terça-feira, 5 de março de 2019

Isabelle Drummond e Cláudia Raia fazem boa parceria em "Verão 90"

A atual novela das sete ainda está em seu início. Todavia, já é perceptível que "Verão 90" é um folhetim caricatural, onde o exagero é o maior protagonista. O figurino colorido demais, as caraterísticas dos personagens (todos bondosos demais ou malvados demais), enfim. A direção de Jorge Fernando deixa tudo ainda mais acima do tom. Não por acaso, há um incômodo com esse excesso. Tanto que Isabelle Drummond e Cláudia Raia são algumas que vêm sofrendo críticas.


As caras e bocas das atrizes e os muitos movimentos corporais em cena realmente despertam controvérsias. O conjunto é bem teatral. Além de infantilizado. Porém, as duas estão apenas seguindo a proposta da novela escrita por Paula Amaral e Izabel de Oliveira. E ambas têm se destacado positivamente. É visível a preocupação em demonstrar uma outra faceta, até porque as intérpretes ganharam perfis que costumam 'persegui-las'. Isabelle vive mais uma mocinha e Cláudia outra mulher espalhafatosa.

A jovem e talentosa atriz já experimentou o humor no sucesso "Caras & Bocas", em 2009, quando viveu a espevitada Bianca, cujo bordão "É a treva" caiu na boca do povo. Foi um de seus papéis mais marcantes na carreira. No entanto, todas as suas outras personagens foram voltadas para o drama e agora Isabelle está aproveitando que Manuzita é naturalmente atrapalhada para expor uma nova linha interpretativa.
Apesar de ser mais uma mocinha, não lembra em nada as outras protagonistas que já interpretou. A menina protagoniza várias situações vexatórias e o exagero da atriz é válido. Ela até se preocupou em chorar de forma diferenciada ---- quem a acompanha ao longo dos anos percebe que seu pranto atual é infantilizado, combinando com o papel.

Já a experiente Cláudia novamente ganhou uma perua que chama todas as atenções quando chega em qualquer ambiente. Lidiane Pantera é uma ex-atriz de pornochanchada que não se conforma com o ostracismo que mergulhou e deposita sua esperança na filha, incentivando a menina a fazer vários testes para entrar na Globo. O problema é que a menina puxou a falta de talento da mãe, mas a exagerada mulher ignora todos os sinais e acha Manuzita a maior profissional do país. A veterana está até mais caricata que Isabelle, mas não se pode negar que a atriz teve a preocupação de apresentar algo diferente para o público. É a primeira vez que adota um 'chiado' na hora de falar, forçando um ''carioquês" bem over. Há uma nasalização exacerbada. Mas condiz com a proposta da novela. Principalmente do seu núcleo. Segundo alguns sites, a Globo teria pedido para a direção da trama intervir com o intuito de diminuir a caricatura das intérpretes. É até estranho isso ocorrer antes de um grupo de discussão. Mas, de qualquer forma, não deveriam mudar a composição que a dupla já adotou.

A parceira das duas está deliciosa. É perceptível que ambas se divertem em cena, além dos improvisos nas caras e bocas na hora de um carinho mais afetuoso ou então em uma discussão. O único problema até então é o enredo mesmo. As duas começaram com um grande destaque nos primeiros capítulos, mas agora estão sem dramas promissores. Afinal, ter como único ponto de conflito a reprovação da mãe em relação ao namoro da filha com João Guerreiro (Rafael Vitti) é muito pouco. A novela ficou voltada totalmente para o conflito entre os filhos de Janaína (Dira Paes). A grande virada do roteiro foi por conta disso, inclusive ---- Jerônimo (Jesuíta Barbosa) incriminou o  irmão pela morte de Nicole (Bárbara França). Nem mesmo o romance de Manuzita com João empolga em virtude da rápida construção desse amor (logo no primeiro capítulo tudo aconteceu, com direito até a reencontro apaixonado após uma passagem de dez anos).

"Verão 90" tem muitos meses pela frente e é até injusta uma análise mais crítica em relação ao conjunto da obra. O enredo parece raso para tanto tempo no ar e há alguns incômodos, como as inúmeras semelhanças com "Vale Tudo", de 1989. Mas por enquanto tem sido um folhetim agradável de se acompanhar. E, definitivamente, o exagero de Isabelle Drummond e Cláudia Raia não é um dos problemas. Pelo contrário, a dupla merece mais destaque e novos conflitos atrativos. Porque talento há de sobra.

14 comentários:

William O. disse...

Também acho que estão bem mas a novela tem sido muito ruim.O roteiro já se esgotou e as cenas estão ficando constrangedoras.

Anônimo disse...

A caricatura delas é da proposta da novela mas a novela tem sido péssima. Já quero Bom Sucesso.

Lisa disse...

A dupla é boa e só os insuportáveis do Uol tão criticando. Aqueles velhos deprimentes.

Anônimo disse...

Globo caminha pro fim. Novelas e programas em geral com audiência muito abaixo da meta, demissão de contratados, fim de vários programas... já vimos esse filme com a Tupi, a Manchete, a MTV, etc. A Globo se tornou desinteressante, perdeu a mão, não se parece nem de longe com a Globo do passado. Sergio Santos ficará órfão, tadinho.

Heitor disse...

Você sempre tentando ser justo e indo sempre na contramão de alguns pseudocríticos que só falam bosta. Parabéns.

Chaconerrilla disse...

Confesso que estou desempolgada com a novela das sete, mas, como você mesmo disse, está apenas no começo.

Sérgio Santos disse...

Entendo, William.

Sérgio Santos disse...

A próxima promete msm, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Tb gosto da dupla, Lisa.

Sérgio Santos disse...

Verdade, anonimo, a segunda maior emissora do mundo vai falir...Triste.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, Heitor.

Sérgio Santos disse...

Aguardemos, chaconerrilla.

Filha do Rei disse...

A dupla é ótima: divertida e realmente passam que também estão se divertindo. Acredito e agora no passar dos anos na novela exista um equilíbrio que a história necessita. tenha uma ótima semana. Bjs

Sérgio Santos disse...

É isso, Cleu. bj