terça-feira, 4 de maio de 2021

Tudo sobre a coletiva online de "Onde Está Meu Coração", nova série da Globoplay

 Na última sexta-feira (30/04), a Globo promoveu uma coletiva online da nova série da Globoplay: "Onde Está Meu Coração", escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, dirigida por Luisa Lima. Os autores e a diretora participaram do bate-papo, que também contou com a presença de Letícia Colin (que vive a protagonista Amanda), Fábio Assunção, Daniel de Oliveira e Mariana Lima. Fui um dos convidados e conto um pouco sobre a produção que estreia na íntegra no serviço de streaming da Globo nesta terça-feira, dia 4 de maio, e teve seu primeiro episódio exibido nesta segunda-feira (dia 3) no canal aberto, logo após o "BBB 21". 

"A escolha da protagonista ser uma médica foi declaradamente dramatúrgica até para mostrar que ela tem conhecimento para entender o funcionamento da droga, mas ainda assim não consegue se livrar. E não é uma série sobre drogas, é uma série de relações familiares e como são afetadas com a droga.", declarou George Moura. Já Sérgio Goldenberg complementou: "A gente viu como as pessoas da classe média escondem a questão do vício. Normalmente a pessoa deixa de existir. Internam numa clínica e evitam falar do assunto." "É uma mulher que tem tudo pra ser feliz e responde a todos os padrões do êxito social, mas ainda assim não consegue", diz a diretora Luisa Lima. 

"Onde Está meu Coração" é uma resposta fisiológica se pensarmos que a protagonista é uma médica (no lado esquerdo do peito), mas pode ser também uma pergunta sobre o direito de ser feliz. "Onde Nascem os Fortes" (minissérie escrita pela dupla em 2018) e "Onde Está Meu Coração" é uma trilogia nossa.

Porque já temos o terceiro título que também começa em "Onde", mas ainda não temos a história.", contou George sobre o significa do título e seu futuro projeto com o parceiro Sergio. O autor ainda complementa: "Quase todas as filmagens foram feitas em locações, quase nada em estúdio, e isso faz com que São Paulo seja uma das protagonistas. Expondo como a cidade pode ser acolhedora e opressora ao mesmo tempo".

"O mais legal é quando o público enxerga a narrativas com olhos livres e a gente tenta na narrativa surpreender para mobilizar. Normalmente associam mais a questão das drogas ao tráfico, periferia, enfim. Desejamos que quem assista saia dessa experiência com um olhar mais generoso e menos julgador. Porque a dependência química é caso de saúde pública e não de polícia. Fizemos um mergulho na família justamente para mostrar esse novo olhar", explicou George sobre como o telespectador enxergará a postura da protagonista Amanda ao longo da série. "É uma série humanista", acrescentou Luisa. 

"Poderia dizer que quase não teve cena que a gente não se emocionou ou impactou. Todas as cenas eram arriscadas emocionalmente e fisicamente. Agora que a gente só grava em estúdio e as locações estão proibidas pela pandemia, a gente vê como aquilo eram importante. Você correr pela rua com uma equipe atrás. A gente foi muito aberto nesse trabalho. Eram cenas de tanta tensão e emoção... Foi uma série rodada em alta intensidade. Uma série de acolhimento. E todas as cenas eram gravadas com uma trilha específica. Então a Luisa sempre ficava correndo com uma caixa de som no set para acompanhar cada momento", contou Mariana Lima sobre a importância das sequências gravadas em 2019. "Um dia eu chego para ensaiar e a Letícia para na minha frente e fala: 'Tô grávida. Chorei de emoção. E esse papel pra Letícia foi muito importante profissionalmente. Só que em uma cena eu tinha que jogar ela no chão e depois dessa notícia não consegui fazer mais isso. Aí criamos outros meios. Foi muito emocionante. A arte e a vida juntas", lembrou Daniel de Oliveira sobre a época que Letícia engravidou de Michel Melamed perto do final das gravações. 

"A gente se afetou muito um com os outros. Foi um trabalho maravilhoso. Todas as cenas foram impactantes. Nenhuma cena passou batido ou teve uma cena fácil. Tudo é um mergulho coletivo. Um trabalho que realmente a gente colocou nosso coração e nossa alma. Porque é uma discussão que vale a pena. Associamos muito isso de droga a pessoas vulneráveis, como as que ficam nas ruas, que já sofrem racismo, preconceito, enfim. E a série justamente desassocia isso. Porque parece que a gente tá falando de uma coisa rara. Mas é muito mais comum do que parece ser. O crack, por exemplo, é usado nas classes sociais altas também. As doenças todas não escolhem etnias e classe sociais. As pessoas mais abastadas têm apenas mais estrutura para tratar isso de forma privada. A gente tem um privilégio que as pessoas nas ruas não têm. Esse assunto pra mim tá tão bem resolvido na minha cabeça que vejo isso com distanciamento e compreensão. A série fala sobre o desmoronamento de uma família. Meu personagem é um pai apaixonado pela esposa e pela filha. Quando ele vê a filha viciada em crack não sabe o que fazer mesmo sendo um médico. ", desabafou Fábio Assunção sobre a série que lembra um pouco sua vida pessoal. 

E Leticia Colin falou um pouco do seu processo de preparação para a protagonista: "Conversei com muitos psiquiatras, fomos aos CAPs (Centro de Atenção Psicossocial). Eu particularmente conversei com muito morador de rua que fumava uma pedra e já pensava em como conseguir dinheiro para fumar outra foi algo que me comoveu muito. Não estive na 'Cracolândia' como quem vai ao zoológico. Respeito absurdamente cada pessoa que cedeu o seu tempo para conversar comigo. Porque aquelas pessoas têm pai, mãe, enfim. É algo que me comove muito. Tem a ver com a política de redução de danos tão pouco usada. Além disso, conversei com pessoas que venceram a dependência do crack. História emocionantes. Porque a vida é muita coragem, né. E a de alguém que tem uma dependência química fica mais difícil do que já é", se emocionou a atriz. 

"Onde Está Meu Coração" tem tudo para ser uma produção de alto nível e o bate-papo com o elenco mostrou o quão todos se entregaram no trabalho. O primeiro episódio é impactante. Letícia Colin, Fábio Assunção, Daniel de Oliveira e Mariana Lima irretocáveis. George Moura e Sergio Goldenberg prometem entregar uma história de intensa carga dramática.  Uma série que mescla ficção com uma temática presente na vida de muitas famílias. 

7 comentários:

Anônimo disse...

Gostei da estreia, vou ver o resto.

Anônimo disse...

Parece mt boa mesmo.

Gabriella disse...

SENSACIONAL!

Jovem Jornalista disse...

Quero muito ver essa série. Não sabia que se tratava de uma trilogia.

Boa semana!

Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia

Sérgio Santos disse...

E é, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Tb achei, Gabi.

Sérgio Santos disse...

Se trata sim, Jornalista.