A Globo promoveu na quarta-feira retrasada, dia 24, a primeira coletiva virtual de "Três Graças", a próxima novela das nove, escrita por Aguinaldo Silva, Zé Dassilva e Virgilio Silva, e dirigida por Luiz Henrique Rios. Participaram os autores, o diretor e os atores Marcos Palmeira, Xamã, Enrique Diaz, Juliano Cazarré, Guthierry Sotero, Gabriela Medvedovsky, Romulo Estrela, André Mattos, Vinicius Teixeira, Lucas Righi, Luiza Rosa, Amaury Lorenzo, Lorrana Mousinho, Paulo Mendes, Gabriela Lohan, Dira Paes, Alana Cabral e Sophie Charlotte. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo a seguir.
Aguinaldo Silva comentou sobre a sua escrita e sua nova história: "Busco homenagear mulheres anônimas que saem muito cedo de ônibus para trabalhar, que são criaturas humanas e batalhadoras. Quis fazer o retrato dessas mulheres urbanas. Minhas novelas sempre são sobre mulheres. Sempre tive protagonistas mulheres e vilãs mulheres. Como escritor eu transito bem nisso. Sempre observei essas pessoas na minha casa, na rua, e essas pessoas merecem que eu conte a história delas. As protagonistas, apesar das dificuldades, são personagens solares. As três Graças e as mulheres que as rodeiam. Não há espaço para tristeza. E quando escrevo não penso em repercussão na internet. Quando fiz a Nazaré não imaginei que viraria a rainha dos memes. Mas tenho certeza que falas da Arminda, que é a grande vilã, vão viralizar.
Luiz Henrique Rios analisou a essência da nova obra: "É uma história passada no Brasil que conta a trama de três mulheres potentes que moram em uma favela. Um lugar de força em que as pessoas realizam sua vida com fé e vontade de ser feliz. Lá falta o estado, o bem público e atenção, mas tem muita potência.
Fomos gravar na Brasilândia, favela de São Paulo, e aquelas pessoas criaram suas vidas diferente de todos nós. E no outro lado do país temos uma elite com muita dificuldade de lidar com isso. A novela é sobre o dilema ético do país. Quanto que a vida vale? Tem muito drama, tragédia, enfim, é pensada para que as pessoas assistam, se divirtam e se apaixonem.Zé Dassilva falou da parceria com Aguialdo: "A Gerluce vai tentar mudar a vida dela e quebrar essa engrenagem. Gratidão pelo Aguinaldo. É a terceira vez que trabalhamos juntos. Fizemos 'Império' e 'O Sétimo Guardião' antes. Aguinaldo sabe para onde a história pode andar. Uma coisa que une a gente, além dos três Silvas, é que os três são de cidades do interior e viemos do jornalismo. É um sonho estar na co-autoria com ele.
Virgilio Silva também comentou sobre a co-autoria com Aguinaldo: "Não é uma questão romantizada da favela, as protagonistas sabem a vida que levam e é um leão por dia. Aguinaldo é generoso e coloca você de igual para igual. Não tem diferença nos momentos de criação. Já era fã há muito tempo e trabalhei com ele como colaborador e agora como co-autor. Trabalhar com ele é um sonho e a realização desse sonho.
Sophie Charlotte falou sobre sua nova protagonista: "Passei muito tempo tendo sorte com as oportunidades que surgiram e depois de 'Renascer' verbalizei que queria contar histórias como a da Gerluce. Luiz me chamou para fazer um teste e me apresentou a personagem. Fiquei fascinada e preocupada em como dar conta de uma pessoa que enfrenta coisas nada fáceis, mas mantém sua alegria. Quando a gente pensa no Brasil a gente pensa nesse contraste e como consegue equilibrar coisas tão opostas. Vem sendo um processo muito lindo. A gente tem um elenco que é um luxo. Estou feliz com a oportunidade e perceber a cada cena a potência dessa personagem".
Dira Paes analisou sua nova personagem: "A Lígia tem me trazido tantas reflexões sobre essa mãe pioneira que começa essa vida solitária. Ela chegou na Chacrinha, começou a vida ali sozinha e construiu uma história de amizade com a filha, como se as duas tivessem amadurecido juntas. A Gerluce já tem o amparo da mãe e depois a neta também. A casa delas é tudo, é o coração delas. Estamos criando esse vínculo forte e só é possível viver em um ambiente com tantas faltas como o que elas vivem tendo muita troca, um suporte, um bem emocional. Lígia já foi tão potente quanto a filha e fica com um sentimento de que é uma inútil por conta da saúde. Espero trazer essas reflexões. O Joaquim, vivido pelo Marcos Palmeira, representa um momento mal resolvido na vida dela. Porque você não pode amar quem não ama sua filha e sua neta. Há uma tentativa de resgate dessa relação até para Lígia poder se libertar dela".
Marcos Palmeira falou de seu novo trabalho: "Venho de dois remakes, duas obras fechadas, e agora voltar para uma obra aberta e com um personagem tão distante de mim. Um cara impaciente, estressado, mal resolvido. Ele se coloca para baixo, tem uma carência muito grande dessa relação com a Lígia. Adorando a relação do meu personagem com o Misael também, que é vivido pelo Belo. Estou experimentando muitas coisas com esse personagem. Há uma potências nessas relações. Estou feliz e muito nervoso. Estou na torcida para ter muitos momentos de romance com minha amiga Dira.
Alana Cabral não escondeu a empolgação com sua primeira protagonista: "Estou muito honrada, nem nos meus melhores sonhos imaginava com isso. Sou atriz desde os 7 anos e achei que só protagonizaria uma novela mais para frente. Estou aprendendo muito e estou feliz em ser uma das protagonistas dessa história. Joélly tem 15 anos e eu tenho 18. Na personalidade somos diferentes, ela é mais romântica do que eu. Contracenar com Sophie e Dira é uma aula todo dia. As duas são muito empáticas comigo. Já trabalhei com a Dira antes e sempre fui apaixonada pela artista que ela é, assim como sou apaixonada pela artista que a Sophie é. É uma relação linda entre as três personagens e que representa a maioria das casas periféricas do Brasil. A única coisa que sustenta é o amor e o apoio psicológico que elas têm naquela casa. O abandono paternal faz ela encontrar no Raul de Romeu e Julieta. Ela ama estar com ele, mas vejo que a falta de ter uma figura paterna a faz ficar presa nessa relação. Não acho que ela enxerga como algo tóxico, isso nem passeia pela trama, porque é colocado de uma forma romântica. Uma relação que vai amadurecendo e mudando. Acho que isso vai mexer com o público, principalmente depois que eles têm um filho".
Paulo Mendes comentou sobre seu novo papel: "Raul tem muitos problemas dentro de casa, ele nunca é muito notado pela mãe e pela avó. Não significa que não é parte daquela família. É uma figura que está sempre ali e não é percebida.. Encontra refúgio no amor e no vício em drogas, o que o faz conhecer a Joélly. No amor com ela consegue se colocar em um lugar que nunca encontra na sua casa. O romance o faz ser a pessoa mais feliz do mundo e quando está longe se sente a pior pessoa do mundo. Ela traz o melhor dele".
Romulo Estrela adiantou as característica de seu mocinho: "Prazer enorme fazer essa novela. Apesar de já ter vivido outros policiais em outras tramas, o que me deixou empolgado agora é a dualidade. É um cara cheio de falhas e vulnerabilidades que não soube administrar a vida pessoal muito bem. Quando encontra a Gerluce passa a olhar para si de uma forma diferente. São tantas histórias que a gente fica entusiasmado para ver logo isso no ar. É um personagem que me chamou muita atenção. Em determinado momento da vida ele esqueceu de olhar para si. E trabalha em uma delegacia, um ambiente muito árido, não há beleza ali".
Gabriela Medvedovsky comentou sobre seu núcleo: "Luiz sempre fala que os pilares da trama são o drama, a comédia e o mistério. Poder transitar entre essas linguagens no meu núcleo é um presente. São temáticas densas, mas é uma novela para entreter e temos lugar para ser feliz naquela delegacia". André Mattos complementou: "A nossa coxia é muito boa e nossa troca é muito legal. É uma alegria fazer parte dessa novela. Romulo é um cara generoso, Gabi também. Muita felicidade fazer parte dessa aventura.
Gabriela Loran se empolgou com seu papel: "Viviane é a personagem que sempre sonhei em interpretar. Ela é trans, mas isso não a define. Ela é complexa e tem relevância na história, é a melhor amiga da Gerluce, se formou em Farmácia. A novela nem começou e já venho recebido mensagens de mulheres trans que também são formadas em farmácia. Que bom poder trazer esse refresco para não mostrar que trans são só um elemento de dor e de morte. Viviane cuida das pessoas e ver uma pessoa trans ocupando esse espaço de afeto, amor e importância é muito bom para mudar o imaginário das pessoas. Quando estou na rua não penso se vou entrar em um banheiro masculino ou feminino, eu penso que estou atrasada para ir gravar na Globo penso em ver meu namorado, enfim..."
Enrique Diaz analisou sua presença na obra: "Acho um milagre os autores fazerem algo tão complexo e vivo. Foi um prazer ter recebido o convite para a novela. Faço um pastor evangélico que cria uma filha e ainda estou em um aprendizado com novela. Uma obra aberta que você tem que observar muito e não tem as informações sobre o fim do personagem. Não sei o que vai acontecer e estou achando desafiador a presença do setor evangélico na trama. A fé é algo íntimo e há uma busca ali para eu entender o Albérico. Tem sido bom estar com esse processo aberto.
Luiza Rosafalou de sua estreia na TV: "Minha personagem, a Kellen, é muito amável e há uma relação bonita com o pai. A relação dela com a Joélly também é de confidência. É mais velha que ela e a ajuda no processo da gravidez e no namoro com o Raul. Ela é parceira da Lígia também. O pai é pastor e foi crescida em um ambiente evangélico. Todos são tratados com muito respeito por eles. É minha primeira novela e só tenho que agradecer esse presente".
Xamã explicou brevemente sobre seu papel na história: "Meu personagem, o Bagdá, é parecido com muitos amigos meus que conheci ao longo da vida. É um cara que vai preso, assim como tantos que conheci, por conta do descaso do Estado. A novela é um tom acima da realidade, mas já conhecemos muitas histórias assim. Meu núcleo tá um clima muito bom".
Vinicius Teixeira acrescentou: "Faço um doss capangas do Bagdá e são personagens que veem na violência a única oportunidade do caminho de vida. O lugar da hierarquia. Vandilson é ambicioso, gera atrito com o Bagdá. Me sentindo feliz em estar nesse núcleo amoroso". Lucas Righi também complementou: "Estar representando o Alemão é muito importante. Várias pessoas jovens começam no crime muito cedo porque foram privadas do acesso ao lar, uma família, cultura, enfim, ao sistema que está falhado. Peguei muitas referências com o tráfico, o PCC, enfim. É tenso falar sobre o tráfico, mas por ser novela a gente consegue inserir diversão para a cena também".
Amaury Lorenzo comentou sobre a diferença dos seus três personagens na TV até agora: "Rodo o Brasil fazendo teatro e sempre me falam como a novela é importante para a cultura brasileira. Sou um ator que vai para tudo quanto e lado, faço drama, faço humor... Ramiro ('Terra e Paixão') e Chico ('Volta por Cima') transitaram entre os dois e agora o Gilmar é um trabalhador que está em uma empresa de ônibus. Ele é bem diferente do Chico e quer o coração da Gerluce".
Lorrana Mousinho falou da importância da sua personagem na sociedade: "Cláudia é uma cuidadora da casa de Arminda. O que tem mais de especial na personagem é conciliar o trabalho com os estudos, uma realidade de grande parte dos brasileiros. Levo a bandeira da esperança, da alegria e sonho nutrindo a Cláudia. Ela cursa vestibular pra medicina e falar das cuidadoras é muito importante, um trabalho que costuma ser invisibilizado.
Guthierry Sotero falou da alegria de estar no elenco vivendo um novo papel: "O Júnior precisava nadar contra a maré e ajudar as pessoas próximas a ele. Sou um cara tímido e poder observar meus colegas é incrível. Receber esse convite era algo muito distante pra mim, mas tratei isso na terapia e vi que era digno desse convite. Estou muito feliz e grato".
Juliano Cazarré expliccou sobre seu personagem: "Vou fazer o Jorginho Ninja. Um cara preso e na cadeia se converte pelas mãos do pastor Albérico. Está com um problema de saúde e quando sai da cadeia tenta buscar o perdão das pessoas que prejudicou no passado. Tem um arco muito interessante. Estou feliz".
'Três Graças' estreia dia 20 de outubro.
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