Essa não foi a primeira vez que Rafinha disse uma piada extremamente ofensiva. Quem não lembra da frase dizendo que mulher feia deveria agradecer caso fosse estuprada, pois estariam lhe fazendo um favor. Porém, nesse caso, a emissora não fez absolutamente nada.
O caso envolvendo o jornalista Boris Casoy também acaba vindo à tona. Ainda está na memória de todos o 'incrível' comentário do jornalista sobre os garis após ouvi-los desejando uma mensagem de fim de ano: "Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho". Alguma medida foi tomada em relação a isso? Não.
A verdade é que só resolveram dar uma 'lição' no irresponsável Rafinha porque ele mexeu com gente importante. Além de Marcos Buaiz (marido de Wanessa), ele também aborreceu o todo-poderoso Ronaldo, que coincidentemente está envolvido em ações de merchandinsing, como a da 'Claro', por exemplo. Já foi amplamente divulgado que o ex-jogador se recusou a gravar um comercial junto de Marco Luque, pois não quer nada associado ao "CQC" perto dele.
Mas voltando ao assunto da específica piada de mau gosto, podemos dizer que a punição foi justa? Claro que foi. E ao contrário do que muitos dizem, isso não é censura. Todo mundo tem o direito de falar o que bem entender, desde que enfrente as consequências dos seus atos. Você pode fazer uma piada de péssimo gosto sobre o seu chefe, por exemplo,mas tem que ter a consciência de que será demitido por justa causa,caso ele descubra o que foi dito.
Concordo que o politicamente correto está cada vez mais intolerável, mas isso não foi aplicado nesse caso. O que houve não foi uma tentativa de censurar uma situação,uma cena ou um programa - e, sim punir uma pessoa que ofendeu uma outra gratuitamente.
É bem diferente, por exemplo, da clara censura ao comercial onde a Gisele Bündchen aparece de calcinha e sutiã para se desculpar com o marido. Ou então, com a tentativa de acabar com o quadro do "Zorra Total" porque há um incentivo ao 'assédio sexual' dentro de um vagão do metrô. Ou ainda, alterarem a abertura da reprise de "Mulheres de Areia" no "Vale a Pena Ver de Novo" por causa da moral e dos bons costumes. Esses casos, sim, são totalmente despropositais.
Sempre disseram que o "CQC" tinha um humor 'inteligente', ao contrário do "Pânico na TV",por exemplo, que tinha uma linguagem vulgar e apelativa. Isso não existe. Como diz o Chico Anysio, só há dois tipos de humor: o engraçado e o sem graça.
Todos nós já convivemos com muitos "Rafinhas" nas nossas escolas e faculdades. São aqueles garotos que querem aparecer a qualquer custo e para isso abusam das piadas fora de hora, formam um grupinho de 'engraçadões', e muitas vezes usam vários colegas como escadas. Atualmente chamam isso de 'bullying', mas antigamente era humilhação ou sacanagem mesmo. O grupo do Rafinha é formado pelo Marcelo Tas e Marco Luque que sempre riem de tudo o que ele diz,mesmo que não seja engraçado.
Rafinha Bastos é um bom profissional,basta vê-lo apresentando o programa "A Liga" para verificar isso,mas no "CQC", definitivamente, ele não tem a menor noção das bobagens que diz em função de uma suposta graça que nunca apareceu.
Link relacionado: CQC se desgasta e perde sua suposta credibilidade
4 comentários:
Sim, realmente o limite e ojetivo do humor é ser engraçado, e neste caso , não o foi. Mas o que me preocupa é o fato de a Band punir o Rafinha SOMENTE por se tratar de pesssoas influentes.É essa a regra do jogo? As piadas ofendem apenas aos que pertencem à classe econômica dominante? Continuo a insistir que o CQC traz REALMENTE importantes assuntos a serem discutidos pela sociedade.
O blog continua ótimo!
Sim,isso foi lamentável.No caso da piada sobre o estupro,ele falou em um show dele,então a Band pode alegar que não tem nada com isso,mas o caso do Boris Casoy foi gritante!Obrigado pelo carinho de sempre,Mayara!Que bom que está gostando!
Agora vejo ele so no FX
Rafinha Bastos (curto pakas )
Sobre a piada do estupro, lógico que a emissora não fez nada. Era piada de um show dele, nada tinha a ver com a Bandeirantes. Quanta ignorância...
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