terça-feira, 18 de junho de 2024

Cristina Pereira e Grace Gianoukas formam uma divertida dupla em "Família é Tudo"

 Há anos que os veteranos vêm perdendo cada vez mais espaço na teledramaturgia. Os elencos estão inchados de atores jovens, enquanto os mais experientes mal são escalados. É algo visível e incontestável. Um dos poucos autores que os valoriza é Walcyr Carrasco. Mas, justiça seja feita, Daniel Ortiz tem destacado dois nomes em "Família é Tudo": Cristina Pereira e Grace Gianoukas. 


É verdade que o autor tem falhado em vários aspectos em sua novela das sete, incluindo no praticamente sumiço de Arlete Salles da história, que vem aparecendo muito pouco e sempre em cenas irrelevantes. As críticas que vem recebendo são justas. Porém, Ortiz tem acertado em cheio no destaque em cima da divertida dupla formada por Marieta e Leda. A primeira trabalhou como babá dos cinco irmãos protagonistas, mas se apegou a Júpiter (Thiago Martins) e acabou virando uma outra mãe. Já a segunda é a progenitora do playboy e nunca concordou com a vida mansa que o filho leva, muito menos com a sua conduta com as mulheres. 

As duas fazem um contraponto que funciona e agora vêm protagonizando mais cenas juntas, sem a necessidade da presença de Júpiter, que antes estava o tempo todo com elas. Isso porque Leda tinha como lema de vida o conservadorismo e os bons costumes. A ricaça vivia proferindo frases de defesa da família.

Mas tudo começou a mudar quando a diretora da gravadora achou que Guto (Daniel Rangel) estava interessado nela. Embora tenha se mostrado horrorizada com o 'tarado mirim', aos poucos foi gostando da ideia de ser desejada, o que proporcionou sequências hilárias ao lado de Marieta, que virou uma espécie de conselheira sentimental. 

Leda foi ficando cada vez mais interessada em Guto, mas, após semanas de flertes imaginários, descobriu que o estagiário é apaixonado por Lupita (Daphne Bozaski). O fim do mal-entendido poderia diminuir o destaque da personagem, mas o autor criou uma nova situação e colocou a personagem para correr atrás do tempo perdido. Ou seja, agora a mãe de Júpiter quer viver a vida intensamente e tem se aventurado em aplicativos de relacionamento, para o horror do filho e receio de Marieta. As cenas seguem bem-humoradas, o que valoriza a conhecida veia cômica de Grace e também de Cristina. As atrizes têm um delicioso entrosamento cênico e crescem quando estão juntas. 

Grace é uma figura rara nas novelas, pois sempre se dedicou mais ao teatro. Fez apenas pequenas participações em "Bang Bang" (2006), no remake de "Guerra dos Sexos" (2012) ---- ambas na Globo --- e em "Cúmplices de um Resgate" (2015), no SBT. Em 2016, entrou para a 'panelinha' de Daniel Ortiz em "Haja Coração", onde interpretou Teodora Abdalla, personagem que morreu no início da trama, mas fez tanto sucesso que voltou na reta final viva e com um novo amor. Brilhou na pele da empregada Petúnia, em "Orgulho e Paixão" (2018), e no ano 2020 repetiu a parceria com Ortiz em "Salve-se Quem Puder", onde viveu a querida Ermelinda. Também se destacou em uma pequena participação em "Terra e Paixão" ano passado e atualmente ainda está em cartaz com "Nasci para ser Dercy", peça em que interpreta a icônica Dercy Gonçalves. 

Já Cristina Pereira estreou na televisão em 1979 e desde então acumula memoráveis trabalhos em sua carreira. Brilhou em "Elas por Elas" (1982) vivendo Yeda Furtado, se destacou em "Guerra dos Sexos" interpretando a sonhadora Afrodite,  e esteve também em "Vereda Tropical" (1984), "Cambalacho" (1986) e "Corpo Santo" (1987).  Após o imenso sucesso como Fedora em "Sassaricando", recebeu o convite para integrar o elenco da inesquecível "TV Pirata" (onde ficou de 1988 a 1991) e no humorístico pôde mostrar suas inúmeras facetas para a comédia. "Vamp" (1991), "Confissões de Adolescente" (1994), "As Filhas da Mãe" (2001), "Floribella" (2006), "Vidas Opostas" (2006) e As Canalhas" (2013) foram algumas outras produções que puderam contar com seu talento. A veterana estava afastada da Globo desde 2005, quando marcou presença em "A Lua Me Disse". E só voltou em 2016, justamente em "Haja Coração", onde interpretou Safira Abdalla. No ano seguinte, em 2017, esteve no elenco de "Pega Pega" e em 2020 voltou a trabalhar com Ortiz em "Salve-se Quem Puder", onde viveu a governanta Lúcia. 

As atrizes agora formam uma das melhores duplas da atual novela das sete. A valorização dos veteranos é uma obrigação em qualquer trama, mas se tornou algo raro na teledramaturgia. Por isso é importante elogiar a atitude Daniel Ortiz em destacar o talento de Cristina Pereira e Grace Gianoukas em "Família é Tudo". É um prazer vê-las em cena. 

5 comentários:

João Pedro Ferreira Martins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marly disse...

Pois é, os atores e atrizes veteranos têm sido preteridos, em favor dos mais jovens. É o efeito do etarismo, preconceito bobo e injusto. Fico feliz quando vejo artistas veteranos sendo escalados, mas isso devia ser algo permanente e sem nenhum favor, já que eles provaram que merecem.

Beijão

Adriana Helena disse...

Sérgio eu adoro a Grace Gianoukas. Ela, além dos vários e intensos trabalhos no teatro e nas novela,s também fez participações no Vai Que Cola abrilhantando ainda mais o elenco da respetiva temporada. Ela é maravilhosa!!
Também gosto muito da Cristina Pereia, ela é fundamental nas novelas!!
Sou muito mais a favor das atrizes veteranas do que dos jovens...A novela fica muito melhor de assistir!!
Beijos amigo e um lindo final de semana!!

Sérgio Santos disse...

Injusto demais, Marly!

Sérgio Santos disse...

Eu tambem amo, Dri.