quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: os destaques do ano

 Em um ano tão problemático como 2020, foi possível elaborar uma lista de destaques da televisão?  A resposta é sim. Várias reprises tomaram conta da grade de todas as emissoras, mas ainda no primeiro semestre produções iniciadas em 2019 foram concluídas brilhantemente. Séries até então exclusivas da Globoplay migraram para a tevê aberta para ocupar espaços vazios. E algumas reexibições foram muito bem escolhidas. Vamos a elas na última retrospectiva do ano. 




"Éramos Seis":  O quinto remake do romance de Maria José Dupré, baseado na novela exibida pelo SBT em 1994, manteve as qualidades vistas nas produções anteriores, além de algumas diferenças. Angela Chaves conduziu brilhantemente essa versão exibida pela Globo e o folhetim primou pelo capricho da direção de Carlos Araújo. O elenco também foi escalado com precisão e Glória Pires deu um show como Dona Lola, assim como vários outros intérpretes, vide Cássio Gabus Mendes, Nicolas Prattes, Kelzy Ecard, Carol Macedo, Simone Spoladore e Ricardo Pereira. Foram muitas cenas emocionantes e lindamente interpretadas. Pela primeira vez a protagonista teve um final feliz, mas o título continuou fazendo sentido. Antes representava a tristeza. A quinta adaptação expôs o crescimento de uma família, que de seis passou a ter quinze integrantes. A novela foi a última que conseguiu ser finalizada antes da pandemia do novo coronavírus. 



"Bom Sucesso":
A novela das sete de Rosane Svartman e Paulo Halm, dirigida com maestria por Luiz Henrique Rios, foi um fenômeno de audiência e mereceu todo o sucesso. A trama se encerrou em janeiro, época em que a pandemia ainda não existia no Brasil. Quase um outro mundo. Os autores, responsáveis pelas também ótimas "Malhação - Intensa" (2012), "Malhação Sonhos" (2014) e "Totalmente Demais" (2016), emplacaram outro produto de qualidade e conquistaram o público com uma história deliciosa que abordou a literatura com delicadeza, apresentou personagens bem construídos, formou casais apaixonantes e ainda explorou viradas que emocionaram e tiraram o fôlego com boas doses de tensão. Impossível não ter se envolvido com Paloma (Grazi Massafera), Marcos (Romulo Estrela), Alberto (Antônio Fagundes), Nana (Fabiula Nascimento), entre tantos outros bons e bem interpretados perfis. É o melhor folhetim das 19h desde "Totalmente Demais", ironicamente, também escrito por eles e reprisado em 2020.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: as melhores atrizes e os melhores atores do ano

 Todo ano, a retrospectiva de melhores intérpretes fica gigantesca neste blog. Normalmente, em torno de 160 nomes. Mas 2020 foi um ano atípico. A pandemia do novo coronavírus interrompeu as gravações de todas as novelas e séries. Nacionais e internacionais. As reprises viraram as protagonistas do entretenimento. Mas, ainda assim, alguns nomes merecem entrar na lista por produções encerradas no primeiro semestre ou então breves especiais gravados com todos os protocolos de segurança para presentear o telespectador com cultura de qualidade. Vamos a eles. 


Melhores Atrizes:



1- Marjorie Estiano.
Foram apenas dois episódios de "Sob Pressão - Plantão Covid". Mas o especial valeu por uma temporada inteira somente pela entrega do elenco. E a principal foi Marjorie. Magnífica como sempre, a atriz deu um show de emoção em todas as difíceis cenas de Carolina fazendo de tudo para salvar os vários pacientes da covid-19. A cena mais emblemática do especial foi o momento em que a médica precisou tirar a máscara e sorrir para a foto de seu crachá do hospital de campanha. Um rosto cheio de marcas, os olhos vermelhos de tanto chorar e um sorriso que pareceu um pedido de socorro. Marjorie não precisou nem falar. Que cena! 


2- Fernanda Montenegro.
Elogiar Fernandona é chover no molhado. E a veterana esteve em dois especiais gravados em plena pandemia (pela sua própria família). A ranzinza Gilda foi brilhantemente interpretada tanto em "Amor e Sorte" quanto em "Gilda, Lúcia e o Bode", exibido na noite de Natal. A atriz mesclou momentos cômicos e dramáticos com a maestria que só alguém de seu talento consegue. A personagem é tão boa que vale a dica para a Globo fixar a série em sua grade. 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: as melhores cenas do ano

Mais um ano está chegando ao fim e mais uma vez o telespectador foi presenteado com várias cenas grandiosas da nossa teledramaturgia. Momentos marcantes de novelas, séries e minisséries emocionaram, impactaram ou divertiram ao longo de 2020. Porém, a pandemia do novo coronavírus interrompeu as gravações de todas elas. Algumas ainda conseguiram ser encerradas antes do caos mundial. Outras não. A programação de todos os canais foi preenchida com reprises. Ao menos muitas sequências de produções inéditas merecem menção para relembrar o show dos atores, a competência da direção e o talento dos escritores. Vamos a elas.






Adelaide surpreende Justina em "Éramos Seis":
Após um reencontro conturbado, que resultou em um surto da filha autista de Emília (Susana Vieira), a irmã mais velha resolveu surpreender a irmã com um voo de avião. Encantada, Justina lembrou das duas na infância e a cena transbordou sensibilidade. Júlia Stockler e Joana de Verona deram um show.




Vitória conta que é a mãe de Sandro em "Amor de Mãe":
A advogada toma coragem e revela para a babá de seu filho que houve uma grande confusão envolvendo a vida de ambas. Lurdes tenta negar a realidade, mas chora quando vê o resultado do exame de DNA que prova que Vitória é a mãe biológica de Sandro. Lurdes se demite e sai desnorteada. Taís Araújo e Regina Casé perfeitas.


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: os melhores casais do ano

 A pandemia do novo coronavírus, como já mencionado nas postagens anteriores, implicou na interrupção de todas as gravações da teledramaturgia. A programação das emissoras ficou repleta de reprises. E as reexibições ainda dominam as grades. Por conta deste fato, a lista de melhores casais da ficção de 2020 é composta, em grande parte, por pares de tramas que chegaram ao fim ou foram interrompidas no primeiro semestre. Vamos a eles. 



Marcos e Paloma ("Bom Sucesso"):
Rosane Svartman e Paulo Halm foram muito inteligentes. Nada de declarações apaixonadas no primeiro capítulo ou casamento na segunda semana. Marcos e Paloma tiveram um amor construído aos poucos. Ele era um galinha convicto, enquanto ela tentava retomar um relacionamento do passado. Os dois foram se encantando um pelo outro até o amor se instaurar de vez. A química entre Rômulo Estrela e Grazi Massafera se mostrou avassaladora e os atores foram ótimos na deliciosa novela das sete de sucesso. 


Lola e Afonso ("Éramos Seis"):
O quinto remake do romance de Maria José Dupré foi o único que teve um final feliz para a protagonista. A novela, adaptada por Angela Chaves, chegou ao fim em 27 de março, dias antes da pandemia se instaurar no país. As gravações finais tiveram adaptações pela ausência de beijos, mas Dona Lola terminou ao lado de Seu Afonso e a química entre Glória Pires e Cássio Gabus Mendes, parceiros de vários trabalhos, foi um dos trunfos da produção. O casal caiu no gosto do público e foi um alento vê-los juntos no fim. 

domingo, 27 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: os piores do ano

 A pandemia do novo coronavírus impediu a produção de muitas atrações. As emissoras precisaram apelar para muitas reprises para preencher suas grades. Ainda assim, alguns formatos permaneceram inéditos e vários deles merecem entrar na lista de piores de 2020. E todos os canais sofreram deste mal, assim como costuma ocorrer nos anos sem pandemia. Vamos a eles. 



"Triturando":
O programa de fofocas do SBT sempre foi uma bagunça generalizada, mas em 2020 se superou nos próprios erros. Chamado inicialmente de "Fococando", depois mudou para "Fofocalizando", até virar, do nada, "Triturando". Isso porque Silvio Santos adorava o quadro que triturava a foto de figuras criticadas pelos apresentadores. Porém, a mudança de nome gerou uma rejeição maior do público e a audiência, que já era baixa, despencou. Cris Flores foi contratada para o lugar de Leão Lobo, dispensado por conta da pandemia, e a jornalista é ótima. Ana Paula Renault também foi uma boa aquisição, mas elas não fazem milagre diante dos temas debatidos. Já fizeram até uma enquete perguntando  como o telespectador preferia morrer (esfaqueado, com um tiro ou envenenado). Vergonha. 


"Se Joga":
O programa criado para ficar no lugar do "Vídeo Show" nunca deu certo. Nem um dia sequer. A Globo criou um formato vazio, cansativo e que misturava tudo e não apresentava nada. Érico Brás, Fabiana Karla e Fernanda Gentil nunca conseguiram um bom entrosamento e a artificialidade na apresentação predominava. A pandemia do novo coronavírus fez a emissora priorizar o jornalismo em sua programação e vários programas saíram do ar momentaneamente. O "Se Joga" entrou na lista. Porém, a emissora aproveitou a "oportunidade" para esquecer do programa. Mesmo com a volta da programação normal, aos poucos, o formato do trio de apresentadores não retornou. E ainda bem. Todavia, segundo vários sites, em 2021 a atração retornará aos sábados e somente com Fernanda no comando. Resta saber como será...

sábado, 26 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: os artistas que deixaram saudades

 O ano de 2020 foi trágico. A pandemia do novo coronavírus resultou em uma catástrofe mundial e a covid-19 fez milhares de vítimas. Ainda segue fazendo, é preciso lembrar. A vacina está a caminho, mas a situação continua a mesma e a curva de mortes tem aumentado no Brasil. E foram muitos artistas vitimados pela doença, além de outros casos de mortes dolorosas ao longo dos meses. E como já é tradição neste blog, a primeira retrospectiva lembra as figuras que se foram e deixam saudades. 



Sérgio Noronha (1932 - 2020):
O conhecido e querido comentarista esportivo da Globo faleceu em janeiro, aos 87 anos. Morava no Retiro dos Artistas desde 2018. Com passagens também pela Band e Rádio Globo, era conhecido como uma pessoa discreta e solícita. Sofria do Mal de Alzheimer e teve uma parada cardíaca. 



Zé do Caixão (1936 - 2020):
O personagem de José Mojica Marins sempre foi muito mais popular que seu intérprete. O ator e diretor de filmes de terror, sempre com um estilo thrash, era uma figura tímida e dava poucas entrevistas. Já na pele de seu personagem mais famoso se soltava e virava participação frequente em inúmeros programas de televisão. Faleceu aos 83 anos, em fevereiro, vítima de uma broncopneumonia. 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Feliz Natal!

 


Quero desejar a todos os meus leitores um Feliz Natal. Em um ano de pandemia como foi (e está sendo) 2020, ficou ainda mais doloroso seguir em frente diante de tantas mortes e tanto sofrimento. Não tem sido nada fácil. A programação televisiva se tornou recheada de reprises, o que implicou na maior dificuldade de produção de textos para vocês. Mas ainda assim contei com a presença dos fiéis seguidores e leitores, tanto os que apenas leem as postagens quanto os que fazem questão de comentar. Que todos tenham muita saúde, paz e tudo de melhor sempre. A partir de amanhã as listas da tradicional retrospectiva do blog serão iniciadas. Até lá. 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

"Simples Assim" é simples e chato

 Angélica ficou quase três anos fora do ar. O "Estrelas", programa comandado por ela entre 2006 e 2018, chegou ao fim desgastado e sem atrativos. A Globo encerrou a atração sem ter um novo projeto para a apresentadora. Muitas especulações foram feitas durante a ausência da loira, incluindo o desligamento da emissora. E todos os "projetos" de um novo formato eram adiados. Até surgir o "Simples Assim", em outubro deste ano. 


Antes da estreia, no dia 20, pouco se falava sobre o novo programa. A falta de informações implicou em uma expectativa elevada. Afinal, era o retorno de Angélica após um longo hiato. Mas o resultado ficou abaixo da média. As explicações sobre a proposta do formato são ótimas: "uma reflexão sobre algo que nos une como seres humanos. A busca pela felicidade. Um propósito comum a todos e, ao mesmo tempo, único e individual, que cada um percorre a seu modo. Trilhar o caminho não é simples e chegar à simplicidade, ao estado de espírito que permite encarar a vida com mais leveza, pode custar uma vida inteira". 

A cada episódio, um tema ---- como felicidade, fé, trabalho, família, solidariedade, diversidade, vaidade e amor ---- foi abordado. E, para cada assunto, diferentes percepções e maneiras de contar essas histórias, que vieram das ruas, das casas dos personagens (sempre anônimos), através de esquetes de humor ---- que marcaram a volta de Angélica como atriz ---- ou das dinâmicas com alguns convidados em um palco.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

"220 Volts" foi um especial hilário e emocionante

 O "220 Volts" é um dos marcos da carreira de Paulo Gustavo. O humorista estreou o programa em 2011 no Multishow e o sucesso foi estrondoso. O formato é simples. Vários quadros protagonizados pelos personagens icônicos do ator compõem a atração, quase sempre falando com a câmera (quebrando a chamada quarta parede), e o telespectador nem percebe o tempo passar. Ficou no ar até 2016 no canal a cabo e ganhou um especial na Globo em 2020, exibido nesta terça-feira (22/12).

Infelizmente, a emissora precisou passar por uma das piores crises em seu setor de humor (desmontado por completo em virtude do escândalo do assédio de Marcius Melhem, então todo poderoso do canal e já demitido) para dar espaço ao sarcasmo de Paulo na rede aberta. Mas antes tarde do que nunca. E valeu muito a pena. O humorista apresentou seus perfis mais queridos do público em esquetes impagáveis ---- todas gravadas em novembro, durante a pandemia, respeitando os protocolos e muitas apresentando situações atuais de forma crítica.

Maria Efisema, Senhora dos Absurdos (que virou a essência do bolsonarismo), Mulher Feia, Playboy, Famosa e, claro, a amada Dona Hermínia marcaram presença e foi difícil parar de rir.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

"Os casais que amamos" foi uma boa ideia mal executada pelo Viva

 Uma ótima forma de homenagear a teledramaturgia é falar dos casais mais marcantes da ficção. O Viva resolveu transformar a ideia em um especial chamado "Os casais que amamos". O primeiro programa foi exibido em junho em homenagem ao dia dos namorados. Glória Menezes e Tarcísio Meira foram os escolhidos. E foi um primoroso episódio. Porém, a temporada vem se mostrando bem errática em vários pontos. 


O segundo episódio só foi exibido em novembro. Cinco meses depois do primeiro. A razão é a pandemia do novo coronavírus que atrasou os trabalhos. E os demais episódios da temporada se mostram bem diferentes do protagonizado por Tarcísio e Glória. Afinal, os veteranos são os únicos também casados na vida real. E, como moram juntos, as entrevistas aconteceram na casa deles. Foi uma delícia vê-los relembrando suas trajetórias. 

Já os demais capítulos da série (em um total de 13) ocorrem por meio de entrevistas individuais. Cada ator ou atriz fala sobre o determinado casal de sua casa, sem interagir com o colega. Isso esfria o formato. Somente no final de cada episódio, há um depoimento elogioso da pessoa sobre seu companheiro de trabalho.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Nicette Bruno deixa um legado de generosidade e talento

 A notícia que todos os fãs temiam infelizmente veio. A morte da querida Nicette Bruno foi noticiada na tarde deste domingo. Internada há semanas na UTI da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, a atriz estava em estado muito grave por conta da covid-19. Respirava por um ventilador mecânico e não resistiu. É mais uma vítima, entre os mais de 185 mil mortos no país, da destruidora doença que vem devastando tantas famílias. 

A veterana estava respeitando o isolamento desde o início da pandemia, afinal, tinha 87 anos e estava no grupo de risco. Mas, segundo Beth Goulart, sua filha, um parente assintomático foi visitá-la e a infectou. Um triste retrato do atual momento do país, onde várias pessoas ignoram a gravidade da doença e seguem se aglomerando em bares, praias e shoppings. São essas pessoas que mais infectam as que estão se preservando, mas ignoram todas as recomendações por simples egoísmo. O egoísmo que passou a fazer parte da rotina de muitos brasileiros. 

A última aparição da grande Nicette na televisão foi no primoroso remake de "Éramos Seis", encerrado pouco antes do início da pandemia, no final de março. A atriz viveu a madre Joana, que acolheu por alguns dias Dona Lola (Glória Pires). A participação, na verdade, foi uma linda homenagem da autora Angela Chaves ao remakes anteriores do romance de Maria José Dupré.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Vitória de Jojo Todynho fecha o sucesso de "A Fazenda 12" com chave de ouro

 A temporada de maior sucesso de "A Fazenda" chegou ao fim nesta quinta-feira, dia 17. A décima segunda edição foi líder de audiência quase diariamente, deixando a Globo para trás sem grande dificuldade. Claro que o período de pandemia, onde a grade de quase todas as emissoras se alimenta de reprises, beneficiou o formato da Record, assim como beneficiou o "BBB 20" no início do ano. Mas é verdade que a boa seleção do time também fez diferença. Foram muitos barracos e a vitória de Jojo Todynho fechou o ciclo com chave de ouro. 

A final teve a presença da campeã, Biel, Stéfani e Lipe. O cantor sempre foi o principal inimigo de Jordana no jogo e a rivalidade virou um dos trunfos de "A Fazenda 12". Tanto que um dos embates mais marcantes foi protagonizado pela dupla, quando Jojo o xingou ao vivo, durante a votação. Já os dois ex-namorados, participantes de uma das edições do "De Férias com o Ex - Brasil" (reality da MTV), foram as zebras das últimas semanas. Ambos tiveram uma trajetória relativamente discreta e sem grandes conflitos --- bem diferente das fortes brigas que vivenciaram no formato anterior. Mas conseguiram escapar de algumas roças e foram beneficiados.

A reta final do reality foi muito desgastante, principalmente por conta dos equívocos da produção. Os vários erros amadores das Provas do Fazendeiro foram motivo de uma avalanche de críticas, mas o pior foi justamente na última: Jordana estava machucada e mesmo assim fizeram um desafio de agilidade praticamente impossível para a concorrente.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Cláudia Netto foi uma boa surpresa de "Flor do Caribe"

"Flor do Caribe", reprisada atualmente pela Globo, não tem muitos personagens. É uma novela com poucos atores e isso ficou claro após a apresentação de todos os núcleos. Por causa do elenco enxuto, quase todos conseguem se destacar. Entretanto, em qualquer trama, independente do time ser grande ou pequeno, há alguns papéis que acabam brilhando mais do que outros. E entre os destaques da atual obra de Walther Negrão está a Guiomar, vivida pela ótima Cláudia Netto.


A personagem só entrou na história após algumas semanas da novela já iniciada, porém, assim que chegou, já mostrou que seria uma das figuras mais divertidas e interessantes de "Flor do Caribe". Sempre dotada de um humor fino e ácido, Guiomar tem Dionísio (Sérgio Mamberti) e Alberto (Igor Rickli) como principais alvos de sua artilharia de frases inspiradas. O sogro e o filho foram obrigados a aceitá-la na mansão e, desde então, 'sofrem' (merecidamente) com sua língua ferina. 

Entretanto, essa mulher não se resume somente ao deboche. A perua também faz questão de demonstrar o amor que sente por Alberto, mesmo sabendo que o filho é um poço de maldade e ressentimento. A atriz protagonizou cenas emocionantes e quase todas envolvendo o grande vilão da trama. A sequência mais

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

"Malhação - Viva a Diferença" abordou vários temas importantes de forma hábil

Além do ótimo elenco, personagens ricos e boa condução do enredo, Cao Hamburger acertou em outro ponto com a sua deliciosa "Malhação - Viva a Diferença", reprisada atualmente: a abordagem cuidadosa de vários temas importantes. Racismo, gravidez na adolescência, autismo, uso de drogas, alcoolismo, abuso sexual, direitos humanos, assexualidade, problemas de uma escola pública, automutilação, enfim, não faltaram situações exploradas ao longo da temporada, sempre com bons perfis de protagonistas.


Não é fácil inserir tantas temáticas em um enredo ficcional sem parecer gratuito ou forçado, mas o autor conseguiu com louvor. Todos os dramas estão inseridos no contexto, complementando os conflitos da trama e deixando os personagens ainda mais cativantes, despertando atenção de quem assiste. A primeira situação abordada foi a gravidez na adolescência, através de Keyla (Gabriela Medvedoski), que pariu em pleno metrô de São Paulo, implicando na aproximação das cinco protagonistas.

Os problemas da menina em criar um filho sem pai e em época escolar foram o foco do começo da temporada, servindo para reforçar cada vez mais o elo do quinteto central, uma vez que todas ajudavam nos cuidados com o pequeno Tonico. Aos poucos, essa dificuldade de Keyla foi cedendo espaço para outras, que eram inseridas com o intuito de destacar outros personagens.

domingo, 13 de dezembro de 2020

"Dança dos Famosos" em 2020 foi um completo equívoco

A força da "Dança dos Famosos" é de conhecimento geral. A competição de dança virou o grande trunfo do "Domingão do Faustão e sempre faz sucesso, mesmo em temporadas mais fracas. O próprio Fausto não esconde o entusiasmo. Porém, o esforço para a produção do quadro em 2020, diante da pandemia do novo coronavírus, se mostrou um grande equívoco. 


Além das inúmeras dificuldades impostas pelos protocolos de segurança necessários para a prevenção da covid-19, a décima sétima temporada ainda sofreu com uma boa dose de falta de sorte. Obviamente, houve uma dificuldade maior na seleção dos participantes. Afinal, muitos não quiseram se arriscar porque, mesmo com as medidas preventivas, o contato físico de professor(a) e aluno(a) é inevitável. Para culminar, entre os poucos que aceitaram, vários sofreram acidentes ou ficaram doentes. 

Inicialmente, o time seria composto por Henri Castelli, Isabelli Fontana, Danielle Winits, André Gonçalves, Guta Stresser, Luiza Possi, Bruno Belluti, Lucy Ramos, Giullia Buscacio, Felipe Titto, Zé Roberto e Marcelo Serrado. Antes mesmo da edição começar de fato, Henri largou a disputa porque sofreu um corte no pé. O ator até mostrou uma foto em suas redes sociais para comprovar.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Jojo Todynho merece ganhar "A Fazenda 12"

"A Fazenda 12" foi um imenso sucesso e está em plena reta final. A Record ganhou bastante com as poucas opções de entretenimento inédito em plena pandemia do novo coronavírus. Mas a seleção do elenco tem muito mérito também, afinal, foram muitos barracos. Os participantes movimentaram o jogo. E a poucos dias da grande final, é fato que Jojo Todynho merece o prêmio. 

 Jojo é a figura mais famosa do reality, conhecido pela escalação de "sub-sub-subcelebridades". Jordana Gleise de Jesus Menezes é cantora e fez sucesso com o hit "Que tiro foi esse?", ganhando fama nacional em 2017. Desde então nunca mais saiu na mídia. Ou seja, nem merece estar classificada como "subcelebridade", termo pejorativo. O detalhe é que notícias sobre a seleção da participante para "A Fazenda" eram divulgadas há pelo menos 3 anos e sempre inverídicas. Em 2020, finalmente o anúncio se confirmou.

E valeu a pena. Jordana fez a diferença na edição e logo no primeiro dia virou a protagonista. Posto que não perdeu ao longo dos meses. Apenas ganhou uma também protagonista de peso ao seu lado: Raíssa, eliminada precocemente na roça mais injusta da temporada.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Constantes derrotas para "A Fazenda 12" expõem o desgaste do "The Voice Brasil"

 A nona temporada do "The Voice Brasil" estreou no dia 15 de outubro e está em plena reta final. É uma das poucas produções inéditas que a Globo tem atualmente em sua grade, com presença física de pessoas em um palco. Os outros programas inéditos vêm sobrevivendo das já tradicionais vídeo-chamadas de entrevistados. Em um ano atípico como 2020, em plena pandemia do novo coronavírus, o formato tinha tudo para fazer ainda mais sucesso. Porém, o efeito foi contrário: a edição vem fracassando em todos os aspectos. 


O principal reality musical da Globo, exibido às terças e quintas, vem perdendo semanalmente para "A Fazenda 12". E desde a sua estreia. Isso porque o reality da Record tem feito um grande sucesso e o "The Voice Brasil" iniciou sua temporada com o programa da concorrente já embalado pela boa audiência. A estratégia da líder tem sido a exibição cada vez mais tardia de "A Força do Querer". Até funciona para manter os índices, mas basta a reprise da novela de Glória Perez acabar para a emissora dos bispos liderar. 

Obviamente, o êxito da décima segunda edição de "A Fazenda" tem contribuído bastante para o fracasso do "The Voice Brasil". Mas a verdade é que o formato já apresentava sinais claros de desgaste há pelo menos três temporadas. Nunca teve problemas com a audiência porque não tinha um bom concorrente.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Interpretada brilhantemente por Deborah Secco, Íris representa a voz do público em "Laços de Família"

 A reprise de "Laços de Família" vem fazendo sucesso no "Vale a Pena Ver de Novo". O clássico de Manoel Carlos completou 20 anos em 2020. A reexibição veio em boa hora. E uma das personagens mais marcantes da história foi a Íris, o primeiro papel de grande destaque de Deborah Secco na televisão. Na verdade, foi seu melhor momento da carreira. A menina era o perfil mais complexo do enredo, alternando traços claros de vilania com momentos de bastante sofrimento. 


Em uma olhar raso, Íris seria classificada como uma vilã. Mas não era. A personagem, inicialmente, tinha pouca relevância na novela, mas ao longo dos meses foi crescendo até tomar conta da trama e protagonizar cenas emblemáticas no núcleo principal. A virada da filha de Ingrid (Lília Cabral) acontece quando o pai, Laéssio (Fernando Torres), falece em um dos momentos mais dramáticos e sensíveis do folhetim.  Isso porque a garota é irmã de Helena (Vera Fisher), a protagonista, e sempre almejou sair do sul do país para conhecer o Rio de Janeiro e ainda ficar perto de seu amor platônico, o grosseiro Pedro (José Mayer).

O objetivo de Íris é alcançado quando Helena a convida para passar uns tempos em seu apartamento, no Leblon. E é a partir da mudança, antes temporária e depois definitiva, que ocorre o crescimento da personagem. Isso porque passa a representar a voz do público. A menina chega justo em um momento de grande conflito entre mãe e filha, que entram em guerra por Edu (Reynaldo Gianecchini).

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

"Chocolate com Pimenta" repetiu o sucesso no Viva

Exibida entre 8 de setembro de 2003 e 7 de maio de 2004, "Chocolate com Pimenta" foi um dos grandes sucessos de Walcyr Carrasco no horário das seis e sua estreia completou 16 anos em 2020. A novela obteve tanto êxito quanto "O Cravo e a Rosa" e "Alma Gêmea", outras duas produções do autor que foram estrondosos sucessos às 18h. A trama que tinha uma fábrica de chocolates como foco principal conquistou o público e já foi reprisada duas vezes no "Vale a Pena Ver de Novo" ----- em 2006 e 2012. Agora chegou a vez do Canal Viva reprisá-la (iniciou no dia 20 de abril e está em plena reta final). O resultado? Outro sucesso.


Walcyr escreveu uma deliciosa comédia romântica passada em 1920, onde a protagonista era uma mocinha humilde, ingênua e desengonçada que vai morar na cidade de Ventura com uma parte da família que não conhece, após perder o pai assassinado por grileiros no sul do país. Família composta por caipiras que moram em uma fazenda. Não demora muito para a mocinha se sentir acolhida. Entretanto, seu estilo brejeiro provoca repulsa nos moradores preconceituosos do lugar.

Interpretada lindamente por Mariana Ximenes, Ana Francisca, mesmo com seu jeito nada feminino e visual risível, despertou atenção do galanteador Danilo (Murilo Benício) ---- sobrinho do prefeito (Vivaldo - Fúlvio Stefanini) ----, o homem mais cobiçado da cidade, alvo de várias meninas do colégio onde estudava.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Capitu representa a mocinha sofredora de "Laços de Família"

 As novelas de Manoel Carlos têm algumas peculiaridades e uma delas é a ausência da figura da mocinha. O autor ficou marcado pela criação de suas protagonistas, todas chamadas de Helena. E os enredos sempre são movidos por elas, com raras exceções. Mas nunca foram as clássicas heroínas românticas. São perfis mais maduros e repleto de controvérsias. A atual reprise do "Vale a Pena Ver de Novo" apresenta a melhor Helena, interpretada magistralmente por Vera Fisher. O irônico é que na história há, sim, uma mocinha: a Capitu (Giovanna Antonelli). 


A personagem é de um núcleo secundário da história, mas é possível constatar que representa a figura da mocinha sofredora, ainda que Maneco sempre tenha fugido do clichê em seus dramas centrais. O próprio nome da personagem já é bem característico. Capitu recebeu o nome do pai, Pascoal (saudoso Leonardo Villar), em virtude do clássico "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Se no romance o leitor fica eternamente na dúvida sobre a traição ou não de Capitu (afinal, ela traiu ou não Bentinho?), na novela há também a controvérsia sobre a imagem da menina que esconde de todos ser uma garota de programa. 

Muitos que convivem com Capitu ficam na dúvida: ela é prostituta? O questionamento interno de cada personagem não deixa de ser uma boa referência ao livro de Machado. No entanto, a construção do papel é toda voltada para a mocinha tradicional.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Globoplay acerta ao finalmente ouvir parte das reclamações de seus assinantes

 Há cerca de um mês, houve uma intensa reclamação de um grupo de noveleiros no Twitter a respeito da qualidade de imagem de várias novelas da Globoplay. Na verdade, é uma reclamação antiga dos assinantes. Mas a repercussão aumentou na rede social depois que o administrador do perfil do serviço de streaming da Globo na rede social cedeu aos caprichos do 'fandom' de "As Five", que exigiu uma mudança no horário da estreia da série, derivada de "Malhação - Viva a Diferença", mesmo podendo assistir a hora que quiser. 


Vários assinantes que prestigiam as outras produções do catálogo aproveitaram a situação para expor a preferência pelas exigências do público de "As Five". Em uma atitude inteligente, a equipe de mídias sociais pouco tempo depois postou no Twitter que atenderia aos pedidos dos noveleiros e tentaria resolver as reclamações sobre a falta de qualidade da imagem de muitos folhetins da plataforma. Até um anúncio das novelas que seriam 'melhoradas' foi feito, incluindo as datas de cada uma. 

Um dos principais alvos de críticas era "A Vida da Gente" (2011). A primorosa trama de Lícia Manzo, protagonizada por Marjorie Estiano e Fernanda Vasconcellos, é a terceira novela mais vendida da Globo para o exterior e até hoje é lembrada com carinho pelos fãs.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Eliminação precoce de Raissa foi a grande injustiça de "A Fazenda 12"

 O sucesso de "A Fazenda 12" é incontestável e vem incomodando a Globo. A verdade é que o time foi muito bem selecionado pela equipe do reality. Mas entre os vários participantes da edição, uma figura se destacou logo no início graças aos barracos protagonizados e virou uma das favoritas ao prêmio: Raissa Barbosa. Porém, a participante acabou eliminada nesta quinta-feira (26/11), em uma roça com Mariano e Lidi Lisboa. 

Raissa é vice-campeã do Miss Bumbum e posou nua. Mas não era conhecida do grande público. À primeira vista, parecia aquele perfil desinteressante e apático, que pouco sobressai ao longo das semanas. A impressão se dissipou rápido após a primeira votação, quando a combinação do grupo liderado por Biel se desnudou. Foram vários votos que culminaram na primeira roça da participante. A surpresa logo se transformou em fúria e o descontrole emocional de Raissa resultou em uma grande repercussão dentro e fora do reality.

A participante foi a primeira responsável em colocar o programa na boca do povo. Muitos adoraram vê-la liderando várias discussões e enfrentando seus rivais sem medo. Até porque é sempre mais complicado o surgimento de desavenças em início de reality, quando a temperatura ainda está baixa e o clima de paz se instaura.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

"Lady Night" não foi prejudicado pela pandemia e segue impagável

 O "Lady Night" é um dos maiores acertos do Multishow. A primeira, a segunda e a terceira temporadas (em 2017 e 2018) foram as mais longas. Já a quarta foi mais curta em virtude da gravidez de Tatá Werneck. Todas foram deliciosas e fizeram um baita sucesso. Não por acaso, o programa ganhou reprises na grade da Globo desde o início de 2019. A nova temporada estreou no dia 3 de novembro de 2020, segunda-feira da semana retrasada. 

A escolha para o programa de estreia foi certeira. Há um chamariz melhor do que a presença de Xuxa? A apresentadora está em um claro "namoro" com a Globo. O retorno ao canal que a consagrou é quase certo. O contrato com a Record encerra em dezembro deste ano e Xuxa tem ido a vários programas da líder, vide as ótimas entrevistas recentes ao "Fantástico" e ao "Altas Horas". E sua desenvoltura com Tatá foi maravilhosa. Impressionante como a humorista consegue perguntar tudo de mais constrangedor sem cair na vulgaridade. Foi um bate-papo divertidíssimo.

O risco da realização do "Lady Night" durante a pandemia do novo coronavírus era alto. Afinal, nada de plateia ou contato físico da apresentadora com seus convidados em 2020. Em um formato de entrevistas "normal", não faria tanta diferença.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

"Talk Five" é uma boa ideia da Globoplay para o engajamento de "As Five"

 A Globoplay não esconde a aposta em "As Five". A série original do serviço de streaming da Globo, derivada de "Malhação - Viva a Diferença", uma das temporadas mais bem-sucedidas do seriado adolescente, sempre esteve cercada de expectativas. Antes da estreia, no dia 12 de novembro, houve uma espécie de 'introdução' através do especial "Making Five", uma leva de episódios especiais sobre os bastidores e todos os processos de escalação, produção e elaboração do formato. Funcionou. Agora, após a elogiada estreia, um novo projeto foi lançado: o "Talk Five". 


Na segunda-feira passada, dia 16, foi a exibição do primeiro programa exclusivo da plataforma. Hoje, dia 23, o segundo. As cinco atrizes que protagonizam "As Five" se reúnem todas as segundas-feiras, às 17h, no "Talk Five". É uma espécie de bate-papo sobre tudo o que aconteceu no episódio da série exibido na semana anterior --- como já mencionado, a temporada não será disponibilizada na íntegra e, sim, semanalmente. Ao vivo, a conversa é aberta para o público assinante da Globoplay e os melhores momentos da atração podem ser conferidos em um podcast no Gshow na terça-feira seguinte. 

Apresentado pela rapper, historiadora e escritora Preta Rara, o formato é quase uma extensão da série. O próprio diretor, Fabrício Mamberti, admite: "É possível discutir o episódio e aprofundar as camadas de cada personagem e seus conflitos, onde temos a chance de ver as atrizes defendendo não só o ponto de vista das personagens, mas o ponto de vista pessoal delas", explicou.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

"Falas Negras" foi um especial forte, emocionante e essencial

 Em um ano atípico, marcado pela pandemia do novo coronavírus, foram poucas as produções inéditas na televisão. As reprises vêm dominando a programação dos canais. Abertos ou fechados. No entanto, a Globo surpreendeu e conseguiu produzir um importante especial, exibido nesta sexta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra: o "Falas Negras". 


Idealizado por Manuela Dias, autora de "Amor de Mãe", o projeto é dirigido por Lázaro Ramos e traz 22 atores interpretando falas históricas, todas em primeira pessoa. A equipe ainda criou um baobá (símbolo da África) de proporções reais para o cenário ---- com cinco metros de altura e a copa de seis metros de diâmetro. Foram dez dias de ensaio e preparação de elenco, tudo feito de forma remota. 

A preparadora foi a atriz Tatiana Tibúrcio, que também atuou no episódio como Mirtes Souza, mãe do menino Miguel, morto depois de ser deixado sozinho dentro de um elevador por Sarí Corte Real, patroa de Mirtes. Que atuação dilacerante. Que show! Todos que participaram da produção são negros, com exceção da idealizadora Manuela.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Ernani Moraes é um dos grandes destaques de "Amor sem Igual"

 "Amor sem Igual" é a primeira novela que voltou ao ar, após a interrupção das gravações por conta da pandemia do novo coronavírus. A Record já gravou todos os capítulos restantes e a autora Cristianne Fridman precisou alterar o roteiro, cortando abraços, beijos e cenas com proximidade. Após a reprise do compacto da primeira parte da trama, a segunda parte inédita estreou no dia 28 de outubro, quarta-feira. E é inegável que um dos destaques do folhetim é Ernani Moraes. 


É claro que Day Mesquita segue ótima como Poderosa e honra o protagonismo da garota de programa do enredo, assim como Rafael Sardão brilha na pele do mocinho Miguel. Mas o personagem de Ernani, no início da trama, parecia um mero coadjuvante sem grande importância. Ao longo dos meses, todavia, essa impressão foi se dissipando à medida que seu núcleo ganhava cada vez mais cenas dramáticas e relevância na história. 

Oxente, apelido de Antônio Barros, é um nordestino que esbanja integridade e patriarca de uma família numerosa: tem esposa e quatro filhos ----- Zenaide (Andrea Avancini), Pedro Antônio (Guilherme Dellorto), José Antônio (César Cardadeiro) Antônio Júnior (Miguel Coelho) e Maria Antônia (Giselle Batista) ----, além de Miguel, considerado um outro filho.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

"As Five" mantém a qualidade de "Malhação - Viva a Diferença"

 A Globoplay disponibilizou o primeiro episódio de "As Five", série exclusiva do serviço de streaming e derivada de "Malhação - Viva a Diferença" (2017/2018), no dia 12 de novembro, meia noite em ponto. Isso após um protesto dos fãs da trama contra o horário estipulado anteriormente (às 17h), mesmo sendo uma produção para assistir a hora que quiser. E a estratégia é exibir um episódio por semana, atraindo mais engajamento e audiência em uma determinada hora. 

A Globo também exibiu o primeiro capítulo nesta segunda-feira (16/11); mas neste caso, sim, valeria um protesto dos fãs. O episódio foi ao ar depois da meia noite, em um horário ingrato para a audiência. A faixa logo depois da reprise de "A Força do Querer" seria bem mais adequada. Porém, a série é exclusiva da Globoplay e a exibição foi apenas um chamariz para mais assinantes. O que é possível observar da nova saga das protagonistas de "Malhação", escrita por Cao Hamburger, é a permanência de todas as características já observadas no seriado adolescente vespertino. Tanto na essência das personagens quanto na elaboração de seus dramas. E, como a temporada foi primorosa, não é um demérito.

É no momento mais conturbado da vida de Tina (Ana Hikari) que as cinco jovens se reencontram após seis anos sem se verem e cerca de três desde a última mensagem no grupo "As Five". As amigas se mobilizam para estarem presentes no velório da mãe de Tina. Morando nos Estados Unidos, Ellen (Heslaine Vieira) volta ao Brasil especialmente para acompanhar a cerimônia.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Canal Viva acerta com a maratona de "Chocolate com Pimenta" e "Mulheres Apaixonadas"

 O Canal Viva começou a exibir maratonas de novelas da faixa das 23h aos domingos já há algum tempo. Todo domingo, os capítulos de segunda a sábado eram exibidos em sequência. Uma novidade. Mas a que mais deu certo foi com "O Clone". Já no início de agosto, o canal também fez o mesmo com "Chocolate com Pimenta". Isso porque a reprise da novela de Walcyr Carrasco é um dos maiores êxitos de audiência. E desde o final de agosto que o folhetim vem fazendo uma dobradinha e tanto com "Mulheres Apaixonadas", um dos melhores trabalhos de Manoel Carlos. 

As duas produções são os maiores sucessos atuais do Viva. E uma já entrega uma elevada audiência para a outra à noite. A junção das duas histórias inesquecíveis de Walcyr e Maneco aos domingos tem sido um presente para o público, com o perdão do clichê. De 14h15 às 19h, o telespectador acompanha a saga de Aninha Francisca (Mariana Ximenes) com poucos intervalos comerciais e das 19h às 23h45 é o momento da reprise sobre os dramas familiares de Helena (Christiane Torloni), Heloísa (Giulia Gam), Raquel (Helena Ranaldi) e companhia marcar presença. 

Quem é fã das duas produções não tem motivo para trocar de canal durante um longo tempo. Ainda mais em um domingo, onde a programação da televisão aberta é tão controversa e a dos canais a cabo pouco atrativa.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Tudo sobre a coletiva de lançamento de "As Five", nova série da Globoplay

 A Globo promoveu nesta terça-feira, dia 10, mais uma coletiva para o lançamento de "As Five", série exclusiva da Globoplay, que estreia no dia 12, oriunda da temporada de sucesso de "Malhação - Viva a Diferença", exibida entre 2017 e 2018. Também escrita por Cao Hamburger, a série será exibida semanalmente no serviço de streaming da Globo. É a primeira vez que algo do tipo acontece. Normalmente, em qualquer plataforma do gênero, a temporada é disponibilizada completa. O objetivo, claro, é segurar a audiência. Fui um dos convidados do bate-papo e conto um pouco tudo o que foi falado. 

É no momento mais conturbado da vida de Tina (Ana Hikari) que as cinco jovens se reencontram após seis anos sem se verem e cerca de três desde a última mensagem no grupo "As Five". As amigas se mobilizam para estarem presentes no velório da mãe de Tina. Morando nos Estados Unidos, Ellen (Heslaine Vieira) volta ao Brasil especialmente para acompanhar a cerimônia. Keyla (Gabriela Medvedoski) leva Tonico (Matheus Dias), agora com sete anos, para rever as madrinhas, mas o garoto prefere fazer bagunça a interagir com elas, de quem mal consegue lembrar. Lica (Manoela Aliperti) chega sozinha ao local e fica constrangida quando seu olhar cruza com o de Samantha (Giovanna Grigio). Já Benê (Daphne Bozaski) conta com a companhia de Guto (Bruno Gadiol) e nem imagina que seu casamento está com os dias contados. 

Perguntei a todas o que não imaginavam estar na sinopse de "As Five". "Difícil responder sem dar spoiler, mas foi a autoestima da Keyla. Era algo que não esperava. Mas o resto só vendo a série porque é spoiler", contou Gabi. "Me surpreendeu a Lica continuar tendo uma atitude de adolescente à flor da pele. O pouco que posso dizer é isso", disse uma envergonhada Manu.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Carro de som foi devastador para "A Fazenda 12"

 É verdade que "A Fazenda 12" segue com bons números de audiência e vence a Globo quase diariamente. O sucesso do reality da Record continua incontestável. Porém, a produção cometeu um erro grave quando não evitou a chegada da mensagem do carro de som enviado pelos fãs da Mirella. Esse tipo de interferência externa pode ser fatal para qualquer competição e, ao que tudo indica, aniquilou o andamento do jogo. 

O carro foi enviado no dia 27 de outubro e todos ouviram a mensagem: "Mirella, se afaste de Biel e Juliano. Confie apenas em Stéfani. Estamos com vocês, Sterellas". "Sterellas" é o termo que o fandom que shippa (torce para um romance e por isso a junção dos nomes) Mirella e Stéfani usa. Desde então, a MC simplesmente mudou de personalidade subitamente. A participante arrogante, debochada e provocativa se transformou em uma menininha doce, engraçacinha e inocente. 

Mirella sempre foi amiga de Stéfani no jogo, mas houve um afastamento quando a MC se aliou a Luiza Ambiel, Victoria, Biel e Juliano. Isso porque Stéfani e Luiza tiveram uma briga séria quando Luiza mudou de lado assim que sua então aliada Carol acabou eliminada. Raíssa comprou a briga de Stéfani, enquanto Mirella ficou do lado de Luiza.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Teaser de "Verdades Secretas 2" provoca curiosidade e repercussão

 Na segunda-feira passada (26/10), foi lançado um teaser de pouco mais de dois minutos sobre "Verdades Secretas 2". A continuação da novela de imenso sucesso de Walcyr Carrasco na faixa das 23h, em 2015, ganhará uma versão exclusiva para a Globoplay, serviço de streaming da Globo, com aproximadamente 50 capítulos. A estreia está prevista para o segundo semestre de 2021, embora tudo ainda seja incerto por conta dos reflexos da pandemia do novo coronavírus. 


É impossível qualquer análise sobre a continuação em virtude da falta de informações. Como as gravações ainda não começaram em virtude das dificuldades dos trabalhos diante da covid-19, o elenco nem foi totalmente fechado e pouco se sabe sobre o enredo. A única certeza é a volta de Camila Queiroz na pele da controversa Angel/Arlete e a escalação de Rômulo Estrela, Sérgio Guizé e Christiane Torloni. Porém, o teaser despertou uma grande repercussão e curiosidade nas redes sociais e a expectativa do público, que já era elevada, aumentou.

A continuação da novela não terá a direção de Mauro Mendonça Filho, que dirigiu a obra original e vários outros folhetins de Walcyr, como o remake de "Gabriela" (2012) e "Amor à Vida" (2013). A parceria da dupla sempre foi bem-sucedida.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Talita Younan foi uma das gratas surpresas de "Malhação - Viva a Diferença"

A reprise de "Malhação - Viva a Diferença" vem reforçando todos os êxitos da trama de Cao Hamburger e impressiona como os temas seguem atuais. O autor realmente fez a diferença e abordou temas muito importantes. Um dos mais difíceis de serem explorados ganhou destaque com o drama de K1: o abuso sexual. E Talita Younan aproveitou a chance quando sua personagem ganhou um drama denso.


K1 sempre foi a venenosa da turma e praticou muito bullying com vários colegas, incluindo Benê (Daphne Bozaski). No entanto, a menina sempre teve um lado mais humano e até inocente, principalmente nos momentos de conversa com K2 (Carol Macedo) ou quando tentava escapar das investidas mais pesadas de MB (Vinicius Wester). Foram muitas cenas hilárias e outras mais vilanescas ao longo da trama; mas a curva dramática começou a mudar. A garota passou a chorar escondido e fazia questão de se isolar. Era o primeiro sinal do abuso.

A personagem até se reaproximou de Keyla (Gabriela Medvedovski), que formava o trio K1, K2 e K3 no passado, antes da filha de Roney (Lúcio Mauro Filho) engravidar e formar as 'five'. Foi a partir dessa aproximação que o público teve maior conhecimento do drama que a menina enfrentava.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

A força de Ana Maria Braga na homenagem a Tom Veiga, o Louro José

 A notícia da morte de Tom Veiga. intérprete do Louro José, aos 47 anos, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), ontem (01/11), chocou o Brasil. O papagaio falastrão que fazia todo mundo rir provocou um choro doloroso. E todos os fãs pensaram na hora no estado de Ana Maria Braga, que tinha o colega como filho e maior parceiro. Muitos questionaram se haveria condição emocional para apresentar o "Mais Você" hoje, um dia após o falecimento. Ana conseguiu. 


Com a voz embargada e os olhos vermelhos de tanto chorar, Ana Maria Braga apresentou seu primeiro programa sem o companheiro de quase toda a vida profissional por quase 40 minutos. Sem interrupções com ações de merchandising. Foi uma homenagem do início ao fim. Em nenhum momento as lágrimas deixaram de cair, o que só provou a dificuldade da apresentadora no dia mais doloroso do "Mais Você". Mas a sua força é conhecida há muito tempo pelos telespectadores e fãs. 

Ana Maria Braga, de 71 anos, já venceu quatro lutas contra o câncer. O primeiro foi um câncer de pele, em 1991. Por isso usava aquelas famosas luvinhas na década de 90. Era uma proteção. Já em 2001 foi o seu câncer mais grave: um tumor no reto e na virilha. O público acompanhou sua luta, a perda dos cabelos pela quimioterapia, enfim.

domingo, 1 de novembro de 2020

Morte de Tom Veiga, intérprete do Louro José, é mais um duro golpe de um cruel 2020

 O primeiro domingo de novembro começou muito mal. Tom Veiga foi encontrado morto em seu apartamento na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Vítima de um AVC. Ele tinha 47 anos e não era conhecido pelo seu rosto e, sim, por sua voz. O intérprete de Louro José, grande parceiro de Ana Maria Braga, virou uma figura querida por todos os brasileiros porque conseguiu transformar um fantoche em uma figura quase real e não somente com as crianças. O sucesso era o mesmo com os adultos. 


A ideia da criação do Louro veio por acaso, em um congestionamento em São Paulo, em 1997. Ana Maria, na época casada com Carlos Madrulha (que era também seu empresário) queria criar uma ponte entre os desenhos infantis e o seu programa, na época o "Note e Anote", na Record. Veio durante a conversa com o marido, então, a ideia de aproveitar Tom Veiga, que trabalhava nos bastidores desde 1995 e sempre alegrava a equipe com suas brincadeiras. Assim surgiu o fantoche mais amado do país. 

Tom e Ana Maria Braga trabalharam juntos por 23 anos, sendo 21 só de Globo. Os dois foram contratados pela emissora em 1999 e o sucesso do "Mais Você" estava na química da dupla. A apresentadora sempre o teve como um terceiro filho (Mariana e Pedro são seus filhos biológicos) e impressionava como se entendiam até na forma de falar.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Record não sabe lidar com o sucesso de "A Fazenda 12"

 No post anterior --- que pode ser lido aqui ---, houve um justo reconhecimento ao sucesso de "A Fazenda 12". O reality vem ganhando da Globo quase todos os dias e nunca na história a competição teve tanta repercussão. Obviamente, o fator pandemia do coronavírus (que implica na ausência de novelas e atrações inéditas na televisão) contribui. Mas é fato que a seleção dos participantes foi um acerto. Escolheram a dedo e há sempre brigas ou embates diários. O que se constata, no entanto, é a incapacidade da Record em lidar com tamanho êxito. 

Em menos de uma semana, "A Fazenda 12" apresentou uma sucessão de erros constrangedores. No dia da formação da Roça (27/10), Biel contou para Victória sobre parte do Poder da Chama, que tinha adquirido após a vitória na "Prova de Fogo". Qualquer tipo de comunicação entre o vencedor do poder e seu escolhido para executá-lo é proibida e Marcos Mion repete isso várias vezes. Mas o cantor ignorou e todos os telespectadores viram. 

As redes sociais incendiaram, com o perdão do trocadilho, mas a produção ignorou as reclamações do público apontando a infração. O apresentador até foi obrigado a explicar ao público que havia uma câmera fixa em Biel e verificaram que o cantor não tinha falado nada sobre o poder. Apenas um palavrão foi dito, segundo Mion.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Apesar do péssimo "Playplus" e edição preguiçosa da Record, "A Fazenda 12" merece o sucesso

 A décima segunda edição de "A Fazenda" estreou em setembro, na Record. A emissora estava com altas expectativas em virtude do fenômeno do "Big Brother Brasil 20", que parou o Brasil e movimentou as redes sociais, principalmente com o início da pandemia do novo coronavírus. E já é possível constatar que a produção acertou com a temporada de 2020. O sucesso é incontestável e o elenco foi bem escolhido. 

Na semana passada, o reality ficou pela primeira vez na liderança isolada durante o confronto com o desgastado "The Voice Brasil" e a reprise do ótimo "Que Conversa É Essa, Porchat?" na Globo. Mas já vem alcançando o primeiro lugar quase diariamente por cerca de 15 minutos ou mais, principalmente durante a formação da Roça (na terça-feira). A verdade é que a pandemia privou a televisão de atrações inéditas e as reprises vêm dominando as programações. "A Fazenda 12" é um dos raros produtos inéditos sendo exibidos. A migração de audiência é natural. 

Mas a escolha dos participantes foi certeira, o que também contribui para a atenção dos telespectadores. Desde a estreia, há embates e brigas quase todos os dias. Até o momento não há tédio no reality. O que não falta é "fogo no feno", como diz Marcos Mion.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Impactante e viciante, "Bom Dia, Verônica" já é a melhor série nacional da Netflix

 A Netflix há anos vem dominando o mercado do streaming e no Brasil não é diferente. No entanto, não foram muitas as séries nacionais produzidas pela provedora da Califórnia, Estados Unidos, que despertaram grandes atenções. "O Mecanismo" (2018), "Sintonia" (2019) e "Coisa Mais Linda" (2019), até então, eram as de maior burburinho e críticas positivas. Mas ainda assim, embora com boas qualidades, longe de provocarem grandes comoções. Agora, finalmente, uma série arrebatadora chegou ao público pela gigante do streaming: "Bom Dia, Verônica". 


Baseada no romance homônimo de Ilana Casoy e Raphael Montes (que escreveram o livro com o pseudônimo de Andrea Killmore), a série de oito episódios foi adaptada para a televisão pelos próprios autores e dirigida por José Henrique Fonseca. Como são poucos capítulos, não há o famigerado período de enrolação (ou 'barriga') e se engana quem pensa que esse mal só ocorre em novelas. Normalmente, séries que apresentam entre 18 e 23 episódios também sofrem do mesmo problema dos folhetins com momentos cansativos ou irrelevantes. Mas nada disso ocorre na produção que estreou no dia 01 de outubro na Netflix. 

A história mescla entretenimento da melhor qualidade com temáticas de grande importância para a sociedade e, infelizmente, ainda em voga. A série policial se aproveita dos vários clichês do gênero, mas também consegue surpreender em vários momentos, principalmente no sétimo e oitavo episódios.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Há 20 anos no ar, "Altas Horas" foi o programa que melhor se adaptou ao momento de pandemia

 A pandemia do novo coronavírus afetou toda a programação televisiva. Do Brasil e do mundo. Os produtos mais afetados foram o do entretenimento, vide o agravamento da crise do setor cultural. E os programas de auditório sofreram uma inevitável descaracterização. Afinal, todos precisam da aglomeração das plateias. Porém, os apresentadores se viram obrigados a apresentar suas respectivas atrações de casa ou no palco sem ninguém presente (com exceção da produção). E quem melhor se virou com o inusitado novo formato foi Serginho Groisman. 

A maior identidade do "Altas Horas", que completou 20 anos no ar no dia 14 de outubro, era a plateia repleta de jovens estudantes e com uma proximidade muito grande com os convidados. Todos ficavam sentados em um auditório que fazia quase um círculo no estúdio. Era quase uma arena do entretenimento e da informação. O mesmo já acontecia desde a época do inesquecível "Programa Livre", no SBT. Enquanto não houver a vacina contra a COVID-19 nada disso será possível. Um hiato é inevitável. Mas se engana quem pensa que a alteração do formato afetou a qualidade da atração. 

Serginho foi muito inteligente ao mesclar conteúdo inédito com reprises. Ao invés de simplesmente reprisar programas antigos, como ocorria com o "Domingão do Faustão" e "Caldeirão do Huck", o apresentador exibe trechos de algumas entrevistas ou números musicais do programa e entrevista o convidado ou a convidada que esteve na época da exibição via vídeo-chamada.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Tudo sobre a coletiva online de "Desalma", nova série da Globoplay

 A Globo promoveu nesta segunda-feira, dia 19, a coletiva online de "Desalma", nova série da Globoplay que estreia dia 22, quinta-feira, somente para os assinantes do streaming. Escrita por Ana Paula Maia --- premiada escritora de livros e vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura ---, a produção é dirigida por Carlos Manga Jr. e protagonizada por Cláudia Abreu, Cássia Kiss e Maria Ribeiro. A autora estreia no audiovisual com uma série baseada no sobrenatural. Fui um dos convidados do evento virtual e conto mais sobre o ótimo bate-papo com as três atrizes, a escritora e o diretor do projeto. 

Em "Desalma", os moradores de Brígida pagam pelas escolhas feitas no passado e são atormentados por eventos sobrenaturais. Cássia é a feiticeira Haia; Cláudia a instável Ignes e Maria a cética Giovana. "A série tem camadas. É a não aceitação da morte, uma relação com transmigração de almas", conta Ana Paula que complementa sobre a importância da cultura ucraniana no enredo ficcional: falamos da migração do povo de um país que existe hoje no Brasil, mas pouca gente conhece. A maior comunidade ucraniana fora da Ucrânia é no Brasil. Eles mantêm vivas as festas, as tradições, e ninguém sabe nada sobre isso", explicou a autora. 

Na história que tem como pano de fundo a mitologia eslava, a floresta de árvores altas e as enormes cachoeiras têm protagonismo. Para Carlos Manga Jr., que assina a direção artística, a floresta é o cerne de toda a trama e a cidade fictícia, um personagem.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Quarta temporada de "Sessão de Terapia" mantém todas as qualidades da série

 O projeto mais vitorioso do GNT até hoje é "Sessão de Terapia", formato baseado na série israelense "BeTipul", criada em 2005 pelo psicanalista Hagai Levi, que gerou a versão estadunindense "In Treatment", a mais conhecida internacionalmente. Foram três bem-sucedidas temporadas entre 2012 e 2014, divididas em 115 episódios, dirigidas por Selton Mello e protagonizadas por Zécarlos Machado, o psicoterapeuta Theo. A não criação da quarta temporada logo depois até despertou estranhamento e nunca teve uma explicação convincente. Mas, antes tarde do que nunca, ela veio em 2019, exclusivamente para a Globoplay. 

A quarta temporada estreou no serviço de streaming da Globo no dia 30 de outubro, mas com tudo novo. Zécarlos Machado não poderia seguir na pele do protagonista porque está contratado da Record. Então, Selton Mello resolveu assumir o protagonismo e deu vida ao psicoterapeuta Caio. Mas seguiu na direção. Um duplo trabalho desafiador, mas que fez com competência. O personagem perdeu a esposa e a filha em um assalto e carrega esse trauma, ao mesmo tempo que se desdobra para atender alguns pacientes ao longo da semana. 

Como o personagem central mudou, a psicoterapeuta que analisa suas angústias também teve que ser alterada. A grande Selma Egrei, que brilhou como Dora, saiu de cena e entrou a talentosa Morena Baccarin, intérprete da terapeuta supervisora Sofia. Conhecida pelos brasileiros em produções internacionais, como a série "Gotham" (2014/2018) e o filme "Deadpool" (2016), a atriz é nascida no Brasil, mas alfabetizada nos Estados Unidos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

"Que História É Essa Porchat?" merecia a TV aberta desde sua estreia no GNT

A saída de Fábio Porchat da Record foi muito bem planejada pelo apresentador. O "Programa do Porchat" durou apenas dois anos, entre 2016 e 2018, e Fábio se sentiu limitado pela emissora. Também não conseguia bons convidados pelas proibições impostas pela Globo. Em 2019, conseguiu criar um então promissor projeto na GNT assim que se desligou do canal dos bispos. Não pediu demissão sem um plano B. O canal a cabo da líder também já era um passaporte para a sua migração no futuro, que veio a acontecer agora com a estreia do "Que História É Essa, Porchat?" na TV aberta. 


A primeira temporada estreou em agosto do ano passado e foi um sucesso. Não só de crítica, mas de repercussão e interesse dos artistas pelo programa. O êxito se deu pela simplicidade do formato. Não é mais um talk-show ou outra atração típica de entrevistas. Porchat optou pela intimidade filmada. Mas não invadindo a privacidade dos convidados e, sim, os chamando para ouvir histórias curiosas que tinham para contar. A escolha é da pessoa. Basta lembrar de algum acontecimento marcante que já viveu e ainda não expôs na televisão ou pouca gente sabe. Parece bobagem, mas funcionou.

São sempre três convidados por programa contando fatos curiosos. E o palco é organizado em um quase quadrado com Fábio e seus entrevistados, um de frente para o outro. A plateia fica em volta e também participa porque o apresentador sempre consegue deliciosas declarações de anônimos, como a menina que foi parar em uma festa promovida por Luciano Huck.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

"Sob Pressão - Plantão Covid" foi um especial necessário, impactante e esperançoso

Infelizmente durou pouco. "Sob Pressão - Plantão Covid" teve apenas dois episódios e o segundo foi ao ar nesta terça-feira, dia 13. Mas valeu por uma temporada inteira. O próprio elenco declarou que todo o trabalho de produção foi muito desgastante (em virtude dos inúmeros protocolos de saúde), mas recompensador. E a dedicação de toda a equipe ficou visível, tanto pelo capricho da produção (nem deu para perceber que tudo foi gravado diante das limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus) quanto pela entrega do elenco. 


O primeiro episódio foi voltado para o drama do início da pandemia, quando Carolina (Marjorie Estiano) e Evandro (Júlio Andrade) começaram a trabalhar em um hospital de campanha com todos os seus colegas, convocados por Décio (Bruno Garcia). Houve uma emocionante mensagem de esperança com a recuperação de pacientes, como Seu Augusto e Daiane (Marcos Caruso e Heslaine Vieira em luxuosas participações), mas também teve espaço para a dor da protagonista assim que seu marido contraiu a covid-19 e precisou ser entubado por ela. 

Já o segundo episódio expôs a diversidade de perspectivas em relação à doença, retratada através das histórias da equipe de profissionais de saúde e dos pacientes do hospital de campanha da série ---- um local onde o caos estava instaurado: muitos doentes, poucos médicos e escassez de material.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Marjorie Estiano protagonizou a cena mais emblemática de 2020 em "Sob Pressão - Plantão Covid"

 O primeiro episódio do especial "Sob Pressão - Plantão Covid" se mostrou uma grata surpresa e fez jus ao conjunto da melhor série já produzida no Brasil. Mesclou drama, realidade, poesia e esperança sobre uma pandemia que vem provocando um caos mundial. Mas também valorizou o conhecido talento de Marjorie Estiano, uma das mais elogiadas atrizes do país. 


Quem acompanha a série inspirada no livro homônimo de Márcio Maranhão, dirigida por Andrucha Waddington e com Lucas Paraizo de redator final, sabe da importância de Carolina para a história. A médica é a protagonista ao lado do marido Evandro (Júlio Andrade), também médico. Os dois vivem diariamente uma luta contra todos os obstáculos da saúde pública brasileira e o estresse já virou uma espécie de companheiro fiel. 

Ao longo das três bem-sucedidas temporadas, Marjorie foi se destacando cada vez mais e protagonizando uma sucessão de cenas emocionantes e de grande entrega dramática. Não por acaso foi indicada ao Emmy Internacional de Melhor Atriz pelo seu irretocável trabalho na segunda temporada de "Sob Pressão" em 2019. Infelizmente, não ganhou.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

"Totalmente Demais" superou seu próprio recorde e foi a reprise mais bem-sucedida da Globo durante a pandemia

"Bom Sucesso" mal fechou seu ciclo e a dupla talentosa formada por Rosane Svartman e Paulo Halm continuou no ar na Globo. Isso porque "Totalmente Demais", o primeiro folhetim dos autores, foi escolhido pela emissora para ser reprisado no lugar de "Salve-se Quem Puder", de Daniel Ortiz, por conta o recesso das gravações em virtude da pandemia do coronavírus. E a reexibição expôs mais uma vez todas as qualidades que transformaram a novela em um fenômeno de audiência, crítica e repercussão em 2015/2016. Mas não foi o bastante. O que parecia impossível aconteceu: a produção ficou com três pontos a mais na média geral. Um êxito ainda maior da exibição original. 


A saga de Eliza (Marina Ruy Barbosa) prende a atenção e não demora para o telespectador torcer para aquela menina arredia (em virtude dos assédios do padrasto pedófilo) conseguir se tornar a Garota Totalmente Demais para livrar a família da dominação de um monstro. Mas, no meio do caminho, a menina se depara com os outros três protagonistas da história, despertando o amor de um, o encantamento do segundo e a fúria da terceira. A mocinha conhece o amor com Jonatas (Felipe Simas) ---- 'empresário das ruas' que ajuda a sua ruivinha a atingir seus objetivos e foi o primeiro homem da sua vida ---- , aprende a ser uma mulher elegante com Arthur (Fábio Assunção) e sofre com as armações de Carolina (Juliana Paes).

Todo esse conjunto bem trabalhado norteou o enredo e o quarteto citado honrou o protagonismo. Marina soube transmitir todos os traumas de sua mocinha com precisão e teve uma química arrebatadora com Felipe Simas, que interpretou um carismático mocinho e fez jus à confiança dos autores que apostaram nele como protagonista, após seu ótimo trabalho como o Cobra em "Malhação Sonhos" (2014).