quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: os destaques do ano

 Em um ano tão problemático como 2020, foi possível elaborar uma lista de destaques da televisão?  A resposta é sim. Várias reprises tomaram conta da grade de todas as emissoras, mas ainda no primeiro semestre produções iniciadas em 2019 foram concluídas brilhantemente. Séries até então exclusivas da Globoplay migraram para a tevê aberta para ocupar espaços vazios. E algumas reexibições foram muito bem escolhidas. Vamos a elas na última retrospectiva do ano. 




"Éramos Seis":  O quinto remake do romance de Maria José Dupré, baseado na novela exibida pelo SBT em 1994, manteve as qualidades vistas nas produções anteriores, além de algumas diferenças. Angela Chaves conduziu brilhantemente essa versão exibida pela Globo e o folhetim primou pelo capricho da direção de Carlos Araújo. O elenco também foi escalado com precisão e Glória Pires deu um show como Dona Lola, assim como vários outros intérpretes, vide Cássio Gabus Mendes, Nicolas Prattes, Kelzy Ecard, Carol Macedo, Simone Spoladore e Ricardo Pereira. Foram muitas cenas emocionantes e lindamente interpretadas. Pela primeira vez a protagonista teve um final feliz, mas o título continuou fazendo sentido. Antes representava a tristeza. A quinta adaptação expôs o crescimento de uma família, que de seis passou a ter quinze integrantes. A novela foi a última que conseguiu ser finalizada antes da pandemia do novo coronavírus. 



"Bom Sucesso":
A novela das sete de Rosane Svartman e Paulo Halm, dirigida com maestria por Luiz Henrique Rios, foi um fenômeno de audiência e mereceu todo o sucesso. A trama se encerrou em janeiro, época em que a pandemia ainda não existia no Brasil. Quase um outro mundo. Os autores, responsáveis pelas também ótimas "Malhação - Intensa" (2012), "Malhação Sonhos" (2014) e "Totalmente Demais" (2016), emplacaram outro produto de qualidade e conquistaram o público com uma história deliciosa que abordou a literatura com delicadeza, apresentou personagens bem construídos, formou casais apaixonantes e ainda explorou viradas que emocionaram e tiraram o fôlego com boas doses de tensão. Impossível não ter se envolvido com Paloma (Grazi Massafera), Marcos (Romulo Estrela), Alberto (Antônio Fagundes), Nana (Fabiula Nascimento), entre tantos outros bons e bem interpretados perfis. É o melhor folhetim das 19h desde "Totalmente Demais", ironicamente, também escrito por eles e reprisado em 2020.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: as melhores atrizes e os melhores atores do ano

 Todo ano, a retrospectiva de melhores intérpretes fica gigantesca neste blog. Normalmente, em torno de 160 nomes. Mas 2020 foi um ano atípico. A pandemia do novo coronavírus interrompeu as gravações de todas as novelas e séries. Nacionais e internacionais. As reprises viraram as protagonistas do entretenimento. Mas, ainda assim, alguns nomes merecem entrar na lista por produções encerradas no primeiro semestre ou então breves especiais gravados com todos os protocolos de segurança para presentear o telespectador com cultura de qualidade. Vamos a eles. 


Melhores Atrizes:



1- Marjorie Estiano.
Foram apenas dois episódios de "Sob Pressão - Plantão Covid". Mas o especial valeu por uma temporada inteira somente pela entrega do elenco. E a principal foi Marjorie. Magnífica como sempre, a atriz deu um show de emoção em todas as difíceis cenas de Carolina fazendo de tudo para salvar os vários pacientes da covid-19. A cena mais emblemática do especial foi o momento em que a médica precisou tirar a máscara e sorrir para a foto de seu crachá do hospital de campanha. Um rosto cheio de marcas, os olhos vermelhos de tanto chorar e um sorriso que pareceu um pedido de socorro. Marjorie não precisou nem falar. Que cena! 


2- Fernanda Montenegro.
Elogiar Fernandona é chover no molhado. E a veterana esteve em dois especiais gravados em plena pandemia (pela sua própria família). A ranzinza Gilda foi brilhantemente interpretada tanto em "Amor e Sorte" quanto em "Gilda, Lúcia e o Bode", exibido na noite de Natal. A atriz mesclou momentos cômicos e dramáticos com a maestria que só alguém de seu talento consegue. A personagem é tão boa que vale a dica para a Globo fixar a série em sua grade. 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: as melhores cenas do ano

Mais um ano está chegando ao fim e mais uma vez o telespectador foi presenteado com várias cenas grandiosas da nossa teledramaturgia. Momentos marcantes de novelas, séries e minisséries emocionaram, impactaram ou divertiram ao longo de 2020. Porém, a pandemia do novo coronavírus interrompeu as gravações de todas elas. Algumas ainda conseguiram ser encerradas antes do caos mundial. Outras não. A programação de todos os canais foi preenchida com reprises. Ao menos muitas sequências de produções inéditas merecem menção para relembrar o show dos atores, a competência da direção e o talento dos escritores. Vamos a elas.






Adelaide surpreende Justina em "Éramos Seis":
Após um reencontro conturbado, que resultou em um surto da filha autista de Emília (Susana Vieira), a irmã mais velha resolveu surpreender a irmã com um voo de avião. Encantada, Justina lembrou das duas na infância e a cena transbordou sensibilidade. Júlia Stockler e Joana de Verona deram um show.




Vitória conta que é a mãe de Sandro em "Amor de Mãe":
A advogada toma coragem e revela para a babá de seu filho que houve uma grande confusão envolvendo a vida de ambas. Lurdes tenta negar a realidade, mas chora quando vê o resultado do exame de DNA que prova que Vitória é a mãe biológica de Sandro. Lurdes se demite e sai desnorteada. Taís Araújo e Regina Casé perfeitas.


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: os melhores casais do ano

 A pandemia do novo coronavírus, como já mencionado nas postagens anteriores, implicou na interrupção de todas as gravações da teledramaturgia. A programação das emissoras ficou repleta de reprises. E as reexibições ainda dominam as grades. Por conta deste fato, a lista de melhores casais da ficção de 2020 é composta, em grande parte, por pares de tramas que chegaram ao fim ou foram interrompidas no primeiro semestre. Vamos a eles. 



Marcos e Paloma ("Bom Sucesso"):
Rosane Svartman e Paulo Halm foram muito inteligentes. Nada de declarações apaixonadas no primeiro capítulo ou casamento na segunda semana. Marcos e Paloma tiveram um amor construído aos poucos. Ele era um galinha convicto, enquanto ela tentava retomar um relacionamento do passado. Os dois foram se encantando um pelo outro até o amor se instaurar de vez. A química entre Rômulo Estrela e Grazi Massafera se mostrou avassaladora e os atores foram ótimos na deliciosa novela das sete de sucesso. 


Lola e Afonso ("Éramos Seis"):
O quinto remake do romance de Maria José Dupré foi o único que teve um final feliz para a protagonista. A novela, adaptada por Angela Chaves, chegou ao fim em 27 de março, dias antes da pandemia se instaurar no país. As gravações finais tiveram adaptações pela ausência de beijos, mas Dona Lola terminou ao lado de Seu Afonso e a química entre Glória Pires e Cássio Gabus Mendes, parceiros de vários trabalhos, foi um dos trunfos da produção. O casal caiu no gosto do público e foi um alento vê-los juntos no fim. 

domingo, 27 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: os piores do ano

 A pandemia do novo coronavírus impediu a produção de muitas atrações. As emissoras precisaram apelar para muitas reprises para preencher suas grades. Ainda assim, alguns formatos permaneceram inéditos e vários deles merecem entrar na lista de piores de 2020. E todos os canais sofreram deste mal, assim como costuma ocorrer nos anos sem pandemia. Vamos a eles. 



"Triturando":
O programa de fofocas do SBT sempre foi uma bagunça generalizada, mas em 2020 se superou nos próprios erros. Chamado inicialmente de "Fococando", depois mudou para "Fofocalizando", até virar, do nada, "Triturando". Isso porque Silvio Santos adorava o quadro que triturava a foto de figuras criticadas pelos apresentadores. Porém, a mudança de nome gerou uma rejeição maior do público e a audiência, que já era baixa, despencou. Cris Flores foi contratada para o lugar de Leão Lobo, dispensado por conta da pandemia, e a jornalista é ótima. Ana Paula Renault também foi uma boa aquisição, mas elas não fazem milagre diante dos temas debatidos. Já fizeram até uma enquete perguntando  como o telespectador preferia morrer (esfaqueado, com um tiro ou envenenado). Vergonha. 


"Se Joga":
O programa criado para ficar no lugar do "Vídeo Show" nunca deu certo. Nem um dia sequer. A Globo criou um formato vazio, cansativo e que misturava tudo e não apresentava nada. Érico Brás, Fabiana Karla e Fernanda Gentil nunca conseguiram um bom entrosamento e a artificialidade na apresentação predominava. A pandemia do novo coronavírus fez a emissora priorizar o jornalismo em sua programação e vários programas saíram do ar momentaneamente. O "Se Joga" entrou na lista. Porém, a emissora aproveitou a "oportunidade" para esquecer do programa. Mesmo com a volta da programação normal, aos poucos, o formato do trio de apresentadores não retornou. E ainda bem. Todavia, segundo vários sites, em 2021 a atração retornará aos sábados e somente com Fernanda no comando. Resta saber como será...

sábado, 26 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: os artistas que deixaram saudades

 O ano de 2020 foi trágico. A pandemia do novo coronavírus resultou em uma catástrofe mundial e a covid-19 fez milhares de vítimas. Ainda segue fazendo, é preciso lembrar. A vacina está a caminho, mas a situação continua a mesma e a curva de mortes tem aumentado no Brasil. E foram muitos artistas vitimados pela doença, além de outros casos de mortes dolorosas ao longo dos meses. E como já é tradição neste blog, a primeira retrospectiva lembra as figuras que se foram e deixam saudades. 



Sérgio Noronha (1932 - 2020):
O conhecido e querido comentarista esportivo da Globo faleceu em janeiro, aos 87 anos. Morava no Retiro dos Artistas desde 2018. Com passagens também pela Band e Rádio Globo, era conhecido como uma pessoa discreta e solícita. Sofria do Mal de Alzheimer e teve uma parada cardíaca. 



Zé do Caixão (1936 - 2020):
O personagem de José Mojica Marins sempre foi muito mais popular que seu intérprete. O ator e diretor de filmes de terror, sempre com um estilo thrash, era uma figura tímida e dava poucas entrevistas. Já na pele de seu personagem mais famoso se soltava e virava participação frequente em inúmeros programas de televisão. Faleceu aos 83 anos, em fevereiro, vítima de uma broncopneumonia. 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Feliz Natal!

 


Quero desejar a todos os meus leitores um Feliz Natal. Em um ano de pandemia como foi (e está sendo) 2020, ficou ainda mais doloroso seguir em frente diante de tantas mortes e tanto sofrimento. Não tem sido nada fácil. A programação televisiva se tornou recheada de reprises, o que implicou na maior dificuldade de produção de textos para vocês. Mas ainda assim contei com a presença dos fiéis seguidores e leitores, tanto os que apenas leem as postagens quanto os que fazem questão de comentar. Que todos tenham muita saúde, paz e tudo de melhor sempre. A partir de amanhã as listas da tradicional retrospectiva do blog serão iniciadas. Até lá. 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

"Simples Assim" é simples e chato

 Angélica ficou quase três anos fora do ar. O "Estrelas", programa comandado por ela entre 2006 e 2018, chegou ao fim desgastado e sem atrativos. A Globo encerrou a atração sem ter um novo projeto para a apresentadora. Muitas especulações foram feitas durante a ausência da loira, incluindo o desligamento da emissora. E todos os "projetos" de um novo formato eram adiados. Até surgir o "Simples Assim", em outubro deste ano. 


Antes da estreia, no dia 20, pouco se falava sobre o novo programa. A falta de informações implicou em uma expectativa elevada. Afinal, era o retorno de Angélica após um longo hiato. Mas o resultado ficou abaixo da média. As explicações sobre a proposta do formato são ótimas: "uma reflexão sobre algo que nos une como seres humanos. A busca pela felicidade. Um propósito comum a todos e, ao mesmo tempo, único e individual, que cada um percorre a seu modo. Trilhar o caminho não é simples e chegar à simplicidade, ao estado de espírito que permite encarar a vida com mais leveza, pode custar uma vida inteira". 

A cada episódio, um tema ---- como felicidade, fé, trabalho, família, solidariedade, diversidade, vaidade e amor ---- foi abordado. E, para cada assunto, diferentes percepções e maneiras de contar essas histórias, que vieram das ruas, das casas dos personagens (sempre anônimos), através de esquetes de humor ---- que marcaram a volta de Angélica como atriz ---- ou das dinâmicas com alguns convidados em um palco.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

"220 Volts" foi um especial hilário e emocionante

 O "220 Volts" é um dos marcos da carreira de Paulo Gustavo. O humorista estreou o programa em 2011 no Multishow e o sucesso foi estrondoso. O formato é simples. Vários quadros protagonizados pelos personagens icônicos do ator compõem a atração, quase sempre falando com a câmera (quebrando a chamada quarta parede), e o telespectador nem percebe o tempo passar. Ficou no ar até 2016 no canal a cabo e ganhou um especial na Globo em 2020, exibido nesta terça-feira (22/12).

Infelizmente, a emissora precisou passar por uma das piores crises em seu setor de humor (desmontado por completo em virtude do escândalo do assédio de Marcius Melhem, então todo poderoso do canal e já demitido) para dar espaço ao sarcasmo de Paulo na rede aberta. Mas antes tarde do que nunca. E valeu muito a pena. O humorista apresentou seus perfis mais queridos do público em esquetes impagáveis ---- todas gravadas em novembro, durante a pandemia, respeitando os protocolos e muitas apresentando situações atuais de forma crítica.

Maria Efisema, Senhora dos Absurdos (que virou a essência do bolsonarismo), Mulher Feia, Playboy, Famosa e, claro, a amada Dona Hermínia marcaram presença e foi difícil parar de rir.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

"Os casais que amamos" foi uma boa ideia mal executada pelo Viva

 Uma ótima forma de homenagear a teledramaturgia é falar dos casais mais marcantes da ficção. O Viva resolveu transformar a ideia em um especial chamado "Os casais que amamos". O primeiro programa foi exibido em junho em homenagem ao dia dos namorados. Glória Menezes e Tarcísio Meira foram os escolhidos. E foi um primoroso episódio. Porém, a temporada vem se mostrando bem errática em vários pontos. 


O segundo episódio só foi exibido em novembro. Cinco meses depois do primeiro. A razão é a pandemia do novo coronavírus que atrasou os trabalhos. E os demais episódios da temporada se mostram bem diferentes do protagonizado por Tarcísio e Glória. Afinal, os veteranos são os únicos também casados na vida real. E, como moram juntos, as entrevistas aconteceram na casa deles. Foi uma delícia vê-los relembrando suas trajetórias. 

Já os demais capítulos da série (em um total de 13) ocorrem por meio de entrevistas individuais. Cada ator ou atriz fala sobre o determinado casal de sua casa, sem interagir com o colega. Isso esfria o formato. Somente no final de cada episódio, há um depoimento elogioso da pessoa sobre seu companheiro de trabalho.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Nicette Bruno deixa um legado de generosidade e talento

 A notícia que todos os fãs temiam infelizmente veio. A morte da querida Nicette Bruno foi noticiada na tarde deste domingo. Internada há semanas na UTI da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, a atriz estava em estado muito grave por conta da covid-19. Respirava por um ventilador mecânico e não resistiu. É mais uma vítima, entre os mais de 185 mil mortos no país, da destruidora doença que vem devastando tantas famílias. 

A veterana estava respeitando o isolamento desde o início da pandemia, afinal, tinha 87 anos e estava no grupo de risco. Mas, segundo Beth Goulart, sua filha, um parente assintomático foi visitá-la e a infectou. Um triste retrato do atual momento do país, onde várias pessoas ignoram a gravidade da doença e seguem se aglomerando em bares, praias e shoppings. São essas pessoas que mais infectam as que estão se preservando, mas ignoram todas as recomendações por simples egoísmo. O egoísmo que passou a fazer parte da rotina de muitos brasileiros. 

A última aparição da grande Nicette na televisão foi no primoroso remake de "Éramos Seis", encerrado pouco antes do início da pandemia, no final de março. A atriz viveu a madre Joana, que acolheu por alguns dias Dona Lola (Glória Pires). A participação, na verdade, foi uma linda homenagem da autora Angela Chaves ao remakes anteriores do romance de Maria José Dupré.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Vitória de Jojo Todynho fecha o sucesso de "A Fazenda 12" com chave de ouro

 A temporada de maior sucesso de "A Fazenda" chegou ao fim nesta quinta-feira, dia 17. A décima segunda edição foi líder de audiência quase diariamente, deixando a Globo para trás sem grande dificuldade. Claro que o período de pandemia, onde a grade de quase todas as emissoras se alimenta de reprises, beneficiou o formato da Record, assim como beneficiou o "BBB 20" no início do ano. Mas é verdade que a boa seleção do time também fez diferença. Foram muitos barracos e a vitória de Jojo Todynho fechou o ciclo com chave de ouro. 

A final teve a presença da campeã, Biel, Stéfani e Lipe. O cantor sempre foi o principal inimigo de Jordana no jogo e a rivalidade virou um dos trunfos de "A Fazenda 12". Tanto que um dos embates mais marcantes foi protagonizado pela dupla, quando Jojo o xingou ao vivo, durante a votação. Já os dois ex-namorados, participantes de uma das edições do "De Férias com o Ex - Brasil" (reality da MTV), foram as zebras das últimas semanas. Ambos tiveram uma trajetória relativamente discreta e sem grandes conflitos --- bem diferente das fortes brigas que vivenciaram no formato anterior. Mas conseguiram escapar de algumas roças e foram beneficiados.

A reta final do reality foi muito desgastante, principalmente por conta dos equívocos da produção. Os vários erros amadores das Provas do Fazendeiro foram motivo de uma avalanche de críticas, mas o pior foi justamente na última: Jordana estava machucada e mesmo assim fizeram um desafio de agilidade praticamente impossível para a concorrente.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Cláudia Netto foi uma boa surpresa de "Flor do Caribe"

"Flor do Caribe", reprisada atualmente pela Globo, não tem muitos personagens. É uma novela com poucos atores e isso ficou claro após a apresentação de todos os núcleos. Por causa do elenco enxuto, quase todos conseguem se destacar. Entretanto, em qualquer trama, independente do time ser grande ou pequeno, há alguns papéis que acabam brilhando mais do que outros. E entre os destaques da atual obra de Walther Negrão está a Guiomar, vivida pela ótima Cláudia Netto.


A personagem só entrou na história após algumas semanas da novela já iniciada, porém, assim que chegou, já mostrou que seria uma das figuras mais divertidas e interessantes de "Flor do Caribe". Sempre dotada de um humor fino e ácido, Guiomar tem Dionísio (Sérgio Mamberti) e Alberto (Igor Rickli) como principais alvos de sua artilharia de frases inspiradas. O sogro e o filho foram obrigados a aceitá-la na mansão e, desde então, 'sofrem' (merecidamente) com sua língua ferina. 

Entretanto, essa mulher não se resume somente ao deboche. A perua também faz questão de demonstrar o amor que sente por Alberto, mesmo sabendo que o filho é um poço de maldade e ressentimento. A atriz protagonizou cenas emocionantes e quase todas envolvendo o grande vilão da trama. A sequência mais

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

"Malhação - Viva a Diferença" abordou vários temas importantes de forma hábil

Além do ótimo elenco, personagens ricos e boa condução do enredo, Cao Hamburger acertou em outro ponto com a sua deliciosa "Malhação - Viva a Diferença", reprisada atualmente: a abordagem cuidadosa de vários temas importantes. Racismo, gravidez na adolescência, autismo, uso de drogas, alcoolismo, abuso sexual, direitos humanos, assexualidade, problemas de uma escola pública, automutilação, enfim, não faltaram situações exploradas ao longo da temporada, sempre com bons perfis de protagonistas.


Não é fácil inserir tantas temáticas em um enredo ficcional sem parecer gratuito ou forçado, mas o autor conseguiu com louvor. Todos os dramas estão inseridos no contexto, complementando os conflitos da trama e deixando os personagens ainda mais cativantes, despertando atenção de quem assiste. A primeira situação abordada foi a gravidez na adolescência, através de Keyla (Gabriela Medvedoski), que pariu em pleno metrô de São Paulo, implicando na aproximação das cinco protagonistas.

Os problemas da menina em criar um filho sem pai e em época escolar foram o foco do começo da temporada, servindo para reforçar cada vez mais o elo do quinteto central, uma vez que todas ajudavam nos cuidados com o pequeno Tonico. Aos poucos, essa dificuldade de Keyla foi cedendo espaço para outras, que eram inseridas com o intuito de destacar outros personagens.

domingo, 13 de dezembro de 2020

"Dança dos Famosos" em 2020 foi um completo equívoco

A força da "Dança dos Famosos" é de conhecimento geral. A competição de dança virou o grande trunfo do "Domingão do Faustão e sempre faz sucesso, mesmo em temporadas mais fracas. O próprio Fausto não esconde o entusiasmo. Porém, o esforço para a produção do quadro em 2020, diante da pandemia do novo coronavírus, se mostrou um grande equívoco. 


Além das inúmeras dificuldades impostas pelos protocolos de segurança necessários para a prevenção da covid-19, a décima sétima temporada ainda sofreu com uma boa dose de falta de sorte. Obviamente, houve uma dificuldade maior na seleção dos participantes. Afinal, muitos não quiseram se arriscar porque, mesmo com as medidas preventivas, o contato físico de professor(a) e aluno(a) é inevitável. Para culminar, entre os poucos que aceitaram, vários sofreram acidentes ou ficaram doentes. 

Inicialmente, o time seria composto por Henri Castelli, Isabelli Fontana, Danielle Winits, André Gonçalves, Guta Stresser, Luiza Possi, Bruno Belluti, Lucy Ramos, Giullia Buscacio, Felipe Titto, Zé Roberto e Marcelo Serrado. Antes mesmo da edição começar de fato, Henri largou a disputa porque sofreu um corte no pé. O ator até mostrou uma foto em suas redes sociais para comprovar.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Jojo Todynho merece ganhar "A Fazenda 12"

"A Fazenda 12" foi um imenso sucesso e está em plena reta final. A Record ganhou bastante com as poucas opções de entretenimento inédito em plena pandemia do novo coronavírus. Mas a seleção do elenco tem muito mérito também, afinal, foram muitos barracos. Os participantes movimentaram o jogo. E a poucos dias da grande final, é fato que Jojo Todynho merece o prêmio. 

 Jojo é a figura mais famosa do reality, conhecido pela escalação de "sub-sub-subcelebridades". Jordana Gleise de Jesus Menezes é cantora e fez sucesso com o hit "Que tiro foi esse?", ganhando fama nacional em 2017. Desde então nunca mais saiu na mídia. Ou seja, nem merece estar classificada como "subcelebridade", termo pejorativo. O detalhe é que notícias sobre a seleção da participante para "A Fazenda" eram divulgadas há pelo menos 3 anos e sempre inverídicas. Em 2020, finalmente o anúncio se confirmou.

E valeu a pena. Jordana fez a diferença na edição e logo no primeiro dia virou a protagonista. Posto que não perdeu ao longo dos meses. Apenas ganhou uma também protagonista de peso ao seu lado: Raíssa, eliminada precocemente na roça mais injusta da temporada.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Constantes derrotas para "A Fazenda 12" expõem o desgaste do "The Voice Brasil"

 A nona temporada do "The Voice Brasil" estreou no dia 15 de outubro e está em plena reta final. É uma das poucas produções inéditas que a Globo tem atualmente em sua grade, com presença física de pessoas em um palco. Os outros programas inéditos vêm sobrevivendo das já tradicionais vídeo-chamadas de entrevistados. Em um ano atípico como 2020, em plena pandemia do novo coronavírus, o formato tinha tudo para fazer ainda mais sucesso. Porém, o efeito foi contrário: a edição vem fracassando em todos os aspectos. 


O principal reality musical da Globo, exibido às terças e quintas, vem perdendo semanalmente para "A Fazenda 12". E desde a sua estreia. Isso porque o reality da Record tem feito um grande sucesso e o "The Voice Brasil" iniciou sua temporada com o programa da concorrente já embalado pela boa audiência. A estratégia da líder tem sido a exibição cada vez mais tardia de "A Força do Querer". Até funciona para manter os índices, mas basta a reprise da novela de Glória Perez acabar para a emissora dos bispos liderar. 

Obviamente, o êxito da décima segunda edição de "A Fazenda" tem contribuído bastante para o fracasso do "The Voice Brasil". Mas a verdade é que o formato já apresentava sinais claros de desgaste há pelo menos três temporadas. Nunca teve problemas com a audiência porque não tinha um bom concorrente.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Interpretada brilhantemente por Deborah Secco, Íris representa a voz do público em "Laços de Família"

 A reprise de "Laços de Família" vem fazendo sucesso no "Vale a Pena Ver de Novo". O clássico de Manoel Carlos completou 20 anos em 2020. A reexibição veio em boa hora. E uma das personagens mais marcantes da história foi a Íris, o primeiro papel de grande destaque de Deborah Secco na televisão. Na verdade, foi seu melhor momento da carreira. A menina era o perfil mais complexo do enredo, alternando traços claros de vilania com momentos de bastante sofrimento. 


Em uma olhar raso, Íris seria classificada como uma vilã. Mas não era. A personagem, inicialmente, tinha pouca relevância na novela, mas ao longo dos meses foi crescendo até tomar conta da trama e protagonizar cenas emblemáticas no núcleo principal. A virada da filha de Ingrid (Lília Cabral) acontece quando o pai, Laéssio (Fernando Torres), falece em um dos momentos mais dramáticos e sensíveis do folhetim.  Isso porque a garota é irmã de Helena (Vera Fisher), a protagonista, e sempre almejou sair do sul do país para conhecer o Rio de Janeiro e ainda ficar perto de seu amor platônico, o grosseiro Pedro (José Mayer).

O objetivo de Íris é alcançado quando Helena a convida para passar uns tempos em seu apartamento, no Leblon. E é a partir da mudança, antes temporária e depois definitiva, que ocorre o crescimento da personagem. Isso porque passa a representar a voz do público. A menina chega justo em um momento de grande conflito entre mãe e filha, que entram em guerra por Edu (Reynaldo Gianecchini).

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

"Chocolate com Pimenta" repetiu o sucesso no Viva

Exibida entre 8 de setembro de 2003 e 7 de maio de 2004, "Chocolate com Pimenta" foi um dos grandes sucessos de Walcyr Carrasco no horário das seis e sua estreia completou 16 anos em 2020. A novela obteve tanto êxito quanto "O Cravo e a Rosa" e "Alma Gêmea", outras duas produções do autor que foram estrondosos sucessos às 18h. A trama que tinha uma fábrica de chocolates como foco principal conquistou o público e já foi reprisada duas vezes no "Vale a Pena Ver de Novo" ----- em 2006 e 2012. Agora chegou a vez do Canal Viva reprisá-la (iniciou no dia 20 de abril e está em plena reta final). O resultado? Outro sucesso.


Walcyr escreveu uma deliciosa comédia romântica passada em 1920, onde a protagonista era uma mocinha humilde, ingênua e desengonçada que vai morar na cidade de Ventura com uma parte da família que não conhece, após perder o pai assassinado por grileiros no sul do país. Família composta por caipiras que moram em uma fazenda. Não demora muito para a mocinha se sentir acolhida. Entretanto, seu estilo brejeiro provoca repulsa nos moradores preconceituosos do lugar.

Interpretada lindamente por Mariana Ximenes, Ana Francisca, mesmo com seu jeito nada feminino e visual risível, despertou atenção do galanteador Danilo (Murilo Benício) ---- sobrinho do prefeito (Vivaldo - Fúlvio Stefanini) ----, o homem mais cobiçado da cidade, alvo de várias meninas do colégio onde estudava.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Capitu representa a mocinha sofredora de "Laços de Família"

 As novelas de Manoel Carlos têm algumas peculiaridades e uma delas é a ausência da figura da mocinha. O autor ficou marcado pela criação de suas protagonistas, todas chamadas de Helena. E os enredos sempre são movidos por elas, com raras exceções. Mas nunca foram as clássicas heroínas românticas. São perfis mais maduros e repleto de controvérsias. A atual reprise do "Vale a Pena Ver de Novo" apresenta a melhor Helena, interpretada magistralmente por Vera Fisher. O irônico é que na história há, sim, uma mocinha: a Capitu (Giovanna Antonelli). 


A personagem é de um núcleo secundário da história, mas é possível constatar que representa a figura da mocinha sofredora, ainda que Maneco sempre tenha fugido do clichê em seus dramas centrais. O próprio nome da personagem já é bem característico. Capitu recebeu o nome do pai, Pascoal (saudoso Leonardo Villar), em virtude do clássico "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Se no romance o leitor fica eternamente na dúvida sobre a traição ou não de Capitu (afinal, ela traiu ou não Bentinho?), na novela há também a controvérsia sobre a imagem da menina que esconde de todos ser uma garota de programa. 

Muitos que convivem com Capitu ficam na dúvida: ela é prostituta? O questionamento interno de cada personagem não deixa de ser uma boa referência ao livro de Machado. No entanto, a construção do papel é toda voltada para a mocinha tradicional.