A Globo promoveu duas coletivas online de "Quanto Mais Vida, Melhor!", a nova novela das sete que estreia no dia 22 de novembro. Uma na quarta-feira (10/11) com o autor Mauro Wilson, o diretor artístico Allan Fiterman, e os atores Marcos Caruso, Elizabeth Savalla, Mariana Nunes, Evelyn de Castro, Alessandro Brandão, Pedroca Monteiro e Bárbara Colen. No dia seguinte, na quinta-feira (11/11), a coletiva contou com a presença dos protagonistas: Mateus Solano, Valentina Herszage, Vladimir Brichta e Giovanna Antonelli, além do autor e o diretor novamente. Fui um dos convidados e conto um pouco sobre o bate-papo.
Allan falou sobre a temática da novela, que muitos consideram pesada. "O primeiro nome da trama era "A Morte pode Esperar". Tinha até uma dose de ironia. Mas com a pandemia vimos que esse título não tinha mais sentido. Então optamos por esse da vida. E será tudo tratado de forma leve. O elenco também tem muita gente nova que trará um frescor para o horário. É uma novela muito musical. Uma vez por semana vocês vão ver uma música com a performance de um dos protagonistas cantando. E tem músicas inéditas compostas para a novela. Olha o spoiler", deixou escapar o diretor. Pedroca Monteiro contou sobre a identificação com seu personagem: "Não me identifico muito com o Prado. Ele é um brother hétero com uma autoestima inabalável e uma ética duvidosa. É um mulherengo que se acha muito inteligente, mas é completamente equivocado. Só que no meio do caminho ele encontra a Jandira (Micheli Machado) e cria uma paixão. Isso muda ele. Talvez neste momento eu me identifique mais com ele. Mas no todo sou bem menos hétero que ele e tenho uma autoestima bem menos elevada", debochou o ator provocando risos nos colegas.
Bárbara Colen falou de sua personagem: "A Rose é uma mulher que tem muito tempo que abandonou a profissão. Ex-modelo profissional. Interrompe a carreira a pedido do marido, Guilherme (Mateus Solano), um respeitado médico. E resolve se dedicar a alguma coisa, ser útil. E quando ela entra em contato com o projeto da Joana fica muito encantada".
Mariana Nunes, intérprete da Joana, fez questão de elogiar a relação das personagens: "A relação das duas é muito bonita, muito complexa e profunda. Tem muitas camadas e espero que o público alcance. A Joana tem um projeto de realizar atendimentos gratuitos para crianças carentes na clínica de Guilherme, mas ele não liga muito para isso no começo. Então a Joana consegue uma parceira que compra esse projeto, ao mesmo tempo que a parceira é a esposa do Guilherme, por quem a Joana é apaixonada", complementa a atrizQuestionado sobre a parceria com Elizabeth Savalla, vista atualmente na reprise de "Pega Pega", Marcos Caruso contou: "Trabalhar com a Savalla é sempre um imenso prazer. É a terceira vez que trabalhamos juntos. A novela não tem nada a ver com "Pega Pega", mas temos uma química muito boa. Estamos diferentes mas com o mesmo prazer de trabalhar com uma pessoa que adoro tanto, a minha querida Elizabeth Savalla. E essa novela tem quatro palavras muito positivas: o Quanto, o Mais, a Vida e o Melhor", respondeu o ator. Já Savalla complementou: "Apesar de termos várias histórias, temos uma única que é sob a visão da direção. Estamos fazendo uma obra fechada e eu nunca fiz uma obra fechada. Novela costuma ser uma obra aberta. Parece que tudo está sendo contado sobre a mão de um, mas há uma preparação feita conjuntamente. Foi muito importante essa novela acontecer no meio de uma pandemia. A feitura foi muito difícil. Ver atores tão bem preparados sabendo o que vão fazer foi muito prazeroso. Caruso e eu já temos uma relação, a gente se conhece e se confia. E meu personagem é um grande personagem", disse a querida atriz.
A história começa a partir da queda de um avião. Ao ser perguntado sobre a triste coincidência da recente tragédia envolvendo a morte da cantora Marília Mendonça, o autor declarou: "É uma fatalidade, uma coisa horrível. Se fosse na ficção, ela estaria viva. A vida escreve coisas ruins. Nós conversamos, claro, mas mudar era impossível. Eu precisava de um local em que quatro pessoas que nunca se viram na vida fossem morrer juntas e nenhuma fosse culpada pelo acidente. Poderia ser um acidente de carro? Poderia, mas mudar não teria como. No nosso caso, a morte não representa um fim. É o destino. Algo que vai modificar a vida destas quatro pessoas. A coincidência foi horrível, mas a novela é outra coisa", desabafou Mauro Wilson. "A única mudança nossa foi alterar as chamadas e não mostrar mais o acidente de avião. Mostramos apenas que o quarteto sofrerá um acidente e a partir daí a trama começa. E já estamos na reta final das gravações. A gente deve estrear com 30 capítulos entregues. Começamos a gravar em novembro do ano passado. E o processo da novela já dura dois anos. Queria deixar claro que estou muito feliz com esse processo mesmo dentro de toda turbulência. Estou feliz com o resultado. Estamos com uma história boa em mãos. Você se diverte em todos os núcleos. Mauro tem uma mão boa, ele vai da comédia para o drama em minutos. O elenco também é incrível. Trouxemos gente do teatro e misturamos com pessoas televisivas. Deu um caldo bom. Estamos ansiosos para vocês verem nossa história. Hoje (quinta) estamos gravando o último capítulo", acrescentou o diretor.
Perguntado sobre a importância social de seu personagem, Alessandro Brandão respondeu: "Bem grande. A Chefe é uma personagem muito bonita. Nos esforçamos muito para essa personagem ser uma drag queen. E uma drag é um homem fluido. É um trabalho que traz a possibilidade de ser muito importante para a causa LGBT. Eu, que também trabalho como drag queen, vejo muita importância. Trazer isso para a novela das sete é importante. Sempre quando levamos o LGBT para as novelas é bem pesado, né. Mas agora já é aceitação, já é o amor que temos um pelo outro. A fluidez que ela tem na novela é muito bonita. E é importante que a comunidade seja vista com esse olhar amoroso, não só o de luta. Quando fui escalado para esse papel não era uma personagem feminina, era um cara. Mas virou e a personagem não é binária. Eu agradeço muito", finalizou o ator.
A respeito da temática da obra, a talentosa Júlia Lemmertz desabafou: "A vida não faz o menor sentido. Tanta gente boa vai embora, como o caso recente da Marília Mendonça, e tanto filho da puta continua aí. Então a vida nem é questão de merecimento. E as pessoas irem embora causa uma tristeza, um buraco, mas temos que lembrar o tanto de bom que a pessoa causou na gente. Temos que aprender a celebrar a vida da pessoa que se foi e continuar trazendo com a gente tudo de maravilhoso o que ela deixou. Porque nós somos isso, inspirados nas outras pessoas. Acho interessante a novela falar do encontro das pessoas com a Morte. Tudo bem que é de uma forma lúdica da teledramaturgia, mas enfim. E nessa novela nada é o que parece ser. A Carmem, minha personagem, também teve uma espécie de segunda chance. Ela acaba descobrindo um afeto pela Paula (Giovanna Antonelli), sua rival. É uma novela onde cada um tem seu pedaço muito bem armado. O agravante é que a gente não viu nada", reconheceu a atriz. Evelyn de Castro lembrou de seu avô e de colegas de trabalho quando perguntada sobre quem traria de volta caso tivesse esta chance: "Meu avô via desde o 'Vale a Pena Ver de Novo' até a novela das onze. Faleceu em janeiro, quando eu já estava fazendo a novela, e eu até zoava ele. Eu traria ele de volta para me ver na novela. Mas além dele eu traria também Paulo Gustavo e Caíque Luna" (humoristas talentosos que se foram recentemente). A atriz ainda contou um pouco de sua personagem: "Essa novela tem sido muito especial. Deusa tem um cuidado com o que está fazendo, uma acolhida. E ela não consegue ficar sem falar. Ela bate de frente com a vilã do meu núcleo, que é a Ana Lucia Torre. Tem a coisa da justiça de não ficar calada. Ela tem até um bordão: 'Pulou da minha boca'. Ao mesmo tempo não acho que ela odeie a patroa. Trabalha há muitos anos com ela. Também consegui trazer drama para a Deusa. Pude colocar pitadas na Deusa, que é uma colcha de retalhos feminina", finalizou a intérprete.
Perguntei a Mauro Wilson como surgiu a ideia tão diferente para o seu primeiro folhetim como autor solo: "Se eu fosse duas pessoas estaria sendo processado pela outra. É uma ideia baseada na série que eu fiz 'Os Amadores' ------ especial de fim de ano exibido em 2005, 2006 e 2007, protagonizado por Murilo Benício, Cássio Gabus Mendes, Matheus Nachtergaele e Otávio Muller. Eu tive essa ideia quando quase morri em casa. Porque eu tinha 40 anos e engasguei. Sem ninguém para me socorrer. Eu só pensava em tudo o que eu ia perder. Aí tive essa ideia. Que aquilo seria uma segunda chance. Eu fiz três episódios anuais da série e ganhou até o Emmy. Até que a Globo veio com a ideia de fazer uma novela sobre isso. Eu tinha acabado de fazer "Ilha de Ferro" (série de Globoplay) e consegui melhorar a ideia porque agora um dos quatro vai morrer depois de um ano. Agora existe um caminho. Eles não sabem se eles vão morrer em um ano. Mas sabem que cada um tem 25% de chance de morrer em um ano. Então isso criou entre os quatro personagens essa ideia de que você tem que resolver sua vida. A novela mostra isso que muitas vezes a gente não pensa: nós temos um tempo. Eu vou viver e fazer tudo o que eu deixei de fazer e o que eu quero fazer. Vão tentar consertar tudo o que fizeram de errado, mas verão que isso não é tão fácil. E o único ator que eu pensei desde o começo foi o Vladimir para fazer o Neném. Nós trabalhamos em 'Cidade Proibida' (série de 2017) e nos demos muito bem. O núcleo dele até lembra um pouco 'A Grande Família'", contou o autor.
Valentina Herzsage não escondeu o entusiasmo com sua protagonista: "A novela chega em um momento onde precisamos valorizar as pessoas ao nosso redor. É uma história sobre empatia e amor. Os personagens têm uma segunda chance para olhar para as pessoas em volta e suas próprias atitudes. A Flávia é uma mulher que eu desejo ser ainda mais. É uma personagem feminista nas atitudes mesmo. E ela faz pole dance, então tive que malhar, algo que nunca tinha feito porque eu era da dança, do sapateado. Me inspirei um pouco em "Closer" ----- filme de 2004 com Natalie Portman. E sou louca pelo Mateus Solano. É uma pessoa incrível. A gente teve o desafio de juntos reinventar e fazer uma nova relação. Porque a Flávia é mais velha que a Bebeth. Uma personagem que viveu na noite. Ela e o Guilherme têm uma relação meio de gato e rato como casal. E também contraceno com o Jaffar Bambirra, que estreou junto comigo na televisão", complementou a atriz sobre a parceria com os atores, vista na atual reprise de "Pega Pega".
Guilherme é um cirurgião bem-sucedido e Mateus Solano falou um pouco sobre seu protagonista: "Ele cuida do coração dos outros, mas não entende o próprio. Precisa entender muito de amor porque no assunto é um analfabeto. Gosto muito de viver personagens diferentes da minha personalidade. Sou muito mais doce, divertido, espontâneo. Guilherme é oposto disso. É um tipo solar, mas muito controlador. E o maior desafio dessa novela foi gravar em plena pandemia. Em um ritmo ora intenso, ora inexistente, muita instabilidade. Tudo muito virtual, muito picado. Foram muitas as nossas dificuldades. Mas não houve problema na composição do personagem. A gente só teve facilidade nesse sentido porque esse elenco é uma coisa à parte. Muita gente boa. E meu encontro com a Bárbara (Colen, intérprete da esposa de Guilherme) foi profundo. Conseguimos passar bem uma relação longeva de um casal em crise. E a novela mostra que a vida está passando e você precisa prestar atenção", finalizou o ator.
Giovanna Antonelli era a mais animada na coletiva: "Como vocês já viram, nossa novela é muito solar e divertida. Tá todo mundo precisando dessa energia no ar. A Paula tem muitas facetas que vocês vão conhecendo. Vocês vão se divertir muito com as diferenças e as loucuras de amor que ela vai fazer. É um prazer muito grande trabalhar com o Vladimir (com quem fará par), Valentina e Mateus. Paula adora ser odiada. Mas é adorável. É uma personagem que tem a minha temperatura. Se eu tenho velocidade, eu boto três vezes mais para ela. E minha parceria com a Júlia Lemmertz também é ótima. O pessoal da caracterização e figurino arrasou na Paula. Acho que 70% da composição da personagem é isso. Ela usa tudo no mesmo tom. Cores cítricas. Virou uma tendência. Fiquei muito feliz de conceituar uma personagem com sapato, roupa. Eu adoro isso. Acho que a mulherada vai adorar", contou a atriz.
Vladimir Brichta comentou sobre seu retorno aos folhetins cômicos: "Eu estava com saudades de fazer novela e comédia. Não pude negar o convite, até pelo momento difícil que estamos vivendo neste país. Fazer comédia era uma escolha própria para o atual momento e veio a novela. Tentei fazer do Neném o mais leve e agradável possível para que as pessoas realmente gostem e se divirtam. Uma gargalhada hoje em dia está valendo milhões. Gosto de caminhar por diversos gêneros, mas a comédia veio muito a calhar agora. Ironicamente, troquei o futebol pelo teatro. Agora vivo um jogador de futebol. E é uma aventura trabalhar com filho. Muito especial, tocante e prazeroso. Mas também é difícil. Preciso enxergar ali uma colega de trabalho e não uma filha. Agnes tem 24 anos de idade, é uma profissional. No cenário, ela é uma colega. Não trato com diferença não. Quem me vê no set pode até pensar que sou frio como pai, mas não sou não. Foi um presentaço", complementou o ator, aos risos, sobre a parceria com sua filha da vida real, Agnes Brichta, que interpreta Tina, sua filha na ficção.
A coletiva de "Quanto Mais Vida, Melhor!" teve o clima que a novela de Mauro Wilson promete apresentar: leveza. Aguardemos.
18 comentários:
Sempre detalhista! Amo ler essas análises porque parece que a gente participou da coletiva com você.
Pelo que eu li do folhetim até hoje, tenho certeza de que a obra em sua totalidade deixará muitos telespectadores com água na boca! "Quanto Mais Vida, Melhor!" promete e não é pouco, uma mistura que tem tudo para dar certo. Como eu disse, o público estará bem servido com três novelas inéditas na grade de programação da TV Globo, após quase dois anos de reprises.
Guilherme
Bom dia Sérgio!
Pelos atores, acho que vai ser uma boa movela.
Muito boa essa matéria adorei ler.
Tenha um ótimo fim de semana.
Beijos.
Olá, tudo bem? Além da pandemia, o acidente aéreo que vitimou Marilia Mendonça é outro empecilho na divulgação da novela. Sei não... Veremos o que acontece. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
Achei o tema meio thrash!
Tenho visto pouca televisão!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Mais uma brilhante análise.
Boa semana
Abraços
Mais uma novidade para mim!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
Muito legal a coletiva de imprensa. Parece que será uma novela leva e até que gostei da premissa. A logo também é muito boa.
Boa semana!
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia
Que honra, Fernanda!
E nao é que tem deixado, Guilherme?
Ta sendo, Fatyma.
Infeliz coincidencia, Fabio.
Mas nao significa que seja ruim, anonimo.
Tudo bem, Isa.
Bjs, Maria!
Que bom, Teresa.
E é mesmo, Emerson.
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