quinta-feira, 27 de junho de 2019

"Sob Pressão" consegue se superar com plano-sequência de tirar o fôlego

A melhor série da Globo está em sua última temporada, o que vem despertando uma justificável indignação no público. Afinal, "Sob Pressão" tem fôlego de sobra para muitos anos e não falta temática importante para ser abordada na história tão bem dirigida por Andrucha Waddington e escrita por Lucas Paraizo e equipe. Exibida às quintas-feiras em seu terceiro ano, a produção foi transmitida excepcionalmente pela Globo nesta quarta-feira (26/06) em um episódio duplo.


E impressiona como o seriado consegue se superar a todo instante. Quando o telespectador acha que não tem como melhorar, o roteiro apresenta uma nova virada de tirar o fôlego. O décimo episódio da terceira temporada já pode ser considerado um dos melhores de toda a série. A convergência do caos da saúde pública com a falta de segurança do Rio de Janeiro (que é um reflexo do Brasil como um todo) resultou em uma catástrofe no hospital São Tomé Apóstolo e o realismo das cenas impactou do início ao fim.

A falência do poder público foi exposto através das mazelas que mais atormentam a vida da população. Os dois fatores, ironicamente, ainda expõem um trauma em comum do brasileiro: o medo de morrer (ou doente negligenciado em um hospital público ou com um tiro dado por bandido, miliciano ou policial).
O episódio começou com um tom mais ameno através de um mutirão de saúde promovido pelo hospital e foi tensionando aos poucos, até entrar em um ritmo frenético e de adrenalina extrema.

A milícia já havia sido abordada no início da atual temporada e voltou com força total. Cesar Ferrario brilha como o chefe da milícia da região e o bandido acaba corrompendo Evandro (Júlio Andrade), que aceita a "doação" de um equipamento para salvar uma paciente que se queimou gravemente em uma fogueira. O namorado da menina, inclusive, vira uma presa do chefão, que promete cobrar o favor no futuro. A cobrança para Evandro, entretanto, veio bem cedo. Isso porque a polícia fez uma operação no morro próximo ao hospital e o canalha acabou ferido. É justamente a entrada dele no hospital que promove o choque de caos.

Evandro e Carolina (Marjorie Estiano) foram feitos reféns pelo miliciano, que os obrigou a operá-lo e sem anestesia geral. Seu capanga estava sempre por perto ameaçando. Os dois heróis, claro, conseguiram salvá-lo. A polícia, no entanto, acabou invadindo e um intenso tiroteio foi iniciado, promovendo um banho de sangue no local,  piorando o que já estava crítico. Para culminar, Carolina foi atingida bem na barriga por uma maca durante uma confusão e o susto da personagem já indicou a possível perda do bebê que esperava de Evandro. Foi uma sucessão de cenas excepcionais e vale destacar o show de Marjorie Estiano em todos os instantes pós-pancada. O medo da médica foi aterrorizante.

Os dois episódios marcaram a estreia de Julio Andrade na direção. O ator dirigiu sozinho o nono capítulo e o décimo contou com a ajuda de Andrucha ---- Julio dirigiu de dentro da cena e Andrucha no vídeo. Já está provado que seu talento vai além de atuar. Até porque o décimo episódio foi todo em plano-sequência, ou seja, a mesma câmera filma todas as cenas, sem qualquer corte. O equipamento vai acompanhando determinado personagem e migra para outro, mas sem ignorar o todo. É algo dificílimo na direção e a ousadia de produzir um capítulo inteiro assim foi admirável. Foram apenas três cortes somente para a entrada dos intervalos comerciais. Raras produções do mundo conseguem tal feito. Foram oito horas de ensaio que valeram a pena. O resultado não poderia ter sido melhor. Evandro é um baita médico e seu intérprete um ator/diretor grandioso.

"Sob Pressão" segue excepcional e os elogios nunca são demais, embora muitas vezes caiam na repetição por razões óbvias. A melhor série da Globo segue a todo vapor e apresentando uma semana melhor que a outra. Tinha que durar o ano todo e só terminar em dezembro já que será a última temporada, lamentavelmente. Esses dois episódios exibidos nesta quarta apenas deixaram claro que a capacidade de superação desse formato é infinita.

18 comentários:

Anônimo disse...

ESSA SÉRIE NÃO PODE ACABAR!!!!!!!!!

Clara disse...

To sem ar até agoraa!!!!

Anônimo disse...

Essa série é a melhor produção internacional inclusive. A Globo tem a obrigação de inscreve-la no Emmy.Seu texto me deixou com a adrenalina do episódio.

Andressa Mattos M. disse...

Disse tudo e mais um pouco. Fiquei tensa demais e chorei com Marjorie. Que série maravilhosa.Seu texto está perfeito.Não pode acabar!!!!!!!

Pedro disse...

IMPACTADO ATÉ AGORA!!!

Anônimo disse...

Produção de primeiro mundo.

Adriana Helena disse...

Espetacular essa série Sérgio, nossa, que incrível, uma produção arrebatadora!!
Ontem sofri demais com a Marjorie...Ela é estupenda!!
Não pode acabar amigo, por favor....
Desejo um lindo final de semana querido amigo!!
Beijos!!!

Anônimo disse...

A Globo é burra???? Porque vai acabar????

FABIOTV disse...

Olá, tudo bem? Eu estou sem ar até agora. Que série! Talvez tenha sido o melhor episódio dentre as três temporadas. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

Sérgio Santos disse...

Nao pode, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Idem, Clara.

Sérgio Santos disse...

De pleno acordo, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, Andressa.

Sérgio Santos disse...

Bom demais, Pedro.

Sérgio Santos disse...

Isso, anonimo.

Sérgio Santos disse...

É isso, Adriana!!!!!!!

Sérgio Santos disse...

Ninguem sabe, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Foi msm, Fabio.