Vitória de Jojo Todynho fecha o sucesso de "A Fazenda 12" com chave de ouro

 A temporada de maior sucesso de "A Fazenda" chegou ao fim nesta quinta-feira, dia 17. A décima segunda edição foi líder de audiência quase diariamente, deixando a Globo para trás sem grande dificuldade. Claro que o período de pandemia, onde a grade de quase todas as emissoras se alimenta de reprises, beneficiou o formato da Record, assim como beneficiou o "BBB 20" no início do ano. Mas é verdade que a boa seleção do time também fez diferença. Foram muitos barracos e a vitória de Jojo Todynho fechou o ciclo com chave de ouro. 

A final teve a presença da campeã, Biel, Stéfani e Lipe. O cantor sempre foi o principal inimigo de Jordana no jogo e a rivalidade virou um dos trunfos de "A Fazenda 12". Tanto que um dos embates mais marcantes foi protagonizado pela dupla, quando Jojo o xingou ao vivo, durante a votação. Já os dois ex-namorados, participantes de uma das edições do "De Férias com o Ex - Brasil" (reality da MTV), foram as zebras das últimas semanas. Ambos tiveram uma trajetória relativamente discreta e sem grandes conflitos --- bem diferente das fortes brigas que vivenciaram no formato anterior. Mas conseguiram escapar de algumas roças e foram beneficiados.

A reta final do reality foi muito desgastante, principalmente por conta dos equívocos da produção. Os vários erros amadores das Provas do Fazendeiro foram motivo de uma avalanche de críticas, mas o pior foi justamente na última: Jordana estava machucada e mesmo assim fizeram um desafio de agilidade praticamente impossível para a concorrente.

Para culminar, as regras não foram bem explicadas, o que abriu margem para questionamentos sobre a vitória. Afinal, Jojo ganhou sem fazer quase nada. Stéfani e Lipe, seus adversários, estranharam e o público também não engoliu. Marcos Mion ficou visivelmente constrangido e horas depois a prova foi refeita, desgastando novamente Jordana. Stéfani acabou ganhando e foi a última fazendeira. 

Já todas as dinâmicas mais importantes da última semana foram feitas em um horário inacreditável: às três da manhã. Como o elenco rendeu bastante, optaram por uma "Lavagem de Roupa Suja", o que sempre é válido. Porém, não com o jogo em andamento. Jordana, Biel, Tays, Stéfani e Lipe, que ainda estavam na casa, participaram com os demais eliminados. Uma injustiça. Afinal, todos já tinham visto vídeos e sabiam da opinião do telespectador sobre tudo. Além da hora desrespeitosa com os participantes e o público, houve um amadorismo na organização. Já a festa com todo o elenco rendeu bem menos que o esperado, mas também foi iniciada no meio da madrugada e encerrada às seis da manhã. 

Outro desrespeito com a audiência foi o "Playplus", serviço de streaming da Record. Como ocorre em todos os anos, a equipe só mostra o que quer e quando quer. O assinante não tem acesso a todos os momentos do reality e as festas nunca foram mostradas na íntegra. Sempre cortavam as horas finais e exibiam a imagem da sala vazia, enquanto as brigas e os conflitos aconteciam no quarto. O telespectador só conseguia ouvir os gritos. Como 2020 foi um ano atípico para "A Fazenda", tanto em audiência quanto em repercussão, o péssimo serviço despertou bem mais atenção. É necessário criticar ainda os quadros teoricamente de humor da temporada, na maior parte do tempo sem qualquer graça. Já o humorista Márvio Lúcio, o Carioca, alternou bons e maus momentos; enquanto Marcos Mion novamente se mostrou um ótimo apresentador, embora tenha feito discursos que mais provocaram constrangimento do que emoção. 

Já os participantes que mais se destacaram --- para o bem ou para o mal ---- foram Luiza Ambiel (a protagonista do maior número de barracos); Raíssa Barbosa (grata surpresa e protagonista da eliminação mais injusta da temporada); Juliano, Cartolouco, Victória, Biel e Mirella (conhecidos como o grupo "Bico Preto", onde a maledicência e os comentários deprimentes predominavam) e, claro, Jojo Todynho, que transbordou autenticidade do início ao fim. O fato é que todos proporcionaram um ótimo entretenimento e fizeram da edição um êxito incontestável. 

A vitória de Jordana Gleise de Jesus Menezes (com mais de 52% dos votos, uma lavada) ainda coroou a final do reality, após várias temporadas premiando agressores e assediadores de mulheres (foram pelo menos três vencedores com essas "características" deploráveis), com poucas exceções. Ainda expôs a questão da representatividade negra em um ano onde o racismo entrou em voga de forma visceral por conta do covarde assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos. Embora seja um mero entretenimento, não tem como ignorar que no início do ano, no "BBB 20", a querida Thelma Assis levou um milhão e meio de reais com todo mérito. E agora, no final de 2020, Jojo Todynho ganhou o prêmio de mesmo valor. Duas mulheres pretas reverenciadas pelo público. Não deixa de ser um sopro de esperança.