Debora Ozório e Caio Manhente esbanjam química em "Garota do Momento"

 A atual novela das seis da Globo, além de ser muito bem escrita por Alessandra Poggi e dirigida por Natália Grimberg, tem uma legião de ótimos casais. A autora já tinha mostrado em "Além da Ilusão", sua primeira novela solo em 2022, que era boa em construir pares românticos e comprovou sua habilidade em "Garota do Momento". O que não falta é um bom romance para torcer. E um dos melhores é o formado por Celeste e Edu, interpretados por Debora Ozório e Caio Manhente.

A escritora foi minuciosa na construção do romance e utilizou muito bem a época da trama, ambientada em 1958, para conduzi-lo sem pressa. Os dois personagens sempre foram os mais românticos da novela e apaixonados por livros. Então, nada melhor do que o uso de cartas para estabelecer o primeiro elo entre eles. Celeste sonhava com um príncipe encantado e tentou achá-lo por meio de um correio amoroso publicado no jornal para atrair pretendentes. No entanto, não utilizou seu nome verdadeiro e assinou como Olívia, personagem do romance de Érico Veríssimo, em "Olhai os Lírios do Campo" (1938), e também o nome do papel que Debora interpretou em "Além da Ilusão". Após muitas respostas decepcionantes, recebeu a carta de Genoca e se encantou por completo. Os dois passaram a trocar declarações e o telespectador acompanhou o flerte por várias semanas. 

O primeiro encontro ainda demorou porque Celeste foi vítima de uma armação do irmão, Ronaldo (João Vitor Silva), que modificou a autoria das cartas para que seu então melhor amigo, Mauro (João Vithor Oliveira), tivesse uma chance com a irmã caçula. A menina achou que Genoca era Mauro, o que a decepcionou de imediato.

Mas, como amava a sua escrita, decidiu investir no namoro. Só que passou a vivenciar o terror de uma relação abusiva em uma época em que o termo sequer existia. A autora foi muito competente na abordagem e explorou todos os gatilhos que um relacionamento do tipo provoca na mulher, incluindo o descrédito em si mesma. Um beijo forçado pelo sujeito ocasionou o pânico da garota, que decidiu dar um fim naquele inferno. 

O final do ciclo de terror marcou a chegada do amor na vida de Celeste. O primeiro encontro com Edu aconteceu em um baile e logo naquela cena, ao som de "You Are My Destiny", cantada por Paul Anka, ficou visível a química entre os atores. Aliás, a sintonia era perceptível mesmo nas cenas das cartas. Não era nem necessário vê-los contracenando. E, desde então, os personagens vivem um namoro delicioso de acompanhar, com direito a declarações melosas e típicas de um folhetim dos anos 1950. O charme do casal ficou ainda maior porque os dois não sabiam que eram Olívia e Genoca. Somente depois de várias semanas de relacionamento que houve a descoberta. Isso porque Celeste soube da armação do irmão e fez questão de procurar Genoca para se desculpar pelo desencontro e avisar que tinha se apaixonado por outro. Foi quando se deparou com Edu. Uma das inúmeras cenas repletas de delicadeza protagonizada pelos atores. 

E na semana passada foi ao ar a aguardada sequência da primeira vez do casal. Os dois já estavam subindo pelas paredes diante de tantos beijos quentes, mas acabavam interrompidos por terceiros. Afinal, o romance passou a ser proibido por Raimundo (Danton Mello) desde que Nelson (Felipe Abib) foi preso pelo roubo do microfone de Alfredo (Edu Sterblitch). O pai de Celeste não admite a filha namorando o filho de um ex-presidiário. Porém, o par ganhou Lígia (Palomma Duarte) de aliada. Ainda assim, a mãe de Celeste também se preocupa com 'mau passo' que a filha pode dar por conta do fogo da adolescência. Mas o 'mau passo' aconteceu e resultou em uma cena linda no quarto de Edu, com Celeste tomando a iniciativa, ao som da música tema do par. Debora e Caio estão perfeitos em cena e crescem quando estão juntos. 

Debora Ozório começou sua carreira na televisão em 2016 durante uma pequena participação em flashbacks representando Gilda (Leona Cavalli) jovem em "Totalmente Demais". Foi para Record em 2017, onde esteve no elenco de "O Rico e Lázaro", e retornou à Globo em 2018 em mais uma representação de personagem mais jovem em cenas do passado ---- no caso Alzira (Debora Evelyn), de "Tempo de Amar". Em 2019, ganhou seu papel de mais relevância até aquele momento, a patricinha Pat de "Espelho da Vida". As séries "Me Chama de Bruna" (2019) e "Filhas de Eva" (2021) também contaram com seu talento, assim como a novela "Gênesis" na Record, em 2021. No ano seguinte, ganhou um papel que já está entre os melhores de sua trajetória: a ativista Olívia/Clara em "Além da Ilusão", onde ganhou um merecido destaque ao longo da história. Em 2023, estreou no horário nobre e roubou a cena na pele da complexada Petra, em "Terra e Paixão", que passou por inúmeros percalços até conseguir seu final feliz. 

Já Caio Manhente começou na televisão ainda criança, em pequenas participações em "Casos e Acasos" (2008), "Viver a Vida" (2009), "O Relógio da Aventura" (2010), "Cordel Encantado" (2011) e "Amor Eterno Amor" (2012). Entre 2012 e 2016, brilhou como um dos protagonistas do infantil "Detetives do Prédio Azul". "Boogie Oogie" (2014), "Malhação: Pro Dia Nascer Feliz" (2016), "O Sétimo Guardião" (2018), "Gênesis" (2021) e "Quanto Mais Vida, Melhor!" (2021) também contaram com seu talento. Mas foi em "Vai na Fé", de 2023, que o ator estourou na pele do tímido Rafa, personagem que sofria de depressão e presenciava o casamento abusivo dos seus pais. 

Agora, em "Garota do Momento", Debora Ozório e Caio Manhente esbanjam química em cena e formam um dos casais preferidos do público da elogiada novela das seis. O par conquistou sem qualquer esforço e segue como um dos muitos pontos altos da trama de Alessandra Poggi.