Escrita por Marcílio Moraes, e com 12 capítulos, a trama gira em torno dos protestos ocorridos em 2013, época que o autor criou a história, que acabou demorando mais do que o previsto para ir ao ar, devido a questões envolvendo os custos na produção. Porém, ainda que as manifestações tenham acabado (pelo menos até agora), o roteiro continua atual, principalmente porque o Brasil encara as eleições para deputados, senadores, governadores e para a Presidência da República.
A última produção política da televisão nacional foi a impecável "O Brado Retumbante", protagonizada por Domingos Montagner, na Globo. Agora, a Record aposta no tema, trazendo de volta um importante assunto e que sempre rende ótimos desdobramentos.
O autor criou uma história envolvendo três gerações de uma família ligada à política: Guido é um ex-militante que lutou contra a ditadura e seu principal aliado político é o filho, o deputado federal João Titino (Milhem Cortaz). Já quem fecha a terceira geração é Rico (Bernardo Falcone), filho de João ---- criado longe do pai e do avô ----, que se envolve com os black-blocs.
João ----- cuja relação com Guido é mais profissional do que pessoal, uma vez que ambos ficaram separados por um bom tempo devido ao período da ditadura militar ----- também tem um histórico de lutas e faz questão de lembrar que foi um dos caras-pintadas que pediram o impeachment de Collor, ainda que o nome do político não tenha sido mencionado. Segundo Marcílio, seu objetivo principal foi juntar estas três gerações para construir a trama a partir do ponto de vista da contestação e não necessariamente do poder.
E através desta criativa e oportuna ideia, o autor mostra para o telespectador que enquanto dois contestadores acabaram se vendo reféns do sistema político, o terceiro, justamente o mais jovem, se vê envolvido com um grupo que luta por direitos, mas passa por cima do que for necessário para atingir este objetivo: os black-blocs, que tanto frequentaram as matérias dos jornais na época das manifestações.
A trama está muito bem escrita e desperta interesse. A produção está claramente caprichada e o elenco foi muito bem escalado. Gracindo Jr. está impecável e merecia um protagonista como este, enquanto que Milhem Cortaz novamente convence na pele de um personagem aparentemente dúbio. Esther Góes, Mariah Rocha, Daniela Galli, Francisca Queiroz, Floriano Peixoto, Flávia Monteiro e Jussara Freire são outros bons destaques. O único ponto destoante, até então, é André Mattos, que exagerou na caricatura de seu político canalha.
Outro acerto é a abertura, ao som de 'Teto de Vidro', da Pitty. Só não dá para compreender a razão da Record exibi-la no final dos capítulos e não no fim do primeiro bloco, como ocorre em todas as produções. Aliás, este é um erro comum na emissora: exibir a abertura nos finais, transformando-as em 'encerramentos'.
O segundo episódio foi menos interessante que o de estreia, mas todas as qualidades se mantiveram. E a trama política começou a ser melhor desenvolvida, deixando bem claro que as manifestações serão mesmo as responsáveis por toda a movimentação da história. Destaque especial para Gracindo Jr. e Jussara Freire, os grandes nomes do elenco até então.
"Plano Alto" teve uma ótima estreia e Marcílio Moraes ----- autor de, entre outras novelas, "Mico Preto" e "Sonho Meu", na Globo, e "Essas Mulheres" e "Vidas Opostas", na Record ----- comprovou que escreveu um bom produto. A trama política, que mescla realismo com ficção, tem bons ingredientes para prender a atenção do telespectador.
30 comentários:
Engraçado, eu achei que seria uma minissérie de época mas não, é bem atual. Me interessei em assistir no começo pra ver se tocava a musica teto de vidro como nas chamadas e acabei acompanhando o capitulo inteiro, e gostei muito do que vi. Alias é uma minissérie bem oportuna pro momento.
Tb gostei da minissérie.
Achei o primeiro capítulo ótimo mas também achei o segundo pior. O terceiro achei pior ainda. Portanto, acho que a minissérie vem numa decrescente. Mas é uma boa produção, claro. Só acho, já que você bem lembrou, O Brado Retumbante muito superior em tudo. Mas concordo em grande parte com a sua crítica.
Adorei ontem no debate os candidatos pronunciando o nome "record" toda hora, ninguém avisou a eles que na globo é proibido falar o nome de outras emissoras, principalmente esta? E Zamenza, eu também adorei os candidatos frente a frente, a globo inventou a pólvora né, alias devem ter visto isso no segundo dia da Fazenda.
Eu vi a estreia e gostei mas não me interessei pela trama porque achei cansativa. E o horário é muito ruim.
Esses talifãs da Record são insuportáveis. São chato e infantis. Sobre Plano Alto, a minissérie é boa e o elenco também, mas não me conquistou.
Não achei a oitava maravilha do mundo mas melhor que Vitória é.
LÓGICO QUE A MAIORIA AQUI VAI DIZER QUE NÃO GOSTOU, QUE NÃO ASSISTIU, NA TV DELES SÓ PEGA A GLOBO, PODE SER A PIOR MERDA DO MUNDO MAS SE FOR NA GLOBO ELES ASSISTEM. A MENTALIDADE DO BRASILEIRO É ESSA.
Não acompanho essa minissérie
Bom final de semana.
Big beijos
Lulu on the Sky
OFF TOPIC: A moda nas novelas da globo agora é essa: sempre tem um homem casado com mais de uma mulher, um casal onde um é gay e trai o outro, um gay maldoso, etc. Acho ótimo mostrar gays em novelas mas ultimamente o que se vê é a imagem deles sendo suja com tanta promiscuidade e baixaria. A Globo é homofobica disfarçada. As pessoas mais ignorantes(a maioria no nosso país, INFELIZMENTE) acham que por causa das novelas todo gay é maldoso, é destruidor de casamentos, é promiscuo... No debate de ontem toda vez que o Fidélix se levantava ouvia-se aplausos, ao contrario dos outros candidatos. A Globo só deixou entrar entusiastas das ideias desse senhor? Lamentável!
Sérgio, eis um tema que me interessa muito. Lembra como comentávamos entusiasmados O Brado Retumbante? Marcílio Moraes é um ótimo autor, o elenco é muito bom. Espero que a minissérie faça sucesso.
Gostei dessa minissérie. Principalmente do maravilhoso Gracindo Júnior. Não importa se é da Record, quando eu gosto eu vejo sem preconceito. Embora não goste do Edir Macedo
Tb acho oportuna, Paulo.E a abertura ficou ótima com Teto de Vidro, mas exibi-la no final fica sem sentido algum. Não dá pra entender.
É bem interessante, anônimo.
Zyon, é até covardia comparar com O Brado Retumbante, porque aquela minissérie foi espetacular. Saudades. Mas Plano Alto é mt boa, embora o segundo capítulo tenha sido pior que o da estreia. O terceiro não vi pq estava vendo o debate. Mas é um ótimo produto. abçs.
Anônimo, os candidatos ficarem frente a frente não é inovação, mas deu muito certo e as outras emissoras comeram poeira já que não fizeram isso. E tinham que citar mesmo pq as declarações do Fidélix foram deprimentes. Mas o que isso tem a ver com Plano Alto? Nada.
Entendo, Pedro.
São mesmo, anônimo. Haja saco.
Com certeza é melhor que Vitória, Rafael. abçs
Cc, vc e seu talifanismo pela Record.
Ok, Lulu, bom fim de semana. bj
Anônimo, em toda novela da Globo o gay é mostrado como bonzinho. A primeira vez que exibiram um gay vilão foi em Amor à Vida. Portanto, não é sempre. E é bom mostrar pq se tem hétero canalha tem gay tb. O Aguinaldo quis botar um gay ferino pra imitar o Walcyr, apenas isso.
E eu sinceramente não sei que debate foi esse onde aplaudiram o Fidélix. Eu vi a plateia debochando dele. Aplaudiram o Aécio e a Luciana Genro algumas vezes.
Claro que lembro, Elvira. Bons tempos aqueles. Saudades, inclusive. Dos nossos comentários e da minissérie, que foi excelente. Plano Alto é bem interessante mesmo. Bjssss
O Gracindo Jr. está fantástico, Paulo. Abçssss
Não vi a minissérie, nenhum capítulo, mas fico contente pela resenha ter sido positiva. É sempre bom saber que algo bom foi produzido fora dos limites da Globo.
A propósito, eu fui uma cara pintada. Orgulho disso.
Beijo, Sérgio.
Que legal, Milene. Tem que ter orgulho mesmo. Pena que as manifestações de 2013 não serviram para porcaria alguma, né? Beijão.
Trama realmente interessante, pelo que você narrou. É bom saber que outras emissoras tem se empenhado em produzir séries que atraem o público. Infelizmente, não dá para assistir todas (rss). Bjs.
Sérgio, também sinto saudades dos nossos papos frequentes. Abraços.
É interessante, sim, Marilene. Mas realmente é muita coisa passando. rs bjs
Elvira, era uma época boa. Nossa interação fazia todos serem uma família. bjsss
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