quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Remake de "Vale Tudo" é um amontoado de conflitos superficiais e absurdos

 O remake de "Vale Tudo" vem enfrentando uma sucessão de críticas e todas em relação aos novos conflitos criados por Manuela Dias são justas e pertinentes. A autora quer abordar milhares de assuntos possíveis e não consegue dar profundidade a nenhum, o que deixa a adaptação da obra original de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Brassères superficial e genérica. O pior é que a essência do folhetim é deixada de lado, a ponto da pergunta central --- "Vale a pena ser honesto no Brasil?" --- perder toda a relevância porque não há discussão alguma de temas pertinentes e incômodos para a sociedade. 


É impressionante os inúmeros temas que já foram explorados na história e não houve um sequer que tenha durado mais de uma semana. Todos surgem e são resolvidos em tempo recorde. Não há uma construção mínima para envolver o público, o que esvazia qualquer abordagem e automaticamente deixa os dramas dos personagens sem qualquer impacto. É humanamente impossível o telespectador ter alguma empatia por aquelas pessoas fictícias diante da ausência de uma linha narrativa ou arco dramático sólido. 

Assexualidade, tráfico de animais, adoção por casais homoafetivos, redução dos gases do efeito estufa, vício em jogo do tigrinho, pensão alimentícia, etarismo, assédio moral, falta de sexo no casamento, Burnout, bebê reborn, onlyfans, racismo, maternidade solo, enfim, nem dá para enumerar todas as abordagens rasas da trama.

terça-feira, 16 de setembro de 2025

"Dias Perfeitos" prende a atenção do início ao fim

 O livro "Dias Perfeitos" foi lançado por Raphael Montes no dia 18 de março de 2014 e se tornou um best-seller. O autor declarou em várias entrevistas que sua profissão de escritor foi consolidada graças ao êxito desta história, que foi vendida para 14 países. Agora, a série homônima está disponibilizada no Globoplay com oito episódios e o lançamento foi no dia 14 de agosto. 


Uma perspectiva inédita marca a narrativa da série da plataforma de streaming da Globo, adaptação da autora Claudia Jouvin com direção geral de Joana Jabace para o livro de Raphael. Além do ponto de vista de Téo (Jaffar Bambirra), como já apresentado na versão literária, a obra audiovisual também mergulha na mente de Clarice (Julia Dalavia), construindo uma dualidade intrigante entre a percepção e realidade dos dois protagonistas. 

Em termos estéticos, a fotografia e os enquadramentos ajudam a compor essa dualidade entre os personagens. Os movimentos de câmera foram escolhidos de acordo com a personalidade de cada um, baseado em suas intenções, sensações e ações.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

"Lady Night" manteve todos os acertos na nona temporada

 A nova temporada do melhor programa do Multishow chegou ao fim nesta terça-feira, dia 9. A estreia foi no dia 18 de agosto e ao todo foram 17 episódios. Mais uma vez Tatá Werneck conseguiu reunir uma ótima lista de convidados e fez de seu talk show um sucesso de repercussão nas redes sociais. Já não é mais uma novidade enaltecer a divertida atração, mas todo ano é necessário endossar os êxitos do formato.


O "Lady Night" virou o maior êxito do Multishow desde a sua estreia, em abril de 2017. São nove temporadas com entrevistas bem-humoradas, conduzidas por uma apresentadora cada vez mais à vontade e segura. O talk show virou o trunfo da programação anual do canal a cabo, que anda com uma programação repetitiva e sem novidades há muito tempo. A primeira, a segunda, a terceira, a quarta, a quinta, a sexta e a sétima temporadas tiveram 25, 20, 25, 13, 11, 15 e 15 episódios, respectivamente. 

Já em 2023 a atração não foi ar ar porque Tatá estava ocupada gravando "Terra e Paixão", mas temporada de 2024 voltou em grande estilo com 30 episódios, a mais longa até agora. Não por acaso, foi o melhor ano do talk show e muitos trechos viralizaram nas redes sociais, principalmente o do dia em que Narcisa Tamborindeguy e Inês Brasil foram entrevistadas.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

"História de Amor" faz sucesso em todas as suas reprises

  Exibida entre 3 de julho de 1995 e 2 de março de 1996, "História de Amor" foi uma novela das seis marcante e mais um grande trabalho do autor Manoel Carlos, dirigido pelo competente Ricardo Waddington. Reprisada com êxito no "Vale a Pena Ver de Novo" entre 10 de dezembro de 2001 e 28 de junho de 2002, a novela repetiu o sucesso na reprise do Canal Viva entre 10 de março e 8 de novembro de 2014. Foi reprisada com êxito novamente pelo Viva em 2023 e entrou na faixa especial da Globo em fevereiro deste ano, o que resultou em mais um ótimo retorno do público. A produção chega ao fim nesta semana. 


"História de Amor" traz a terceira Helena criada pelo autor e a primeira vivida por Regina Duarte, que interpretou mais duas, em 'Por Amor' e 'Páginas Vida'. Na trama, Helena é uma mulher batalhadora e enfrenta a gravidez prematura de sua filha Joyce (Carla Marins), abandonada pelo namorado Caio (Angelo Paes Leme). Pai da moça e ex-marido de Helena, Assunção (Nuno Leal Maia), homem conservador e moralista, não se conforma com a situação da filha. Sentindo-se solitária, Helena se apaixona pelo famoso endocrinologista Carlos Alberto Moretti (José Mayer), que também se encanta por ela imediatamente. Carlos, contudo, é casado com a possessiva Paula (Carolina Ferraz) e teve um relacionamento de dez anos com Sheila (Lilia Cabral), sua sócia na clínica. Ela investe, a qualquer custo, em uma reaproximação. Esse quadrilátero amoroso movimenta a história, especialmente quando o médico se envolve com Helena, o que não impede Sheila e Paula de continuarem a disputá-lo.
 
Ambientada no Rio de Janeiro, a novela mostra o cotidiano da Zona Sul da cidade, especialmente do bairro Jardim Botânico, onde teve muitas externas gravadas, e também se passa na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A abordagem de temas sociais, outra marca do trabalho de Manoel Carlos, está bastante presente em 'História de Amor'.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Que saudades de Yara Cortes

 A Globo vem reprisando "História de Amor", sucesso de Manoel Carlos, exibido na faixa das seis em 1995, e "A Viagem", fenômeno de Ivani Ribeiro, exibido na faixa das sete em 1994. E as duas novelas repletas de qualidades têm Yara Cortes brilhando do início ao fim. A atriz era uma figura frequente nos folhetins e sempre engrandecia das produções com seu carisma e talento. 


A veterana emendou "A Viagem" com "História de Amor" e foram as últimas novelas que contaram com seu talento. A atriz ainda participou de três episódios de "Você Decide", entre 1997 e  1998, mas não retornou aos folhetins e nem à televisão. Ela faleceu em 2002, aos 81 anos, vítima de insuficiência respiratória, e viveu seus últimos momentos cercadas por seus passarinhos em seu apartamento, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

As tramas atualmente reprisadas marcaram a despedida da intérprete das telinhas com duas personagens que fizeram jus ao seu talento. Não por acaso, viraram as mais emblemáticas de sua carreira, tão longeva e com mais de 20 novelas.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

O que esperar da segunda temporada do "Estrela da Casa"?

 Na nova temporada do ‘Estrela da Casa’, que estreou dia 25 de agosto, 14 desses sonhadores se reúnem em um Centro de Treinamento, onde podem aperfeiçoar suas habilidades, soltar a voz e competir para ver quem vai se tornar o próximo vencedor do reality. O local conta com estúdio de gravação de voz, equipamentos para captação e composição, instrumentos musicais, além de mais palcos para shows – o ambiente ideal para qualquer cantor que quer alavancar a carreira. 

 

Os participantes, que já vivem da música e carregam diferentes experiências em suas jornadas profissionais, ficam confinados em um ambiente totalmente equipado para explorar as qualidades de cada um, potencializando seus principais atributos. Este ano, o ‘Estrela da Casa’ tem ainda mais música e shows, e traz, em tempo real, o desenvolvimento dos artistas ao alcance do público, que escolhe quem tem a melhor performance através de votação. 
 
Agora, os participantes não votam entre si, e os laços criados ao longo do programa não serão mais fortes do que a voz do futuro campeão. A convivência, fruto do confinamento dos cantores, será apenas um gostinho a mais para animar as noites da Globo. Para ganhar o reality, é preciso saber cantar.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Globo anuncia mudanças significativas com os âncoras de seu jornalismo

 Hoje, dia em que o Jornal Nacional comemora seus 56 anos, a edição de aniversário será marcada também pelo anúncio da despedida de William Bonner, o âncora com mais tempo à frente da bancada do JN. São 29 anos como apresentador e 26 anos acumulando também a função de editor-chefe. William ficará no comando do telejornal até 3 de novembro, quando César Tralli assumirá o posto de âncora ao lado de Renata Vasconcellos. Como editora-chefe do JN, assumirá a atual editora-chefe adjunta do JN e parceira de Bonner há seis anos nesta função, Cristiana Sousa Cruz. E, a partir do ano que vem, William Bonner se juntará à Sandra Annenberg na apresentação do Globo Repórter.

Para estar à frente do Jornal Hoje, foi convidado Roberto Kovalick, e Tiago Scheuer passará a comandar o Hora Um, abrindo o dia com as primeiras notícias.Há cerca de cinco anos, a Globo e o apresentador e editor-chefe do JN vêm trabalhando juntos e construindo a sua substituição e troca de função. Bonner manifestou desejo de abrir mão de funções executivas e da atuação no jornalismo diário para ter mais tempo para sua família e atividades pessoais.

“Esse aniversário do JN não tem número redondo, lançamento de livro, série especial de reportagens. E, mesmo assim, foi o que consumiu mais tempo pra ser preparado. Foram cinco anos, desde a minha primeira conversa com a direção do jornalismo sobre o desejo de reduzir a carga horária e as responsabilidades exigidas pela chefia e pela apresentação do JN.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Manuela Dias aniquila a força do embate entre Raquel e Fátima em "Vale Tudo"

 Nesta quinta-feira (28/08), foi ao ar em "Vale Tudo" uma das cenas mais aguardadas pelo público em 1988: o momento em que Maria de Fátima (Bella Campos) bate na porta da casa da mãe e pede ajuda, exatamente como Raquel (Taís Araújo) disse que aconteceria no dia do rompimento entre as duas. A cena da obra original de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Brassères é de lavar a alma. Só que não teve o mínimo impacto no remake e não por culpa das atrizes, mas do contexto criado por Manuela Dias na nova versão, que esvaziou todo o simbolismo da sequência. 

Há 37 anos, a cena foi ao ar dentro de um contexto que honrou a essência da novela. A pergunta 'Vale a pena ser honesto no Brasil?' foi respondida especificamente nesta sequência, bem antes do final da obra. Raquel estava milionária graças ao sucesso de seu restaurante, fruto de seu trabalho ao lado do melhor amigo Poliana (Pedro Paulo Rangel). Não precisou passar a perna em ninguém, dar golpes, mentir, nada. Enriqueceu com a sua luta. Ainda que seja uma utopia diante de tantas desigualdades no país e da narrativa errônea em torno da meritocracia, uma vez que a oportunidade nunca é igual para todos, foi um momento catártico. 

Raquel se negou a ajudar a filha e a expulsou seu seu apartamento de luxo em 1988. E na trama original, vale lembrar, Fátima já tinha parido e estava com uma criança nos braços para cuidar sozinha. A profecia daquela mãe se cumpriu depois da antológica cena em que Raquel rasgou o vestido de noiva de Fátima e disse em alto e bom som que sua queda era certa e nunca mais contaria com ela para nada.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Manuela Dias repete o erro de "Amor de Mãe" em "Vale Tudo"

 O remake de "Vale Tudo" está a dois meses de seu fim. A adaptação do fenômeno de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Brassères reagiu na audiência nas últimas semanas graças aos embates que fizeram sucesso em 1988. Não por acaso, quando a produção mantém as cenas das viradas muito bem construídas pelos autores há 37 anos, há uma resposta nos números. No entanto, tudo o que foi muito bem estruturado no passado vem sendo aniquilado com desdobramentos rasos e eliminação de cenas ou situações fundamentais para uma boa narrativa. 


A mais recente e que vem sendo explorada nos capítulos é a derrocada de Raquel (Taís Araújo). É importante um adendo antes da análise sobre a virada que Odete Roitman (Debora Bloch) provoca na vida da protagonista. Em 1988, a personagem triunfa com o sucesso de seu restaurante e vira uma empresária milionária. A sua trajetória prova que é possível ser bem-sucedido sendo honesto no Brasil, a grande premissa do roteiro. E não retorna para a vida humilde que tinha, até porque não havia possibilidade diante da sua situação financeira. 

Agora, em 2025, nunca pareceu que Raquel ficou rica. Ainda que tenha mudado de roupa, o seu padrão de vida não sofreu alteração. Não comprou carro, apartamento, nada. Uma situação bem parecida com a da família Leonel em "No Rancho Fundo", folhetim das seis de Mário Teixeira, onde todos descobriam uma mina de turmalina paraíba, mas mantinham os costumes de sempre por puro comodismo da narrativa e romantização da pobreza.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Luiz Lira foi o 1º campeão do "Chef de Alto Nível" e reality precisa de ajustes para 2026

 Luiz Lira é o grande campeão do ‘Chef de Alto Nível’, consagrado no episódio desta quinta-feira, dia 21, depois de uma disputa com Arika Messa e Allan Mamede. Cozinheiro profissional, Lira integrou o time de Alex Atala e se destacou, ao longo da temporada, com a entrega de pratos sempre elogiados. O chef leva para casa o prêmio de meio milhão de reais, uma mentoria exclusiva com Alex Atala, Renata Vanzetto e Jefferson Rueda, uma viagem para os Estados Unidos para conhecer a sede do Outback, além de uma imersão pela rede no Brasil, e o inédito título de ‘Chef de Alto Nível’.

 

Com o desafio de entregar um menu campeão, com entrada e pratos de peixe e carne, a prova final foi realizada nas três cozinhas, começando pelo porão, com mentoria de Renata Vanzetto. Jefferson Rueda e Alex Atala conduziram, respectivamente, as provas no meio e no topo. Como entrada, feita no porão, Lira apresentou um creme de couve-flor, ostras frescas, redução de balsâmico e salada de brotos pétalas. Do meio, o cozinheiro entregou um robalo grelhado na manteiga, alcachofras, bottarga, coentro frito e redução de tucupi. Fechando o menu que lhe deu o título de ‘Chef de Alto Nível’, o representante de Brasília preparou, na cozinha do topo, um carré de cordeiro em persillade, com molho vin jaune, molho de vinho branco, molho de pimentão amarelo e laranja tostada.
 
Lira, de 35 anos, nasceu na cidade de São Paulo e mora em Brasília, Distrito Federal. Consultor técnico de gastronomia, já atuou em cozinhas do Brasil, França e Espanha, trabalhando ao lado de chefs renomados e em restaurantes estrelados.