O Brasil perdeu Jorge Fernando. O diretor faleceu às 20h deste domingo, vítima de uma parada cardíaca, no hospital Copa Star, em Copacabana. Ele lutava para superar as consequências do AVC que sofreu em 2017 e tinha conseguido retomar a carreira em 2019 com "Verão 90", novela das sete encerrada em julho, escrita por Izabel de Oliveira e Paula Amaral. Sempre extrovertido e de bem com a vida, o multifacetado profissional era muito conhecido e querido pelo grande público.
O diretor iniciou sua carreira na televisão como ator na série "Ciranda Cirandinha", em 1978, mas descobriu sua vocação para o trabalho por trás das câmeras em 1981, quando dirigiu "Jogo da Vida", folhetim de Silvio de Abreu e Janete Clair. Desde então nunca mais deixou a função e se firmou na área. Virou um grande parceiro de Silvio e dirigiu inúmeras novelas do autor, entre elas a clássica "Guerra dos Sexos" (1984) ---- e seu remake em 2012. "Cambalacho" (1986), "Rainha da Sucata" (1990), "Deus nos Acuda" (1992), "A Próxima Vítima" (1995) e "As Filhas da Mãe" (2001) foram outras tramas do autor que contaram com o talento de Jorginho.
Mas Jorge Fernando também virou um companheiro inseparável de Walcyr Carrasco. Foi com o escritor que colecionou vários sucessos inesquecíveis, onde também chegou a atuar em alguns momentos.
A parceria foi iniciada em "Chocolate com Pimenta", de 2003, e as hilárias cenas de guerra de comida com muitas tortadas na cara viraram a marca da novela. Difícil esquecer as brincadeiras do diretor nos bastidores graças ao extinto "Vídeo Show", que exibia tudo para o telespectador. Na história, vale lembrar, Jorginho viveu o dono de um circo e também conseguiu se destacar.
Outra produção que marcou o êxito de sua dobradinha com Walcyr foi "Alma Gêmea", de 2005, que chegou a picos de 52 pontos na época. Um fenômeno. O autor também fez questão de contar com a competência do amigo na direção de "Sete Pecados" (2007), "Caras & Bocas" (2009) e "Êta Mundo Bom!" (2016), que acabou representando o final da parceria e mais uma vez no auge: outro imenso sucesso da dupla.
Ao todo foram 34 novelas dirigidas por ele. E quase todas marcantes. Vide "Brega & Chique" (1987), "Que Rei Sou Eu?" (1989), "Vamp" (1981), o remake de "Ti Ti Ti" (2010), entre tantas mais. E uma das maiores qualidades do diretor era seu amor por sua mãe, a querida Hilda Rebello, hoje com 95 anos. Jorginho sempre fazia questão de tê-la nas novelas que dirigia e a colocava em pequenas participações afetivas. Era comum vê-la no elenco e logo fazer a associação: essa trama com certeza é dirigida pelo Jorge. Ela queria ser atriz, mas o pai nunca deixava. O filho realizou seu sonho. Uma dupla perfeita.
É preciso mencionar também o sucesso como protagonista de "Macho Man", série escrita por Fernanda Young (que lamentavelmente nos deixou em agosto) e Alexandre Machado. Seu talento como ator foi aproveitado e deu show como o afetado Zuzu, cabeleireiro que se deparava com uma vida de ex-gay. Aliás, como também amava aparecer diante das câmeras, era comum vê-lo em participações em quase todas as produções que dirigia. O sucesso de sua peça "BooM" foi outra prova de como era a sua paixão pelas artes ---- fazia uma festa no teatro, sempre com plateias lotadas. Era um gênio do humor pastelão.
O falecimento do diretor é mais um baque do triste ano de 2019. Jorge Fernando era o retrato da alegria de viver. Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente na coletiva de "Verão 90", em janeiro, e sua felicidade era visível. Afinal, estava voltando ao trabalho após quase dois anos de recuperação do AVC. Pena que foi um retorno apenas para uma despedida. Vá em paz, Jorginho! Força, Dona Hilda!
NÃO ACREDITO!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirQue texto lindo, Sérgio!
ResponderExcluirNoooooooooooooooossa, levei um susto quando ouvi a notícia! Grande perda!!!Pena!! Fará falta! Que descanse em paz! abração, chica
ResponderExcluirAneurisma dissecante da aorta: o que é?
ResponderExcluirO aneurisma é, segundo informações do Hospital 9 de Julho, caracterizado pela dilatação anormal de uma artéria causada pelo enfraquecimento das paredes arteriais, algo que pode acontecer em decorrência de condições congênitas ou outros problemas de saúde como inflamações, infecções e a aterosclerose (enrijecimento progressivo das artérias).
Ainda que possa acontecer em outras artérias, a aorta (a principal do corpo, por onde o sangue deixa o coração) é uma das mais afetadas pela condição - e, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), a ocorrência de um aneurisma neste vaso aumenta os riscos de ele sofrer uma dissecção, problema grave que vitimou o diretor.
A dissecção da aorta, segundo a SOCESP, ocorre quando há o rompimento da camada mais interna da artéria, fazendo com que o fluxo sanguíneo passe para a camada média do vaso. O mesmo, inclusive, pode ocorrer entre a camada média e a externa da artéria, rompendo a artéria e levando o paciente à morte muitas vezes.
Com incidência de 2,6 a 3,5 casos a cada 100 mil pessoas por ano, a dissecção aguda da aorta é mais comum em homens e costuma ocorrer, em média, perto dos 63 anos de idade.
Causas
No caso do diretor, a dissecção foi causada por um aneurisma, mas o rompimento da aorta também pode estar relacionado a outras condições; de acordo com informações da Mayo Clinic, o problema pode ocorrer em decorrência de pressão alta crônica (que acaba forçando o tecido arterial) e de doenças como a Síndrome de Marfan ou a aorta bicúspide.
Além disso, em casos mais raros, também é possível que a dissecção da aorta seja causada por um trauma na área peitoral causada, por exemplo, por um acidente de carro. Como aumentam a pressão sanguínea, o uso de drogas como a cocaína e treinos pesados que incluem levantamento de peso podem aumentar o risco de uma dissecção.
Sintomas
Os sintomas da dissecção da aorta são como os de outras condições cardíacas e incluem dor no peito ou nas costas (que pode ou não irradiar para o pescoço e para a parte baixa das costas), dor abdominal (já que a aorta pode se romper nesta região), falta de ar, perda de consciência, paralisia em um lado do corpo, pulso mais fraco em um dos braços, dor na perna e dificuldades motoras.
Prevenção e tratamento
Em geral, de acordo com a Mayo Clinic, controlar a pressão arterial, ter um estilo de vida saudável (com uma alimentação balanceada e prática regular de exercícios físicos), usar o cinto de segurança (reduzindo assim as chances de ferimentos graves no peito) e não fumar são fatores que ajudam a prevenir a dissecção da aorta.
Quando a dissecção é identificada em estágios iniciais, é possível tratá-la, controlando a pressão arterial do paciente e realizando uma cirurgia reparadora. Em geral, tanto para prevenir aneurismas quanto para evitar a dissecção, o ideal é ter um acompanhamento médico para detectar anormalidades no sistema vascular, bem como buscar atendimento imediato a partir de sintomas alarmantes.
Nossa, que ano triste! Quanto perda para o mundo como um todo, não só o das artes
ResponderExcluirQue Deus conforte o coração de Hilda Rebello e de todas as pessoas próximas a Jorge Fernando, sejam familiares ou amigos. Descanse em paz, Jorge. Você deixou sua marca na história do teatro e da TV brasileira e muitas saudades.
ResponderExcluirGuilherme
A morte em decorrência do aneurisma dissecante da aorta do ator e diretor Jorge Fernando que contagiou a todos com seu modo de fazer humor na TV... O que pode ser dito?
ResponderExcluirO Brasil junto com Dona Hilda, parentes, amigos e companheiros da dramaturgia lamentam essa partida repentina para o céu.
Jorge Fernando para além da televisão!
Triste, anonimo.
ResponderExcluirObrigado, Nina.
ResponderExcluirFará msm, Chica.
ResponderExcluirBoa informação, outsiders.
ResponderExcluirVerdade, chaconerrilla
ResponderExcluirDeixou msm, Guilherme.
ResponderExcluirIsso, Izabel.
ResponderExcluirOlá Sérgio.
ResponderExcluirAgradeço a passagem no Parapeito.
Faz algum tempo deu aqui a repetição da Telenovela Chocolate com Pimenta em que o Jorge Fernando fazia de palhaço . Era um actor muito completo.
Está de certo em paz e a sua memória vai ficar no coração daqueles que gostavam do seu trabalho.
Brisas doces **