Tudo sobre a coletiva online de "Elas por Elas", a próxima novela das seis

 A Globo promoveu na primeira segunda-feira de setembro, dia 4, a coletiva online do remake de "Elas por Elas", adaptado por Thereza Falcão e Alessandro Marson, dirigido por Amora Mautner. Participaram os autores, a diretora e os atores Deborah Secco, Isabel Teixeira, Kesia, Mariana Santos, Karine Teles, Maria Clara Spinelli, Thalita Carauta, Lázaro Ramos, Rayssa Bratillieri, Valentina Herszage, Mateus Solano, Alexandre Borges, Marcos Caruso, Cássio Gabus Mendes e Filipe Bragança. Fui um dos convidados e a animação dominou o bate-papo.

Amora Mautner fez a introdução: "Essa é uma novela para atores. Estou muito feliz como se assistisse a uma peça de teatro. Demos uma sorte imensa com esse elenco. Tenho aprendido diariamente com eles. A comédia é um gênero de muito tempo e é quase impossível não gostar. Ao mesmo tempo que comédia é muito difícil, já o drama é mais fácil. E não tem trama paralela nessa novela. São sete tramas importantes. A minha filha assistiu ao primeiro capítulo comigo e disse que está mais parecido com o que ela vê no streaming do que com novela. É um 'multiplot'. E a abertura com o terma original será cantada por Preta Gil, Ivete Sangalo e Duda Beat." 

O autor Alessandro Marson analisou a obra como um todo: "A novela dá certo quando trabalha com a emoção e acho que nessa novela temos elementos muito fortes que podem pegar o público pela emoção. Falamos da relação de pessoas que se gostam. Temos uma gama de personagens que é impossível que as pessoas não se identifiquem com pelo menos um deles. Estou muito feliz com tudo o que estou vendo até agora. Estamos com um produto de muita qualidade.

Uma grande sacada dessa novela é o múltiplo protagonismo feminino. Temos uma gama de personagens femininos muito fortes. São mulheres que se gostam, apesar de tudo. É uma história que fala sobre amizade, de reencontro. Um tema caro a todo mundo. E com o remake vamos desenvolver algumas consequências que não existiram na original porque só aconteceram no último capítulo, como a descoberta da troca dos bebês, enfim..."

A colega Thereza Falcão acrescentou: "É uma releitura do texto original do Cassiano Gabus Mendes, mas mantemos o elemento original. Vamos ter mais romance que a obra original porque agora é uma produção das seis horas. A primeira versão foi às sete. E temos um mistério que permeia a novela que é o 'quem matou o irmão da Natália (Mariana Santos)?'. As personagens agora são mulheres multitarefas, ao contrário do que era na época. E a história dá a oportunidade de olhar para o seu passado a partir dos reencontros." 

Kesia comentou sobre a importância da diversidade no protagonismo: "Minha personagem era branca na versão original. Então já há uma mudança grande na Taís. Porque ela não foi amante, ela foi enganada. Taís não conta as coisas para Lara por amor. A dor que ela passou e sentiu não quer que a amiga sinta. A Sandra Bréa foi incrível na época vivendo a personagem e no humor. Tentei buscar um pouco nela também, embora a personagem seja diferente pela questão da pauta social. Uma representatividade muito maior do que eu." 

Maria Clara Spinelli se emocionou falando de sua protagonista: "É muita coisa boa nessa novela e não vou conseguir falar tudo aqui. Todo mundo sabe que a René nasceu transgênero. Ela é a mais batalhadora de todas, ajuda o marido. Na primeira versão, ela não trabalhava para fora e era apenas do lar. A novela fala da inclusão das pessoas trans no protagonismo, mas estamos colocando a personagem Renée entre seis mulheres maravilhosas e diversas. Ela está inserida na sociedade junto com outras mulheres brancas e negras. Estou muito honrada em estar nesse grupo e é uma responsabilidade muito grande. É uma mãe de família, uma amiga, uma trabalhadora. E Renée não é marginalizada, não veio do gueto. É amada pela mãe, pelo marido, enfim, coloca a personagem em uma nova narrativa de transgênero. Ela não é uma vítima, é mais uma. E queria aproveitar a oportunidade para falar algo pessoal. Como atriz acho que a gente devia rever esse conceito de atriz trans. Quando você junto dois adjetivos você cria um terceiro. Isso me diminui em relação as outras atrizes. A gente podia tentar me olhar como uma atriz e não uma atriz trans. Sei que a imprensa fala isso até como forma de enaltecer, mas não é algo que me define. Tenho uma carreira de quase vinte anos como atriz." 

Mariana Santos entrou no lugar de Monica Iozzi, que saiu por problemas de saúde, e falou da alegria de chegar no elenco: "Fui a última a entrar, então é um turbilhão de emoções. Era pequena quando a novela passou e lembro da atmosfera da minha casa com minha família assistindo. A Natália é uma personagem complexa, cheia de oscilações de humor, de personalidade. É atormentada, mas tem uma graça e uma leveza. Vários elementos que me possibilitam trabalhar em várias temperaturas. Quando cheguei para gravar pela primeira vez me senti em casa e muito acolhida. Foi tudo muito rápido. Tive que ler tudo, estudar tudo. Tentei colocar elementos que me foram dados no texto." 

Karine Teles fez questão de complementar: "Também estou muito feliz e honrada. A Carol é bastante diferente da personagem original em alguns aspectos práticos. A profissão, o jeito que ela vive. A personagem morava com a mãe e a minha mora sozinha. Tem muito sucesso no trabalho. A mexida que acontece na vida dela é voltar a conviver com as pessoas. 

Deborah Secco explicou um pouco de sua composição: "A Lara é um pouco inédita. Temos coisas da brilhante Eva Wilma, que a viveu na versão original, mas cheguei para fazer a Lara sem muita ideia de como começar. Ela é quase infantil, encantada com a vida. Logo no primeiro capítulo sente um grande baque. Não sei se estou acertando com ela, mas tenho me divertido. E isso é uma das coisas mais importante de um trabalho que você sabe que vai durar um ano. Estou junto de seis mulheres que admiro intensamente. E a vida da Lara acaba recomeçando por causa de uma mentira. Ela acaba conhecendo mais a si mesma depois disso."

Thalita Carauta comparou sua protagonista com a de 1982: "A Adriana a gente mantém algumas características da versão original, como ter uma filha e ser veterinária. Mas o status emocional mudou. A paixão mal resolvida deu uma acentuada. A saga dela será muito de cura emocional. A gente não sabe como será o desdobramento, mas ao menos nesse começo tem essa questão que o passado vai trazendo. Ela vai se vendo em uma dinâmica da tragédia. As coisas vão surgindo na esquina e ela vai sendo assaltada por emoções. Estou muito feliz de estar com essa mulherada maravilhosa. 

Isabel Teixeira falou de seu novo desafio na carreira: "Eu fiz três novelas. Duas são remakes. Acho maravilhoso porque estou desenvolvendo uma linguagem remake. A primeira coisa que eu fiz foi ver a novela de cabo a rabo. Estou encantada com o gênero e empolgada em fazer parte. Tenho visto muitas novelas. O remake é um jeito da gente se ver em sociedade e como a gente mudou. Eu lembro da novela porque eu tinha uns 9 anos quando passou. Helena é uma vilã que não sabe que é vilã. As vilãs têm fé cênica, elas são atrizes acima de tudo. E tem sido um prato cheio para mim. Vi muitas vilãs. A Bia Falcão de 'Belíssima', a própria Aracy Balabanian em 'A Próxima Vítima', a Branca em 'Por Amor'... Acho que estou fazendo a novela tradicional do Brasil pela primeira vez. E acabo em um triângulo muito legal com o Mateus Solano e a Thalita Carauta." 

Valentina Herszage falou rapidamente do triângulo amoroso cômico que viverá: "Sempre fiz muito drama, mas adoro fazer comédia. E agora faço um trio que vai gerar divertimento ---- sobre o triângulo amoroso com os atores Filipe Bragança e Rayssa Bratillieri. Faço uma personagem muito atualizada. Uma blogueira. E eu torço pela Cris e o Giovani, claro. Quero que sejam shippados." Filipe Bragança complementou: "Os personagens nessa novela não existem sem os outros. A minha construção do Giovani é a forma como interage com a mãe e com duas (Cris e Isis). Tem sido um exercício muito bom. 

Rayssa Bratillieri não escondeu a empolgação: "O texto é incrível. Fiz só duas novelas até hoje, mas lendo os capítulos eu não quis parar. Eu torço por Isis e Giovani. A gente tem uma troca muito linda. A busca da Isis é saber quem é o pai porque foi criada pela mãe e pela tia. Estou muito bem amparada por Maria Ceiça e Thalita Carauta. Nunca tive tanta liberdade em propor e criar com os outros atores. Valentina é uma grande atriz e também estou muito feliz em fazer com ela esse trio amoroso." 

Mateus Solano comentou brevemente sobre seu personagem: "Tem saído muito por aí que o Jonas é um tipo dúbio, mas não sei se o defenderia desta forma. Ele escolheu o casamento com a Helena pela estabilidade. O encontro com a Adriana balança ele, claro. A gente está podendo construir esses personagens sob o olhar do outro. Jonas está em um casamento de 25 anos. É muita coisa." 

Lázaro Ramos expôs o desafio de interpretar um personagem tão icônico na teledramaturgia: "Tem sido leve, divertido e cansativo fazer o Mário Fofoca. Quando fui fazer minha primeira novela, "Cobras & Lagartos", eu pesquisei muitos tipos masculinos fortes e um deles foi o Mário Fofoca. Então ele foi uma das minhas inspirações pro Foguinho. É um personagem difícil de fazer porque ele tem uma métrica teatral. É muita responsabilidade ser digno da companhia dessas atrizes maravilhosas e também pela expectativa. Estou mirando no saudoso Luis Gustavo, mas o personagem teve várias encarnações porque o próprio Luis o viveu várias vezes depois. E pela primeira vez terei uma família completa na teledramaturgia, após anos trabalhando como ator. 

Marcos Caruso resumiu um pouco sobre seu novo papel: "Normalmente faço o marido banana, o avô carinhoso, enfim. Agora faço um rico de caráter duvidoso. Fiz muito poucos ricos na ficção. Fiz muitos personagens úteis. Sérgio é um homem que desencadeia a ação e sofre a ação sem ser o protagonista. É protagonista da história dele, apenas. E não posso falar muito mais sem dar spoiler, tanto que não posso explicar o caráter duvidoso dele." 

Cássio Gabus Mendes estreou na televisão na versão original e comentou sobre seu retorno no remake: "Fiquei muito honrado quando a Amora me ligou. Só de receber o telefonema eu já sabia que devia ter alguma ligação com a novela. Nunca me passou pela cabeça que eu estaria aqui falando de um remake do primeiro trabalho que fiz na TV Globo. A ficha ainda não caiu. Eu estou vendo tanta gente boa. E fiquei encantando com a qualidade e o refinamento do texto de Ale e Thereza, que vai junto da direção da Amora. Posso dizer que estou muito honrado. Não gravei muito ainda, mas só de poder fazer parte desse projeto é um prazer muito grande.", disse o ator que viveu Elton em 1982 e agora interpreta Dr. Otávio.  

A coletiva foi muito boa e o remake de "Elas por Elas" estreia no dia 25 de setembro.