quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Tudo sobre a coletiva online de "Reencarne", a nova série do Globoplay

 O Globoplay promoveu na segunda-feira retrasada, dia 20 a coletiva virtual de 'Reencarne', a nova série da plataforma de streaming, escrita por Juan Julian. Participaram os autores Juan Jullian, Amanda Jordão, Elisio Lopes Jr, o diretor Bruno Safadi e os atores Taumaturgo Ferreira, Julia Dalavia, Samantha Jones, Pedro Caetano, Simone Spoladore, Welket Bungué, Isabél Zuaa, Aretha Sadick, Enrique Diaz e Taís Araújo. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo. 


Juan Jullian explicou brevemente a série: "Reencarne é uma série de terror que acompanha a jornada da Sandra, que é a reencarnação do parceiro de Túlio, que foi preso acusado de matá-lo. Ela vem em busca de vingança. A série bebe da fonte do terror folclórico. Os lugares contam a história".

Amanda Jordão complementou: "É a nossa tentativa de falar de relações amorosas e da investigação de um crime tratando da identidade. É um tema atual e vamos retratar qual a máscara você veste. A morte sempre está a espreita e quem somos nós diante da morte. Quando a morte chegar que ela te encontre viva".

Elisio Lopes Jr. também comentou: "A gente gosta de chamar a série de terror sertanejo. Escolhemos fazer a série no centro oeste porque nos interessava a planície do interior de Goiás, a narrativa de caminhos nas passagens da vida, a proximidade com o céu, são imagens fortes que fazem parte do universo da série e também gostamos de dialogar o terror com a música sertaneja de verdade e o melodrama. Porque a música sertaneja de verdade conta histórias. A gente brincou um pouco com referências a canções mais antigas. Temos desde um 'Violeiro Toca' até 'Dormi na Praça'. A única decisão que a gente tinha era de que a série não teria humor e depois fizemos uma galhofada. A série traz um questionamento que é o que caracteriza você como você, é o seu corpo ou seu espírito com suas memórias". 

Bruno Safadi falou sobre a produção: "Foi um processo de muita alegria. A gente conseguiu transpor a linearidade do processo de produção com um elenco maravilhoso reunindo uma quantidade de talentos. É uma coisa impressionante. 90% do terror da série é analógico, mecânico, não é de computação ou 3D. Os sustos foram criados a partir de caracterização, processos de criação sonora, enfim, o processo de realização e criativo". 

Julia Dalavia comentou sobre sua participação: "Adoro pisar nesses terrenos desconhecidos e ficar com medo do desafio. 'Reencarne' te dá mais perguntas do que respostas e isso faz que a pessoa que está assistindo fique preso na história. Tenho medo do gênero, não costumo assistir, mas foi uma experiência muito leve e divertida me pegar correndo no meio de um milharal ensopada de sangue falso sendo perseguida pela Taís Araújo. Foi muito bom, tenho muito carinho por esse projeto". 

Taumaturgo Ferreira também falou sobre não curtir esse estilo: "Eu não assisto filme de terror, não quero saber, desde garoto eu não gosto. Mas o convite me deixou com a dúvida, só que claro que aceitei. Foi tudo ao contrário, foi muito leve fazer a série, foi muito divertido, como falou a Júlia, trabalhei com muita gente que não conhecia e atores que admiro. Toda a dificuldade que imaginei que iria ter acabou sendo o contrário. Fazer uma história de terror bem pesada foi um mar de rosas. O cenário é muito inspirador do centro oeste, os personagens são todos prisioneiros daquele cenário e tô curioso pra ver". 

Samantha Jones falou de seu papel: "A minha personagem não pisa no chão que os meros mortais pisam. Ela via e lembrava além das experiências dessa vida e minha construção partiu desse lugar. Eu não senti o terror fazendo porque meio que era conduzida de outro moda com essa figura. Tenho medo de filme de terror e o jeito que me relaciono com a coisa diz mais do que a coisa em si. Foi um prazer gravar a série". 

Pedro Caetano resumiu sua experiência: "O legal de interpretar no terror é que a gente não tem limite. Como interpreta uma possessão? Inúmeras possibilidades. E quando a gent está interpretando o terror a gente não faz com medo. A gente não fica limitado a isso, o que é o mais interessante". 

Taís Araújo falou sobre o que a atraiu na série: "Aceitei o convite por isso, pela novidade. Também não sou telespectadora de terror, mas fazer foi muito interessante. O que falta fazer mais? Resolvi passear por outros gêneros e achei o roteiro genial, tinha muita originalidade ali. Um terror quente, suado, brasileiro. Nunca me deram uma personagem para segurar uma arma. Me deu a sensação de que mesmo com tantos anos de carreira ainda há muitas possibilidades. Fiquei muito seduzida por isso e são três homens pretos escrevendo e uma mulher. A Bárbara é uma delegada, uma mulher cética, que está investigando mortes em série até que é afetada pelo sobrenatural". 

Simone Spoladore explicou seu processo de criação: "O que fiz foi só emprestar meu corpo pro personagem. O personagem do Enrique Diaz quer ressuscitar a Cássia, a mente dessa mulher, e me inspirei da Carrie, a estranha. Ela tinha poderes mentais, nem sei de onde tirei isso da Cássia. E vi alguns filmes do Hitchcock e uma das coisas que movia os filmes dele é o medo que as pessoas têm de mudança".

Welket Bungué comentou sobre seu personagem: "Vivo um policial que passou uma longa temporada em um presídio, que é um lugar que nos molda e dá lugar pra pensar. Quando meu personagem volta vem envelhecido, com mais marcas, acessa várias memórias , e o Túlio, ao estar na presença da reencarnação vivida por Sandra, da Julia Dalavia, muda porque teve que construir uma nova relação com o outro plano. Estamos fazendo um seriado que atravessa um período de 20 anos. O que me atraiu no projeto foi fazer uma atuação bem naturalista ao viver o Túlio. É um personagem que se vê obrigado a acreditar nos mistérios da vida pós-morte". 

Isabél Zuaa também explicou seu papel: "Minha personagem é atravessada  pelos acontecimentos sobrenaturais. É uma médica nada conectada com nenhuma religião específica, é uma mulher contemporânea afetada pelos seus afetos que estão todos mexidos. É uma potente ver isso na trama e tenho muitas memórias intensas na preparação, quando mostramos nossas vulnerabilidade, o que foi muito potente a gente ler o roteiro juntos". 

Aretha Sadick comentou sobre seu trabalho na série: "A Camila é minha personagem, foi um grande presente que recebi da vida. Foi demais poder ter a oportunidade de jogar com a Grace Passô e relembrar a infância de poder dar sustos, jogar com os próprios medos, isso foi importante. Sou uma atriz preta, trans, retinta no Brasil, mas isso não é o molde da personagem. É uma mulher, enfermeira, que tem uma mãe muito doida e ela se apresenta tão doida quanto a mãe durante toda a curva desse processo. Minha maior referência foi minha criança interior". 

Enrique Diaz finalizou: "Tô muito curioso pra ver, acho um trabalho riquíssimo, fora da curva, desafiador, não só pelo gênero, como pela narrativa. A gente é nossos afetos, nossas orações, a identidade acaba sendo uma falácia e a série tem um viés do horror, mas toca nesse lugar que me atrai demais. Tive um prazer de trabalhar com esses colegas incríveis. O meu personagem é sensacional, dificílimo e toca em assuntos muito legais sobre esse poder sobre a vida, entre a ciência e a tirania". 

'Reencarne' está disponível no Globoplay.

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