Tendo o mundo da estética como tema central, a série é situada em uma clínica de cirurgia plástica, ponto de encontro entre os cirurgiões Alex (Antônio Petrin) e Jairo (Antonio Saboia), a endocrinologista Cleo (Gabriela Carneiro da Cunha) e pacientes em busca de uma corpo perfeito. A trama procura retratar a ética na medicina e os exageros estéticos do ser humano, mesclando comicidade com drama.
As comparações com a série americana Nip/Tuck são inevitáveis, uma vez que a temática é semelhante, entretanto, a tentativa de produzir produtos nacionais é válida ----- ainda que todo esse investimento esteja sendo feito por causa da Lei da Tv Paga. O primeiro episódio serviu basicamente para apresentar o trio protagonista e mostrar a base da história. Alex é um veterano médico que prima pela ética e não concorda
com as obsessões fúteis de alguns pacientes. Jairo é um jovem ambicioso que usa a medicina basicamente para ganhar dinheiro, concordando com todos os caprichos de suas pacientes, evitando contestá-las por causa do lucro que terá com os procedimentos. Já Cléo é uma mulher solitária e ética, que tenta passar para seus pacientes todos os seus conhecimentos para cuidar da alimentação e ter um corpo saudável. Tem um caso com Jairo mas o evita porque não concorda com a ambição do rapaz.
Após a exibição do primeiro episódio, pode-se dizer que a impressão inicial da série não foi muito animadora. Apesar do elenco principal ter sido bem escalado, há diálogos exagerados e quase todos os pacientes são personagens voltados para a caricatura. Muitas vezes o telespectador fica sem saber se o objetivo da produção é fazer rir, emocionar ou dar uma espécie de lição de moral. E ainda que tenha algum ou todos os objetivos citados, o fato é que o resultado não é alcançado em nenhuma das opções.
As situações cômicas não têm graça, os poucos momentos de drama não emocionam e as frases de auto-ajuda dão sono. Para piorar, os dramas dos pacientes são contados em pouco mais de um minuto. Por mais que a série dure menos de meia hora, é necessário que o telespectador seja ao menos inserido no contexto, a não ser que o objetivo seja apenas contar a trama do trio central, ignorando por completo o real mundo da estética, presente na figura dos pacientes.
Mesmo sem ter empolgado, ficou claro que o elenco principal foi acertado. Antônio Petrin, Gabriela Carneiro da Cunha e Antonio Saboia estão muito bem e demonstram um bom entrosamento. O núcleo ainda conta com a presença da ótima Cecília Homem de Mello (atriz que pouco aparece na televisão, cuja última participação foi na minissérie "Som & Fúria", na Globo em 2009), interpretando a secretária fiel do Dr. Alex.
Com roteiro de Andrea Barata Ribeiro e Marcio Alemão Delgado; dirigida por Fabrizia Pinto, Rodrigo Meirelles e Kitty Bertazzi; e produzida pela O2 Filmes, "Beleza S/A" não empolgou e fracassou nos seus principais objetivos: não conseguiu divertir e nem fazer uma crítica inteligente aos exageros do mundo da estética. Resta torcer para que, ao longo dos seus 13 episódios, esse quadro negativo consiga ser revertido, caso contrário será uma produção tão fraca quanto "Copa Hotel", até então a pior estreia do GNT.
12 comentários:
Olá!Boa tarde
Sérgio
só assisti alguns momentos,então, vou comentar de forma subjetiva e geral pelo que vi...
sim, eles deveriam abordar mais a "realidade" de cada "paciente", pois, no mundo em que a beleza é fundamental. Parece que a geração da imagem, propositalmente apelidada de "geração saúde", veio para ficar. Pena que, por vezes, a saúde foi reduzida à estética, e hoje é quase irrefutável indicar idéias e caminhos que sustentam muitas fantasias de criar uma nova pessoa ...sem muita ética e com exageros...a série poderia abordar, mais, que é possível pensar novos modos de relação
entre ética e estética, pois cada ser pensa de forma diferente, e alguns são totalmente influenciáveis...
Obrigado pelo carinho da visita
Boa semana
Abraços
Sérgio, o que posso comentar é que os investimentos em conteúdo nacional devido à lei da TV fechada são uma faca de dois gumes. Como exemplos opostos disso, arrisco dizer o Três Teresas (GNT), que foi a mais elogiada de todas as séries; e o Vai Que Cola (do Multishow) que peca pela inconstância dos roteiros e pelo formato diário, além da própria fórmula (li uma vez que a Globo tirou o Sai de Baixo do ar em 2001-2 justamente por considerar que a fórmula tava se desgastando).
Não vi ainda a nova série, e pelo visto não perdi muita coisa, mas fico feliz por valorizar talentos raros em TV como Antônio Petrin e Cecília H. de Mello. E numa pequena correção, o roteirista é Márcio Alemão Delgado (e não Salgado). Abçs!
*todas as séries mencionadas
Olá amigo, nunca assisti e não conheço por isso só vou deixar meu abraço!
Oi Sérgio!
Realmente, Beleza S/A não me encantou. Adorava As Canalhas e 3 Terezas, agora Copa Hotel foi duro de engolir (acho que Beleza S/A vai ser assim também). Eu acho que essa lei do canal fechado, como bem disse o Thallys, é uma faca de dois gumes. O Vai que Cola me decepcionou bastante, assim como Copa Hotel. Pelas chamadas eu imaginava uma diversão só, e muitas vezes as piadas chegam a constranger, e isso me lembra Balacobaco.
Vi uma série brasileira do canal FOX do Edgard Allan Paul, que ao meu ver, era muito boa. O que me incomodou muito em Beleza S/A foi a superficialidade. Não sei se você se lembra daquela novela Beleza Pura da Globo. Tinha a mesma temática, mas da mesma forma, o cerne central não me atraiu (gostava de olhar por causa da Raquelle e da Norma). Olha eu me prolongando de novo, né Sérgio? Vou lá querido! Abraços
Exatamente, Felis. A temática é boa, mas não foram felizes na execução. Pelo menos na estreia. Tomara que melhore. Abraços.
Eu gostei de muitas estreias do GNT, mas Três Teresas foi a melhor. Essa séria começou mal, mas pode melhorar, tem muito episódio pela frente.
O Sai de Baixo saiu do ar porque estava perdendo da Casa dos Artistas e não fazia mais o sucesso de antes. Nunca mais vi o Vai que Cola.
Já corrigi. abçs
Tudo bem, Kellen! bjssss
Ah, Thallys, também achei bom terem valorizado esses ótimos atores. Nisso valeu a pena.
A estreia não foi boa, Pedro. Copa Hotel eu até achei bacana no início, embora a qualidade da produção sempre tenha se mostrado fraca. Só que depois foi ficando ainda mais chato.
Surtadas na Yoga e Três Teresas eu gostei. As Canalhas só de alguns episódios.
A lei é válida para empregar atores e produtores, mas às vezes o resultado são produções fracas. Mas que permaneçam só os acertos. E pode se prolongar sempre. Abração!
Sérgio, sinceramente, eu não assisto nada do GNT. Abçs.
Sem problemas, Eder. abçs
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