A felicidade sempre encontra um caminho e chega quando você menos espera. Essa é a mensagem que conduz ‘Dona de Mim’, nova novela das sete da TV Globo, que estreou nesta segunda-feira (28/04) e entrou no lugar da bem escrita "Volta por Cima". A novela marca a volta de Rosane Svartman ao horário, após o imenso sucesso de "Vai na Fé", exibida em 2022.
A trama traz a história de Leona (Clara Moneke), que tem sua vida transformada pela relação com Sofia (Elis Cabral), uma menina de sete anos de quem passa a ser babá. Sofia é uma criança que perdeu a mãe ainda bebê e cresceu se sentindo sozinha na casa da família de seu pai, Abel (Tony Ramos). Cercada por adultos, ela vai descobrir em Leo a referência de que precisava. Na obra de Rosane Svartman, com direção artística de Allan Fiterman, o encontro entre as duas é o ponto de partida para uma jornada de afeto, cuidado, companheirismo e relações humanas.
Com personagens femininas fortes, ‘Dona de Mim’ mistura comédia, drama, romance, aventura, suspense, disputas por poder e reviravoltas. A trama também aborda temas como o impacto social do esporte através do kickboxing, a voz jovem e urbana das batalhas de rima, a efervescência cultural e o forró da Feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, além de assuntos atuais e cotidianos, entre eles, segurança pública e violência urbana, preservação do meio ambiente e mudanças climáticas, saúde mental, corpos diversos e beleza feminina, envelhecimento e solidariedade.
A vida nunca foi fácil para Leona (Clara Moneke), mas a jovem aprendeu cedo a encarar os desafios com determinação e sem perder o alto astral, que transborda de seu coração gigante. Há sete anos, ela estava prestes a realizar vários sonhos ao mesmo tempo: se formar em Publicidade, casar-se com Marlon (Humberto Morais) e ser mãe pela primeira vez. Mas, já no último trimestre da gravidez, viu seu mundo desabar em uma sala de ultrassonografia. Desde então, Leo tenta retomar as rédeas de sua própria vida e superar o trauma da perda da filha.
De origem humilde, ela “dá seus pulos” para fechar as contas da casa onde vive no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro, com a avó, Yara (Cyda Moreno), costureira aposentada da fábrica de lingeries Boaz, e a irmã, Stephany (Nikolly Fernandes), estudante de Enfermagem. A revenda das calcinhas e sutiãs da Boaz é o principal sustento da família, e Leo abusa da criatividade para não acabar o mês no vermelho: faz sorteios, promoções, vende porta a porta e no comércio local.
Apesar da boa intenção, Leo é um pouco atrapalhada e acaba se enrolando em um dos seus últimos projetos: uma rifa. As mulheres da vizinhança causam uma algazarra quando descobrem que a neta de Yara vendeu números duplicados. A confusão é tanta que Leona perde o trabalho como revendedora das lingeries. É aí que bate o desespero na família e Stephany cogita desistir da faculdade para arranjar um emprego. Protetora, Leona se vê mobilizada a fazer algo para impedir que a irmã caçula repita o que ela própria fez quando cursava Publicidade.
Stephany (Nikolly Fernandes) aguardava uma ligação sobre a entrevista para uma vaga de babá quando Leo (Clara Moneke), num impulso, decide se passar pela irmã e conquista o emprego como funcionária da família Boaz em seu lugar. O trabalho é cuidar de Sofia (Elis Cabral), uma criança de oito anos que se sente sozinha numa mansão cheia de adultos na Barra da Tijuca. Sem ter ninguém para brincar, a diversão da menina é pregar peças e inventar traquinagens pela casa. Seu alvo preferido? As babás que Denise (Cris Larin), a governanta, tenta contratar. Ela esconde sapos e outros bichos pela cama das candidatas, dá sustos, coloca baldes de água em cima da porta e todos os tipos de invenção que sua cabeça entediada consegue pensar.
É claro que a recém-chegada babá toma um susto quando descobre que o nome da menina é Sofia. E mais: Sofia tem uma idade muito próxima à que a sua Sophya teria. E logo percebe o motivo de o salário ser tão bom: a dificuldade em encontrar alguém que não desista ao ver todos os tipos de inseto embaixo do travesseiro. Mas Leo, no fundo, acha aquilo tudo muito engraçado. Ela consegue entender que é uma forma de Sofia chamar a atenção e se divertir um pouco numa família em que ninguém tem tempo e todos são muito diferentes dela.
No fim do primeiro dia de Leona no novo trabalho, a conexão entre a babá e a menina arteira é evidente. Só que Abel Boaz (Tony Ramos), o patriarca, não fica nada feliz ao descobrir que a funcionária mentiu para todos ao ser contratada. Leona tenta explicar a boa intenção, mas não adianta: está demitida.
Nos anos 50, Josef fundou o império de lingeries Boaz ao lado da esposa, Rosa (Suely Franco). Filhos de imigrantes de origem judaica, o casal começou do zero e costurou o sucesso da empresa de calcinhas e sutiãs a preço de muito suor e dedicação. Os donos da Boaz tiveram dois filhos: Abel (Tony Ramos), o mais velho, e Jaques (Marcello Novaes). Estudante de Letras e apaixonado por poesia, o primogênito precisou largar a faculdade para cuidar do chão de fábrica, mas foi recompensado pelo pai ao ser o escolhido para continuar o legado da família após a sua morte.
O atual presidente da empresa teve três filhos em seu primeiro casamento: Samuel (Juan Paiva), o mais responsável; Davi (Rafa Vitti), um bon-vivant; e Ayla (Bel Lima), ingênua e a mais protetora entre os irmãos. Já viúvo, Abel conheceu Filipa (Cláudia Abreu), e eles se apaixonaram num rompante. O encantamento pelas artes conectou os dois amantes, e tudo se encaminhou muito rápido.
Filipa é uma mulher com o humor instável e tem momentos que oscilam entre a euforia e a tristeza profunda. Ela tem uma filha, fruto do seu primeiro casamento, uma adolescente que não compreende as questões de sua mãe. Nina (Flora Camolese), quando cresce, passa a morar com a avó, Isabela (Sylvia Bandeira), em Lisboa, Portugal. A distância entre elas e o sentimento de ter falhado no seu papel materno, somadas à frustração de não ter seguido a carreira artística que sempre sonhou, são partes da vida com que a esposa de Abel ainda não consegue lidar.
Há sete anos, no jardim da mansão, diante de todos os convidados, logo após o “sim” entre Abel (Tony Ramos) e Filipa (Cláudia Abreu), um acontecimento mudou a vida da família Boaz. Ellen (Camila Pitanga), uma antiga funcionária da fábrica, reapareceu e cobrou uma antiga dívida de vida com Abel, pedindo que ele registrasse como sua filha, a bebê que carregava nos braços. Em um ato de desespero, pois travava uma luta contra o câncer, Ellen não teve dúvidas de que aquele seria o melhor para o futuro de sua filha, e deixa uma carta para que Sofia leia ao completar 18 anos.
Sem saída, Abel acatou o pedido, pois sabia que sem a ajuda de Ellen no passado ele não estaria mais ali. Ela salvou o patrão quando o viu no telhado do prédio da fábrica, considerando desistir da própria vida. Naquela época, a empresa enfrentava uma crise financeira e ele se sentia encurralado, carregando o peso das próprias decisões. Grato, Abel prometeu ajudá-la quando precisasse.
A situação no casamento de Abel (Tony Ramos) pegou a todos de surpresa. Afinal, um escândalo daqueles não era o que se esperava de um homem tão correto como o patriarca da família Boaz. Jaques (Marcello Novaes), o filho mais novo de Rosa (Suely Franco), tentou disfarçar, mas adorou os olhares espantados na direção do seu irmão mais velho. Ele sempre se sentiu injustiçado por não ter sido o escolhido pelo pai para comandar a Boaz. Assim como Abel, o caçula também tinha inclinação para as artes, teve uma banda de rock na juventude. Visando comandar as empresas de Josef um dia, deixou de lado a veia artística para se formar em Economia no Exterior enquanto Abel cuidava do chão de fábrica – mas o plano não se concretizou.
A relação entre os dois irmãos é marcada, desde que eles eram muito jovens, por conflitos, inveja e rivalidades. Amargurado, Jaques trilha caminhos controversos para alcançar seus objetivos. Até hoje se vê à sombra do irmão e está cansado de não ser valorizado, principalmente de forma financeira, na empresa. Ocupando um cargo na diretoria, mas subordinado a Abel, ele se sente como uma criança que ainda precisa pedir mesada e não vê a hora de tomar o controle da fábrica só para si. Rosa tenta acalmar os ânimos entre seus filhos, mas sempre em vão. Apesar da idade, preocupada em manter a qualidade e a tradição que ergueu ao lado do marido, a matriarca acompanha as reuniões e tenta se manter a par de todas as decisões, mas se envergonha quando começa a perceber que está sendo traída pela própria memória.
Na briga por poder em família, Tânia (Aline Borges) é esposa de Jaques e uma grande aliada nessa missão, assim como o advogado nada ético do diretor financeiro, Ricardo (Marcos Pasquim) – mas ambos têm as suas próprias agendas que Jaques desconhece. A batalha pelo controle da Boaz é um jogo de intrigas em que cada um tem as suas próprias ambições.
Leo (Clara Moneke), Kami (Giovanna Lancellotti) e Pam (Haonê Thinar) são inseparáveis desde os tempos de colégio. Unidas por uma amizade sólida e sincera, elas enfrentam juntas os desafios da vida em São Cristóvão. Kami é mãe solo e trabalha com Pam no setor de controle de qualidade da fábrica Boaz. Determinada a proporcionar o melhor para seu filho, ela equilibra a vida profissional, um tempinho para se divertir com as amigas e os cuidados com Dedé (Lorenzo Reis). O menino tem sete anos e até hoje não conheceu o pai, Ryan (L7NNON), preso desde o início da gravidez de Kami. Ela quer distância do ex, mas ele está determinado a sair da cadeia, reconquistar sua família e correr atrás do sonho na música.
Já Pam precisou amputar a perna ainda criança devido a um tumor no fêmur. Na adolescência, se envolveu com Danilo, mas o jovem nunca quis assumi-la como namorada. Diz que a razão é por questões pessoais dele, mas Kami e Leo tentam alertá-la de quanto esse comportamento é tóxico. Quando estão juntas, as três formam um trio imbatível e se apoiam mutuamente em todas as situações.
Marlon (Humberto Morais) é um jovem determinado e idealista, conhecido por sua responsabilidade e firmeza em seus princípios. Desde cedo, ele sonha em se tornar policial militar, acreditando que pode contribuir para um mundo melhor. Além de seu desejo de servir e proteger, Marlon é um exímio lutador de kickboxing, treinado pelo mestre Alan (Hugo Resende), que também é policial. O jovem se dedica ao esporte com paixão, vendo nisso uma forma de disciplina e superação. Sua vida é marcada pela busca constante por justiça e pela vontade de fazer a diferença na comunidade de São Cristóvão.
No passado, Marlon estava feliz ao lado de Leona (Clara Moneke), sua então noiva. Eles planejavam se casar e esperavam ansiosos pela chegada da primeira filha. A perda de Sophya foi um golpe duro para ambos e mudou completamente os rumos de suas vidas. Leo, devastada pela dor, acabou desistindo do casamento, deixando Marlon sozinho no altar. Apesar de ter seguido em frente, o lutador nunca guardou mágoa da ex, compreendendo o sofrimento que ela enfrentou. A relação entre os dois, embora marcada por tristeza, ainda carrega um respeito mútuo e uma compreensão profunda pelo passado que viveram juntos.
Atualmente, Marlon namora Bárbara (Giovana Cordeiro), que também é lutadora de kickboxing. Eles se conheceram nos ringues. Bárbara é dedicada e ambiciosa, e compartilha com Marlon a paixão pelo esporte. Juntos, eles treinam na academia do mestre Alan, onde Bárbara se destaca por sua habilidade e determinação. A oportunidade de lutar no Exterior surge como um sonho para ambos, mas Marlon se vê dividido entre seguir seu desejo de ser policial e aproveitar a chance de treinar em Miami, nos Estados Unidos, ao lado da namorada. A decisão não será fácil para ele, que é apegado à sua família e ao local onde vive.
Marlon (Humberto Morais), Danilo (Felipe Simas) e Ryan (L7NNON) cresceram juntos em São Cristóvão. Marlon mora com a mãe, Jussara (Vilma Melo), o pai, Luisão (Adélio Lima), e a irmã, Dara (Cecília Chancez) – são os vizinhos da frente de Leo (Clara Moneke). Luisão e Jussara são de origem humilde e se orgulham de terem conseguido criar os filhos de forma honesta.
Vindo de uma família desestruturada, Ryan tem o histórico completamente oposto ao do amigo. O jovem era uma das estrelas da Batalha da Criação, a batalha de rimas do bairro de São Cristóvão, mas se envolveu com o crime e viu seu futuro brilhante ir pelo ralo numa batida policial. Agora, para sair da cadeia, ele conta apenas com Lucas (Pedro Henrique Ferreira), seu irmão, já que ele e Danilo se afastaram desde que tudo aconteceu.
Danilo mora com o pai, Seu Manuel (Ernani Moraes), e o irmão mais novo, Peter (Pedro Fernandes). Frustrado com os planos profissionais que traçou para si, trabalha como motorista de aplicativo. A mãe abandonou a família quando eles eram pequenos, deixando Seu Manuel para cuidar dos filhos sozinho. Ele é dono de uma padaria no bairro, onde trabalham Dara, no caixa, Jeff (Faíska Alves), no delivery, e Peter, no atendimento aos clientes. Bem-humorado e sarcástico, o caçula de Seu Manuel nasceu com paralisia cerebral e se diverte ao inventar histórias mirabolantes para a freguesia quando é confrontado com perguntas descabidas sobre a sua vida.
O bairro de São Cristóvão é um microcosmo da diversidade e cultura do Brasil. Ruas coloridas e vibrantes, com casas antigas e cheias de história, formam um cenário onde pessoas de diferentes origens se entrelaçam. A região boêmia na Zona Norte do Rio de Janeiro tem uma atmosfera acolhedora. A Feira de São Cristóvão, famosa entre os cariocas e visitantes da cidade, é onde a música, a dança e a gastronomia nordestina são celebradas. O clima é alegre e movimentado, com moradores que se conhecem e se ajudam, criando um verdadeiro senso de comunidade.
Além de gravações externas realizadas na região, foram reproduzidos cenários do local nos Estúdios Globo, especialmente a arquitetura das casas dos moradores. Buscando representar o bairro da forma mais fiel possível em ‘Dona de Mim’, a equipe de cenografia, liderada por Anne Bourgeois, fez visitas à região para captar sua essência. A produção de arte, coordenada por Guga Feijó, também buscou referências locais, utilizando paletas de cores mais vivas e elementos que refletem o dia a dia dos moradores. A caracterização, comandada por Dayse Teixeira, complementa a construção do bairro, trazendo à vida os moradores de São Cristóvão com autenticidade. O figurino, sob a direção de Julia Ayres, também segue uma paleta de cores mais vivas e estampas, destacando o estilo boêmio e despojado dos moradores.
A mansão da família Boaz é o símbolo de um passado de riqueza e sofisticação, agora marcado por uma fase de decadência e desafios financeiros. Este núcleo de ‘Dona de Mim’ é retratado com uma atenção meticulosa aos detalhes, refletindo a trajetória de uma família que já teve tudo e agora luta para manter dignidade ao seu legado.
‘Dona de Mim’ é uma novela criada por Rosane Svartman, escrita com Carolina Santos, Jaqueline Vargas, Juan Jullian, Mário Viana, Michel Carvalho e Renata Sofia. A pesquisa é de Suzan Stanley. A obra tem direção artística de Allan Fiterman, direção geral de Pedro Brenelli e produção de Mariana Pinheiro. A direção de gênero é de José Luiz Villamarim.
10 comentários:
O obtido pelas obras anteriores de Rosane Svartman: merecido êxito e aclamação. Afinal, ela é uma das, senão a melhor autora da atualidade, a deixar os telespectadores maravilhados com personagens e histórias bem construídas. Mas também tenho receio das consequências do aumento de 48 capítulos proposto aos roteiristas em relação aos 173 inicialmente previstos. Se, por um lado, essa decisão beneficia o próximo folhetim da faixa, "Coração Acelerado" (de autoria de Izabel de Oliveira e Maria Helena Nascimento), poupando-o de estrear em períodos próximos às festividades de fim de ano, por outro pode ocasionar desdobramentos frustrantes em alguns núcleos de "Dona De Mim" na reta final, algo constatado em "Vai Na Fé" (2023) inclusive por você, Sérgio. No mais, estou encantado com a novela recém-estreada, confiante de que o seu sucesso ofuscará o reboot de "Vale Tudo" e esperançoso por ver neste blog várias menções a ela sobretudo nos textos de retrospectiva.
Guilherme
eu gostei da premissa central. a mãe que vai morrer e pede que o homem assuma sua criança mesmo não sendo dele. a família batalhadora que tem dificuldade de ficar na faculdade. as duas já tentaram. a criança está artificial. é pequena demais pra preparar em tantos detalhes, colocar balde em cima de porta. e eu entendi 6 anos. achei muito artificial. amei o primeiro capítulo. agora não ando tão empolgada e insistindo mais um pouco. beijos, pedrita
Gostei do que li. E vou dar umas espiadas. Parece ser o tipo de novela que me faz relaxar, rsrs.
Beijão
Não tenho conseguido acompanhar nada, séries, animes, novelas... mas gosto de ler sobre as tramas, acho mega interessante. Vi algumas cenas dessa novela e achei a premissa muito boa, mas acho que ainda é cedo para saber o que esperar. Sinto falta da época que novelas nos prendiam, espero que essa seja muito boa e que eu consiga acompanhar também rs
Abraço,
Parágrafo Cult ❤︎
Gostei da primeira semana. Vamos ver se vai se manter boa.
Boa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
tomara, Guilherme!!!
idem, Pedrita
bjsss
bjs, Larissa
abçs
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