A ousadia da narrativa foi a principal característica da minissérie, que apresentava um protagonista por dia e interligava os dramas de forma eficiente, exigindo uma maior atenção do público. A personagem principal da segunda era coadjuvante na terça e quase figurante na quinta e na sexta, por exemplo. Todos os perfis acabavam sendo vistos sempre, mas em diferentes posições e ângulos. A mesma cena era assistida várias vezes ao longo da semana, dependendo da mudança de foco do enredo. A 'novidade' bastante arriscada se mostrou um dos pontos altos de "Justiça", destacando o trabalho minucioso do diretor e sua equipe.
José Luiz Villamarim (que novamente teve o grande Walter Carvalho como parceiro, após as primorosas "O Canto da Sereia", "Amores Roubados" e "O Rebu") se preocupou em cada detalhe, valorizando a atuação do elenco, expondo a complexidade, a solidez e a controvérsia de todos aqueles personagens. O grau de dificuldade em gravar várias sequências de ângulos distintos era alto, mas o resultado foi o melhor possível.
É necessário ainda elogiar a estratégia da inserção do plano-sequência no conjunto: as cenas não tinham cortes, sendo exibidas inteiras, o que foi fundamental para deixar os atores ainda mais entregues nas emoções daqueles perfis que se dividiam entre vítimas e algozes.
O elenco, por sinal, foi muito bem escalado. Os maiores destaques foram Débora Bloch e Adriana Esteves, que viveram as personagens mais desafiadoras da história. Elisa e Fátima eram mulheres carregadas de sofrimento e com dramas envolventes, cujos desdobramentos provocaram boas reviravoltas na vida daquelas duas pessoas tão diferentes e tão parecidas ao mesmo tempo. A primeira viu a filha ser assassinada pelo futuro genro, enquanto a outra foi presa injustamente, precisando lidar ainda com a morte do marido e a perda de rumo dos filhos (o caçula virou trombadinha e a mais velha prostituta). Não por acaso foram os episódios que mais despertaram atenção.
Além das duas grandes intérpretes mencionadas, o time contou com outros excelentes nomes. Jesuíta Barbosa viveu seu melhor momento na televisão na pele do passional Vicente; Leandra Leal finalmente se livrou das mocinhas corretinhas e divertiu com a periguete Kellen; Júlia Dalavia convenceu com a prostituta Mayra; Enrique Diaz brilhou na pele do policial Douglas, o personagem secundário mais complexo e contraditório do enredo; Vladimir Brichta deixou de lado os perfis cômicos que o marcaram na tevê e se destacou com o controverso Celso; Jéssica Ellen dominou a cena com a sua firme Rose; Cauã Reymond foi correto como Maurício; Luisa Arraes emocionou com o drama de Débora; Antônio Calloni deu um verdadeiro show vivendo o corrupto Antenor e Drica Moraes mostrou mais uma vez o seu potencial dando vida ao drama da alcoólatra manipulada Vânia. Já Tobias Carrieres foi uma grata revelação mirim com o seu carismático Jesus e Júlio Andrade cativou com o íntegro Firmino, formando um lindo par com Adriana Esteves. Cássio Gabus Mendes (Heitor), Priscila Steinman (Sara), Pedro Necerssian (Teo) e Igor Angelkorte (Marcelo) também merecem menção, além de Camila Márdila, que atuou com total entrega vivendo a destemida Regina.
As marcantes participações da primeira semana ainda engrandeceram a minissérie, valorizando mais o elogiado elenco. Marina Ruy Barbosa se saiu muito bem interpretando a sensual Isabela e ainda protagonizou uma das cenas mais dilacerantes da trama, quando a personagem é assassinada pelo ex-noivo, tendo o corpo nu ensanguentado segurado pela mãe desesperada. Ângelo Antônio se destacou com o trabalhador Waldir e Luiz Carlos Vasconcelos passou com veracidade a angústia do pai de Vicente, que se via falido. Teca Pereira sensibilizou o público na pele da mãe de Rose, enquanto Marjorie Estiano foi a grande protagonista do primeiro episódio das sextas. Todo o drama de Beatriz, que fica tetraplégica e pede para o noivo matá-la, foi defendido com brilhantismo por uma atriz que nunca decepciona. E a cena do atropelamento da bailarina foi impactante, sendo uma das mais fortes do enredo (responsável, inclusive, pelo cruzamento de todas as tramas no início).
Entretanto, nem tudo funcionou. O erro da cronologia inicialmente incomodou. Afinal, Vicente, Fátima, Rose e Maurício estiveram na mesma hora na delegacia, mas isso era impossível no caso de Fátima e Maurício. Ela foi presa de manhã, sendo que Douglas havia prendido Rose na noite anterior. E o enredo de Maurício levou no mínimo uns três dias para ser crível. Afinal, Beatriz foi atropelada à noite e operada (cirurgia de coluna leva horas) bem depois. Até acordar de todo esse pesadelo já leva um tempo. Sendo otimista, uns dois dias devem ter passado até receber a notícia que está paraplégica, o médico diagnosticar que não há solução, ela pedir para o marido fazer a eutanásia, ele arrumar a droga com Celso, entrar no hospital e matar a esposa. Portanto, o caso dele foi o mais 'grave'. Realmente, não havia como estar ali junto com os demais.
Outro erro foi o desenvolvimento do enredo de Rose. A história começou arrebatadora, com a menina sendo presa por tráfico de drogas, onde o racismo foi primordial para a sua condenação. O abandono da melhor amiga, que fugiu do local covardemente, deixou tudo ainda mais doloroso. Porém, assim que saiu da cadeia, a protagonista virou coadjuvante da própria trama. A personagem reencontrou Débora e soube do estupro que a amiga sofreu, iniciando então uma perseguição ao criminoso para vingar o ato asqueroso. A partir de então, ela perdeu a função e virou um perfil solto, vivendo apenas uns momentos românticos com Celso e tendo uma breve rivalidade com Kellen. O tema "Justiça" não se aplicou a ela. A situação faria sentido se Rose fosse a responsável pela tragédia na vida de Débora, se vingando da amiga que a abandonou no passado, mas não foi isso que ocorreu.
Mas os equívocos mencionados foram pequenos diante da quantidade de êxitos da produção, que mostrou a força de sua história logo no início. É preciso elogiar ainda a trilha sonora, minuciosamente selecionada. "Hallelujah" (Jeff Buckley), "Acabou Chorare" (Novos Baianos), "Dona da Minha Cabeça" (Geraldo Azevedo), "O que será" (Milton Nascimento e Chico Buarque), "Pense em Mim" (Johnny Hooker e Eduardo Queiroz), "Pedaço de Mim" (Chico Buarque e Zizi Possi), "Revelação" (Fagner), "Risoflora" (Elba Ramalho) e "Último Romance" (Los Hermanos) embalaram o enredo, combinando perfeitamente com cada situação apresentada ao público. Uma seleção de extremo bom gosto, o que é rotina nas obras dirigidas por José Luiz Villamarim. As diferentes aberturas também foram brilhantes, usando os próprios ambientes como paisagem (os nomes principais do dia surgindo antes dos demais atores foi outro detalhe bem pensado).
Todas as quatro histórias tiveram ótimos desfechos, mesclando emoção e tensão. O acidente que matou Vicente foi um final que fugiu do óbvio, servindo ainda para mostrar o gesto de Elisa logo após a batida de carro, quando a mulher chegou a ligar para o socorro, mas desistiu logo depois, deixando o assassino da filha morrer. Claro que ele morreria de qualquer forma, mas a simbologia da atitude da mãe de Isabela foi fundamental. E a cena final de Regina treinando tiro para se vingar de Elisa fechou o enredo das segundas de forma instigante, reiniciando o ciclo macabro, mostrando que vingança é algo que nunca tem fim. Já o encerramento da trama de Fátima fez jus ao melhor enredo da minissérie. A personagem mais íntegra da obra merecia um final feliz após tanto sofrimento e conseguiu, ao lado de Firmino e dos filhos, protagonizando uma cena emocionante, quando o rapaz cantou "Amor Perfeito", pedindo a amada em casamento. Isso depois de quase ter sido presa injustamente de novo. Mas, em uma ironia do destino (bem elaborada pela autora), Douglas salvou a ex-inimiga e ainda ganhou um cachorrinho dela em agradecimento. Foi bonito e simbólico.
O fim de Débora foi marcado pelo chocante assassinato do estuprador Osvaldo, morto a pauladas pela sua vítima, brilhantemente interpretada por Luisa Arraes. A cena foi forte. Vale citar ainda o instante em que a mãe da menina ---- a repórter Lucy (Fernanda Vianna) ---- faz uma matéria sobre a morte do criminoso e acaba reconhecendo um pingente que deu para a filha, entrando em choque. Já Rose terminou feliz com Celso em uma sequência relativamente curta, confirmando a falta de importância que passou a ter na própria trama. Débora escreveu uma triste carta confessando seu crime e abandonou Marcelo, caindo no mundo.
Já o último episódio, fechando todo o ciclo da minissérie, foi primoroso. A vingança de Maurício foi feita com maestria, mas acabou atingindo uma inocente: Vânia. O rapaz abandonou a esposa do político, que entrou em desespero, destacando o talento de Drica Moraes. A cena em que Antenor é expulso de um restaurante pelos demais clientes foi constrangedoramente real, principalmente quando o político disse que todos estavam sendo enganados pela mídia golpista e que era inocente. O embate do canalha com Vânia foi a melhor cena final. Antônio Calloni e Drica deram um show e o instante em que o corrupto tirou o cinto e partiu para cima da mulher, que se desequilibrou da janela e caiu, morrendo na hora, foi chocante. Vale citar também a sequência do furto de Kellen, que roubou parte do dinheiro guardado por Maurício e Celso no esconderijo deles. Leandra Leal sempre ótima. E o embate entre Antenor e Maurício honrou a expectativa: o rapaz foi 'visitar' o inimigo (preso sob a acusação de ter matado a esposa) e contou sobre o atropelamento de Beatriz, culminando em seu plano. Cauã e Calloni foram muito bem, principalmente durante a troca de ironias. A última cena de Maurício foi na estrada (após ter escapado de uma tentativa de assassinato encomendada por Antenor), dando carona para Débora, interligando com o derradeiro instante do episódio de quinta-feira. A imagem do jornal "Diário de Notícias", tendo como capa a prisão do político e a candidatura do seu filho mau-caráter, foi o retrato fiel do Brasil, fechando a produção com um soco no estômago do telespectador --- ainda houve a interligação dos desfechos nas manchetes, assim como ocorreu no início.
"Justiça" primou pela ousadia, que pôde ser observada através da narrativa da minissérie, e a excelência da obra de Manuela Dias estava presente tanto no elenco escalado, quanto nos personagens solidamente construídos e nos dramas fortes criados ---- além, claro, da direção de Villamarim. A autora já havia mostrado competência quando levou ao ar "Ligações Perigosas" no início do ano e agora conquistou a crítica e o público com um enredo denso na faixa das 23h. O formato renderia até uma segunda temporada, com direito a novas histórias sendo contadas da mesma forma interligada. A minissérie é uma das melhores produções do ano, conseguindo deixar sua marca na televisão. Houve justiça, vingança, perdão, redenção, punição e, principalmente, uma dramaturgia de qualidade.
46 comentários:
SHOW!!!!!!!!!!!!!!!!!
Excelente! O que mais gostei foi a história de Fátima. Foi dignado início ao fim, sem buscar vingança. Mesmo com alguns erros, não comprometeu o resultado final. Instigante, ficava ansiosa para ver o próximo episódio! Melhor programa da TV Globo em 2016!
As suas resenhas finais são as melhores. Endosso cada vírgula, inclusive nas críticas ao enredo da Rose e da cronologia do Maurício sendo preso com os outros.
Vou ficar com abstinência dessa série.
Os erros foram bem citados, mas como você disse ficaram pequenos no saldo final. Foi uma produção maravilhosa e amei ter acompanhado.A trama da Fátima foi a melhor mesmo sendo seguida pela de Elisa e Maurício.Os atores se entregaram e os personagens eram densos.Já tô com abstinência!
Ótima a sua resenha.
Eu também concordo com você sobre a Rose. A história dela era a minha preferida no começo. Mas conforme a trama foi desenvolvendo eu me liguei mais no drama da Fátima, Adriana Esteves sempre perfeita.
Abrçs
✿Blog: Autora Marcia Pimentel✿▕ ✿Instagram✿▕ ✿Twitter✿
O pior de tudo foi a perda de protagonismo de Rose. Luisa Arraes arrasou, mas Jéssika Ellen era a protagonista e não sustentaram a história dela!! ODIEI ISSO!
Olá,Sérgio...excelente,como sempre, a sua resenha. Creio que, como destacou,os erros de cronologia e demais, não afetaram o conjunto da obra que foi primorosa, com tema e formato ousados.
Bom finde,belos dias,abraços
A série foi ótima, chega a ser difícil citar quem se destacou mais, todos tiveram bons personagens. Acho que esse termo Justiça dificilmente se aplicaria a todos os personagens que foram presos no início, nas chamadas era claro que Elisa seria a que iria atrás de vingança, já Vicente foi atrás do perdão. Fátima não buscou vingança mas mesmo assim a história dela se manteve firme, isso não aconteceu com Rose. Nem me incomodou o fato dela não ter ido atrás de Justiça, mas sim o fato dela não ter tido muito o que contar depois que saiu da cadeia, pecaram nessa parte. Mauricio foi o unico dos presos do começo que foi se vingar mas ainda assim achei a vingança de Elisa mais interessante que a dele. De qualquer forma gostei dos finais foi uma série inesquecivel
Uma minissérie primorosa, com 4 histórias diferentes e totalmente interligadas ao mesmo tempo, isso foi muito bom, com um elenco maravilhoso onde não teve um destaque negativo e personagens extremamente densos, complexos, humanos e ambíguos mereceu o sucesso e a repercussão que teve, em meio a tantas novelas ruins na globo esse minissérie foi um verdadeiro consolo com tramas mt bem escritas, cheias de reviravoltas e que expunha a realidade nua e crua da sociedade de maneira cruel, a melhor história com toda a certeza foi a da Fátima que era a personagem mais integra, o maior acerto dessa história na minha opinião foi ter feito a gente se envolver com o drama da personagem de uma maneira que a gente torcia pela felicidade dela como se fosse alguem que a gente conhecia e a pior história foi a de quinta que a protagonista virou coadjuvante infelizmente
Sérgio, não consegui assistir todos os capítulos, mas os que vi curti demais.
Há agilidade, versatilidade e conexões; atrai pelas narrativas que se aproximam da realidade.
Bjs
Vi alguns capítulos e me emocionei com o final. Que série brilhante.
big beijos
Há um ano chegava ao fim "Verdades Secretas", a melhor novela das 23h que me dá a oportunidade de perguntar se você a considera a melhor novela da década (ou pelo menos melhor que "Avenida Brasil"). E sobre "Justiça", mas uma vez eu concordo com tudo.
Mais um texto fantástico Sérgio!
Resumiu tudo o que eu penso e sinto sobre "Justiça" que já está fazendo falta. Te confesso que tive vontade de shippar a Débora com o Jesuíta por achar que os dois tem uma boa química PORÉM a situação era impossível, ridícula e embrulhava o estomago de qualquer um. Fica pra próxima. Falando neles, o ep da Elisa, pra mim, teve o melhor elenco e exatamente TODOS brilharam e foram muito bem.
Falei do Cauã há tempos atrás e confesso que desanimei um pouco, esperava um pouquinho mais dele... ele arrebentou sim no primeiro e segundo capítulos da hist dele porém nos outros foi engolido por Antônio Calloni e Drica Moraes. Vale menção aqui também para o Pedro Necerssian que esteve excelente a minissérie inteira.
Jesuita Barbosa teve um desempenho fabuloso.
Tb achei, anonimo.
Concordo plenamente com vc, Denise!!!
Fico feliz que goste, Denner.
Eu tb, anonimo.
Vai fazer mta falta, Melissa. Endosso seu comentário. bjs
Pois é, Márcia. A Rose começou protagonista e terminou coadjuvante. Não podia. E a trama de Fátima sempre foi a melhor. bj
Exato, Felis, os erros foram visíveis, mas mt pequenos em contraponto aos acertos. Abçs
Entendo, anonimo.
Excelente o seu comentário, anonimo. Assino embaixo!
Endosso todo o seu comentário, anônimo! Basicamente foi isso mesmo.
Foi sensacional, Sissym. Pena que vc não viu tudo. bjsss
Brilhante mesmo, Lulu. bj
Murilo, a melhor da década não, pq foram muitas ótimas. Mas que está na lista das melhores está com certeza. Entrou pra história da teledramaturgia. Empato com Av Br.
Mt obrigado, Pâmela. Concordo que o Cauã não se destacou e nunca o achei grande ator, apenas mediano. E foi isso que achei de outro desempenho dele: regular. Mas o elenco foi primoroso e vc fez ótimas menções. Assino embaixo. Eu não shippei Debora com Jesuíta não, mas gostei dela com Maurício no final. bjsss
Teve mesmo, Ariane. Ele deu show como Vicente.
Pontos erradas ou soltas: Fátima teve um final feliz, mas sua filha Mayara continuou na prostituição. E a foto da garota com um turista na praia apareceu no jornal com a manchete "Turismo sexual aumenta na cidade". Qual o sentido da vingança contra a Kellen... se tornar uma Kellen2? Débora, finalmente, conseguiu se vingar do seu estuprador, mas se tornou uma assassina, perdeu o marido e a família que poderia ter e terminou fugindo vagando pela estrada. Para ela, a justiça foi feita. Mas devemos pagar um crime com outro? Celso, um traficante de drogas, terminou feliz da vida ao lado de Rose, que ainda estava grávida dele? Depois de também destroçar a vida da Rose. Já Maurício ao trilhar caminhos tão obscuros quanto o próprio Antenor para realizar o seu objetivo e fez uma inocente (Vânia) pagar caro pela sua obsessão em busca de vingança. Até que ponto é válida esse comportamento?
A autora Manuela Dias está de parabéns por ter encerrado Justiça da mesma maneira que começou: como uma trama ousada, inteligente, elaborada, coerente, bem estruturada que nos fez refletir um pouco sobre o que, de fato, é justiça e como a vingança pode influenciar em nossas vidas. Demonstrou saber fazer um final muito melhor que Walcyr Carrasco fez em Verdades Secretas, pois em vez de tratar o público de Idiota ao saber fazer nos quatro episódios terem desfechos instigantes, ou que deixaram a história em aberto com pontas soltas toscas. Merece o Emmys.
A melhor produção do ano até agora e já estou sentindo muita falta. Confesso que a história da Rose nunca me atraiu a atenção e só piorou depois que ela virou uma figurante. Gostei do último capítulo dessa trama só e olhe lá. Gostei da história do Maurício, mas mais pelas atuações de Marjorie Estiano, Antônio Calloni e Drica Moraes do que pela trama em si. Agora, o desfecho dessa trama foi sensacional. Nunca vi cena mais realista do que quando Antenor disse que o povo tava sendo "manipulado pela mídia golpista"! As tramas de Elisa e Fátima eram de longe as mais interessantes pra mim, principalmente a de Fátima. Aliás, ela não foi atrás de vingança e teve um final feliz, enquanto os que se vingaram acabaram tendo finais tristes, mesmo que tenham concluído seus objetivos. Rose também não foi atrás de vingança (ou seria justiça?), mas no caso dela é por que ela não tinha do que ir atrás, a coitada não tinha história. E eu ainda fiquei esperando ela ser a mandante do estupro que a Débora sofreu acreditando que essa era a "justiça" dela... Mas enfim, os pequenos erros (tipo a cronologia, que eu desisti de tentar entender logo no início) ficaram pequenos diante de tantos acertos. Que venham mais minisséries tão primorosas como essa. Falando nisso, eu não curti Nada Será Como Antes não, mas esperarei os próximos episódios...
"Antes de embarcar em uma vingança, cave duas covas": Significa que a vingança pode fazer mal tanto ao inimigo quando á quem se vinga. foi isso que esse capitulo demonstrou em relação a Debóra eliminado o Estuprador Osvaldo.
Uma produção que se tornou a melhor de 2016, na minha opinião. Tudo muito bem amarrado, apesar de uns erros, a série me conquistou. Elenco maravilhoso e a trilha EMBLEMÁTICA, amei TODAS as músicas. Um primor que marcou a teledramaturgia!!!!
Izabel, concordo com seus pontos sobre o final de Justiça e discordo sobre Verdades Secretas que foi impecável. Não achei que o autor tratou ninguém como idiota.
Onde eu assino, Ed??????
Sim, Cleanskin.
Verdade, Ramon!
Justiça, traz histórias muito semelhantes àquelas que recheiam diariamente os telejornais de final de tarde, atraindo o telespectador e audiência para os casos policiais. Nesta serie, é acompanhar o caminho escolhido pela autora na condução e solução de cada dilema pessoal. Ver se os desfechos irão fazer eco a toda uma onda conservadora que permeia os discursos atualmente, ou se cada caso se encerrará unicamente dentro de sua própria carga de tragédia e dramaticidade.
Quanto a Verdades Secretas digo que Walcyr fez o seguinte (UM MILIONÁRIO MORRE NINGUÉM PROCURA CORPO, PROVA? E NEM NADA? E FICA O DITO PELO NÃO DITO E A PSICOPATA SAI ILESA? KKKK):Sobre a morte de Alex muito se tem questionado. Eu embarquei com o Walcyr...Considerando a importância dele (financeira) e a família que tinha, é incrível como simplesmente ninguém nem se preocupa em achar o corpo e ver que tem algo errado. Angel jogou o corpo no mar, o que provavelmente não seria encontrado. Limpou o Iate e lançou a arma do crime na profundeza do oceano... isso não significa que a polícia não iria investigar, mesmo no Brasil, onde a Polícia não investiga nada, seria tão admissível assim, impossível que nem procuraram o corpo dele no momento em que ela chamou ajuda. O autor subestimou a inteligência do telespectador: a Arlete mata um empresário famoso e conhecido que desaparece no ar, vira poeira, ninguém questiona seu desaparecimento? o mal impera e prospera! Moral da história: faça o errado e se dará bem!
Obrigada pela atenção, que continue fazendo analise assim. A Tv globo precisa contratar profissionais como Manuela Dias. torço que Nada Sera Como Antes siga o sucesso de Justiça. Peço que seja suas postagens sobre Verdades Secretas para compreender o senso critico que faço dessa autor em relação ao público. Admito que Walcyr faz ótimas tramas como Alma Gêmea, Chocolate com Pimenta, A Rosa e O Cravo, mas o autor tem aquele aspecto 8 ou 80, em algumas obras trata de subestimar a inteligencia do público. Grata pela atenção... continuemos a usar o BOM SENSO.
Eu que agradeço sua presença constante aqui, Izabel.
Uma das melhores minisséries a que já assisti, Sérgio. O tema me agrada, porque sempre lutei por Justiça. Sou capaz de perdoar, mas não esqueço, nem me vingo, simplesmente me afasto da pessoa. Numa espécie de "brincadeira" com minha irmã, tentamos acertar os finais de cada uma das quatro tramas, e conseguimos 80% de acertos. Para nós, as melhores histórias foram as da Débora Bloch e da Adriana Esteves. Vladimir Brichta surpreendeu positivamente. O tema da eutanásia é interessante, mas foi rapidamente esgotado, restando a vingança do personagem do Cauã Reymond. Como sempre, Antônio Calloni foi excelente.
Foi uma minissérie espetacular, Elvira. E as tramas da Debora e Adriana foram msm as melhores. Eu tb desconfiava ndos finais mas ainda assim impactaram. E que elenco! bjs
Postar um comentário