O Globoplay promoveu na terça-feira retrasada, dia 23, a coletiva virtual de "Vermelho Sangue", a nova série da plataforma de streaming, escrita por Rosane Svartman e Claudia Sardinha. Participaram as autoras, a diretora Patrícia Pedrosa e os atores Alanis Guillen, Letícia Vieira, Pedro Alves, Laura Dutra, Bete Mendes, Rodrigo Lombardi, Heloísa Jorge, Alli Willow, Flávio Souza, Fafá Renó e Rogeann. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo a seguir.
Rosane Svartman comentou sobre a ideia da série: "Durante centenas de anos essas histórias fantásticas falavam do espírito de sua época e com Vermelho Sangue não é diferente. Falamos até onde vai a ciência, valorizamos nossa biodiversidade, é uma série muito brasileira. Sempre falamos dos vampiros estrangeiros e agora são brasileiros e falamos de conflitos a nível pessoal. A pergunta da série é quem são realmente os monstros? A gente parte os conflitos a partir de suas personagens, que é a Luna e a Flora. O Globoplay fez uma encomenda de uma série de vampiros porque era algo que tinha boa audiência, como Vampire Diaries. E fizemos pesquisa na Serra da Canastra e vimos que lobisomem é algo que faz parte da nossa cultura. Aí pensamos que podia ser uma lobimoça no lugar do lobisomem e o logo ser o lobo-guará. Trouxemos um biólogo, o Rogério Cunha, para ajudar na pesquisa. Nós respeitamos o código do gênero fantástico, mas com uma cara brasileira. E temos uma qualidade internacional. A segunda temporada está prevista para 2026".
Cláudia Sardinha complementou: "A Luna só quer ser normal e a Flora quer ser extraordinária. Já o Michel vai se aproximar estrategicamente da Luna e ela vai ficar dividida entre sua parte sobrenatural e a parte humana.
Há uma triângulo amoroso entre eles e a Flora. E falamos da questão do gênero com a lobimoça como protagonista, temos várias metáforas para falar de assuntos do nosso tempo. A história também tem os casais que a Rosane sabe fazer e as pessoas vão poder torcer e rivalizar como sempre. Acho que a história vai agradar a muitos públicos".Patricia Pedrosa falou sobre a produção: "A gente rodou essa série há dois anos. Claudia e Rosane começaram a escrever em 2021, na pandemia, e chegou nas minhas mãos no final de 2022. Assim que o texto chegou eu fiquei apavorada. Como contar essa história de vampiros e lobisomens? A gente não queria contar só mais uma história e, sim, valorizar nossa cultura e nosso país. O que me chamou atenção no roteiro foram as várias viradas e ganchos. Não é só uma série de fantasia, é um romance com aventura, thriller, mortes, enfim, passa por muitos lugares. O desafio nosso foi achar uma unidade e uma atmosfera para conectar todo esse ecossistema.
Laura Dutra falou sobre sua estreia em um produto nacional: "Eu sou filha de imigrantes brasileiros. Sempre me conectei muito com o audiovisual brasileiro e sempre foi um sonho fazer um projeto do Brasil. Um universo tão louco interpretar uma vampira de 288 anos. Poder fazer um seriado desse de tão bom gosto é um privilégio. A minha personagem se chamava Sorina e depois virou Celina. Acho que todo mundo vai se identificar com os personagens. Está tudo muito bem construído. A gente tem um super projeto e com um bom gosto que fala por si só.
Letícia Vieira falou de sua protagonista: "Foi meu primeiro trabalho como atriz. Nunca tinha atuado na minha vida. Veio de Belford Roxo, uma cidade apagada no Rio de Janeiro, e surgiu a oportunidade para fazer um teste na Globo. Fiquei muito assustada porque nem sabia olhar pra câmera, mas muitas pessoas acreditaram em mim e me descobri como artista. Protagonizar foi um desafio muito grande e criei grandes laços que me ajudaram muito no caminho. Fazer fantasia me divertiu muito. Me imaginar como loba e tirar esse animal de dentro de mim foi um desafio muito grande. Acho que deu certo. A preparadora de elenco, Cris Moura, foi muito importante pra mim. Quando você tá lentes, unhas, o canino... vem uma coisa mais forte".
Alanis Guillen falou do seu processo de entrada na série: "Quando eu recebi o texto me veio um medo de não saber fazer isso. A Flora é uma menina muito extrovertida e tem uma coragem. Quando entrei na sala de ensaio e encontrei a Letícia, mas antes vi a Rosane. A gente se abraçou e foi uma coisa tão boa. E quando a Letícia olhou pra mim me recebeu muito bem. Foi uma energia mega boa. A gente foi descobrindo o processo de caracterização que é muito interessante. A série toda é assim, não só o figurino, cada detalhe de maquiagem. A minha personagem passa por transformações. Usei peruca, cortei o cabelo imenso que eu tava. Foi uma transformação imensa para essa série. É uma fantasia com realidade. Uma série que fala de tantas coisas, não só do universo fantástico, como da profundidade do ser humano e dos nossos desejos e anseios. É lindo e assustador ver a qualidade de tudo. Todo mundo saiu muito transformado no último dia de gravação. Dá ansiedade para assistir".
Bete Mendes falou da alegria de estar no projeto: "Foi um prazer, uma alegria, uma emoção e um encantamento fazer essa série. A produção que todos nós realizamos é de valor mundial, de muita qualidade. Faço uma senhora curandeira que cura com produtos naturais e é algo da minha realidade. Achei maravilhoso ver essa ancestralidade que resiste. O nosso universo de trabalho foi encantado e pra mim foi um prazer imenso participar. Vou falar sem nenhum tipo de cautela. Vai ser um sucesso e não tenho nenhuma dúvida".
Rodrigo Lombardi analisou a trama: "Enxergo essa série como uma parábola do que é ser diferente. O que é ser igual? A igualdade é algo muito interno de um senso comum e ainda assim engloba muitas diferentes. Um dos nomes da série era 'Espécie Invasora' e nos perguntamos quem seria essa espécie invasora? Lidamos com ética, moral, poder, desejo, perguntas muito atuais ilustradas de maneira ímpar na teledramaturgia nacional. Vi o primeiro episódio ainda na ilha de edição e fiquei emocionadíssimo. Os efeitos especiais incríveis".
Heloísa Jorge falou do convite para a série: "Fiquei muito feliz quando a Patricia me convidou, mas muito assustada porque nunca tinha vivido nada parecido na minha carreira. Carol é uma mulher dividida entre a carreira e a maternidade. Uma cientista especializada em genética e a classifico como uma grande loba, ainda que ela não seja um ser fantástico. Ela vai tentar encontrar a cura da Luna, que é a filha dela. A relação é de muita parceria, mas passa a ter conflitos e muitas mulheres negras vão se identificar com a Carol. Uma mulher negra vivendo uma puta cientista. Foi um prato cheio pra mim".
Pedro Alves demonstrou sua empolgação: "Tô muito feliz e emocionado. Quando peguei o primeiro teste estava em Paris. Moro lá há cinco anos. Aí recebi mensagem do meu agente falando do teste para um personagem vampiro. E fiquei apaixonado pela história quando li o texto. Ainda não acredito que tive a oportunidade de fazer esse personagem. Em menos de um mês tinha sido aprovado e já estava no Rio gravando. É um vampiro com uma mãe brasileira e um pai francês. Ele vem com a missão de seduzir a Luna e conseguir tirar dela a cura dos vampiros que precisam do material genético para sobreviver ao sol. Eles descobrem o lobo guará com um material mais potente para isso porque o material do lobo de fora não é mais produtivo. É uma série que tem personagens muito bem definidos. Michel é um personagem com superpoderes. Pulava do alto dos prédios e sempre tive medo de altura, mas não quis dublê. Está tudo muito bem produzido".
Alli Willow explicou um pouco seu papel: "Tive referência para construir uma personagem dominada pelo mistério. Ela tem muitas veias e não posso contar muito. A gente entrou no universo do vampiro, um ser atemporal que vai perdendo o contato com a humanidade. Essa série faz uma coisa mágica que poucos produtos audiovisuais hoje em dia fazem que é juntar a mitologia com o que é mais humano, que é querer pertencer, fazer parte, que seja mágico. A gente faz através da religião, da cultura, das tradições. Encontrar essa personagem foi um desafio. Foi adentrar num mundo animal e mitológico. Tô muito animada para ver".
Flávio Souza falou brevemente sobre a essência da série: "Foi lindo entrar na atualidade da obra. Rosane e Claudinha trouxeram discussões muito interessantes sobre o que é ser normal".
Fafá Renó acrescentou: "Construímos laços entre todas as histórias. É uma família tradicional mineira. Alanis vive a minha filha. Vivo uma mãe que defende a filha, por mais que não entenda algumas coisas. Ela ama incondicionalmente a filha. Foi uma delícia gravar. A forma como a gente se amou está impresso. O amor da carol pela Luna é muito bonito. Essa série consegue falar de muita coisa. É um presente".
Rogeann finalizou: "Realizei um sonho vivendo um garoto de Minas Gerais. Só tenho que agradecer todo mundo".
'Vermelho Sangue' estreia nesta quinta-feira, dia 2 de outubro, no Globoplay.
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