quinta-feira, 2 de outubro de 2014

"Plano Alto": uma ótima trama política de Marcílio Moraes

Guido Flores (Gracindo Jr.) é um governador que enfrenta uma sucessão de problemas justamente no período que está prestes a se lançar à Presidência. Instauração de uma CPI liderada por seu inimigo político, descontentamento do sindicado dos profissionais de saúde e para culminar uma onda de manifestações populares que há anos não se via na cidade. Sob esta ótica, a Record estreou, nesta terça-feita (30/09), sua nova minissérie: "Plano Alto".


Escrita por Marcílio Moraes, e com 12 capítulos, a trama gira em torno dos protestos ocorridos em 2013, época que o autor criou a história, que acabou demorando mais do que o previsto para ir ao ar, devido a questões envolvendo os custos na produção. Porém, ainda que as manifestações tenham acabado (pelo menos até agora), o roteiro continua atual, principalmente porque o Brasil encara as eleições para deputados, senadores, governadores e para a Presidência da República.

A última produção política da televisão nacional foi a impecável "O Brado Retumbante", protagonizada por Domingos Montagner, na Globo. Agora, a Record aposta no tema, trazendo de volta um importante assunto e que sempre rende ótimos desdobramentos.
O autor criou uma história envolvendo três gerações de uma família ligada à política: Guido é um ex-militante que lutou contra a ditadura e seu principal aliado político é o filho, o deputado federal João Titino (Milhem Cortaz). Já quem fecha a terceira geração é Rico (Bernardo Falcone), filho de João ---- criado longe do pai e do avô ----, que se envolve com os black-blocs.

João ----- cuja relação com Guido é mais profissional do que pessoal, uma vez que ambos ficaram separados por um bom tempo devido ao período da ditadura militar ----- também tem um histórico de lutas e faz questão de lembrar que foi um dos caras-pintadas que pediram o impeachment de Collor, ainda que o nome do político não tenha sido mencionado. Segundo Marcílio, seu objetivo principal foi juntar estas três gerações para construir a trama a partir do ponto de vista da contestação e não necessariamente do poder.

E através desta criativa e oportuna ideia, o autor mostra para o telespectador que enquanto dois contestadores acabaram se vendo reféns do sistema político, o terceiro, justamente o mais jovem, se vê envolvido com um grupo que luta por direitos, mas passa por cima do que for necessário para atingir este objetivo: os black-blocs, que tanto frequentaram as matérias dos jornais na época das manifestações.

A trama está muito bem escrita e desperta interesse. A produção está claramente caprichada e o elenco foi muito bem escalado. Gracindo Jr. está impecável e merecia um protagonista como este, enquanto que Milhem Cortaz novamente convence na pele de um personagem aparentemente dúbio. Esther Góes, Mariah Rocha, Daniela Galli, Francisca Queiroz, Floriano Peixoto, Flávia Monteiro e Jussara Freire são outros bons destaques. O único ponto destoante, até então, é André Mattos, que exagerou na caricatura de seu político canalha.

Outro acerto é a abertura, ao som de 'Teto de Vidro', da Pitty. Só não dá para compreender a razão da Record exibi-la no final dos capítulos e não no fim do primeiro bloco, como ocorre em todas as produções. Aliás, este é um erro comum na emissora: exibir a abertura nos finais, transformando-as em 'encerramentos'.

O segundo episódio foi menos interessante que o de estreia, mas todas as qualidades se mantiveram. E a trama política começou a ser melhor desenvolvida, deixando bem claro que as manifestações serão mesmo as responsáveis por toda a movimentação da história. Destaque especial para Gracindo Jr. e Jussara Freire, os grandes nomes do elenco até então.

"Plano Alto" teve uma ótima estreia e Marcílio Moraes ----- autor de, entre outras novelas, "Mico Preto" e "Sonho Meu", na Globo, e "Essas Mulheres" e "Vidas Opostas", na Record ----- comprovou que escreveu um bom produto. A trama política, que mescla realismo com ficção, tem bons ingredientes para prender a atenção do telespectador.

30 comentários:

  1. Engraçado, eu achei que seria uma minissérie de época mas não, é bem atual. Me interessei em assistir no começo pra ver se tocava a musica teto de vidro como nas chamadas e acabei acompanhando o capitulo inteiro, e gostei muito do que vi. Alias é uma minissérie bem oportuna pro momento.

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  2. Tb gostei da minissérie.

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  3. Achei o primeiro capítulo ótimo mas também achei o segundo pior. O terceiro achei pior ainda. Portanto, acho que a minissérie vem numa decrescente. Mas é uma boa produção, claro. Só acho, já que você bem lembrou, O Brado Retumbante muito superior em tudo. Mas concordo em grande parte com a sua crítica.

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  4. Adorei ontem no debate os candidatos pronunciando o nome "record" toda hora, ninguém avisou a eles que na globo é proibido falar o nome de outras emissoras, principalmente esta? E Zamenza, eu também adorei os candidatos frente a frente, a globo inventou a pólvora né, alias devem ter visto isso no segundo dia da Fazenda.

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  5. Eu vi a estreia e gostei mas não me interessei pela trama porque achei cansativa. E o horário é muito ruim.

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  6. Esses talifãs da Record são insuportáveis. São chato e infantis. Sobre Plano Alto, a minissérie é boa e o elenco também, mas não me conquistou.

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  7. Não achei a oitava maravilha do mundo mas melhor que Vitória é.

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  8. LÓGICO QUE A MAIORIA AQUI VAI DIZER QUE NÃO GOSTOU, QUE NÃO ASSISTIU, NA TV DELES SÓ PEGA A GLOBO, PODE SER A PIOR MERDA DO MUNDO MAS SE FOR NA GLOBO ELES ASSISTEM. A MENTALIDADE DO BRASILEIRO É ESSA.

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  9. Não acompanho essa minissérie
    Bom final de semana.
    Big beijos

    Lulu on the Sky

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  10. OFF TOPIC: A moda nas novelas da globo agora é essa: sempre tem um homem casado com mais de uma mulher, um casal onde um é gay e trai o outro, um gay maldoso, etc. Acho ótimo mostrar gays em novelas mas ultimamente o que se vê é a imagem deles sendo suja com tanta promiscuidade e baixaria. A Globo é homofobica disfarçada. As pessoas mais ignorantes(a maioria no nosso país, INFELIZMENTE) acham que por causa das novelas todo gay é maldoso, é destruidor de casamentos, é promiscuo... No debate de ontem toda vez que o Fidélix se levantava ouvia-se aplausos, ao contrario dos outros candidatos. A Globo só deixou entrar entusiastas das ideias desse senhor? Lamentável!

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  11. Sérgio, eis um tema que me interessa muito. Lembra como comentávamos entusiasmados O Brado Retumbante? Marcílio Moraes é um ótimo autor, o elenco é muito bom. Espero que a minissérie faça sucesso.

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  12. Gostei dessa minissérie. Principalmente do maravilhoso Gracindo Júnior. Não importa se é da Record, quando eu gosto eu vejo sem preconceito. Embora não goste do Edir Macedo

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  13. Tb acho oportuna, Paulo.E a abertura ficou ótima com Teto de Vidro, mas exibi-la no final fica sem sentido algum. Não dá pra entender.

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  14. Zyon, é até covardia comparar com O Brado Retumbante, porque aquela minissérie foi espetacular. Saudades. Mas Plano Alto é mt boa, embora o segundo capítulo tenha sido pior que o da estreia. O terceiro não vi pq estava vendo o debate. Mas é um ótimo produto. abçs.

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  15. Anônimo, os candidatos ficarem frente a frente não é inovação, mas deu muito certo e as outras emissoras comeram poeira já que não fizeram isso. E tinham que citar mesmo pq as declarações do Fidélix foram deprimentes. Mas o que isso tem a ver com Plano Alto? Nada.

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  16. Com certeza é melhor que Vitória, Rafael. abçs

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  17. Anônimo, em toda novela da Globo o gay é mostrado como bonzinho. A primeira vez que exibiram um gay vilão foi em Amor à Vida. Portanto, não é sempre. E é bom mostrar pq se tem hétero canalha tem gay tb. O Aguinaldo quis botar um gay ferino pra imitar o Walcyr, apenas isso.

    E eu sinceramente não sei que debate foi esse onde aplaudiram o Fidélix. Eu vi a plateia debochando dele. Aplaudiram o Aécio e a Luciana Genro algumas vezes.

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  18. Claro que lembro, Elvira. Bons tempos aqueles. Saudades, inclusive. Dos nossos comentários e da minissérie, que foi excelente. Plano Alto é bem interessante mesmo. Bjssss

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  19. O Gracindo Jr. está fantástico, Paulo. Abçssss

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  20. Não vi a minissérie, nenhum capítulo, mas fico contente pela resenha ter sido positiva. É sempre bom saber que algo bom foi produzido fora dos limites da Globo.

    A propósito, eu fui uma cara pintada. Orgulho disso.

    Beijo, Sérgio.

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  21. Que legal, Milene. Tem que ter orgulho mesmo. Pena que as manifestações de 2013 não serviram para porcaria alguma, né? Beijão.

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  22. Trama realmente interessante, pelo que você narrou. É bom saber que outras emissoras tem se empenhado em produzir séries que atraem o público. Infelizmente, não dá para assistir todas (rss). Bjs.

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  23. Sérgio, também sinto saudades dos nossos papos frequentes. Abraços.

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  24. É interessante, sim, Marilene. Mas realmente é muita coisa passando. rs bjs

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  25. Elvira, era uma época boa. Nossa interação fazia todos serem uma família. bjsss

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