A notícia que todos os fãs temiam infelizmente veio. A morte da querida Nicette Bruno foi noticiada na tarde deste domingo. Internada há semanas na UTI da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, a atriz estava em estado muito grave por conta da covid-19. Respirava por um ventilador mecânico e não resistiu. É mais uma vítima, entre os mais de 185 mil mortos no país, da destruidora doença que vem devastando tantas famílias.
A veterana estava respeitando o isolamento desde o início da pandemia, afinal, tinha 87 anos e estava no grupo de risco. Mas, segundo Beth Goulart, sua filha, um parente assintomático foi visitá-la e a infectou. Um triste retrato do atual momento do país, onde várias pessoas ignoram a gravidade da doença e seguem se aglomerando em bares, praias e shoppings. São essas pessoas que mais infectam as que estão se preservando, mas ignoram todas as recomendações por simples egoísmo. O egoísmo que passou a fazer parte da rotina de muitos brasileiros.
A última aparição da grande Nicette na televisão foi no primoroso remake de "Éramos Seis", encerrado pouco antes do início da pandemia, no final de março. A atriz viveu a madre Joana, que acolheu por alguns dias Dona Lola (Glória Pires). A participação, na verdade, foi uma linda homenagem da autora Angela Chaves ao remakes anteriores do romance de Maria José Dupré.
Nicette viveu a Dona Lola no remake de 1977 e esteve com a também magistral Irene Ravache (a Dona Lola do remake de 1994) ao lado de Glória Pires em uma das últimas cenas do folhetim adaptado pela Globo. Foi um emocionante momento do trio que fez e faz história na tevê.Nicette Xavier Miessa nasceu em Niterói (RJ), no dia 7 de janeiro de 1933. Começou a carreira ainda pequena, aos 4 anos, em um programa infantil na Rádio Guanabara. Com cerca de 9 anos, a jovem tomou gosto pelo teatro ao ingressar no grupo Associação Cristã de Moços (ACM). Aos 14 anos, já era atriz profissional na Companhia Dulcina-Odilon, da atriz Dulcina de Morais, onde estreou a peça "A Filha de Iório". Pela atuação como Ornela, recebeu o prêmio como atriz revelação da Associação Brasileira de Críticas Teatrais.
A paixão pelo teatro também teve reflexo na vida pessoal. Aos 19 anos, conheceu Paulo Goulart, com quem compartilhou quase 60 anos de casamento. Ao contracenar com o ator na peça "Senhorita Minha Mãe", no Teatro Alumínio, futuro Paço Municipal, em São Paulo. Os dois se casaram dois anos depois, em 1954, e ficaram juntos até o falecimento de Paulo, em 2014. Juntos, tiveram três filhos que seguiram a carreira dos pais: Paulo Gourlat Filho, Bárbara Bruno e a já mencionada Beth Gourlat.
Na TV Tupi, atuou na primeira adaptação do "Sítio do Picapau Amarelo", exibida entre 1952 e 1962. Anos depois, viveu a Dona Benta na segunda versão da obra de Monteiro Lobado, produzida pela Globo entre 2011 e 2004. Aliás, Nicette foi para a Globo em 1981 após o convite do diretor e ator Fabio Sabag para fazer parte do elenco do seriado "Obrigado, doutor", como a freira Júlia, auxiliar do protagonista interpretado por Francisco Cuoco. E nunca mais saiu da emissora. Sua primeira novela na líder foi "Sétimo Sentido", de Janete Clair.
E foram muitos papéis marcantes na teledramaturgia, além dos onze filmes e mais de cinquenta peças teatrais. A já citada Dona Lola, de "Éramos Seis", em 1977, foi um marco. Como esquecer a Juju Sampaio, do remake de "Mulheres de Areia" (1993)? Ou a Antonina, de "A Próxima Vítima" (1995)? Já a ranzinza Ofélia, de "Alma Gêmea" (2005), foi uma de suas personagens mais engraçadas. A doce Julieta, de "Sete Pecados" (2007), também merece menção, assim como a íntegra Iná, de "A Vida da Gente" (2011). Vale destacar que Lícia Manzo, autora da primorosa novela das seis, deu o último grande papel de Nicette. A avó de Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manu (Marjorie Estiano) teve um grande destaque e a veterana emocionou.
A morte de Nicette Bruno é mais um baque em um ano cheio de tristeza e angústia. Mais uma vítima de um vírus tão traiçoeiro. O mundo das artes cênicas está ainda mais triste e vazio. Siga em paz, Nicette. Seja feliz para sempre com o seu Paulo.
Que tristeza, Zamanzito! Tinha tanta esperança de que Nicette se recuperaria. Acreditei até o fim que ela estaria de volta, sorrindo para nós. Agora, o que fica é a tristeza de perder uma artista tão grandiosa e a saudade de saber que não teremos mais personagens pela frente! Que ela siga em paz e reencontre seu grande amor.
ResponderExcluirNicette Bruno, como tantos outros veteranos da história da teledramaturgia que já nos deixaram, construiu uma carreira gloriosa e um legado encantador. Que descanse em paz e re-encontre seu grande amor, o igualmente talentoso Paulo Goulart.
ResponderExcluirGuilherme
Sérgio, ainda ontem comentei com minha irmã que não havia lido nada a respeito das condições físicas dela. E hoje me surpreendi com a notícia de seu falecimento. Uma atriz querida e muito admirada. Lamento muito por mais essa perda, tão perto do Natal.
ResponderExcluirAproveito para desejar que viva um Natal abençoado, junto aos que ama. Abraço.
Perdemos grandes atores esse ano como Flávio Migliaccio, Leonardo Villar,Cécil Thiré, (Daisy Lucidi, Eduardo Galvão, Gesio Amadeu- esses 3 também vítimas da covid), mas sem dúvidas a maior perda este ano foi a da Nicette Bruno, ela deixou as artes cênicas mais pobres com sua partida. Nicette, apesar da idade ainda era muito atuante, era difícil ficar um ano longe da TV. É a maior perda dos últimos anos para televisão, teatro.
ResponderExcluirUma perda enorme. Triste isso! Fará falta o olhar vivo e espero, sorrindo com os olhos! abraços,chica
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ResponderExcluirAtua sempre com uma leveza e excelência ao mesmo tempo que é tão revigorante vê-la em cena. Lembro de uma vez ter visto uns vídeos de Selva de Pedra, a versão dos anos 80, e ela toda platinada já com +de 50 anos! E foi muita paixão.
Essa mulher é uma mina de ouro! Que atriz! Que mulher!!
Eu tb tinha esperança, Chaconerrilla.
ResponderExcluirAmem, Guilherme.
ResponderExcluirMt triste, Marilene.
ResponderExcluirUm fato, anonimo.
ResponderExcluirAssino embaixo, Outsiders.
ResponderExcluirEnorme, Chica.
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