quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Dedicação, carisma e profissionalismo explicam estreia de Maju Coutinho como âncora no "Jornal Nacional"

Notícia ruim já faz parte da vida das pessoas. Infelizmente. Porém, nas últimas semanas ocorreu um certo 'exagero' de desgraças e situações que assustam qualquer um. Até mesmo no mundo do entretenimento há um clima pesado em torno de traições na classe artística e racismo descarado no "BBB 19". Todavia, no último sábado (16/02), o público pôde prestigiar a estreia de Maria Júlia Coutinho na bancada do "Jornal Nacional".


A primeira jornalista negra a ocupar o mais importante posto do maior telejornal do país elevou a audiência da faixa da Globo e estreou com o pé direito. Na comparação com os quatro últimos sábados, o "JN" registrou 29 pontos em São Paulo, cinco a mais que a média. No Rio de Janeiro, a audiência foi de 28 pontos e representou um aumento de quatro pontos. Já a média no PTN (média de todo o Brasil) foi de 27  pontos, três a mais que a média geral. Resultados que significam apenas uma maior curiosidade do telespectador? Não. Significa prestígio mesmo.

Maju vem conquistando seu espaço aos poucos através de um profissionalismo invejável. Vinda da TV Cultura, a jornalista atuou como repórter na Globo a partir de 2007. Em 2013, passou a fazer a previsão do tempo em vários telejornais da emissora até se fixar no "Jornal Nacional" em 2015.
Suas interações descontraídas com William Bonner funcionaram e essa amizade ajudou a tirar um pouco o tom "formal demais" que o jornalístico sempre teve. Não por acaso, virou a ''moça do tempo'' mais famosa da emissora. Era uma questão de tempo a chegada de novas oportunidades.

Recentemente, Maria Júlia foi escolhida como âncora da edição de sábado do "Jornal Hoje". Justamente na época da tragédia de Brumadinho (Minas Gerais), em virtude do rompimento de uma barragem da Vale. Foi um 'teste' e tanto. Mas Maju passou com louvor. Fez uma cobertura precisa sobre todas as consequências desse crime ambiental que provocou várias mortes de inocentes. Sem dúvida, seu desempenho irretocável serviu como 'sinal verde' para a cúpula do jornalismo da Globo promovê-la para a bancada do "JN".

A apresentadora agora passa a integrar a escala de jornalistas que comandam o "Jornal Nacional" aos sábados, em esquema de rodízio, junto com Monalisa Perrone, Rodrigo Bocardi, Dony de Nuccio, César Tralli, Flávio Fachel, Giuliana Morrone, Ana Luiza Guimarães e Ana Paula Araújo. Parece pouco, mas não é. Tanto que demorou 50 anos para uma jornalista negra ocupar essa posição. Um tempo longo demais. E sua estreia no telejornal apenas confirmou o que todos já sabiam: há carisma, segurança e competência de sobra. Nem parecia que estava ali pela primeira vez. Disfarçou bem o natural nervosismo e ainda comemorou discretamente na hora da subida dos créditos finais ao lado do colega Rodrigo Bocardi.

É preciso citar, obviamente, outros jornalistas negros que fazem parte dos telejornais da emissora há muitos anos. Vide Heraldo Pereira escalado desde 2002 para apresentações eventuais no "Jornal Nacional"; Zileide Silva ancorando com certa frequência o "Jornal Hoje" aos sábados; Glória Maria como apresentadora do "Fantástico" por muitos anos e agora do "Globo Repórter", enfim. Mas ainda são poucos.

Maju Coutinho merecia essa oportunidade há tempos e finalmente passa a integrar o time de âncoras do telejornal de maior visibilidade do Brasil. Após ter sofrido ataques racistas em 2015, não deixa de ser um tapa com luva de pelica em tantos ignorantes que lamentavelmente vêm ganhando espaço nos últimos tempos. Representatividade é importante sim. Que o posto de apresentadora fixa seja apenas uma questão de tempo. Ela merece.

20 comentários:

Anônimo disse...

Maju Coutinho faz por merecer todo o sucesso que tem por construir sua digníssima trajetória com todas as qualidades que você mencionou, Sérgio, e tornar-se âncora fixa de um telejornal cairia perfeitamente bem diante da excelente profissional que é. Parabéns pelo texto.

Heitor disse...

Ela tinha que ficar fixa no lugar do chato do Bonner.

Anônimo disse...

Mais um texto exemplar. Parabéns.

chica disse...

Adorei te ler nessa homenagem cheia de verdades. Eça merece e desempenha suas funções com muita naturalidade! Adorei! abração,chica

Adriana Helena disse...

Sérgio, bom dia amigo!!!
Que lindo ler um textão maravilhoso desses hoje!
Maju é nossa, é competente, é maravilhosa!!
Um viva para ela que merece a conquista e deve ter seu horário ampliado em todos os dias da semana!! Vida, competência e jornalismo de primeira no Jornal Nacional!!
Um grande abraço e já reenviei o e-mail com o código desde a semana passada amigo!
Boa semana!!

Anônimo disse...

Aff! Era só para os brancos ter destaque na mídia... e não os negrinhos! Mas com o Bolsomito na presidência, minha esperança é que ele mate negros, mulheres feministas e as gays exageradas. Espero que não deixem aquela pretinha insuportável da Gabriela ganhar o bbb e nem o carvão do Rodrigo. Viva o Bolsonaro! Viva nosso presida!

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Ô Sergio, n tem nenhum lugar desse blog que tenha como função denunciar comentários? Porque esse demente aí dos últimos comentários já passou de todos os limites do aceitável.

Quanto a esse infeliz, vai se tratar que isso aí já é doença. Seu criminoso, RACISTA.

Bruna disse...

Já printei todos os comentários desse anônimo e enviarei à polícia. Hoje em dia é fácil rastrear essa gente.

Anônimo disse...

Independentemente de torcidas, a vitória da Gleici como campeã do BBB18 foi muito representativa também. Não me lembro de campeões negros nesse reality.

Anônimo disse...

Vi o comentário ali acima e fiquei curioso. Vc torcia para Gleici ou Kaysar? Eu pergunto isso independente da representatividade. É que eu não sei para quem vc torcia. O texto ficou ótimo e já era hora de Maju ser valorizada como merece. Abraço.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Eu apoio, Heitor.

Sérgio Santos disse...

Valeu, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Fico honrado, Chica. bjssss

Sérgio Santos disse...

Muito obrigado, Adriana!!!!

Sérgio Santos disse...

Bruna e anônimo, ter tem, mas eu evito porque normalmente nem sempre tenho tempo de olhar tudo. Mas o print é eterno e a polícia acha isso fácil, basta rastrear. É bom guardar.

Sérgio Santos disse...

Boa lembrança da Gleici, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Torci pra Paula, anonimo. Mas gostava da Gleici e do Kaysar.