Helena (Regina Duarte) é mãe de Maria Eduarda (Gabriela Duarte) e as duas têm uma relação de muita amizade. Mimada e arrogante, a garota é perdidamente apaixonada pelo mauricinho Marcelo (Fábio Assunção), o filho predileto da esnobe Branca Letícia de Barros Motta (Susana Vieira), que trocou a mau-caráter Laura (Vivianne Pasmanter) pela filha da protagonista da história de Maneco.
Por ironia do destino, Helena se apaixona por Atílio (Antônio Fagundes), homem íntegro, que tem um caso com Isabel (Cássia Kiss), melhor amiga de Branca, que por sua vez sente uma paixão platônica por ele há anos.
Já o ex-marido de Helena é o alcoólatra Orestes (Paulo José), personagem que sofre a rejeição de Maria Eduarda e é pai de outra menina, fruto de seu casamento com Lídia (Regina Braga): a doce Sandrinha (Cecília Dassi), que faz de tudo para livrar o pai do alcoolismo.
Todo este emaranhado de situações rende ótimos e envolventes conflitos ao longo da novela. Mas a grande virada da trama acontece quando Helena e Maria Eduarda engravidam juntas ----- uma de Atílio e a outra de Marcelo. Elas dão à luz no mesmo dia e ficam sob os cuidados de César (Marcelo Serrado), médico que sempre foi apaixonado pela filha da personagem central de Maneco. O filho de Helena nasce saudável, mesmo a mãe tendo mais de 40 anos, mas Maria Eduarda acaba sofrendo sérias complicações no parto, precisa tirar o útero (impossibilitando uma nova gravidez) e seu filho nasce morto.
Desesperada, Helena praticamente obriga César a trocar os bebês, colocando seu filho vivo no lugar do neto morto. Apesar de relutar, o médico acaba aceitando e faz a troca, carregando consigo este segredo. A trama envolveu o público e dividiu opiniões a respeito da atitude daquela mãe. Sem dúvida, uma das Helenas mais complexas e controversas de Manoel Carlos.
Regina Duarte e Marcelo Serrado impressionaram nesta cena que ficou marcada como uma das mais fortes de "Por Amor". Regina, aliás, depois de ter vivido brilhantemente a Helena de "História de Amor", voltou a brilhar na pele de outra Helena. O romance da personagem com Atílio foi outro ponto alto da produção e a cena onde ele descobre que seu filho está vivo emocionou, com direito a um show de Antônio Fagundes.
Gabriela Duarte sofreu inúmeras críticas na época por sua atuação, mas muitas delas vindas de quem não conseguia separar atriz de personagem, uma vez que Maria Eduarda era insuportável, assim como todas as filhas das Helenas de Maneco. Já Paulo José teve uma parceria grandiosa com a ainda criança Cecília Dassi e todas as cenas do alcoólatra Orestes eram tocantes e profundas.
O melhor casal da novela era Nando e Milena. Eduardo Moscovis vivia um piloto de helicóptero e Carolina Ferraz era a filha rebelde de Branca, que vivia às turras com a mãe. Os dois esbanjaram química e as sequências do par eram repletas de romantismo. Muitas vezes eles pareciam os mocinhos da história.
Vivianne Pasmanter brilhou absoluta na pele da sonsa Laura e sua cena mais marcante foi o momento que Maria Eduarda joga a vilã, que estava em uma cadeira de rodas em virtude de um acidente, na piscina. Vale destacar também a atuação de Murilo Benício, interpretando Leonardo, o filho rejeitado de Branca, que na verdade não era filho de Arnaldo (Carlos Eduardo Dolabella) e sim fruto de uma relação que a ricaça teve com Atílio.
Já Susana Vieira interpretou sua melhor personagem da carreira nesta novela. A esnobe Branca Letícia de Barros Motta foi uma vilã apaixonante e a atriz se destacou em todos os momentos. Foi um brilhante trabalho que angariou uma sucessão de merecidos elogios na época. Vale relembrar a marcante sequência onde a perua briga com Isabel (brilhante Cássia Kiss) e tenta atacá-la com uma tesoura ---- as duas ainda rolam escada abaixo durante o embate. O final melancólico da víbora (puxando papo com a empregada ao constatar que não tem mais ninguém na vida) também foi emblemático.
Francoise Fourton também se destacou com sua perua Meg, que nutria uma verdadeira paixão por um cachorro da raça Pug. Além dela, também se destacaram nomes como Vera Holz, Carolina Dieckmann, Odilon Wagner ----- interpretou Rafael, um bissexual casado (com Virgínia - ótima Ângela Vieira) que teve um caso com um homem -----, Elizângela, Marco Ricca, Maria Zilda Bethlem, Otávio Augusto, Cláudia Mauro, Umberto Magnani, Rosane Gofman, Tonico Pereira, entre tantos outros.
"Por Amor" foi mais um sucesso de Manoel Carlos e foi reprisada no Canal Viva ----- entre 19 de maio de 2010 e 8 de fevereiro de 2011 -----, depois de ter sido reexibida com êxito no "Vale a Pena Ver de Novo, em 2002. A história do autor envolveu o telespectador e emocionou com dramas familiares fortes e bem delineados. Uma produção que marcou o horário nobre.
46 comentários:
Sérgio, Por Amor foi uma das novelas mais emocionantes do Manoel Carlos. Não esqueço das cenas da troca dos bebês entre mãe e filha, e do quarteto passeando junto no final, no Jardim Botânico. E da música Per Amore, com a Zizi Possi.
Algo a comentar...
Quando Manoel Carlos voltou a Globo em 2001, depois de um tempo afastado, começou a melhor e mais produtiva fase de sua carreira.
"Felicidade" e "História de Amor" foram dois folhetins charmosos, cheios de histórias cativantes. Dois clássicos do horário das seis.
"Por Amor", "Laços de Família" e "Mulheres Apaixonadas" foram o auge da inspiração desse grande autor.
Com "Páginas da Vida" e "Viver a Vida" Manoel Carlos se limitou a criar boas histórias e ótimos personagens que renderam bons momentos para seus intérpretes. Porém, não soube desenvolve-las nem imprimir nelas o ritmo acelerado que é exigido hoje pela maioria do público.
Na sua "Em Família", vimos uma história e personagens que não geraram empatia com o público, foi seu primeiro fracasso.
Bom Sérgio, eu gostei de todas as novelas do Maneco, com exceção da última, mais a que mais me emocionou foi "Por Amor", um grande sucesso das oito...
Um grande abraço...
Um correção
Eu disse no comentário anterior que Maneco voltou a Globo em 2001. Na verdade foi em 1991 com "Felicidade"
Essa novela tá na lista das melhores dele e desde que vc começou a iniciar essa seção nostalgia eu fico esperando as quartas só pra ver qual será a novela da vez.
Concordo com todo o seu texto, Sérgio.Por Amor foi uma das melhores novelas do Manoel Carlos.Regina Duarte fez uma ótima Helena com maestria e fazia cenas emocionantes com Gabriela Duarte, Antônio Fagundes.E tinha bastante química com Antônio Fagundes e o casal era muito bonito.A melhor cena da novela foi a da troca dos bebês, Regina Duarte e Marcelo Serrado convenceram bastante.Odiava a Maria Eduarda e torcia pela Laura, mas concordo que a Gabriela Duarte não estava ruim, ela esteve muito bem como a mimada Maria Eduarda e convenceu.Mas a personagem dela não tinha química alguma com Fábio Assunção, fora que os dois personagens eram muito insuportáveis.Não curto a Carolina Dieckman como pessoa e como atriz a acho regular, mas gostei muito dela como a namoradeira Cati, que vivia sobre vigilância do pai(o ótimo Marco Ricca).Concordo em relação a Suzana Vieira, ela interpretou a vilã Branca muito bem e esteve impecável no papel.Foi o melhor papel da carreira dela de longe, superando até a Maria do Carmo da ótima Senhora do Destino.Como eu disse adorei a Laura, torcia por ela e a Viviane Pasmanter esteve ótima no papel.Carolina Ferraz e Eduardo Moscovis formaram um casal maravilhoso e repleto de química.Realmente parecia que os dois eram os protagonistas.Os embates deles com a Branca eram ótimos também.A trama do Orestes era muito tocante e o Paulo José fazia ótimas cenas com a Cecília Dassi e Regina Braga.Sentia mais raiva da Eduarda quando ela o rejeitava rs.E concordo com os elogios aos demais atores, todos estiveram ótimos.Estou gostando muito dessas retrospectivas das novelas que já passaram Sérgio e que semana que vem venha mais uma ótima novela para relembrarmos.E pensar que o autor dessa maravilhosa novela é o mesmo das fracas Páginas da Vida, Viver a Vida e Em Família(essa última principalmente).O Maneco se perdeu muito.
OI SÉRGIO!
FOI BOM RECORDAR A NOVELA E VOU REVÊ-LA, POIS NESSA O MANOEL CARLOS ACERTOU A MÃO O QUE NÃO TEM ACONTECIDO ULTIMAMENTE.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Maneco emplacou Baila Comigo no horário nobre mas não chegou nem perto do sucesso dessa. Foi realmente um novelão.
Sérgio, essa novela foi muito boa realmente. Vc detalhou a trama com precisão cirúrgica e não deixou nada de fora, até a Meg vc lembrou. Gostei de viajar no tempo. Preferia que reprisassem essa ano que vem no Vale a Pena Verde de Novo do que O Rei do Gado. Abraços.
Gostei muito dessa novela e me envolvi com todos os dramas. A Susana viveu seu melhor momento mesmo com a Branca Letícia, vilã que todos lembram do nome completo até hj. Boa menção a Cássia Kiss que foi outra que deu um show. O elenco era muito bom e também acho que a Gabriela Duarte foi massacrada porque na época ainda não havia mta diferenciação entre atriz e personagem. E Maria Eduarda era um porre.
O final com o filho da Helena e Atílio dando a mão para Maria Eduarda e Marcelo e depois indo correndo para Atílio e Helena foi de uma sensibilidade incrível. Adorei a retrospectiva. Beijo.
Foi mesmo linda e aí vemos o quanto o tempo passa e nós também,rs abraços,chica
Ótima novela. Torço pra reprisarem mais uma vez no Vale a Pena Ver de Novo ou no Viva
Sérgio, essa novela foi ótima mesmo e gostei de relembrar. Nem me lembrava do personagem do Odilon Wagner que era bissexual. Mas Branca é inesquecível e o casal Milena e Nando foi o melhor da novela. Química em todas as cenas. Pena que Maneco tenha perdido tanto a mão em seus últimos trabalhos.
Esse Manoel Carlos definitivamente não é o Manoel Carlos de Viver a Vida e Em Família.
A novela foi mesmo incrível. E você tem razão, as filhas das Helenas do Maneco são intragáveis... A Joyce, então.
Lindas demais as cenas do Paulo José com a Cecília Dassi. Todo mundo morria de amores pela menina.
Mas, Sérgio, juro que não me lembro da Cássia Kiss na novela. Lembro bem da personagem da Maria Zilda traindo a amizade com a Helena, ficando com o Atílio. A personagem era sem graça ou minha memória ruim?
Um beijo.
Grandiosa novela, Sérgio. E já ia te corrigir: Por Amor foi a segunda novela do Maneco no horário, ele escreveu Baila Comigo em 1982. Mas já vi que vc arrumou, rsrs. Foi realmente a melhor novela dele, com pouquíssimos defeitos e tramas que funcionaram bem. Assisti a novela recentemente na internet e era muito inchada, tinha cerca de 70 personagens. Mas todos tiveram destaque ao longo da trama. E isso não prejudicou o folhetim. Regina e Gabriela estavam excepcionais, embora as criticas injustas com a segunda. Susana Vieira emplacou sua melhor personagem da vida, nem a Maria do Carmo de SDD conseguiu ser tão grandiosa como a vilã Branca. Foi o melhor papel da novela. Orestes foi outro personagem sensacional. Milena e Nando foi um ótimo casal, mas em algumas vezes chegava a cansar, naquela parte em que o Nando é preso. Bom, um sucesso indiscutível e vc fez bem em relembrar. Bjs
Sergio, essa foi, de fato, uma grande novela. Confesso que, à época, não concordei com a troca de bebês (rss). Você me proporcionou belas recordações, pois sempre nos esquecemos de detalhes e personagens. Bjs.
Quanta saudade desta novela, Sérgio. Maneco em sua melhor fase, inspiradissimo. Para mim foi a melhor novela dele. As derrapadas posteriores em Viver a Vida e Em Família não apagam o brilho de suas grandes obras - Por Amor, Laços de Família, Mulheres Apaixonadas, História de Amor.
Adoro essa novela. Torcia mais pela Laura do que pela Maria Eduarda que era chatinha.
Big beijos
Lulu on the Sky
Oi Sérgio
dessa eu não me esqueço da cena do banho na piscina, com cadeira de rodas e tudo que a Maria Eduarda deu na Laura. Aliás Vivianne Pasmanter fez uma Laura perfeita.
Beijos
Por Amor teve alguns méritos, a Branca de Suzana Vieira, o casal Nando e Milena, a abertura lindíssima... mas a Helena da Regina Duarte foi inferior a de Historia de Amor. E começaram as historias soltas nas novelas do Maneco(o que a bissexualidade do marido da irmã da Helena tinha a ver com o resto da trama, nada). E o papel do Antônio Fagundes foi um dos mais apagados da sua carreira, tanto que ele reclamou na época que estava quase fazendo figuração. Mas foi uma boa novela sim.
Eu tb não me esqueço, Elvira. Cenas marcantes demais!
F Silva, o Maneco escreveu obras grandiosas e essa fase foi a sua fase de ouro. Era uma novela melhor que a outra. Páginas da Vida foi regular e teve cenas marcantes. Mas Em Família foi seu segundo fracasso pq Viver a Vida não deu certo, apesar dos bons momentos de Luciana. Abração!
Puxa, anônimo, que bom que isso te despertou esse tipo de expectativa. abçs.
Gustavo, que bom que vc está gostando. Fico feliz. E concordo com todo o seu comentário. Tb torcia pela Laura, assim como torcia pela Iris em Laços de Família. Por Amor foi um novelão e deixou saudade. Tb gostei da Carol Dieckman na novela, que antecedeu justamente o seu melhor momento na carreira em Laços de Família.
Gabriela fez mt bem a Maria Eduarda e não mereceu a saraivada de críticas. A personagem é que era uma desgraça mesmo. Branca foi o melhor papel da Susana e melhor mesmo que a Maria do Carmo. Enfim, foi um grande trabalho do Maneco. Qual será a novela da próxima quarta? Surpresa. rs abçs
Zilani, é sempre bom matarmos as saudades de grandes trabalhos. bjs
Foi um novelão msm, Anônimo.
A Meg era hilária, OX. E eu tb preferia a reprise dessa do que de O Rei do Gado.
Fernanda, essa cena final foi incrível, né? Bonita e inesquecível. Cássia Kiss deu show mesmo, assim como todo o elenco. Foi uma novela mt boa. bjs
O tempo voa, Chica. bjs
Foi ótima mesmo, Vitor.
Andressa, a bissexualidade do personagem do Odilon foi mt bem abordada pelo autor e foi uma ousadia pra época. Bjsss
Não é msm, anônimo.
Milene, Joyce, Maria Eduarda, Camila, Luiza, enfim, todas as filhas de Helena são umas pragas. Orestes com a Sandrinha emocionava qualquer um.
Jura que não lembra da Cássia? Era a melhor amiga da Branca e vivia na mansão. As duas brigaram feio e rolaram as escadas numa cena excelente. Eu adorava. bjsss
Alexandra, eu coloquei inicialmente essa como a primeira pq foi a primeira das 21h, já que Baila Comigo foi das 20h. Mas como eu imaginei que mta gente iria reclamar, acabei alterando. E foi uma grande novela msm e Susana brilhou absoluta. Foi um papel melhor que a Maria do Carmo. Eu lembro quando o Nando foi preso pq Branca colocou drogas nas coisas dele, mas não cheguei a cansar do casal.
Eu tb não, Marilene. Helena foi uma inconsequente e não pensou no Atílio quando cometeu o crime. Mas foi um novelão. bjs
Saudade, né Amanda? Tb fui fã da novela e marcou de fato. Grande fase do Maneco. Laços e Mulheres são as minhas preferidas, mas Por Amor e História de Amor não ficam atrás. bjsssss
Idem, Lulu. bjs
Que cena marcante, né Van? A Maria Eduarda empurrando a Laura na piscina foi um momento antológico. Novela boa demais. bjs
Paulo, pra mim teve uma sucessão de méritos. E o caso da bissexualidade serviu pra destacar o ator e eu valorizo mt isso. Odeio novela onde os núcleos paralelos ficam sem trama e avulsos. A Helena de História de Amor era melhor que essa mesmo, mas isso não faz dessa ruim, pelo contrário, era bem mais complexa justamente por causa de suas atitudes. A outra era íntegra 100%, num estilo mais tradicional de mocinha.
Grande novela do Maneco. O Maneco dos bons tempos, o Maneco que sabia escrever com sensibilidade. Não o Maneco de Viver a Vida e Em Família.
Olá Sérgio,
Tudo explicadinho, nos mínimos detalhes-rsrs.
Adorei relembrar essa bela e inesquecível novela. A troca de bebês, embora inaceitável, mostrou até onde pode chegar o amor de uma mãe. Foi mesmo um grande sucesso de Manoel Carlos.
Abraço.
Era um outro Maneco mesmo, anônimo.
Foi bem explicadinho mesmo, Vera. rs Foi uma grande novela, né? Pois é, o título da novela teve tudo a ver com a atitude da Helena. Bjssss
Oi Sérgio!
Essa novela foi muito boa mesmo! Prendia a atenção do início ao fim! Boa semana! :)
Bjs
Foi mesmo, Bia. Bjs e boa semana.
Sergio, estou vendo Por Amor já há alguns meses. Lembrava da novela pelas reprises mas tudo muito por cima pois era criança.
Tenho outra visão da Eduarda.
Vejo ela como uma menina imatura que de repente foi jogada “à selva”, se transformou numa mulher forte, decidida e com vontade de viver. Pena que o final seja insatisfatório, pois ela volta pro péssimo e machista Marcelo. Mas sua história e amadurecimento são lindos.
Não consigo gostar da Laura, no início era legal, mas ela se humilha, se rasteja por homem que não a quer. A ótima Meg tenta abrir os olhos dela e não consegue.
Quanto ao resto dos personagens, concordo bastante.
Maneco estava brilhante
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