Uma história de amor em tempos de guerra é o fio condutor de ‘Guerreiros do Sol’, terceira novela original Globoplay. Criada e escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, com direção artística de Rogério Gomes, a trama se passa no Sertão, nas décadas de 1920 e 1930, e é livremente inspirada na vida de Lampião e Maria Bonita e de muitos outros casais de cangaceiros que cruzaram o nordeste brasileiro. A novela estreou no dia 11 de junho no Globoplay e no Globoplay Novelas. No serviço de streaming, serão liberados cinco capítulos por semana, sempre às quartas-feiras. No canal linear, os capítulos serão exibidos de segunda a sexta-feira, às 22h40, com reapresentação do capítulo de sexta no sábado.

‘Guerreiros do Sol’ traz a história de dois sertanejos, Rosa e Josué, interpretados por Isadora Cruz e Thomás Aquino, que se tornam um dos mais famosos casais de cangaceiros de todos os tempos. Como pano de fundo, o universo do Cangaço e reflexões sobre as origens e contradições do Brasil atual. Paixões, traição, política, vingança, dinheiro e banditismo são alguns dos temas que perpassam os capítulos, recheados de brasilidade e com protagonismo feminino em destaque.
O título ‘Guerreiros do Sol’ foi tomado de empréstimo do livro homônimo de Frederico Pernambucano de Mello, que é consultor de pesquisa e conteúdo do projeto. A publicação é um estudo histórico e sociológico do fenômeno do Cangaço que serviu de base para diversas áreas da produção, como figurino e direção de arte.
E nem só de amor romântico se faz ‘Guerreiros do Sol’: relações fraternas também estão no centro da trama. Rosa e Otília (Alice Carvalho) são irmãs inseparáveis, mas de personalidades distintas, que vão se apoiar durante toda a narrativa. E os irmãos Alencar, Josué, Milagre (Ítalo Martins) e Sabiá (Vítor Sampaio), que entram juntos para o Cangaço, e seguem como unha e carne enfrentando o primogênito da família: Arduíno (Irandhir Santos) – grande vilão da obra.
A presença feminina em ‘Guerreiros do Sol’ – com personagens fortes, à frente do seu tempo – trará reflexões contemporâneas sobre questões de gênero e relacionadas à sexualidade. “A questão feminina é muito importante. A gente vê a abordagem da presença da mulher no cangaço como uma grande oportunidade de nos comunicar com o público de hoje. A gente consegue olhar para a história, mas, ao mesmo tempo, tem a chance de gerar reflexões e apresentar temáticas e conflitos atuais. E tudo isso, no meio de uma batalha épica pela sobrevivência.”, complementa Sergio Goldenberg.
‘Guerreiros do Sol’ é um épico de amor, vingança e resistência, no sertão brasileiro. Tudo começa quando Josué Alencar enfrenta o poderoso Coronel Elói Bandeira na disputa pelo amor de Rosa. Sentindo-se humilhado por ter sido desafiado por um homem mais pobre, Elói decide se vingar da família Alencar e provoca uma tragédia que muda o destino de todos.
Em busca de justiça, Josué e seus irmãos – Arduíno, Crispino (também chamado de Milagre) e Sabiá – se unem ao bando do cangaceiro Miguel Ignácio. Josué rapidamente conquista a confiança do líder, o que desperta o ciúme de Arduíno. Quando a traição do irmão mais velho vem à tona, Josué expulsa Arduino do grupo. Tomado pelo ressentimento, Arduino se alia à polícia com o objetivo de capturar Josué.
Entre emboscadas, rivalidades familiares, mulheres fortes e paixões intensas, ‘Guerreiros do Sol’ mergulha no universo do cangaço, onde honra, sangue e amor se entrelaçam em uma intensa narrativa cheia de reviravoltas.
A trama ainda traz no elenco nomes como José de Abreu, Alexandre Nero, Alinne Morais, Daniel de Oliveira, Nathalia Dill, e muitos atores nordestinos. Como Isadora Cruz, Thomás Aquino, Irandhir Santos, Marcélia Catarxo, Alice Carvalho, Luiz Carlos Vasconcelos, Augusta Ferraz, Pedro Wagner Silva, Kelner Macedo, Rodrigo Garcia e Ênio Cavalcante. “Ter um grande número de atores nordestinos no elenco foi uma prioridade para a gente. Eles trazem a atmosfera do Nordeste para dentro do set”, avalia o diretor artístico Rogério Gomes.
“A história contada pelo George Moura e pelo Sergio Goldenberg pede uma produção grandiosa. A gente recriou o universo do cangaço. Gravamos grandes batalhas e exploramos a forma como os cangaceiros viveram, tudo isso para dar a dimensão do tamanho das lutas que foram travadas. O bando de Lampião durou mais de 20 anos e enfrentou mais de 300 soldados, e ‘Guerreiros do Sol’ precisa retratar essa realidade”, explica Rogério Gomes.
‘Guerreiros do Sol’ foi gravada ao longo de oito meses. Foram seis meses nos Estúdios Globo e em externas no Rio de Janeiro, e mais de dois meses no Sertão, em locações próximas às cidades Piranhas e Delmiro Gouveia, em Alagoas, e Canudos e Paulo Afonso, na Bahia. Nesse período, a equipe envolvida na obra, formada por quase 150 profissionais de diferentes áreas, e boa parte do elenco – que conta com cerca de 50 atores e atrizes – precisou ser deslocado para o Nordeste.
“Guerreiros do Sol desafiou a produção com a necessidade de retratarmos a estética de um sertão de 1930 em imagens. A parte gravada no Rio de Janeiro nos colocou o desfaio de buscarmos áreas inóspitas para conseguir essa fotografia. De alguma forma, o calor e a poeira passaram a fazer parte do nosso dia a dia nas externas cariocas e em nossa cidade cenográfica nos Estúdios Globo – cenário decisivo dessa ambientação. Depois seguimos para o Sertão Nordestino com uma equipe de quase 150 pessoas para mergulharmos na verdadeira caatinga. Fomos com mais de 10 caminhões transportando figurino, objetos da cenografia e produção de arte. Uma logística complexa. Em Canudos, na Bahia, por exemplo, todas as locações só podiam ser acessadas com pick-ups com tração 4X4, eram mais de 20 caminhonetes por dia para comportar toda nossa operação”, explica a produtora Juliana Castro.
A preocupação em transmitir verdade ao espectador refletiu-se ainda na caracterização, no figurino e na produção de arte. “Eu trabalho com o Rogério Gomes há muito tempo e na hora da concepção gostamos do natural para contar as histórias. E esse foi o caminho que seguimos em ‘Guerreiros do Sol’ também. Com exceção da personagem da Alinne Moraes, que é uma mulher mais rica, mais polida, nós não usamos maquiagem de beleza nos atores e nem qualquer coisa para escurecer a pele. Os cangaceiros viviam andando e batalhando no sol do Sertão, então a gente precisou fazer um trabalho de desconstrução: dávamos o aspecto suado com óleo, usávamos poeira, unhas ‘caprichadas’ com preto. Também houve um trabalho para criar feridas e cicatrizes em alguns personagens – como o Miguel Inácio (Alexandre Nero), que tem uma cicatriz grande no rosto, e a Celsa (Suzy Lopes), que tem o rosto marcado com um G de Gasolina”, explica a caracterizadora Valéria Toth.
Para conseguir que esse realismo fosse historicamente fiel, as equipes se envolveram em um trabalho de pesquisa intenso que incluiu muitas conversas com os historiadores Frederico Pernambucano de Mello, consultor da série, e Robério Santos, e viagens ao Sertão.
“Eu fui ao Sertão duas vezes durante a pré-produção para mergulhar nesse universo do Cangaço, depois visitamos uma lista de fornecedores e passamos uma semana comprando couro, barro, ágata, panelas de ferro com cabo de madeira ou de cerâmica preta... a palheta de cores da novela é essa com terracota, laranja fechado, um verde musgo bem escuro, fechado. As casas eram todas assim. Então você tem que estar sempre nesses tons”, conta Mirica Viana, produtora de arte titular.
Muitos desses objetos garimpados no Nordeste foram usados na série e outros serviram de base, de inspiração, para reproduções feitas no Rio de Janeiro. A mesma regra serviu para o figurino. O figurinista titular Antonio Medeiros, que acompanhou Mirica nesses garimpos no Sertão, conta que muitos objetos de couro, embornais e adereços usados pelos cangaceiros foram produzidos no Rio, com base em referências históricas e no trabalho de artesãos nordestinos.
“O Robério Santos, historiador, nos indicou algumas pessoas, que fizeram os nossos embornais artesanalmente no Sertão. Nós encontramos com ele quando estivemos no Nordeste, encomendamos algumas peças e replicamos em quantidade maior no Rio. Porque a gente precisava de uma quantidade muito grande e o trabalho deles é manual. A partir disso, eu tive uma certa liberdade poética, porque existe toda uma questão de identidade para cada cangaceiro dentro do bando. E o Lampião protagonizava e incentivava isso e o Josué assume esse papel na novela também”, conta Medeiros.
O historiador Robério Santos é citado como parceiro de pesquisa, tanto pelo figurino, quanto pela produção de arte e a cenografia. Ele é um pesquisador do Cangaço e tem um acervo grande de peças entre armas, roupas e adereços, peças em couro e joias. Robério fotografava esse material e mandava para a equipe de ‘Guerreiros do Sol’ sempre que eles precisavam de alguma referência. Outra fonte de inspiração para o figurino e a produção de arte foi o livro ‘Guerreiros do Sol – Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil’, de Frederico Pernambucano de Mello, consultor da série.
“Logo no início do projeto, eu entrei em contato com o Frederico Pernambucano de Mello e peguei os livros dele, ‘Guerreiros do Sol’ e ‘Estrela de Couro – A Estética do Cangaço’. Para a gente, da arte e do figurino, ali tinha tudo! Os livros têm muitas imagens de Lampião e Maria Bonita e dos acessórios que eles usavam. Obviamente, nós não estamos reproduzindo esse casal, mas criamos personagens nos aproveitando desse contexto histórico. Então a gente seguiu muito os livros dele. Ali a gente tinha imagens dos punhais, dos facões, do binóculo usado por Lampião, do perfume que ele gostava de usar... O livro ‘Guerreiros do Sol’ começa com uma leitura maravilhosa para você entender esse mundo, o contexto histórico, o que já te permite enxergar muita coisa. Mas depois temos muitas fotos. E esse material para a gente foi ouro”, explica Mirica.
'Guerreiros do Sol’ é uma novela original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, criada e escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, com colaboração de Claudia Tajes, Mariana Mesquita, Ana Flávia Marques, Dione Carlos e Marcos Barbosa. Frederico Pernambucano de Mello, autor do livro homônimo, é consultor de pesquisa e conteúdo. A obra tem direção artística de Rogério Gomes, direção de João Gomes e Thomaz Cividanes, produção de Juliana Castro e direção de gênero de José Luiz Villamarim.
Um comentário:
Estou assistindo e até aqui está ok. Gosto de temáticas sertanejas, só não gostaria de ver o cangaço sendo romantizado.
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