Nesta segunda-feira (07/07), foi exibida uma das cenas mais emblemáticas de "Vale Tudo" e da história da teledramaturgia nacional: o momento em que Raquel (Taís Araújo) desmascara Maria de Fátima (Bella Campos) e rasga o vestido de noiva da filha. A sequência original, interpretada por Regina Duarte e Gloria Pires em 1988, é uma das mais reproduzidas até hoje nas redes sociais e foi reprisada inúmeras vezes na televisão em programas, como o extinto "Vídeo Show".
A cena foi muito aguardada, mas por motivos de desconfiança. Afinal, o remake vem se mostrando um fracasso de audiência e enfrenta uma avalanche de críticas (quase todas muito justas), tanto do público quanto dos jornalistas especializados em televisão. Então, havia o receio da destruição de um dos momentos mais lembrados pelos telespectadores da versão original de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Brasséres. Porém, o resultado foi bastante positivo e comprovou o acerto da escalação de Taís Araújo.
O desafio de escolher uma nova atriz para defender uma personagem tão ingênua e correta era grande, até porque Regina Duarte teve um desempenho brilhante em um papel de difícil composição. Todavia, ao contrário de vários outros nomes, a escalação de Taís foi quase uma unanimidade quando anunciada. Os elogios dominaram os espaços porque todos acreditavam no potencial da atriz, que já esbanjou talento em vários papéis, desde a sua estreia na televisão, em "Xica da Silva", aos 17 anos.
Tanto que a intérprete é um dos nomes do elenco que vem sendo elogiado constantemente, passando ileso das críticas que assolam a obra. Vale até lembrar que a atriz acabou perdendo o destaque de protagonista no remake ao longo das semanas e Raquel foi se apagando no enredo, o que gerou incômodo. Até a história da personagem mergulhou na superficialidade, tanto em relação ao elo reestabelecido com a filha quanto ao progresso de seu restaurante. Foi tudo jogado sem maiores aprofundamentos, o que prejudicou a trajetória da batalhadora mulher.Mas todos os equívocos que cercam os conflitos de Raquel no remake não afetam o desempenho de Taís Araújo, que está entregue desde a sua primeira aparição e nesta segunda ganhou a sua melhor cena até agora. Toda a indignação e a dor daquela mãe diante da frieza de sua filha foram demonstradas com um vigor de encher os olhos. Foi uma explosão emocional interpretada por uma profissional que já se firmou na carreira como uma das maiores de sua geração. E a cena resultou naquela catarse que enriquece qualquer folhetim.
Depois de expulsar Maria de Fátima de casa após descobrir que foi a filha quem roubou os dólares e armou para separá-la de Ivan (Renato Góes), Raquel entra na mansão, ignorando as tentativas de Eugênio (Luis Salem) de impedi-la. Ao encontrar Maria de Fátima fazendo a prova de seu vestido de noiva junto a Odete (Debora Bloch) e Celina (Malu Galli), Raquel não hesita em expor todas as ações desonestas da filha, incluindo a venda da casa em Foz do Iguaçu sem seu consentimento. Apesar de ouvir as acusações, Odete defende a jovem, afirmando que ela é uma moça excelente que lutou para sair de uma vida de pobre, o que deixa Maria de Fátima vingada. A tensão culmina quando Raquel, tomada pelo ódio, começa a rasgar o vestido de noiva de Maria de Fátima. Em lágrimas, a filha tenta se defender, mas Raquel dá um tapa na cara da filha e sai da casa de Celina dizendo o quão monstruosa é a vilã e que vai bater a porta na sua cara quando o jogo virar e for pedir ajuda. Uma cena excelente e defendida por uma Taís em estado de graça. Vale destacar também Bella Campos, que segurou o embate e convenceu com o ranço de Maria de Fátima por aquela mãe que não aceitou suas controversas atitudes. Uma parceria cênica bem-sucedida.
O remake de "Vale Tudo" não tem feito por merecer qualquer elogio diante de tantos problemas visíveis e mudanças que, ao invés de melhorar, só prejudicaram a obra-prima da teledramaturgia brasileira. Mas se há um grande êxito na trama é justamente a escolha certeira de Taís Araújo para interpretar Raquel Acioli. A melhor escalação do folhetim, escrito por Manuela Dias e dirigido por Paulo Silvestrini.
4 comentários:
Falou o cara que ama as novelas pasteleiras e de gosto duvido escritas pelo Walcyr. 🤣
Sergio,
É sempre bom me
atualizar aqui.
Você é sensacional
em tudo que publica.
Obrigada sempre.
Bjins
CatiahôAlc.
A globo precisa se benzer! É uma novela das nove pior que a outra!
Ontem por pura coincidência do destino eu consegui ver a cena e realmente a Tais Araújo surpreendeu!!!
Uma novela que poderia estar sendo melhor, mas espero que retome o sucesso de 1988.
Beijos amigo, tenha uma ótima semana!!
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