Ou seja, os efeitos toscos se fizeram presentes e a enrolação da história foi inevitável. Não havia mais nada de relevante para contar. E o mais constrangedor foi a caracterização do elenco idoso. Como os atores não foram substituídos, tiveram que envelhecer todos e ficou ridículo. Ver nomes como Guilherme Winter, Gisele Itiê e Marcela Barrozo (que nem 30 anos tem) com rugas artificiais e fazendo voz de velhinhos foi triste. É preciso citar ainda o talco branco jogado nas perucas, deixando o conjunto ainda mais vergonhoso. A emissora poderia ter terminado no auge e colhendo elogios, mas preferiu prejudicar a qualidade em virtude de uns números a mais na audiência.
"Sol Nascente":
Após uma trinca de ouro no horário das seis da Globo ("Sete Vidas", "Além do Tempo" e "Êta Mundo Bom!"), a emissora viu a qualidade da sua faixa cair bruscamente. A novela escrita por um acomodado Walther Negrão, além de Suzana Pires e Júlio Fisher, é uma das piores que a faixa já apresentou e apresenta um conjunto de equívocos. A trama é simplória, os personagens cansativos, o elenco equivocado em grande parte, os conflitos insossos e o ritmo arrastado. Apesar da audiência não ser considerada ruim para os parâmetros (embora tenha derrubado os índices expressivos da anterior), é um folhetim de repercussão nula e assim que acabar será completamente esquecido. Sem dúvida, é a pior novela de 2016 (e provavelmente será a de 2017, pois só acaba em abril).
Início da segunda fase de "Velho Chico":
A primeira fase da trama escrita por Benedito Ruy Barbosa e Bruno Luperi foi impecável. Bons dramas, elenco em plena sintonia, fotografia brilhante e direção primorosa de Luiz Fernando Carvalho. Porém, o começo da segunda fase provocou um choque no público e na crítica. A época retratada era 2016, mas as vestimentas e cenários pareciam de época, deixando tudo bastante fantasioso. O diretor ainda apostou em cenas poéticas demais, fugindo da proposta atual do enredo, tentando claramente mergulhar no universo que deu certo no remake de "Meu Pedacinho de Chão". Só que na nova trama não deu. Para culminar, a composição de Antônio Fagundes foi completamente equivocada, arruinando todo o trabalho minucioso de Rodrigo Santoro como coronel Afrânio. Os personagens não se lembravam em nada. A relação de Tereza (Camila Pitanga) e do filho Miguel (Gabriel Leone), em virtude do excesso cênicos do diretor, muitas vezes parecia incestuosa, incomodando quem assistia. Enfim, foram muitas falhas. Entretanto, tudo foi se acertando com o tempo e a novela melhorou bastante perto da metade, fechando seu ciclo de forma lúdica e emocionante (a morte de Domingos Montagner, claro, contribuiu). No saldo geral, portanto, não foi uma novela ruim. Mas esse erro inicial da segunda fase merece ser mencionado.
"Malhação - seu lugar no mundo":
Emanuel Jacobina não lembrou em nada o bom autor que escreveu a ótima temporada de 2010, protagonizada por Bruno Gissoni (Pedro) e Daniela Carvalho (Catarina). A sua nova trama teve um início promissor, mas logo se perdeu. Mocinhos com conflitos desinteressantes e campanhas sociais feitas de forma equivocada (vide o caso da AIDS) foram alguns dos graves tropeços do escritor. Personagens rasos, dramas bobinhos, casais mal desenvolvidos e situações inverossímeis marcaram a trama, que chegou ao fim sem deixar saudades.
"Haja Coração":
O início do remake de "Sassaricando" parecia promissor e a cara da faixa das sete. A novela teve uma excelente audiência, empatando tecnicamente com a antecessora (o fenômeno "Totalmente Demais"), mas se perdeu pelo caminho. Daniel Ortiz estreou muito bem com a sua agradável "Alto Astral", porém, não soube desenvolver bem a sua segunda novela na carreira. Vários bons conflitos não foram aproveitados como deveriam, a direção da equipe de Fred Mayrink deixou a desejar em vários momentos e o enredo andou em círculos ao longo dos meses. Grande parte do elenco era talentoso --- como Mariana Ximenes, Marisa Orth, João Baldasserini, Cristina Pereira, Grace Gianoukas, entre outros --- mas nem isso ajudou a trama. Um dos poucos êxitos foi o casal "Shirlipe" (Sabrina Petraglia e Marcos Pitombo). O saldo geral foi bem decepcionante.
Maíra Charken na bancada do "Vídeo Show":
O sucesso da dupla formada por Monica Iozzi e Otaviano Costa no programa vespertino da Globo fez o formato renascer, após anos tentando reformulações em vão. Os dois tiveram uma ótima sintonia e viraram os queridinhos da emissora, sendo escalados até para apresentações de prêmios e eventos. No entanto, a saída dela (por vontade própria) deixou o público órfão e a produção desesperada. Afinal, quem poderia substituí-la? Foram meses de espera e parecia que havia um cuidado com a seleção. Mas não houve. A escolha de Maíra Charken foi um grave erro que poderia ter sido facilmente observado. A atriz/humorista não ficou à vontade e nem teve química com Otaviano. Para culminar, fazia piadas com o claro intuito de copiar Monica, o que deixou tudo pior. O resultado foi a sua retirada da bancada, a transformando em repórter da atração. Adotaram um esquema de rodízio na apresentação por um tempo (com o intuito de disfarçar a saída dela), mas depois efetivaram Joaquim Lopes ao lado de Otaviano. Era isso que deveria ter sido feito desde o início.
"Fofocando":
No dia 1º de agosto, Silvio Santos resolveu colocar no ar um programa de fofocas para concorrer com o "Balanço Geral", da Record", cujo quadro da Fabíola Reipert vence até o "Vídeo Show", da Globo. Feito às pressas e sem um pingo de planejamento, a atração conta com Leão Lobo, Luis Henrique (Mamma Bruschetta) e um sujeito com um saco na cabeça (situação ridícula) apresentando. Depois o dono da emissora ainda contratou Mara Maravilha, que desde então vive tecendo impropérios no programa. Um produto sem a menor necessidade de existir, até porque se mantém em terceiro lugar.
Xuxa na Record:
Após 29 anos de Globo, a apresentadora foi para a Record em 2015, estreando seu programa em agosto. Mas, desde então, nunca conseguiu emplacar. Perde constantemente para o "Programa do Ratinho", ficando na terceira colocação, e a atração não tem conteúdo relevante algum. Inicialmente, Xuxa queria imitar a apresentadora americana Ellen DeGeneres, mas não deu certo. Pouco tempo depois resolveu fazer o que já fazia na Globo nos últimos anos, sem sucesso: falar de si mesma, a transformando em atração do programa. E é o que vem fazendo até agora. A Record planeja colocá-la nas tardes de sábado ano que vem (como era o "TV Xuxa" na líder, que, ironicamente, perdia para o Pica-Pau na concorrente) , mas se nada mudar será difícil obter algum bom retorno do público.
"Chapa Quente":
A primeira temporada da série protagonizada por Ingrid Guimarães e Leandro Hassum já tinha sido um completo erro. Humor forçado, situações que não despertavam interesse e excesso de gritos. Porém, a Globo encomendou uma segunda temporada e o resultado foi uma pequena melhora, mas o conjunto seguiu equivocado. O programa parecia um híbrido de todos os seriados de humor que deram certo na emissora e ficou sem identidade. Os personagens ainda nem tinham carisma o suficiente para prender a atenção. O lado positivo é que não terá terceira temporada. Menos mal.
"X Factor Brasil":
Uma decepção. A versão nacional do consagrado talent show "The X Factor", criado por Simon Cowell, foi um desastre. Paulo Miklos, Di Ferrero, Aline Rosa e Rick Bonadio se mostraram jurados equivocados em várias seleções, além de não terem tido sintonia alguma. A maioria dos candidatos era muito fraca e a disputa muitas vezes parecia um show de calouros e não de cantores experientes. Ainda houve um grave problema envolvendo péssimas condições no atendimento aos participantes, que ficaram horas aguardando na fila, sem banheiro ou o mínimo de condições necessárias para aguentar tanto tempo de espera. A audiência, inclusive, fez jus ao conteúdo apresentado: ficou em torno dos 2 pontos, bem longe dos 5 pontos (ou mais) pretendidos pela Band. Tentou repetir o sucesso do "MasterChef", mas não conseguiu.
"Supermax":
A Globo resolveu em apostar no terror, gênero pouco explorado pela dramaturgia nacional e a ousadia foi mais do que válida. Afinal, sair da mesmice é sempre positivo. Portanto, merece elogios por isso. No entanto, a série deixou muito a desejar. Apesar do capricho na produção dos efeitos visuais, a trama não empolgou e demorou demais para apresentar explicações para o público, que foi perdendo o interesse a cada episódio. Aliás, disponibilizar os 11 episódios na Globo Play, deixando apenas o último exclusivamente para a televisão, foi um erro. Apesar dos bons números no aplicativo da emissora, implicou em índices catastróficos de audiência. Foi o seriado de menor audiência da Globo e chegou a ficar em quarto lugar. Por sinal, colocar uma produção de nicho como essa para concorrer com o consagrado "MasterChef" foi um tiro no pé. Seria melhor ter ido ao ar depois do "Globo Repórter". E o enredo também pecou em vários aspectos, como na apresentação rasa dos personagens, destruindo qualquer chance de torcer por eles. A atuação do elenco foi outro tropeço, pois o exagero da direção incomodou bastante. Enfim, foi uma tentativa louvável da emissora, mas que não funcionou.
"Casos de Família":
O programa do SBT segue sendo um show de horrores. Cristina Rocha apela para os barracos e os temas debatidos muitas vezes são constrangedores. Para culminar, já foi provado e comprovado que vários 'convidados' são figurantes contratados, pois também apareceram no (felizmente extinto) "Você na TV!", comandado por João Klebber na Rede TV!, contando histórias diferentes. Pena que uma atração tão boa (basta lembrar a época em que era comandada por uma competente Regina Volpato) tenha virado isso.
Demissão de Leda Nagle:
A TV Brasil expôs a sua pequenez ao demitir uma jornalista icônica como Leda, que comandava o reconhecido "Sem Censura" há 20 anos nas tardes da emissora. Leda Nagle tem 40 anos de jornalismo e apresentava com extremo profissionalismo um programa vespertino diário (e ao vivo), recebendo sempre ilustres convidados. Tamanho desrespeito com essa profissional repercutiu muito na mídia, provocando grande solidariedade da classe artística. Lamentável.
Dudu Camargo apresentando o "Primeiro Impacto":
Em outubro, Silvio Santos agiu como Silvio Santos. Simplesmente tirou as apresentadoras do seu primeiro jornal das manhãs e colocou um menino de 18 anos que nunca tinha feito isso na vida. O resultado é um festival de caras e bocas, muitas tentativas de aparecer mais que as notícias e dancinhas grotescas que deixam o jornalístico constrangedor. O intuito do dono do SBT era gerar repercussão e conseguiu. Mas a que custo...
Fim do "Programa do Jô":
A Globo cometeu um grave erro tirando do ar um programa que fazia parte das madrugadas do público há 16 anos (27, se somar com o período do "Jô Soares Onze e Meia do SBT). Sem qualquer justificativa, a direção da emissora simplesmente resolveu acabar com a atração, deixando Jô claramente descontente. Todos os artistas lamentaram a decisão, além dos telespectadores. A atração já estava estabilizada no horário, mesmo perdendo para a concorrência algumas vezes. Fará muita falta.
Como foi possível notar, vários programas, séries e novelas deixaram muito a desejar. Infelizmente, para todo erro existe um acerto. Ou seja, também tivemos ótimas produções e todos elas serão listadas na última retrospectiva de 2016. Mas, todos esses produtos de qualidade duvidosa marcaram merecidamente a presença na lista dos piores do ano. Pena.
20 comentários:
Onde eu assino???? Até difícil escolher o pior disso tudo aí.
Essa Sol Nascente já é uma das piores coisas que a Globo já produziu. Já o resto nem quero comentar...
As suas retrospectivas são as melhores mesmo. Aguardando ansiosamente as próximas. São completas demais. Faz jus ao título do blog.
Segunda temporada de Os Dez Mandamentos, Sol Nascente, Haja Coração, Malhação seu lugar no mundo, o fim do Programa do Jô e aquele Fofocando foram as piores coisas do ano com toda certeza.
Ótima retrô. Quanta novela e programa ruim. CREDO!
Teve uma coisa que eu achei muito ruim também foi Cúmplices de um Resgate do SBT. Só passava clipe,era uma enrolação total,passava pequenas partes da novela(as vezes até o final do capítulo anterior) e já dava um intervalo Enorme,pq a novela já era pra ter acabado a tempos, e também um final que deixou MUITA coisa sem explicação NENHUMA.
Das produções a que assisti, amigo Sérgio, concordo que as piores foram Sol Nascente, Supermax, a segunda e arrastada fase de Velho Chico. Também fiquei indignada com a demissão de Leda Nagle e, acrescento, o fim do Programa do Jô.
Faltou colocar A Lei Do Amor aí, mas com certeza não colocou porque vc adora os autores, ninguém mais vai se lembrar dessa novela tosca assim como a Regra Do Jogo que fracassou aqui e em todos os países em que foi exibida, rsrsrs, não somente Boogie Oogie foi fracasso meu caro.
Que bom que gostou da lista, Daniela.
É mesmo, anonimo...
Fico honrado em ler isso, Karen!
Pois é, Fernanda...
Credo mesmo... rs
Isso foi consequência da duração excessiva, Anna. Mais de um ano de uma novela no ar é coisa demais e algo corriqueiro no SBT.
Pois é, Elvira, e a demissão da Leda foi um absurdo, assim como o fim do Programa do Jô. bjs
Bem, anonimo, pelo visto vc gostou daquela desgraça de Boogie Oogie... Então não tem lá mta moral pra falar dos meus gostos. E não coloquei A Lei do Amor pq era uma excelente novela e agora tá mediana em virtude das mudanças feitas. E vale ressaltar que não entra na lista "fracassos", entra produções péssimas. Algumas fracassam junto e outras não. Isso independe. E A Regra do Jogo fracassou lá fora mesmo, mas aqui elevou em 4 pontos a média do horário. Isso não é pouca coisa. Sucesso não foi, mas fracasso não foi mesmo! E eu critiquei bastante a novela, caso vc esteja desmemoriado.
A Lei do Amor mediana? Você está sendo muito gentil, a novela tá HORRÍVEL! Estragaram a trama, tiraram os bons personagens, como o senador Venturini, e deixaram a chata da Letícia (que devia ter sumido no lugar da Isabella) e os frentistas inúteis. E de quem é a culpa? De quem permitiu que fosse escalado um elenco inchado de atores canastrões e de quem fez as mudanças erradas. Nessas horas eu dou valor ao Benedito Ruy Barbosa, que mesmo com Velho Chico desabando no Ibope, ele se manteve ali, contando a sua história, sem desfigurar demais os personagens. Pra mim, ALDA é a MAIOR DECEPÇÃO DE 2016 e se fosse por mim, acabaria com a novela amanhã, inventaria uma festa reunindo todos os personagens, mandava um meteoro atingir o local e matava todo mundo. Mas, o problema é que a sucessora é Gloria Perez, com A Força do Querer (wtf???), prepare-se pra voar com as sereias, as lutadoras de MMA, as traficantes gostosas e as trans! Infelizmente, creio que fracassará de novo, já que a família tradicional brasileira vai odiar favela e transexual na telinha do plim-plim!
Eu tenho achado mediana, Ana, pq o núcleo central segue muito bom. Mas concordo que as mudanças foram péssimas. Só que no caso da Letícia nada tem a ver, ela era pra ser uma chata mesmo, mas nem isso puderam fazer em paz. Hoje em dia mudariam a Camila de Laços de Família mt antes por causa de mimimi. Isabela voltaria só nbo final da trama e anteciparam. Nisso não mudaram. E a próxima novela não me anima em nada mesmo.
Graças a deus ñ vejo record, nem novelas besteirol do sbt, e várias coisas q vc falou
Graças a deus ñ vejo record, nem novelas besteirol do sbt, e várias coisas q vc falou
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