quinta-feira, 29 de julho de 2021

Reprise de "A Vida da Gente" relembra o último grande papel de Nicette Bruno na televisão

 A morte de Nicette Bruno ainda machuca. A veterana faleceu em dezembro do ano passado, vítima da covid-19. A atriz era uma das figuras mais queridas e admiradas, tanto pelo público quanto classe artística. A sua perda foi (e continua sendo) uma das muitas feridas abertas em virtude da pandemia do novo coronavírus. Mas a decisão da Globo em reprisar "A Vida da Gente" veio como um alento para os fãs. 


É a chance do público prestigiar o último grande papel de Nicette na televisão. Iná é avó das protagonistas Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano). Normalmente, a figura da avó não tem muita importância nas novelas, o que é uma pena e prejudica os atores mais velhos. Mas na primorosa novela de Lícia Manzo, que marcou a estreia da escritora como autora de folhetins no horário das seis em 2011, é diferente. 

Iná é avó de Ana, mas 'mãe' de Manu. Isso porque Eva (Ana Beatriz Nogueira), sua filha, nunca suportou Manuela e jamais fez questão de esconder ou camuflar sua preferência por Ana. Mas Manuela não fica desamparada graças ao amor e compreensão de sua vó. As duas são confidentes e grandes amigas. Iná aconselha a neta e a ajuda em tudo o que pode. Os laços ficam ainda mais fortes quando Ana entra em coma, após um grave acidente de carro sofrido pelas irmãs. Enquanto Eva praticamente passa a morar no hospital, Manu passa a cuidar da sobrinha e tem a ajuda de Iná. Já quando Ana acorda do coma e, meses depois, entra em um duro processo de depressão, após mais uma avalanche em sua vida, Iná vira o porto seguro da outra neta. 

Nicette Bruno protagoniza diversas cenas lindas, delicadas e de grande carga dramática ao lado de Marjorie Estiano e Fernanda Vasconcellos. Mas a grande atriz também se destaca durante os fortes embates entre Iná e Eva. Sua parceria com Ana Beatriz Nogueira é um dos trunfos do enredo, assim como sua química com Stênio Garcia, intérprete de Laudelino, namorado de Iná. A veterana brilhou tanto na novela que a autora a presenteou com a última cena da história, quando a personagem faz um emocionante discurso sobre o tempo, que 'viralizou' nas redes sociais, quase dez anos depois, no dia do falecimento da atriz. 

Infelizmente, foi o último grande papel da veterana. Nunca faltou convite dos autores, mas os papéis ficaram devendo. A grande maioria virou figuração de luxo. Após a trama de Lícia Manzo, Nicette esteve em "Salve Jorge" (2012); "Joia Rara" (2013); "I Love Paraisópolis" (2015); "Pega Pega" (2017); e "Órfãos da Terra" (2019). Foram personagens que pareciam promissores, mas não aconteceram. E não por culpa da atriz, é importante ressaltar. Ao menos sua linda participação afetiva na última semana do quinto remake de "Éramos Seis", em 2020, na pele da Madre Joana, fechou sua trajetória de uma forma amorosa. 

Uma das maiores qualidades de "A Vida da Gente" é a valorização do talento de Nicette Bruno. A trama é a segunda mais exportada da Globo e o público pedia há anos a reprise nas redes sociais. Que bom que a emissora considerou e ainda ajuda a homenagear uma profissional que deu tanta alegria aos brasileiros.

10 comentários:

Andressa Mattos M. disse...

Realmente depois da Iná ela só ganhou personagem apagado. Não merecia.

Lulu on the sky disse...

A parte mais bonita da participação da Nicete Bruno nessa novela são os conselhos sábios que ela dá para as netas.
Me lembrou outra veterana, a saudosa Yara Cortes quando fez a avó do Claudio Lins, Maria Ribeiro e José Mayer em História de Amor do Manoel Carlos que tinha falas incríveis.

Big Beijos,
Lulu on the sky

Anônimo disse...

Ela é maravilhosa mesmo. Que falta faz.

Anônimo disse...

Nicette Bruno foi uma das maiores atrizes brasileiras e sua personagem Iná em "A Vida Da Gente" (2011), de fato o último grande perfil com o qual a intérprete foi agraciada. Fundamental sobretudo na trama central envolvendo suas netas Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano), Iná é adorável até mesmo quando escreveu cartas anônimas endereçadas a Wilson (Luiz Serra) e Aurélia (Rita Clemente) para que esta não acabasse com os bailes que aquela promovia. Iná é tão relevante que protagonizou a primeira e a derradeira cena do folhetim, analisado o contexto de ambas. E a Rede Globo acertou em cheio escalando a obra de Lícia Manzo para uma reprise enquanto as gravações de novelas e séries aos poucos são retomadas respeitando os protocolos de segurança para prevenção contra a COVID-19. Mais do que justo com os fãs do trabalho da saudosa Nicette e de teledramaturgia de boa qualidade.

Guilherme

Maria Rodrigues disse...

Não conheço, mas pelo li na sua crónica é certamente uma Grande atriz.
Bom fim de semana
Abraços

Sérgio Santos disse...

Nao mesmo, Andressa.

Sérgio Santos disse...

Boa lembrança, Lulu.

Sérgio Santos disse...

Mta falta, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Mais uma vez assino embaixo, Guilherme.

Sérgio Santos disse...

Ela era maravilhosa, Maria.