quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Juliana Paes e Paolla Oliveira emocionam na reta final de "A Dona do Pedaço"

A atual novela das nove entrou em sua reta final recentemente e segue com elevados índices de audiência, além de um festival de publicidade, para a alegria da Globo e de Walcyr Carrasco. A protagonista de "A Dona do Pedaço" continua como um dos grandes acertos e fez a alegria do público quando ganhou o "Best Cake", reality de gastronomia inserido na trama. Além dela, outro perfil popular do enredo também virou o centro das atenções por conta da rigidez das análises dos bolos: Vivi Guedes (Paolla Oliveira). E, após duas semanas de competição culinária, as personagens vivenciaram uma das situações mais aguardadas do folhetim.


Vivi provocou um grande ódio dos telespectadores em virtude das notas baixas que dava para Maria da Paz no reality. Porém, a final do concurso deixou a digital influencer em choque assim que provou o bolo feito pela então futura vencedora. Ela lembrou da comemoração de seu aniversário e os traumas da infância voltaram. Acabou passando mal e deixou o juri, para a sorte da boleira, que recebeu só notas dez dos demais. O autor teve um sacada genial ao colocar o bolo como elemento para a solução de um dos sofrimentos da protagonista: a eterna procura por suas sobrinhas desaparecidas.

E o fim da angústia de Maria se deu graças a Vivi, que fez questão de ir até a casa da personagem para tentar desvendar o sombrio passado. A cena destacou o talento de Paolla Oliveira e Juliana Paes, que sensibilizaram com facilidade ao longo do diálogo entre, até então, duas pessoas nada simpáticas uma com a outra.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Gabriella Saraivah se destaca com virada de Inês em "Éramos Seis"

O remake de "Éramos Seis", adaptado por Angela Chaves, e baseado na novela de Silvio de Abreu e Rubens Edwald Filho, por sua vez originado do romance de Maria José Dupré, vem despertando a atenção pela qualidade da direção de Carlos Araújo e bela interpretação do elenco. Entre as outras qualidades observadas até o momento no folhetim, há a precisa escalação das crianças presentes na primeira fase. E Gabriella Saraivah se destacou com a virada de Inês.


A atriz ---- que brilhou no remake de "Chiquititas", no SBT, em 2013 ---- vem emocionando desde que a personagem descobriu que não é filha de Afonso (Cássio Gabus Mendes) e o capítulo desta terça-feira (29/10) foi um verdadeiro vale de lágrimas. O arrogante João Aranha (Caco Ciocler) foi até a venda do até então companheiro de Shirley (Bárbara Reis) para convencê-lo a deixar a filha ir com ele e a mãe. Apesar do inevitável enfrentamento, o rival acabou percebendo que não podia fazer nada e foi conversar com Inês.

A menina não escondeu o sofrimento e a despedida do seu pai de coração proporcionou uma cena triste e comovente protagonizada por Gabriella, Cássio e Bárbara. Impossível não ter chorado junto. E impressiona a segurança da atriz. Era uma sequência complicada, mas parecia uma veterana ao lado dos colegas bem mais experientes.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Agatha Moreira vive seu momento de maior repercussão e brilha como Josiane em "A Dona do Pedaço"

A responsabilidade de viver uma vilã no horário nobre da Globo é grande, ao mesmo tempo o sonho de qualquer atriz. Muitas profissionais com anos de carreira ainda não conseguiram tal honraria. Mas Agatha Moreira já ganhou essa oportunidade, mesmo com apenas sete anos na profissão (foi revelada em "Malhação - Intensa", exibida em 2012). E a jovem talentosa vem provando que Walcyr Carrasco acertou em cheio quando a escalou para viver a patricinha e assassina Josiane em "A Dona do Pedaço".


A filha de Maria da Paz (Juliana Paes) é uma menina extremamente mimada pela mãe e sempre teve tudo o que quis. Arrogante, preconceituosa e grosseira, a personagem só se interessa por ela mesma e não demorou para estabelecer como meta de vida ser uma Digital Influencer. Objetivo bem condizente com o atual momento da febre das redes sociais, como Instagram, Twitter, Facebook e afins. A razão, obviamente, é apenas fortalecer seu ego com muitos seguidores bajuladores e pouco trabalho. Além de competir com outras jovens ''influenciadoras".

O desprezo por sua mãe é outra característica da personagem. Josiane, que também odeia o próprio nome ("Me chama de Jô" é quase um bordão), nunca encarou com bons olhos a profissão de Maria da Paz, mesmo aproveitando bem a grana que o ofício da boleira gera.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Jorge Fernando era o retrato da alegria de viver

O Brasil perdeu Jorge Fernando. O diretor faleceu às 20h deste domingo, vítima de uma parada cardíaca, no hospital Copa Star, em Copacabana. Ele lutava para superar as consequências do AVC que sofreu em 2017 e tinha conseguido retomar a carreira em 2019 com "Verão 90", novela das sete encerrada em julho, escrita por Izabel de Oliveira e Paula Amaral. Sempre extrovertido e de bem com a vida, o multifacetado profissional era muito conhecido e querido pelo grande público.


O diretor iniciou sua carreira na televisão como ator na série "Ciranda Cirandinha", em 1978, mas descobriu sua vocação para o trabalho por trás das câmeras em 1981, quando dirigiu "Jogo da Vida", folhetim de Silvio de Abreu e Janete Clair. Desde então nunca mais deixou a função e se firmou na área. Virou um grande parceiro de Silvio e dirigiu inúmeras novelas do autor, entre elas a clássica "Guerra dos Sexos" (1984) ---- e seu remake em 2012. "Cambalacho" (1986), "Rainha da Sucata" (1990), "Deus  nos Acuda" (1992), "A Próxima Vítima" (1995) e "As Filhas da Mãe" (2001) foram outras tramas do autor que contaram com o talento de Jorginho.

Mas Jorge Fernando também virou um companheiro inseparável de Walcyr Carrasco. Foi com o escritor que colecionou vários sucessos inesquecíveis, onde também chegou a atuar em alguns momentos.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

A questionável gestão de Silvio de Abreu na Globo

Que Silvio de Abreu é um dos maiores autores do país e escreveu vários sucessos de audiência não resta a menor dúvida. Sua respeitável carreira como dramaturgo fala por si, tanto que várias das novelas que marcaram a história da televisão são dele. Entretanto, o escritor tem deixado bastante a desejar como responsável pelo setor de teledramaturgia da Globo. Não são poucos os equívocos cometidos desde que assumiu a função, em 2014. E os erros ficaram ainda mais evidentes ao longo dos anos de sua administração, levando em consideração as aprovações/reprovações de sinopses, além das interferências externas movidas em função dos números no Ibope.


Silvio de Abreu não foi promovido ao posto por acaso, é bom ressaltar. Sua competência é amplamente conhecida, tanto pelos profissionais da emissora quanto por público e crítica. Mas algumas atitudes parecem amadoras. O caso mais lembrado foi o ocorrido na época da catastrófica "Babilônia", em 2015. A novela de Gilberto Braga, João Ximenes Braga e Ricardo Linhares se mostrou equivocada desde o início, mas ficou ainda pior depois das mudanças sofridas em função do grupo de discussão. O próprio Silvio precisou escrever alguns capítulos, mexendo na estrutura da trama. De nada adiantou, vale recordar. Seria melhor ter deixado tudo como estava. O erro foi a aprovação da sinopse.

Já em 2016, foram vários os problemas em torno do trabalho do Silvio na função. "Liberdade, Liberdade" era a primeira novela de Márcia Prattes, mas, após equívocos históricos observados em alguns capítulos escritos, foi decidido desligá-la do projeto, escalando Mário Teixeira para a função. A questão é: não poderiam ter observado isso na hora da aprovação da produção?

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

"Mestre do Sabor" parece uma versão culinária do "The Voice Brasil"

A Globo sempre ignorou o sucesso de programas culinários da concorrência, tendo o "MasterChef", da Band, como o maior protagonista. Isso porque conseguia explorar o formato através de ótimos quadros no "Mais Você". Vale até lembrar que o "Superchef" ---- que virou "Superchef Celebridades" posteriormente ---- foi lançado por Ana Maria Braga bem antes da atração da Bandeirantes. No entanto, finalmente, a líder se rendeu e criou o "Mestre do Sabor", novo reality gastronômico que estreou na quinta-feira retrasada (10/10), logo após "A Dona do Pedaço".


Apresentado pelo querido chef Claude Troisgros e seu inseparável amigo Batista, o programa conta com José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão como jurados. Os três são renomados chefs, donos de restaurantes, e também figuras conhecidas do público em virtude de muitas participações em atrações da Globo, como o já citado "Mais Você", "É de Casa", entre outros. Ao contrário da concorrência, todavia, não há comentários mais pesados ou análises muito rígidas. Ou seja, sem jurado carrasco, o que é uma pena. Afinal, um dos maiores chamarizes desse tipo de formato é o 'sincericídio' dos avaliadores.

A fórmula do programa é da própria Globo, portanto, não foi comprado de fora --- todos os derivados das demais emissoras são conteúdos prontos. Ainda assim, é perceptível a ''inspiração" nas regras do "The Voice Brasil", reality musical exibido desde 2012 pela líder --- e esse, sim, um formato do exterior.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Armando Babaioff vive seu melhor momento em "Bom Sucesso"

Não são poucas as reclamações a respeito da repetição de atores na televisão. Na Record e no SBT a prática sempre foi comum até pela dificuldade dos canais em contratar os grandes nomes da Globo. No entanto, até a líder passou a sofrer do mesmo "mal" em virtude da contenção de despesas. Para não deixar muitos atores ganhando sem trabalhar, virou rotina o chamado contrato por obra ou então a emenda de trabalhos. Isso resultou, inevitavelmente, na saturação de alguns profissionais. Por isso mesmo é tão prazeroso ver Armando Babaioff com um perfil de destaque em "Bom Sucesso".


O talentoso ator merecia essa oportunidade há muito tempo e nunca foi muito valorizado pelos autores. A única escritora que sempre lembrava de escalá-lo para suas produções era Maria Adelaide Amaral. Não por acaso, ganhou um de seus papéis mais marcantes no remake de "Ti Ti Ti", o gentil Thales, que se envolveu com o retraído Julinho (André Arteche) e protagonizou sensíveis cenas na trama das 19h. A escritora também contou com seu talento em "Dercy de Verdade" (2012), "Sangue Bom" (2013) e "A Lei do Amor" (2016). No entanto, sem personagens de muito destaque. 

A estreia de Babaioff na televisão foi em "Páginas da Vida", exibida em 2006. Nunca foi uma figura muito requisitada, o que despertava estranhamento. Afinal, sua competência é visível e podia ter sido mocinho de várias tramas, por exemplo. E sua última participação foi em "Segundo Sol", ano passado, na pele do baiano Ionan.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

"Mais Você" completa 20 anos em ótima forma

O "Mais Você" estreou no dia 17 de outubro de 1999 e marcou a transferência de Ana Maria Braga da Record para a Globo. O programa matinal chegou a mudar de horário algumas vezes ao longo de seus 20 anos (completados hoje) de emissora (incluindo até um período na grade vespertina), mas se estabilizou e hoje é a maior audiência das manhãs da líder. A apresentadora e seu inseparável Louro José (Tom Veiga) têm um público fiel e a equipe da atração em nenhum momento se acomoda com isso, sempre procurando novidades para o formato.


Tanto que a produção conseguiu criar vários quadros ótimos que entram em esquema de rodízio, evitando maiores desgastes e preenchendo muito bem o tempo do programa. Não existe uma regra para a exibição de cada um, mas todos estão sempre lá, despertando a atenção do telespectador e divertindo Ana Maria. O curioso é que não foram criados ao mesmo tempo. As ideias é que funcionaram tão bem que acabaram se firmando na atração, sem haver a necessidade da extinção de um para a entrada de outro.

Um dos primeiros foi o "Super Chef", em 2008, com três temporadas. Em 2012, o formato começou a contar com artistas disputando o posto de melhor cozinheiro e passou a se chamar "Super Chef Celebridades". Até hoje o reality faz sucesso, ficando três semanas no ar. A oitava temporada foi ao ar no primeiro semestre e teve Nando Rodrigues como campeão.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Os 90 anos de Fernanda Montenegro

No dia 16 de outubro de 1929 nasceu Arlette Pinheiro da Silva, a mulher que seria conhecida nacional e internacionalmente como Fernanda Montenegro, uma das maiores atrizes brasileiras e a versatilidade em pessoa ---- afinal, também é locutora, radialista e até apresentadora. Como a veterana completou 90 anos nesta quarta-feira, a Globo iniciou uma leva de homenagens já na semana passada, através de um "Globo Repórter" especial sobre sua trajetória.


O jornalístico, obviamente, não conseguiu expor nem um terço da vida da intérprete ---- são mais de 70 anos de carreira em teatro, televisão e cinema ----, mas ainda assim prestou uma merecida reverência. Edney Silvestre acompanhou o trabalho da atriz na primeira fase de "A Dona do Pedaço", onde viveu a sanguinária Dulce, matriarca dos Ramirez, e conversou com o diretor Luciano Sabino sobre o profissionalismo de Fernanda. E palavras nem eram necessárias. Ficou perceptível nas imagens da atriz durante a forte cena em que Dulce matava três inimigos e incendiava a fazenda da família rival. Nem dublê foi necessário. Ela ficou diante do fogo sem problemas.

Os autores Silvio de Abreu e Walcyr Carrasco teceram vários elogios, assim como os colegas Edson Celulari e Renata Sorrah. O depoimento de Fernanda Torres sobre a força da mãe e a saga de uma mulher que sempre lutou pelo teatro brasileiro também foram alguns dos destaques.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Crianças foram muito bem escolhidas em "Éramos Seis"

O quinto remake de "Éramos Seis" vem sendo bem conduzido pela autora Angela Chaves. A atual novela das seis da Globo desperta atenção pelo capricho da produção e, até o momento, bom desenvolvimento da adaptação do romance de Maria José Dupré. É uma história aparentemente simples que cativa pela afeição que o telespectador acaba despertando pelos personagens. E um dos acertos da trama é a escalação do elenco infantil.


Todas as crianças estão muito bem e, aos poucos, vão ganhando cada vez mais destaque. Os quatro filhos de Dona Lola (Glória Pires) e Júlio (Antônio Calloni) são os que mais brilham, em virtude do grau de importância de seus personagens, obviamente. E já vão preparando o terreno para seus substitutos na segunda fase. Mas os demais também conseguem bons momentos e mostram que foram escolhas bastante acertadas.

Xande Valois já havia brilhado em "Se Eu Fechar Os Olhos Agora", minissérie exibida no início do ano, e volta a convencer na pele do tímido Carlos, filho mais velho da protagonista e um poço de virtudes. Estudioso e responsável, o garoto é o orgulho dos pais e o menino ainda esbanja sintonia com Gabriella Saraivah, intérprete da espevitada Inês, filha da enérgica Shirley (Bárbara Reis).

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

"Segunda Chamada" tem tudo para repetir o sucesso de "Sob Pressão"

A parceria entre Globo e O2 Filmes já rendeu ótimos produtos e o mais aclamado é "Sob Pressão", série que retrata com maestria o caos na saúde pública do Rio de Janeiro e do próprio Brasil. Agora a emissora aposta em uma nova coprodução envolvendo outra temática de suma importância: a educação pública. Escrita pelas estreantes Carla Faour e Julia Spadaccini, a trama, que estreou nesta terça-feira (08/10), promete abordar vários dramas envolvendo o ensino da população mais velha e de jovens da periferia.


Dirigida por Joana Jabace, a série expõe a saga de cinco professores que resistem à péssima infraestrutura da escola, ao abandono institucional e à falta de reconhecimento e renovam, dia após dia, a fé no trabalho que realizam. A Educação é a esperança que move o quinteto e mostra que a segunda chance nunca é tarde na vida de tantas pessoas. A personagem que norteia esse enredo é a obstinada Lúcia, vivida pela sempre ótima Débora Bloch. A professora de Língua Portuguesa acaba se envolvendo com os dramas de seus alunos e sempre repete que eles podem até desistir da escola, mas ela jamais desistirá deles.

A protagonista tem um romance secreto com o diretor Jaci (Paulo Gorgulho), que tenta administrar o colégio como pode, embora mantenha uma certa distância em relação aos alunos que a amante nunca consegue. Sônia (Hermila Guedes), professora de História e Geografia; Marco André (Silvio Guindane), professor de Artes; e Eliete (Thalita Carauta), professora de Matemática; compõem o restante do time de educadores.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Segunda temporada de "Filhos da Pátria" debocha do retrocesso atual do Brasil

Rio de Janeiro, sede do governo federal, Outubro de 1930, momento de transição da história do Brasil com o início da Era Vargas. É neste contexto que se passa a segunda temporada de "Filho da Pátria", que estreou nesta terça-feira (08/10), na Globo. Na série, escrita e criada por Bruno Mazzeo ---- dirigida por Felipe Joffily e Henrique Sauer ----, uma típica família da classe média brasileira, já conhecida do público durante a primeira temporada (exibida há dois anos), volta ao ar, mas agora vivendo em outro tempo. Todavia, os problemas que envolvem o país e seus habitantes não mudaram muito.


Os Bulhosa mantêm as mesmas características vistas na série de 2017. Geraldo (Alexandre Nero) segue com sua covardia e passividade diante do sistema que o cerca; Maria Teresa (Fernanda Torres) continua bajulando quem está no poder; Geraldinho (Johnny Massaro) não deixou a preguiça de lado; enquanto Catarina (Lara Tremouroux) avança com sua luta feminista pela independência. Já Lucélia (Jéssica Ellen) virou empregada doméstica da família, uma vez que a escravidão acabou, e seu grande amigo Domingos (Sérgio Loroza) tenta a vida como sambista. Outros personagens que continuam na trama são Leonor (Letícia Isnard) ---- irmã mais nova e esnobe de Teresa ---- e o corrupto Pacheco, vivido pelo ótimo Mateus Nachtergaele, comprovando que sujeitos assim sobrevivem a qualquer regime.

Se na primeira temporada, os Bulhosa viviam no Brasil de 1822 --- um país recém-independente e otimista --- na segunda, o contexto inclui o governo de Getúlio Vargas que enche o Brasil (novamente) de esperança, com promessas de modernidade diante da estagnação após anos da hegemonia da elite no período conhecido como "café com leite".

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Walcyr Carrasco e a valorização dos atores veteranos

A atriz Maria Zilda Bethlem (atualmente como Flávia na reprise de "Por Amor", no "Vale a Pena Ver de Novo") deu uma entrevista relativamente recente ao Universa e suas declarações repercutiram bastante. Entre as várias repostas divulgadas, uma reclamação refletiu a sua mágoa com os autores: "Não tem mais avó em novela. Há uma falta de papéis para atores velhos no Brasil", disse a intérprete. Ela não mentiu. Realmente são poucos os escritores que valorizam os veteranos e por isso é necessário citar uma das exceções: Walcyr Carrasco.


O autor sempre encheu suas novelas de atores mais velhos e na atual "A Dona do Pedaço" não é diferente. O núcleo que mais reflete a presença dos mais experientes no elenco é o da família de Eusébio (Marco Nanini). Betty Faria (Cornélia), Tonico Pereira (Chico) e Rosi Campos (Dorotéia) são alguns dos integrantes do clã de picaretas que invadiram uma propriedade abandonada e fizeram do local um abrigo que todos precisavam. Mais recentemente a ótima Berta Loran fez parte da trama como a mãe do irmão de Eusébio, também vivido por Nanini.

O objetivo do núcleo é representar a parte cômica do folhetim e é verdade que nem todas as situações protagonizadas por eles são de fato engraçadas. Parte da crítica, inclusive, acha um absurdo que atores tão experientes quanto os citados façam parte de uma história tão aparentemente boba.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

"Bom Sucesso" revela vários jovens talentos promissores

Rosane Svartman e Paulo Halm são autores que valorizam novos talentos. Já lançaram vários nomes que se firmaram na carreira. Em "Malhação Intensa" (2012), por exemplo, escrita por Rosane e Glória Barreto (tendo Paulo como colaborador), Agatha Moreira estreou na televisão, enquanto Alice Wegmann e Juliana Paiva (já com participações em novelas anteriores) alcançaram um novo patamar. Já em "Malhação Sonhos" (2014), os escritores apostaram em intérpretes talentosos que chegaram para ficar, como Felipe Simas, Anaju Dorigon, Bruna Hamu, Jeniffer Nascimento, Isabella Santoni, Rafael Vitti, entre outros. Agora não é diferente com "Bom Sucesso".


A novela das sete de imenso sucesso da Globo está repleta de novos e promissores nomes. Quase todos com papéis de destaque e com boas camadas. Bruna Inocêncio é Alice, filha mais velha de Paloma (Grazi Massafera), fruto do relacionamento da protagonista com Ramon (David Junior) no passado. A menina tem um carisma visível e não demorou a brilhar no folhetim tão bem escrito pelos autores. É a típica nerd tímida e doce. A atriz não poderia ter estreado melhor na televisão e vem protagonizando ótimas cenas. A melhor delas, até então, foi a do assalto praticado por bandidos que pretendiam saquear Alberto (Antônio Fagundes). O seu desespero com o quase estupro que sofreu impressionou.

Mas a personagem central da trama ainda tem outra filha interpretada por uma novata. É Gabriela, vivida por Giovanna Coimbra. A garota apaixonada por basquete e sem qualquer vaidade vem ganhando cada vez mais destaque na história. A personagem tem um quê de Karina (Isabella Santoni), de "Malhação Sonhos", e cativa o telespectador com facilidade. É uma garota naturalmente retraída que usa a agressividade como defesa.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

"Se Joga" é uma mistura de tudo e mais um pouco

O encerramento do "Vídeo Show", no dia 8 de janeiro, após quase 36 anos no ar, não beneficiou a Globo em nada. A antecipação da "Sessão da Tarde" não amenizou as constantes derrotas para o "Balanço Geral" da Record. O desrespeito que a emissora teve com um de seus formatos mais longevos até hoje é merecidamente criticado. Agora, quase oito meses depois, o canal resolveu lançar um novo programa para ocupar a faixa e tentar barrar o crescimento da concorrência. Nesta segunda-feira (30/09), então, estreou o "Se Joga".


Comandado por Érico Brás, Fernanda Gentil e Fabiana Karla, o programa tem aproximadamente 55 minutos de duração, quase o mesmo tempo do finado "Vídeo Show". A atração é ''vendida'' como um formato para toda família que reúne entretenimento, jogos, dinâmicas e participação de famosos e plateia. Há também a presença de Marcelo Adnet, Paulo Vieira e Jefferson Schroeder, que se revezam entre repercutir as pautas, nas brincadeiras e em quadros de imitações e paródias. Achou muita informação? Realmente essa é a essência do novo produto da Globo.

Provavelmente sem saber a receita certa para enfrentar as fofocas da "Hora da Venenosa", quadro de Fabíola Reipert do "Balanço Geral", e o próprio sensacionalismo 'natural' da Record, a emissora resolveu juntar tudo o que já funcionou em vários programas da casa em um só.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

"Éramos Seis" tem estreia correta e contemplativa

"Os nossos laços se fortalecem com o tempo e com o tempo tudo se transforma. O afeto, a nossa força, os nossos sonhos. Tudo o que importa é ter quem ame por perto. Porque quando éramos todos, éramos um só". O teaser de "Éramos Seis", nova novela das 18h da Globo, que estreou nesta segunda-feira (30/09), transmitiu muito bem o clima da história adaptada por Angela Chaves, baseada no romance de Maria José Dupré, de 1943, e dirigida por Carlos Araújo. É um enredo comovente, onde os problemas do cotidiano e da própria sociedade da época movem os personagens.


É a quinta adaptação da história de uma família contada em três décadas (1920, 1930 e 1940), onde a matriarca, Dona Lola (Gloria Pires), luta para manter a união dos laços que muitas vezes acabam se perdendo com os dramas da vida e o próprio tempo. A saga acompanha os seis integrantes da família Lemos. A mãe considera o casarão em que mora, na capital paulista, a alma da família. Para ela, os quatro filhos e o marido compõem uma instituição a ser preservada a qualquer custo. O conflito surge justamente quando o esposo, Júlio (Antônio Calloni), não consegue mais arcar com os juros altíssimos do casarão, marcando o começo da luta contra as turbulências econômicas e sociais do início do século XX.

A trama tem um ar de melancolia e a maior lembrança do público é o remake exibido pelo SBT, em 1994, escrito por Silvio de Abreu (hoje chefe da teledramaturgia da Globo e responsável pela ideia de uma nova adaptação) e o saudoso Rubens Ewald Filho -- que também escreveram a versão de 1977. Não é exagero afirmar que foi o melhor folhetim já produzido pela emissora de Silvio Santos.